A peste

A peste Albert Camus




Resenhas - A Peste


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Iago 19/03/2024

Camus, de aquário.
Estranhamente atual, uma epidemia e o sofrimento humano retratado em detalhes que às vezes passam despercebidos. Parece familiar? Claro que sim. O isolamento, a afastamento dos que amamos, o vulto da doença em cada esquina, a paranóia, as superstições, as políticas ineficientes, as dúvidas dos especialistas, as contagens de mortos, os enterros às pressas, os testes com vacinas, os hospitais improvisados... Até nos habituarmos à calamidade, até nos tornarmos parte de um novo normal, até adquirirmos novos hábitos, até que enfim passou. Está tudo nessa obra, extremamente filosófica, mas objetiva. Nós não sabemos lidar com as pestes.
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LauraFF 11/03/2024

Invasão e exílio
O livro parece uma alegoria a invasão nazista (os ratos), o que se acha em muitas resenhas e realmente é uma leitura muito interessante nesse aspecto. Porem, sem ser o contexto em si, o livro traz também discussões muito interessantes sobre o ?sentimento de exílio? sobre ter ou nao uma ?natureza do homem? sobre a necessidade de comunidade etc.
é uma leitura muito interessante pra se fazer pós pandemia, tem muitos pontos que atravessam sentimentos comuns do período, e nos fazem refletir sobre como lidamos com a ?peste? seja ela qual for
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Nina Pina 06/03/2024

A peste que habita em nós
O escritor e filósofo, Albert Camus ganhador de um Nobel de Literatura, e o livro que colocou o prêmio em suas mãos foi A Peste.

O livro "A peste" conta a história de uma cidade devastada por uma terrível doença, primeiro, começam a aparecer ratos, ratazanas, agonizando e morrendo por toda a parte, a doença se alastrou para a população, matando sem dó nem piedade.

O autor além de relatar todo o sofrimento da doença, há também a doença da alma, de toda a peste que habita em nós, como o desamor, o ódio, o racismo, a indiferença aos pobres, a inveja, os falsos testemunho, a mentira, e todo o mal que cada ser humano consegue destilar, e nem se dá conta que está fazendo isso.
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Mat 05/03/2024

Muito bom!
?O bacilo da paste não morre nem desaparece nunca, pode ficar dezenas de anos adormecido nos móveis e na roupa, espera pacientemente nos quartos, nos porões, nos baús, nos lenços e na papelada. E sabia, também, que viria talvez o dia em que, para desgraça e ensinamento dos homens, a peste acordaria os seus ratos e os mandaria morrer numa cidade feliz.?
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Lisboa Richthofen 04/03/2024

Memento Mori
"Sabia que essa impressão era tola, mas não conseguia acreditar que a peste se pudesse instalar verdadeiramente numa cidade onde se encontravam funcionários modestos que cultivavam manias respeitáveis."
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Numa esquina qualquer, o sentimento do absurdo pode bater no rosto de um homem qualquer.


Numa ótica filosófica camusiana, a peste é o absurdo. A doença é capaz de, repentinamente, findar as existências subentendidas por consolidadas; é por intermédio da peste que a população de Orã enxerga a face do absurdo numa vida que pode ser facilmente extinta por um bacilo até então adormecido. E é necessária a praga para romper essa noção de domínio do homem sobre a natureza e relembrá-lo da sua fragilidade.

Na obra, o padre Paneloux representa o suicídio filosófico, assunto sobre o qual Camus debruça em sua obra O Mito de Sísifo. Suicídio filosófico consiste em entregarmos nossos questionamentos a algum ideal metafísico a fim de expurgar o sofrimento de nossas mentes.
Para o padre Paneloux, a peste é um castigo divino -- como também um caminho para a redenção em Cristo.
Dr. Rieux conflita com essa ideia numa passagem em que testemunha o sofrimento de uma criança inocente, percebendo que não existe juízo de valor entre as vítimas, e portanto a peste jamais será meio de punição -- inclusive, esse trecho me lembrou o memorável discurso de Ivan Karamazov no cáp. A Rebelião; considerando ainda o fato de que Camus também era um ávido leitor de Dostoiévski.

Em A Peste, a organização coordenada por Dr. Rieux representa, portanto, aquilo que Camus denomina "revolta contra o absurdo". O homem que se rebela contra o absurdo é aquele que, ao aceitar a peste como ela é, não foge, tampouco permanece omisso em relação a ela; ele a enfrenta e combate ativamente. É vivendo que a gente contraria a morte, é lutando que contrariamos a peste, e é sendo felizes que contrariamos o absurdo.
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Para além dessas questões concernentes à filosofia de Camus, podemos salientar ainda o forte teor profético do texto em relação à pandemia que vivemos algum tempo atrás. É realmente uma experiência à parte ler A Peste pós COVID-19 e notar que todos os dilemas enfrentados pelas personagens para combater a doença foram mecanicamente repetidos 70 anos depois.
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Rodrigo1001 03/03/2024

Somos instantes (Sem Spoilers)
Título: A Peste
Título original: La Peste
Autor: Albert Camus
Editora: Record
Número de páginas: 288

Há quase 70 anos, proferiu em discurso o franco-argelino Albert Camus: "Cada geração é, sem dúvida, chamada a reformar o mundo. A minha sabe que não vai reformá-lo, mas sua tarefa talvez seja ainda maior. Consiste em evitar que o mundo se destrua."

