A Vida em Tons de Cinza

A Vida em Tons de Cinza Ruta Sepetys




Resenhas - A Vida em Tons de Cinza


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Desi Gusson 03/05/2012

Uma mensagem comovente.
Nunca li tantos davai! (russo para depressa) na minha vida e, no começo, até achei engraçado que a fonética se parecesse tanto com a resposta costumeira para a tradução: já vai!

Fim da parte engraçada. Sério.

Talvez vocês não saibam, mas eu tenho uma obsessão saudável pela Rússia, coisa leve só que não. Também me interesso bastante por história, particularmente Renascença e 2ª G.G. Ainda assim, o livro da Ruta Sepetys me surpreendeu muito. Sério mesmo. Eu sabia que Stalin tinha sido tudo, menos legal, e que tinha abusado de seu povo, como basicamente qualquer regime comunista. Mas não tinha uma dimensão real do estrago que foi, das barbaridades dispensadas sem segunda olhada. Como disse um dos personagens, Hitler e Stalin foram dois demônios que desejam governar o inferno.

Estima-se que 20 milhões de pessoas sucumbiram nas mãos de Stalin, os países bálticos perderam um terço de sua população e mesmo aqueles que sobreviveram às inumanidades soviéticas, não podiam contar a absolutamente ninguém. Ou seriam mandados de volta para seus campos de trabalho forçado.

Assim como o famoso A Menina que Roubava Livros, essa trama mostra uma parte frequentemente esquecida nas páginas dos livros de história e, se você gostou do livro de Markus Zusak, vai encontrar nesse a mesma escrita tocante e simples. Arrebatadora.

Era arriscado carregar ou guardar nossa ração de quando Ivanov estava por perto. Ele adorava roubar nossa comida. Trezentos gramas. Era só o que recebíamos. Certa vez, eu o vi arrancar um pedaço de pão de uma velha. Ele o enfiou na boca. A mulher ficou olhando, sua boca vazia mastigando junto com a dele. Ele cuspiu o pão no pé dela. Ela se jogou no chão para pegar e comer cada pedaço.

Também fui cética com a sinopse, mas ela estava completamente certa. O livro de Ruta Sepetys é uma mensagem de amor. Ele desperta reflexão, profunda comoção e mostrou o poder que a compaixão tem de manter as pessoas de pé, quando isso é a única coisa que elas tem.

Acho que me precipitei ao criticar os novos ativistas, pessoas que se dizem filantrópicas por terem cedido 30 minutos de suas vidas para assistir um vídeo. Pelo menos agora elas sabem o que acontece lá fora. Tenho até medo de pensar no que ainda vamos descobrir.

Por isso, leiam A Vida Em Tons de Cinza, pesquisem, contem a alguém, reflitam. Coisas como a história de Lina ainda acontecem e só se perpetuam porque grande parte do mundo não sabe. Quando me refiro a mundo, quero dizer a população e não apenas seus lideres. Só um exemplo: a Coreia do Norte. Não sabe do que eu estou falando? Experimentem colocar campos de concentração na Coréia do Norte no Google e tirem cinco minutos para ler as poucas noticias a respeito.

Como os russos, os norte-coreanos ainda negam que tal coisa exista.

Agora nós sabemos que os russos mentiram.
Sara 07/02/2013minha estante
Adorei o livro, as páginas iam me conquistando aos poucos e os personagens também, só achei que o final poderia ter sido melhor, achei que ficou meio vago oq aconteceu com Lina e Jonas.


Aline Stechitti 13/07/2013minha estante
Eu prefiro "A vida em tons de cinza", achei "A menina que roubava livros" maçante. Esse te gruda na leitura de uma forma q é impossível largar. Nunca um livro me fez chorar tanto na vida.


Paola 20/09/2013minha estante
Livro maravilhoso. Li em 2 dias. Me surpreendeu!


