Purgatório

Purgatório Paulo Dantas



Resenhas - Purgatório


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Leonardo 04/07/2011

Exemplar de peso da literatura da seca
Disponível em: http://catalisecritica.wordpress.com

Estou em busca de um tema para meu mestrado (ou estava?). Pretendo tentar a seleção para o Prodema (Mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente), da UFS. Uma das minhas “condições” para entrar no mestrado é encontrar um tema que seja compatível com a proposta do Prodema e que envolva literatura. Um dos professores do Prodema, da área de Filosofia, sugeriu-me há algum tempo, “A Natureza em Os Sertões”. Gostei, mas não queria estudar Euclides da Cunha. Queria estudar Essa Terra, de Antonio Torres, uma obra-prima, na minha opinião, com muita influência de Faulkner, especialmente de Enquanto Agonizo. Descobri, todavia, que alguém já escreveu uma dissertação sobre o romance contemplando mais ou menos o que eu gostaria de abordar: a relação quase mística entre homem/terra no nordeste, expressa na obra.

Comecei a pensar em estudar autores locais. Pensei inicialmente naquele mais aclamado: Francisco J. C. Dantas. Imaginei, todavia, que houvesse torrentes de dissertações, teses e monografias sobre o escritor sergipano. em pesquisa ao sítio da Biblioteca da UFS, todavia, pouco ou nada encontrei, e conversando com esse mesmo professor e com outras pessoas mais próximas da área, todos me confirmaram que não se costuma estudar o autor de Coivara da Memória.

Perfeito, pensei. Mas algo me inquietava. Resolvi pesquisar mais sobre autores sergipanos que abordaram a questão da seca e cheguei a Paulo Dantas, escritor nascido em 1922 em Simão Dias, cidade sergipana vizinha a Paripiranga/BA, minha cidade natal. Descobri que Paulo Dantas escreveu bastante (mais de 30 obras) sobre muitas coisas: estudos sobre Monteiro Lobato, Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, o cangaço, além de obras de ficção, dentre elas, uma “trilogia nordestina” composta por “Chão de Infância”, “Purgatório” e “O Livro de Daniel”.

Tendo passado num sebo de Aracaju acabei encontrando Purgatório e comprei-o imediatamente. Li-o agora há pouco, no avião, de uma só vez (são só 150 páginas). Não fazia ideia do que esperar, e, assim como aconteceu com o livro do Cristóvão Tezza, isso revelou-se esplêndido.

Esperava mais um livro sobre os sofrimentos do povo do nordeste com a seca (apesar de que, sabendo que o livro se passava em Simão Dias, tinha conhecimento de que de sede não se morre por lá). Encontrei, todavia, uma concepção originalíssima, envolvendo religião, que justifica bem o título do romance. Dei-me conta, então, que a religião é indissociável do sertão nordestino, seu povo e sua terra. Um estalo: encontrei meu tema de mestrado. Falta apenas comprar na Estante Virtual os outros dois livros da trilogia.
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Locimar 07/08/2020

Culpa e redenção
Encontrei Paulo Dantas passeando pela EV. Gostei de como ele trabalha estas duas questões: culpa e redenção. Texto simples, pouco rebuscado sem ser simplório. Gosto de autores que andam com decadentes e que de uma forma ou de outra se redimem!
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