Naquele dezembro de 1957, ao receber o Prêmio Nobel de Literatura, o filósofo disse que um escritor jamais poderia estar à mercê daqueles que fazem a história, e sim a serviço daqueles que são afetados por ela. Em uma época pós pandemia de Covid-19, o engajado e contestador Camus ressurge como alegoria perfeita para este tempo presente tão absurdo com um dos seus livros mais famosos, A Peste, uma crônica sobre uma epidemia que ameaça dizimar uma cidade.

Dividido em cinco partes, a contemporaneidade deste livro impressiona já nas primeiras páginas, catapultando-nos do passado ao presente. Em todas as páginas, Camus joga com o absurdo da situação provocada pela peste para mostrar o absurdo da própria condição de existir neste mundo.

Narrado do ponto de vista de um médico envolvido nos esforços para conter a doença, a obra ressalta a solidariedade, a solidão, a morte e outros temas fundamentais para a compreensão dos dilemas do homem moderno e da alteridade. Sendo o absurdo o ponto claro de partida das reflexões que propõe no enredo, Camus, em sua genialidade, teceu um aparato literário de forte densidade filosófica, fundamentado sem o hermetismo típico de um Jean-Paul Sartre, por exemplo.

Construindo lentamente sua trama, o escritor chega à futilidade que o tédio traz, à sensação de abandono que a distância forçada do tempo faz ressoar na alma, como se a peste fosse apenas aquele empurrãozinho final para chegar à beira do abismo, abandonando as máscaras de qualquer tipo de esperança, de felicidade, de fraternidade, expondo a grande mentira que assola a humanidade, imprimindo-lhe sua verdadeira face purpurinada de egoísmo e falsidade.

É duro de ler.

Mas, ao mesmo tempo, é belo.

Dito isso, qualquer comentário adicional colocaria em risco a regra de spoiler zero das minhas resenhas. Assim, prefiro deixá-lo, caro amigo, com uma profunda vontade de pôr suas mãos nesse livro e deliciar-se - sozinho, já que A Peste é em si, uma obra que transpira solidão - com a genialidade de um dos autores mais emblemáticos da história da literatura. Acredite, valerá a pena e te fará pensar MUITO em tudo o que enfrentamos nos últimos tempos e seguimos enfrentando nos dias atuais.

Leva 5 de 5 estrelas.

Passagens interessantes:

"Orã é uma cidade aparentemente moderna. Não é necessário, portanto, definir a maneira como se ama entre nós. Os homens e as mulheres ou se devoram rapidamente no que se convencionou chamar de ato de amor, ou se entregam ao hábito de uma longa vida a dois. Tampouco isso é original. Em Orã, como no resto do mundo, por falta de tempo e de reflexão, somos obrigados a amar sem saber." (pg. 10)

"O mal que existe no mundo provém quase sempre da ignorância, e a boa vontade, se não for esclarecida, pode causar tantos danos quanto a maldade" (pg. 125)

"Ele sabia o que a mãe pensava e que nesse momento ela o amava. Mas sabia também que não é grande coisa amar um ser, ou que, pelo menos, um amor não é nunca bastante forte para encontrar a sua própria expressão. Assim, sua mãe e ele se amariam sempre em silêncio. E ela morreria por sua vez - ou ele - sem que, durante toda a vida, tivessem conseguido ir mais longe na confissão da sua ternura." (pg. 270)
edu basílio 03/03/2024minha estante
uau. rods fazendo uma das coisas que sabemos que ele faz de forma impecável: nos despertar o desejo por um livro. obrigado por isso, meu querido.


Rodrigo1001 04/03/2024minha estante
Gentleman como sempre! ?? E, se essa resenha despretensiosa atiçou a curiosidade, então atingi meu objetivo!




Ranya.Fernandes 25/02/2024

A horária é contada a partir da narrativa do médico Bernard Rieux que tenta relatar todo o caos epidêmico que está assolando os moradores da cidade de Oran. Vários questionamentos são abordados, como por exemplo: como nos comportamos, o que é melhor para o coletivo, como a tragédia impacta, o que ficar isolado desperta, o que na verdade importa quando tudo está ruim? Todo o livro traz essas e outras reflexões, que são duras principalmente pós COVID, mesmo sendo um livro escrito em 1947 é muito vivido, então se for ler esteja preparado para relembrar algumas coisas pelas quais passou. Achei a leitura um pouco densa, cansativa, mas não difícil, porém precisa ficar atenta, pois como se trata de um relato ele acaba divagando entre a descrição do que vivenciou e o que pensa sobre.
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ciliane.ogg 24/02/2024