Joice 02/09/2014minha estante
Muito lindo , nos faz imaginar tudo que esta acontecendo na historia e comparar com as nossas situações diárias e como enfrentaríamos as situações vividas pelos personagens




Mari.Vasconcelos 05/09/2021

Um livro digno de contextualização
Um livro emocionante, de uma leitura rápida e que te prende. Apesar do foco ser sobre o domínio de Stalin sobre(no caso) os países bálticos, a autora retrata a força do patriotismo, mas sobretudo, o que uma guerra faz com a alma das pessoas, o que ela pode arrancar à força e a força daqueles que não deixam arrancar suas almas.
O que mais me impressionou, tendo em vista, que esse seja um assunto tão repercutido, é o apelo que Ruta faz, para que não deixemos essas histórias virarem apenas histórias. Foi uma guerra que devastou literalmente países inteiros e que ao contrário da invasões nazistas, o domínio monstruoso da Lituânia não podia ser amplamente divulgado. Os sobreviventes, mesmo muitos anos depois, ao voltarem ao seu país natal eram tidos como criminosos sujeitos a prisão ou novas deportações, caso apresentassem ou sugerissem provas dos maus tratos sofridos. Vale a pena uma pesquisa sobre esse assunto, o livro despertou em mim esse interesse; vou começar assistindo ao filme, aposto que assim como o livro seja bastante instigante.
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Victor Dantas 12/07/2020

Um outro lado da história. A resiliência de um povo.
Estamos acostumados ler histórias sobre a segunda guerra mundial que geralmente se passa na Alemanha, ou que remete ao holocausto nazista, não que isso seja um aspecto negativo, pelo contrário, afinal esse período histórico, moldou esse país de cabo a rabo, que é preciso ainda de muita literatura para dar conta.

Mas, neste livro, a Ruta Sepetys apresenta outra perspectiva, nos leva a outro lugar que também vivenciou e fez parte desse período tão sangrento. Sendo filha de um lituano que se refugiou nos EUA, a autora então, vai nos contar como a Lituânia e seu povo participou da segunda guerra.

Na trama, somos apresentados a família Vilkas, onde Lina Vilkas é a personagem principal do livro, e acompanhamos através dela todos os acontecimentos.

O ano é 1941, e, a história começa com Lina, sua mãe e seu irmão Jonas, tendo a casa invadida na madrugada por soldados da NKVD (uma antiga organização militar soviética), e, sendo obrigados a abandonar o local, e seguirem para Rússia.

O que estava acontecendo? A Lituânia estava sendo invadida.

Por quem? Stalin, que queria anexar o país a União Soviética.

O motivo que fez com que famílias como a da Lina, fossem deportadas para Rússia, se deve a perseguição na época por intelectuais (o pai de Lina é professor universitário), e, por terem laços com cidadãos germânicos (o tio da Lina é germânico).

Sem saber onde está seu pai, Lina, sua mãe e seu irmão são levados embora do seu país, e então, vamos acompanhar a jornada dessa família ao longo de anos por toda Rússia, vivendo em vagões de trens imundos, amontoados de lituanos, em situação insalubre, e sendo submetidos a violência e trabalho forçado nas aldeias soviéticas.

Essa realidade sangrenta, de torturas e violência, a qual a família da Lina e outros milhares de lituanos vivenciaram, durou 12 anos. E durante esse período, os personagens passaram por situações absurdas, dolorosas, que faz com que o leitor tenha que interromper a leitura em momentos para retomar o fôlego.

Essa sensação, se deve ao trabalho de pesquisa impecável que a Ruta fez, e inseriu nesse livro com todo cuidado, retratando tudo como muita veracidade, sua narrativa, a forma como escreve é fluida e poética.

Os personagens criados pela autora, foram inspirados em pessoas reais, lituanos que sentiram na pele esse período. Isso fez com que eles fossem palpáveis para o leitor, não só a família da Lina, mas também, os personagens coadjuvantes da trama (Andrius, Careca, Senhora Arvydas e outros).

No que se refere aos militares soviéticos que são incluídos na trama, e, que estava a mando de Stalin nessas operações de invasão e deportação não só da Lituânia, mas também da Estônia, Letônia, vemos as estratégias sendo tomadas para a dominação política e ideológica, e o recrutamento forçado desses povos, que davam início ao conflito mórbido entre Stalin e Hitler, que se estenderia até 1945.

