Katy 02/12/2020
Só eu que achei parecido com Pretty Little Liars, só que sem -A?
Bom, vou começar falando da protagonista, que em alguns momentos me irritou pela teimosia, por se importar demais com o julgamento dos outros e por ter uma certa atitude de preconceito em relação ao comportamento das outras meninas, inclusive da sua melhor amiga. Sabe a clássica feminista de mentirinha, que ataca os homens (muitas vezes gratuitamente), mas que é a primeira a julgar ou censurar as outras mulheres? É mais ou menos isso. Mas de certa forma, dá pena. Dá pena porque ela é aquele tipo de pessoa que vive presa à opinião dos outros. Parece que tudo que ela faz ao longo do livro inteiro (e todos os comportamentos que ela critica) é mais preocupada com o que os outros podem pensar do que com que ela realmente quer. Tinha hora que dava vontade de sacudir ela e gritar "VAI DAR!" Beijar na boca, transar, dar uns amassos... tudo isso é maravilhoso e foda-se se vão pensar que você é isso ou aquilo, a vida é uma só! No fim das contas, o medo de ser julgada e a auto-pressão eram mais inimigas dela do que qualquer opinião alheia.
Ademais, o livro me lembrou um pouco a série Pretty Little Liars, não sei porquê. Mas a protagonista Natalie em alguns momentos me lembrou a Spencer Hastings, porque querer ser sempre a melhor, por se preocupar muito com as notas e pela pressão que vivia (só que no caso da Spencer, a família pressionava ela, enquanto a Natalie é ela mesma que se pressiona). E a Spencer do livro me lembrou a Alisson da série: aquela postura de Lolita, jovem demais para tamanho atrevimento e vulgaridade; uma criança que tudo que faz é pensando em seduzir e se objetificar, achando que isso lhe dá poder sobre todos.
Foi meu primeio e-book. Nunca consegui ler nada que não fosse impresso, com o cheirinho de papel. Mas esse, sim. Sendo assim, não posso dizer que não gostei. É uma leitura leve, fácil, gostosa. O tipo de livro que você pode ler enquanto escuta música ou até mesmo enquanto assiste tv, pois não perderá nada, porque nada de muuuuuito grave ou marcante acontece. É um livro "esquecível", mas isso não tira seus méritos. Uma coisa que aprendi ao longo da vida é que nem tudo que a gente lê e assiste precisa ter um poder transformador sobre nós. As vezes a gente só quer relaxar e se distrair mesmo, e para isso, este cumpriu seu propósito.