Sobrevivi à COVID, portanto a descrição da doença e como ela se alastra na cidade de Orã já conheço bem.
Mas vi na contracapa do livro, que essa história é uma analogia ao nazismo na França. Fiquei o tempo todo tentando encontrar essas referências.
Mais pro final do livro ele faz afirmação da necessidade de estar sempre alerta, pois a peste (nazismo), demora mas volta a matar a comunidade.
No começo do livro temos uma cidade onde os residentes são individualistas, pensando somente em ganhar dinheiro, sem pensar que o outro é um ser humano como você.
É um livro com muitas referências, complexo,mas com uma leitura fluída.
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Glaubinho 16/02/2024

A Peste - Albert Camus
Não irei focar na narrativa em si, mas no que a perpassa, ora história por história todas tem um pouco do mesmo.
Hoje, 2024, posso afirmar que os nossos portões foram abertos, portões outrora fechados pelo covid-19 e por este motivo o sentimento e sensações presentes a narrativa não me são completamente estranhos, talvez alheios. Nesta é possível distinguir diversos personagens de outras obras de Camus, o suicida frente ao condenado a morte, a esperança, a derrota da vida frente a morte, o absurdo, a revolta frente a aceitação, quiçá uma versão singela de Sísifo.
Diante das inúmeras perdas citadas, uma me foi dolorosa, o nosso "santo", sofrerá por sempre condenar a morte alguém, mas tivera paz em morrer vivenciando a sua resistência final frente ao flagelo, revolta. Outro em especial me surpreendeu, invés de negá-la como o anterior este se rendeu para não perder a sua fé, aceitação. O suicida ficara feliz, pois agora todos sentiam o peso que ele sempre sentira, mas ao saírem desta situação tornou-se condenado e teve o peso realocado, o nosso escritor perfeccionista nem sequer observou o absurdo e voltara ao automatismo.
O narrador, vienciara o precipício do absurdo e tentou com afinco ficar ali, entendeu que não havia razão ou sequer significado objetivo para aquilo, seguiria a curar e rolar a sua pedra dia a dia, não diria que sorriu, mas aceitou a derrota da vida diante a morte sem então desistir desta.
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Eliza.Beth 15/02/2024

Amei
Suspeitíssima para falar pois adoro Camus.
A escrita dele é algo que admiro bastante.
Como sempre, nesse livro ele questiona o ser humano, religião, as organizações, e muito mais.

Não deixa de ser uma leitura tensa pois o tema é uma epidemia. Mas o foco mesmo é nos questionamentos.
Gostei bastante dos personagens, cada um com uma situação específica e tendo que lidar com isso, nem sempre da melhor forma.

Passei com descrições belíssimas de cenas tristes e parágrafos de puro deleite.

Realmente alguns tem o dom. Camus com certeza tinha.
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tayse* 10/02/2024

Amo albert camus!!
esse livro é maravilhoso e super interessante, te prende do início ao fim. recomendo muito.
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brunomathiasss 01/02/2024

Bom, recomendo a leitura
Ler este livro depois da pandemia foi bem interessante. Há vários paralelos possíveis com a pandemia que vivemos, alguns chega a ser absurdo porquê parece que tá descrevendo o que vivemos. É interessante como no livro ele utiliza a dinâmica do isolamento pra discorrer sobre o que não achávamos importante antes do isolamento. Tudo que era natural ou óbvio demais cresce sua importância quando está privado de ir onde quer que queira, pois a morte visita cada vez mais as pessoas. É uma história que causa uma certa revolta com essas dinâmicas que se destacam com situação, e definitivamente, uma revolta com a morte. A morte de perto, implacável como a peste é uma coisa extremamente revoltante.
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Gustavo 21/01/2024

Livro ok
Camus não traz algo UAU no enredo em si, mas o fator determinante pra ter sido uma boa leitura, na minha visão pessoal, foi o livro ter se tornado algo tão atual, o paralelo entre a peste do livro e a pandemia do Covid é uma linha tênue absurdamente fina, é assustador como os enredos são idênticos. De resto, achei um pouco prolixo, morno até diria, porém a escrita do autor é boa.
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Bruno.Defaveri 21/01/2024

A peste
Achei que a leitura fosse me cativar mais, como outras obras do escritor. Não senti ligação com nenhum personagem, achei que teria algo melhor no final, mas nada.
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bella 20/01/2024

Pão ou ar.
Bacana esse primeiro contato com Camus, foi uma boa leitura pós-pandêmica. achei que ia desanimar por conta da edição que eu possuo (mestres da literatura contemporânea, da record), mas isso aconteceu só até mais ou menos a metade do livro - depois fluiu muito que bem. também adorei o personagem Rieux que é um protótipo de comunista e me gerou vários quotes.
mas, apesar de tudo isso, sinceramente, não tenho vontade de ler mais coisas do autor.
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