Durante o desenrolar da história, somos apresentados também a cultura lituana, crenças, costumes, de um país, que pouco a gente vê ser mencionado nos livros, na mídia, e em outros veículos.

Um país que sentiu na pele as consequências dessa guerra sangrenta, um povo que foi reduzido a cinzas e neve, mas, que ao final...o sol nasceu, veio a primavera, e tudo floresceu novamente, mas, nada foi esquecido.
E é esta, a mensagem final que o livro traz.

Leia. Aprecie essa obra, e essa autora que merece mais destaque.


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Renata CCS 29/03/2014

A história de vinte milhões de esquecidos.

“Nós aprendemos a voar com os pássaros, a nadar com os peixes, mas não aprendemos a conviver como irmãos.” (Martin Luther King)

“Eles me levaram de camisola”. É esta a primeira frase de A VIDA EM TONS DE CINZA, narrada pela protagonista Lina Vilkas, uma jovem lituana de apenas 15 anos que tem sua vida e de toda a família violentamente roubada quando a polícia soviética invade sua residência em uma noite de junho de 1941 e leva a todos. Jogados em vagões de trens para transporte de gado, a história de terror vivida por sua família e por milhares de lituanos, estonianos e letões estava apenas começando. Os homens foram separados das mulheres e enviados para prisões, enquanto as mulheres e crianças foram encaminhadas para campos de trabalho forçado na Sibéria.

Não há palavras apropriadas ou com força suficiente para descrever a história deste livro e a forma desumana de como essas pessoas foram tratadas. Seres humanos escravizados por horas de trabalho árduo e que recebiam em troca apenas trezentos gramas de pão. Muitos não resistiram aos maus tratos, à inanição e ao frio excessivo. Aqueles que iam contra esses atos de opressão e tentavam rebelar-se eram assassinados a sangue frio.

Estônia, Letônia e Lituânia simplesmente desapareceram do mapa em 1941, anexados à União Soviética, e só reconquistaram sua independência na década de 90. A história de horror vivida por estes povos raramente foi contada e achei fascinante a forma que Ruta Sepetys deu vozes às milhares de pessoas que foram atingidas diretamente pelo genocídio cometido por Joseph Stalin.

Embora a família de Lina Vilkas seja fictícia, a autora, que é filha de um lituano refugiado, valeu-se de fatos reais para contar a história de horror vivida pelos povos dos países bálticos durante a Segunda Guerra. Foi este o regime de Stalin: marcado por opressões, uma dura realidade enfrentada por milhões de pessoas anuladas e que por quase cinquenta anos tiveram que ficar em silêncio por medo de represálias.

É através de Lina que vivenciamos a bravura, a fé e a esperança desses povos oprimidos. Ela conheceu toda a dor física e emocional que um ser pode sentir, conheceu a fome, o frio, foi constantemente humilhada. Mas conheceu também na força de seu povo a vontade de lutar pela sobrevivência. Lina presencia diversos acontecimentos e acaba documentando a tudo graças ao seu grande talento de desenhista. Os desenhos passam a ser a forma de lidar com a vida cruel e inimaginável que passou a ter. Lina guarda a todos os desenhos, em segredo, assim como outros presos mantinham diários, na esperança de que um dia se tornassem documentos comprobatórios do massacre sofrido. Uma pena que as ilustrações feitas por Lina – e tão bem descritas em detalhes pela autora – não estejam presentes no livro.

Uma obra com uma narrativa dolorosa, porém verdadeira em seus fatos, tocante, e que, se não fossem pelo relato de sobreviventes, talvez fosse uma parte desconhecida da história.

Um relato de uma dor coletiva na voz de uma jovem. Um livro que deve ser lido por todos.
Manuella_3 29/03/2014minha estante
Renata, este é um daqueles livros que quero ler, mas temo a dor que vou sentir. Adoro dramas, mas alguns tão reais e pungentes, ainda aguardam o momento certo.
Adorei sua resenha.


