O Caso Neruda

O Caso Neruda Roberto Ampuero




Resenhas - O Caso Neruda


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Ladyce 03/06/2012

Interessante aventura
Este é um livro interessante, que prende a atenção, com muita ação e surpresa. A aventura que acontece na segunda metade do século XX se desenrola não só no Chile de Allende, mas em Cuba, no México e na Alemanha Oriental. Curioso e fiel retrato de Pablo Neruda, um dos personagens do livro, que ensina a Cayetano, um aprendiz de detetive, que “a vida é um desfile de disfarces”. Leitura agradável, rápida, de capítulos curtos e movimentados. Bom entretenimento.
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Francini Aguiar EeP 24/09/2013

Não sei se é por já ter lido algumas histórias de Sherlock Holmes, mas este mistério me pareceu bem morno. Esperei por um grande final que redimisse o restante do livro, mas ele não veio.

É bem verdade que o legal de Cayetano Brulé é justamente não ter nada de Sherlock. A ideia central, na verdade, é bem bacana: um poeta brilhante (Pablo Neruda) se torna autor de um personagem vivo, transforma um homem comum em um grande detetive. Como? Fazendo-o ler livros de outro detetive, não Sherlock ou algo do gênero, mas os do inspetor Maigret (de Georges Simenos), conforme explica:

"(...) Eu lhe empresto estes volumes para que aprenda alguma coisa do inspetor Maigret. Não aconselho ler Poe, que inventou o relato policial e foi um grande poeta; nem Conan Doyle, o pai de Sherlock Holmes. Sabe por quê? Porque seus detetives são muito extravagantes e cerebrais. Não poderiam resolver nem o mais simples caso na nossa caótica América Latina. Em Valparaíso, os batedores de carteiras os roubariam nos trólebus, os meninos dos morros os espancariam e os cães os perseguiriam a mordidas pelos becos."

O livro não é ruim. É bom, mas falta algo. Talvez porque a minha única experiência com livros do gênero tenha sido com Sir Arthur Conan Doyle e o seu maravilhoso Sherlock Holmes (pausa para suspirar). Enfim, foi bom, mas meu coração não disparou, não pensei na história o dia todo e sequer senti vontade de voltar ao terrível hábito de roer as unhas com a qual tinha que lutar ao ler os livros de Conan Doyle.

Mas alguns pontos interessantes devem ser destacados:

- Eu achei uma jogada de mestre a personagem principal ser um homem comum que se transforma em detetive através da leitura de livros. Quando Cayetano aprende o ofício de detetive por meio de romances policiais, dá ao leitor a ilusão, ainda que superficial e momentânea, de que o mesmo pode ocorrer com ele. Está ilusão dá um gostinho muito bom e seduz o leitor a medida que aumenta sua identificação com a personagem;

- Na maioria dos capítulos, Cayetano é o narrador, porém, há capítulos onde Pablo Neruda faz este papel (capítulos em itálico);

- O livro traz algumas partes mais quentes e também um pouco de romance, mas o mistério predomina;

- Ao colocar na trama uma personagem real (Pablo Neruda) o autor me deixou em dúvida sobre o que é real e o que é ficção, conheço pouco sobre a vida do poeta e fiquei com vontade de conhecer mais para entender onde é esta linha;

- Apesar de, em sua maior parte, os capítulos serem mais mornos, eles terminam de modo a despertar a curiosidade para continuação, ficando quase impossível não ler o próximo.

Por fim, o fechamento do livro foi bem curioso, mas o final não foi dos mais felizes e eu só aceito finais sem plena felicidade se houver uma boa explicação para isto. Me decepcionei com isto também. Enfim, nota de 0 a 5: 3. É bom, mas é só isso.

site: http://espeloteadaepatricinha.blogspot.com.br/2013/09/o-caso-neruda-roberto-ampuero.html
Bruno T. 24/06/2019minha estante
Gostei de sua resenha mas discordo da comparação feita entre Sherlock Holmes e Cayetano Brulé, por se tratar de personagens de gêneros diferentes. Holmes é o detetive por excelência, que resolve intricados casos de assassinato, Brulé é apenas um detetive amador, pouco mais que um curioso, que vai atrás de pessoas. Li três dos livros de Ampuero que tem Brulé como personagem principal e não os considero como "romances policiais" e mais como painéis históricos do Chile, Cuba e Alemanha em determinado período.




Literatura Policial 26/10/2014

Resenha: O Caso Neruda (Roberto Ampuero)
BREVE SINOPSE: Velho e doente, o poeta Pablo Neruda volta ao Chile no inverno de 1973, depois de deixar o posto de embaixador do governo de Salvador Allende em Paris. Nesse momento, Neruda conhece o detetive cubano Cayetano Brulé, a quem confia a missão de seguir o rastro de uma mulher capaz de elucidar um dos segredos mais bem guardados do passado do poeta.

SOBRE O LIVRO
O livro demora pra engrenar. Nos primeiros capítulos, as descrições minuciosas distraem mais do que atraem. Quando Brulé recebe a missão de Neruda e sai em busca de pistas pelo mundo, a história parece que vai tomar rumo.

Altos e baixos permeiam os primeiros ¾ do livro. A falta de ação contrapõe-se aos diálogos de Cayetano com o poeta, às crises existenciais dos dois e à fotografia de uma América do Sul nostálgica. Realidade e ficção se mesclam o tempo todo, e quem não conhece a biografia de Neruda acaba ganhando uma lição do tipo de amante impraticável que foi o poeta, para além do autor de Confesso que Vivi.

Outro que aparece bastante é Maigret, detetive francês de Georges Simenon. Ampuero cita o parisiense durante o livro inteiro, referencial até no que tangem as cenas quentes não há nenhuma decente no livro. Bom e velho Maigret, dos thrillers psicológicos da plúmbea Paris pós-guerra, para usar um adjetivo recorrente no livro.

Os capítulos foram nomeados em homenagem às mulheres da vida de Neruda, inclusive à madrasta que o criou, já que a mãe biológica de Neftalí (nome verdadeiro do poeta) foi assassinada quando ele tinha um mês de vida.

Nascido em Valparaíso cidade onde acontece parte da história Ampuero consegue acertar nos momentos finais, quando descreve a tensão do golpe de Estado no Chile, o estado de espírito e as prisões do povo chileno, e por fim a deposição e morte do presidente Allende. Dá para imaginar ele andando pelas ruas de Santiago, desviando das metralhadoras e dos tanques de Pinochet.

Cayetano Brulé é apenas interessante. Agrada com comentários bem humorados, postura descontraída e até que leva jeito pra xeretar. Não foi amor à primeira vista, mas também não passou despercebido.

> Resenha publicada no site literaturapolicial.com

site: http://literaturapolicial.com/2014/05/31/resenha-o-caso-neruda/
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