Thainá - @osonharliterario 13/08/2019Tim Burton: único e inspirador.O Estranho Mundo de Tim Burton é o típico livro escrito especialmente para os fãs. Além de conter uma mini biografia sobre o cineasta, o livro também traz um rico conteúdo sobre as criações de Burton até o ano de 2010, onde filmou Alice no País das Maravilhas. Entre as quase 400 páginas é encontrado as críticas mais pontuais de cada filmagem do diretor e entrevistas com os elencos, ou seja, o livro não é propriamente uma biografia apenas sobre Burton, mas, sim, um conteúdo que reúne opiniões e características que fundaram as suas criações como conhecemos hoje. Há o espanto dos críticos perante ao diferente e há também o momento de aceitação do diretor.
É através das críticas, tanto positivas como também negativas, que Burton passou de um jovem desconhecido para um jovem de sucesso com características únicas. Sendo um garoto estranho e diferente dos demais, o diretor conquistou um leque de fãs tão únicos como ele próprio e suas criações se tornaram inspiração para aqueles que, como ele, são vistos como a aberração da sociedade. Por isso o crescimento pessoal e profissional de Burton não é apenas expressado para lhe tornar único, mas também para inspirar à todos que se sentem menos capazes ou inseguros com o próprio trabalho. Burton se mostra como uma inspiração e o seu livro nos prova isso.
Cada filme de Tim Burton aborda um personagem e uma história diferente, mas ao pararmos para refletir sobre cada uma dessas histórias percebemos que todas têm mais características semelhantes do que opostas, como por exemplo a atmosfera e as características de cada criação que trazem um pedaço do diretor mesmo que quase imperceptível.
Ao ler O Estranho Mundo de Tim Burton essas pequenas nuances acabam se destacando ao rever os filmes e é quando constatamos que ali há mais do pessoal do diretor do que poderíamos imaginar. Os personagens são sempre vistos como seres diferentes, uma característica que era imposta ao próprio Burton por ter um estilo fora do comum; há a atmosfera pesada de solidão, a qual os personagens sempre estão envolvidos, assim como o seu diretor que viveu momentos sombrios embasados nesse sentimento.
Outras características que habitualmente são vistas em seus filmes é o clima gótico, aquele cenário escuro, belo e com atmosfera pesada, que tanto encanta os telespectadores, que se mescla ao visual sombrio, outro toque característico do diretor. Isso faz com que criemos similaridade e que seja fácil identificar uma criação de Burton em qualquer espécie de mídia.
Acredito que para o seu propósito, que é expor as críticas em cada ano de lançamento de alguns filmes do Tim Burton, o livro é válido e muito bom. Nele é abordado como as pessoas da época reagiram às suas obras e como o sucesso chegou em suas mãos. Em certas críticas também há um paralelo entre o filme em si e sua vida pessoal, o que se torna bastante interessante para sabermos mais da vida e mente de Burton.
Mas contrapondo à isso o livro não entrega nada além, sendo assim indicado – e essencial – apenas para os fãs do diretor, que querem ter contato com mais informações sobre ele, e para estudiosos no ramo, que pretendem agregar conhecimento sobre cinema e a mídia em si. Caso você não faça parte de nenhum dos dois grupos não vejo razão para que ingresse na leitura, já que o livro por si só é uma leitura lenta e que deve ser apreciada aos poucos.
Resenha completa no blog Sonhando Através de Palavras
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https://sonhandoatravesdepalavras.com.br/2019/08/13/resenha-o-estranho-mundo-de-tim-burton-paul-a-woods/