S@m 30/03/2014minha estante
Li O Diário de Anne Frank e gostei muito. Este eu também quero ler.


Renata CCS 31/03/2014minha estante
Manuella e S@m,
O livro é um soco no estômago, mas é uma leitura indispensável. Tenho certeza que irão gostar muito.


Helder 04/04/2014minha estante
Renata, acho que este foi um dos livros mais tristes que li na vida. Torcia tanto para que chegassem boas noticias, mas o ser humano é cruel. Juro que passei a achar Hitler bonzinho perto de Stalin. A perseguição aos judeus, querendo ou não, durou durante a guerra. Já os povos bálticos perderam totalmente sua identidade tendo que ser comunistas, pois o mundo não tinha a mínima ideia de que eles existiam. Impossível não se colocar no lugar deste povo e sentir sua dor ao ler este livro. Também acho que deveria ser leitura obrigatória , para que o mundo parece de cometer atrocidades.




Janaina Edwiges 12/01/2022

"É preciso defender o que é certo sem esperar gratidão nem recompensa"
Cinzas na neve é um romance histórico do gênero jovem adulto, que tem como pano de fundo a deportação de milhares de lituanos para os campos de trabalhos forçados soviéticos, durante o governo de Josef Stalin. A história é bastante comovente, porque permite ao leitor enxergar as atrocidades existentes nestes campos, em que milhões de pessoas foram submetidas a horas extenuantes de trabalho, em locais extremamente insalubres. Muitos prisioneiros morriam de fome, doença, exaustão ou eram simplesmente executados.

Embora a autora tenha feito um trabalho de pesquisa histórica, especialmente dos sofrimentos impostos aos prisioneiros nos campos, achei que faltou uma descrição mais rica de alguns lugares em que se passa a narrativa, o que permite ao leitor se transportar mais facilmente para o ambiente da história. Na minha opinião, algumas descrições ficaram mais vagas. A maior parte do livro se passa na região da Sibéria, então seria interessante informações mais detalhadas sobre o lugar, além do mais óbvio, que são os invernos rigorosos. Tem um momento em que a autora menciona a existência de uma vila próxima a um dos campos, o que me gerou bastante curiosidade sobre a rotina daquele lugar, porque seria um contraponto interessante: a vila, em que haveria uma vida aparentemente normal X o campo dos prisioneiros. Mas a autora apenas trata esse fato de maneira mais superficial.

De qualquer maneira, acredito que romances como este são importantes para que se conheça mais sobre o passado, contribuindo para que tamanha crueldade não seja apagada da História. Espero ler em breve outro livro que também tenho da autora: O sal das lágrimas.
Fabricio268 13/01/2022minha estante
Oi Janaína. Ainda hoje tenho dificuldade de entender esse gênero jovem adulto. Quais são as características de um livro para ser considerado jovem adulto?


Janaina Edwiges 15/01/2022minha estante
Então, Fabrício, não sou formada em Letras para passar uma definição exata, mas eu entendo o gênero jovem adulto como sendo aquele direcionado para o público juvenil, na maioria adolescentes. Com personagens, temas e conflitos centrais mais próprios desta faixa etária. Este livro é narrado em primeira pessoa pela adolescente Lina, de 15 anos. Assim, a percepção dos fatos e muito do que ela escolhe nos contar, de alguma forma, são mais característicos de uma jovem. Por exemplo, apesar da história se passar em um contexto mais pesado e triste, há várias situações muito características da adolescência: um pouco das primeiras paixões, a descoberta dos talentos, caminhos profissionais que poderia seguir, o entendimento ainda inicial das questões políticas e do mundo. E eu também achei a linguagem do texto bem tranquila, mais simples, construída na maior parte com frases, períodos mais curtos e de fácil entendimento. Mas claro que qualquer faixa etária pode ler também rsrsrs :)


Fabricio268 15/01/2022minha estante
Obrigado, Janaína. Depois da sua explicação, percebi que já li um monte de livros jovem adulto e não sabia.
Abraços. ?


Cris 30/01/2022minha estante
Fiquei com vontade de ler depois q li sua resenha.




Monithex 20/06/2022

Cinzas na Neve
?Andrius, meu marido, diz que o mal irá governar o mundo até o dia em que os homens e mulheres bons decidirem agir. Acredito nele. Este testemunho foi escrito para criar um registro fiel, para podermos falar em um mundo no qual nossas vozes foram silenciadas? - registro encontrado enterrado em 1954.

?No auge do inverno, finalmente percebi que dentro de mim havia um verão invencível.? - Albert Camus.

Adaptação Netflix ?Retratos de uma guerra?.
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Helder 12/03/2014

Hoje vou dormir mais triste...
...cheio de vontade de abraçar Lina e Jonas e dar-lhes um pouco do calor que a estupidez humana lhes tirou.
Eu acho que este foi o livro mais triste que já li em toda a minha vida. Foram dois dias cheio de esperanças vãs. Não derramei lagrimas, mas me senti tão pequeno e impotente que fica até difícil explicar. Vontade de pegar um voo para a Lituânia e abraçar todo aquele povo, que perdeu tudo. Sua história, seu país, suas tradições, sua identidade. Não consigo parar de pensar se hoje eles já conseguiram recuperar uma parte disso.
Adoro livros sobre a 2ª Guerra e a história da perseguição Nazista aos judeus. Lembro de ficar muito emocionado ao visitar Praga e conhecer o "Roteiro Judeu", que só foi mantido ali porque Hitler esperava exterminar todos os judeus e construir um museu em Praga, para mostrar a humanidade o que ele conseguira exterminar. Mas Hitler tinha um objetivo e um alvo, e até hoje eu achava que ele era o maior monstro que já aparecera na humanidade.
Até conhecer a estória sem esperança de Lina e sua família, que foram arrancados de casa e transformados em porcos e escravos, sem nenhum motivo minimamente racional. O que Stalin imaginava fazer? Ter escravos simplesmente por tê-los?? E o porque de levar um grupo até o Polo Norte?
E sempre achamos que os judeus sofreram, mas aquele mal durou de 1939 a 1945, quando Hitler morreu, porém a tragédia de Lina e dos países bálticos durou muito mais do que isso, pois após a guerra eles foram simplesmente esquecidos pelo mundo e anexados a Rússia, que se sentia no direito de governar aquela parte do mundo. O que era pior? O nazismo ou o comunismo??
O livro é dividido em 3 partes. Na primeira, descreve a viagem de 4 meses em um trem em condições sub-humanas. Na segunda descreve a vida destas pessoas trabalhando como escravas em uma fazenda comunitária e na terceira e mais cruel e sem sentido de todas, onde alguns Lituanos foram levados para morrer no Polo Norte. Impossível imaginar tamanho sofrimento.
No mínimo a dor deste povo durou 50 anos, pois foram invadidos pela Rússia em 1941 e só foram “libertados” após a queda do muro de Berlim em 1989. Difícil imaginar como foi o retorno destes países a vida normal. Difícil imaginar Linas, Jonas e Elenas que não tenham vivido simplesmente pelo ódio e desejo de vingança. Difícil entender como os russos eram capazes de tal atrocidades.
Livro triste e difícil, porém uma leitura obrigatória, para que o mundo saiba a que ponto o chamado “ser humano” pode chegar, e evitar que isto se repita. Será possível aprender com os erros do passado ou o homem sempre arruma motivos para se sentir superior ao seu semelhante??
No fim, além da inclusão dos Países Bálticos na minha lista de locais a se conhecer antes de morrer, fiquei com vontade de engatar outro livro sobre a 2ª Guerra que está na minha fila há tempos, mas acho melhor procurar uma leitura mais feliz para ver se o buraco no meu peito se fecha um pouco.
Recomendo!
Arsenio Meira 13/03/2014minha estante
Li sua resenha, ficou muito boa, e já comprei. É um romance-porrada, na boca do estômago... Abraços


Renata CCS 14/03/2014minha estante
Estou na metade do livro e concordo com o Arsênio: é um soco no estômago.
Ótima resenha, Helder!


hassdc 15/11/2016minha estante
Acabei de ler esse livro. Coração ainda chora junto por saber que coisas assim realmente aconteceram.
Sempre só falam de Hitler e esquecem Stalin.
Você sabe se existem outros romances desse tipo, voltados para Stalin também?


Helder 09/06/2017minha estante
Oi Hassdc, este Skoob não me avisa quando escrevem em minhas resenhas. Desculpe não lhe responder antes. Eu não conheço nenhum outro livro que fale sobre? Stalin e sua crueldade como este aqui. Criança 44 e Queda de Gigantes contam outras histórias bem interessantes TB, sobre a Revolução Russa e sobre a KGB. Ambos valem a pena. Devo ter resenhas em ambos. De uma olhada.




Jackeline.L 24/08/2022

É bom, mas esperava mais
Sinceramente, eu gostei mais do filme do que do livro(algo raro de se acontecer).
Inclusive, foi através do filme que soube da existência do livro. Claro que a história é emocionante, mas não gostei muito da forma que se desenrolou no livro, acho que no filme eles conseguiram trabalhar isso de uma forma mais fluída.
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Isabella.Wenderros 15/11/2021

Forte, impactante e envolvente.
No século 20, a União Soviética de Stalin anexou ao seu território alguns países europeus, entre eles, a Lituânia. Enquanto o mundo se concentrava na Segunda Guerra Mundial, milhões de pessoas foram consideradas traidoras do regime, presas e enviadas para campos de trabalho forçado na Sibéria. Apesar de não existirem documentos que digam o número exato de vítimas, é provável que a maioria tenha sucumbido diante de tanto sofrimento. Para aqueles que sobreviviam – depois de décadas de abusos inimagináveis – a volta para casa era agridoce: eram vistos como criminosos, suas casas pertenciam aos agentes do regime, até mesmo seus nomes, em alguns casos, tinham sido roubados. O silêncio era essencial para evitar ser assassinado ou voltar para o lugar onde tinham ficado por anos. É nesse contexto que a autora apresenta Lina Valkas e sua família.

Lina, com 15 anos, impressiona com seu talento espantoso para o desenho. Prestes a ingressar em um renomado curso de arte, vê sua vida desmoronar quando sua casa é invadida na madrugada pela NKVD e ela é levada juntamente com sua mãe e seu irmão para um trem de carga sem saber qual o motivo ou seu destino. Desse ponto em diante, o terror em que ela é jogada com milhares de desconhecidos é chocante – em alguns momentos, eu me peguei pensando sobre o nível de crueldade no qual a humanidade pode chegar.

Em contrapartida, existia tanta empatia e bondade entre a maioria das pessoas, que dava uma sensação de esperança. Elena, mãe da protagonista, foi alguém por quem eu torci muito. Ela era uma luz no meio de tanta escuridão, sempre pronta para estender a mão e acolher alguém – mas não era a única. Como podiam, todos tentavam aliviar o fardo tão pesado que precisavam carregar juntos, inclusive, crianças e idosos.

O assunto tratado por Ruta Sepetys foi uma novidade pra mim, algo sobre o qual nunca tinha ouvido falar. Com capítulos curtos, a leitura fluiu rapidamente, apesar do tema pesado. Além disso, me envolvi tanto com os personagens que não consegui largar até descobrir o que aconteceria com eles. Fiz mil pesquisas no Google, marcando outros livros que falam sobre esses campos soviéticos e assisti a adaptação de 2018 – muito boa no começo, morna no meio e gostei bem pouco do final; apesar disso, valeu a pena.

Acho que a conclusão poderia entregar um pouco mais de informações – existe epílogo do epílogo? Foi uma ótima leitura, que me surpreendeu e apresentou um episódio da história humana que eu desconhecia. Fiquei emocionada e tocada. Uma das minhas melhores leituras do ano.
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Ana 22/02/2023

Uma das coisas que eu mais amo em ler livros que eu nunca ouvi falar antes é o poder que eles têm de surpreender. É claro que uma maravilha assim acontece uma vez em cem, então posso dizer que A Vida em Tons de Cinza é um livro premiado. Devorei essa história como se fosse a última coisa que eu faria na vida.

Lina tem 15 anos, é lituana e um sonho: ser aceita em uma famosa escola de artes na capital. É claro que seus desenhos maravilhosos a ajudam a conquistar esse objetivo. Mas ela vê seu sonho e seu mundo desmoronarem quando ela é capturada, junto com sua família, pelo exército de Stálin (NKVD) e enviados para os terríveis campos de internamento durante o período da Segunda Guerra Mundial.

Ela, sua mãe (Elena) e seu irmão (Jonas) são separados do pai e jogados em um trem que transportava ladrões e prostitutas. Assim, chegam ao Campo de Trabalho de Altai onde são obrigados a trabalhar como escravos e em condições precárias para garantirem um pequeno pedaço de pão por dia. A única coisa que os move nessa tempestade é a esperança e fé de que dias melhores virão, e é essa esperança que faz Lina se arriscar tentando se comunicar com o seu pai através de mensagens codificadas em seus desenhos.

Cerca de um terço da população da região Báltica foi exterminada durante o reinado de Stálin, um comunista que tinha como objetivo expandir o socialismo pela URSS e, em consequência disso, nos demais países. É óbvio que toda a população era obrigada a seguir os ideais de Stálin eram presos e exilados. A autora fez uma pesquisa muito detalhada sobre o assunto, além de se inspirar em casos verdadeiros para escrever uma história ainda mais real. É incrivelmente triste ler e lembrar todo o sofrimento que essas pessoas passaram e pensar que, apesar de esse pesadelo ter ocorrido há tanto tempo, acontecem coisas tão parecidas bem na nossa frente.

A Vida em Tons de Cinza é um romance emocionante, com personagens corajosos e fortes, que mostra muito sobre o sofrimento desse povo nos gulags, principalmente pelo livro ser narrado por Lina. Mas é importante lembrar que, mesmo sofrendo tanto, nenhum deles perdeu a esperança sequer um minuto.

Sem dúvidas, esse livro é uma leitura obrigatória não só para quem gosta do tema, mas para quem quer saber como a fé e o amor podem sim ser o remédio. Ruta Sepetys, com uma escrita simples e crua, conseguiu mostrar como nós não temos o que reclamar da vida que levamos.

site: https://www.roendolivros.com.br/
Pheriannath 22/02/2023minha estante
Esse livro é uma aulaaaaa, aliás, tem o filme na Netflix Ana


Ana 22/02/2023minha estante
Fiquei sabendo agorinha do filme, já vou me programar pra ver!


Pheriannath 22/02/2023minha estante
Não é tão bom como o livro (lógico) mas, vale a pena ??




Fabiano133 27/11/2020

Comovente, tocante, inspirador...o que você pode tirar das pessoas? O que uma pessoa maltratada, humilhada, tratada como animal pode entregar às outras? Qual a sua real força? Neste livro reaprendemos sobre crueldade e bondade humana; e é incrível o quanto a bondade sempre impactará corações.
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Thays 17/04/2024

Um final que não foi feliz
Não espere um final feliz neste livro. Ele trás a realidade do genocídio durante a segunda guerra mundial nos países bálticos.
As cenas são tão reais!
A dor é tão real!
O frio é tão real!

Que livro...
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Yago 24/03/2021

Importante
É impossível não criar comparação com outra obra da autora (O sal das lágrimas).
O que faz "Cinzas na neve" parece pequeno, já que o outro é mais bem escrito, seus personagens se desenvolvem mais e a história é mais envolvente.
Mas essa livro é importante. Tem personagens cativantes e com narrativa emocionante.
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Eduardo1304 10/04/2022

A vida em tons de cinza
Bem , pertinente ler esse livro exatamente em 2022 .
Para enteder a vida de um pais em guerra, como vive a população.
A vida em tons de cinza conta a história de um povo que perdeu tudo, menos a dignidade, a esperança e o amor.
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Dani Fuller 02/09/2011

Impressionante!
Acredito que seja um livro que não chame atenção logo de cara para a maioria das pessoas. Aquela leve impressão que será algo maçante, mesmo com uma sinopse interessante. Quando vi que ele não era tão grosso, confesso que deu uma animada... e mal sabia que isso voltaria contra mim rs rs rs.

"É preciso defender o que é certo sem esperar gratidão nem recompensa."

Acompanhamos uma parte da vida de Lina, exatamente como vemos na sinopse, fica impossível não se emocionar ao passar as páginas desse livro. Capítulos curtos, de um livro curto, mas uma história intensa, de personagens profundos, muita história, emoção, sofrimento. E também com muita luta e esperança. Além das descrições marcantes, dos agonizantes meses passados por ela, a família e demais deportados. E pensar que realmente alguém (muitos na verdade) presenciou e sentiu na pele aquilo. É aterrorizante!

Às vezes tento fugir desses relatos, mas não podemos fugir da verdade. Parece ficção, mas aconteceu... e apesar de termos muito mais notícias (eu pelo menos) sobre o terror de Hitler, não tivemos só ele de tirano no mundo e até na mesma época. Como pode ter acontecido? Como podem ter deixado acontecer? E como ainda alguém conseguiu sobreviver? De onde vem essa força e coragem?

"Mas não havia lógica alguma. A psicologia de terror de Stalin parecia ter por base o fato de nunca se saber o que esperar."

No livro temos as várias facetas e reações que um humano poderia refletir... a mais aceitável/comum seria de revolta ou injustiça ou egoísmo e até a descrença (ou tudo isso junto) que podemos observar na 'mulher ranzinza' e 'homem careca'. Apesar de serem irritantes em vários momentos, realmente não podemos culpá-los, né? Mas também temos o outro lado, o da esperança, amor e principalmente solidariedade. Todos esses traços percebemos em Elena, mãe de Lina. Incrível a força e bondade da mulher.. por mais que nem tivesse o suficiente para ela e os filhos, ela jamais deixava de dividir com os até então desconhecidos. Talvez por saber que ninguém pediu para estar naquela situação e que o importante era ficarem unidos e garantir a sobrevivência do todo. E não passará em branco isso.. acabará gerando frutos onde menos se espera.

"Não dê nada eles, Lina, nem mesmo seu medo."

Você fica preso na leitura até o fim.. eu li em 1 dia!! Quando acaba, você quer mais. Um livro com uma adolescente vivendo uma história séria e adulta. Precisando amadurecer cedo e aprendendo a lutar pela vida. Ainda sim sobrando espaço para mostrar um possivel romance (fofo!) e as dúvidas que cercam uma jovem de 16 anos. Nem tudo foi pesado, tinha os momentos sutis que nos colocavam um sorriso no rosto.

"Espero que levem você a fazer alguma coisa, a contar a alguém. Somente então poderemos ter certeza de que esse tipo de mal jamais voltará a se repetir."

Mas é tudo muito real, sem cortes, como de fato um relato sobre a Guerra deve ser. Não adianta tentarmos mascarar e romancear o inferno...ele precisa ser mostrado da maneira mais fiel possível, assim sempre ficará vivo em nossos olhos, memória e coração. Não permitindo jamais o seu retorno. Preciso destacar também a explicação da autora no final, orientando aos que não conhecem a história e contando sobre a realidade existente no contexto do livro. Imperdível!

"Mas a maioria dos povos bálticos não guarda mágoa nem rancor. São gratos aos soviéticos que mostraram compaixão. Valorizam sua liberdade e estão aprendendo a viver com ela."
Júnior 04/09/2011minha estante
Amei a sua resenha, me deu vontade de lê-lo agora!


Cris 02/01/2013minha estante
Li esse livro recentemente e é IMPRESSIONANTE mesmo! Eu amei. É uma história intensa, sofrida, verdadeira e que nos faz pensar que somos medíocres por reclamar de algo até mesmo fútil, se comparado a isto. A vida podia ser pior. Devemos valorizar a que temos.




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