Sobre a Televisão

Sobre a Televisão Pierre Bourdieu




Resenhas - Sobre a Televisão


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Welma 18/11/2009

Talvez se possa dizer grande coisa sobre a televisão
O livro Sobre a Televisão, de Pierre Bourdieu, tem como objetivo apresentar as tramas de censura que se escondem por trás das imagens e dos discursos exibidos pela televisão, que são capazes de influenciar as diferentes esferas da produção cultural.
No prólogo da obra, Bourdieu ressalta os motivos por que critica os mecanismos televisivos e esclarece que suas análises não são “ataques” contra os jornalistas e contra a televisão, mas que sua intenção é que seus estudos possam contribuir para que “o que poderia ter se tornado um extraordinário instrumento de democracia direta não se converta em instrumento de opressão simbólica”. (p. 13)
O livro divide-se em duas partes. A primeira, intitulada O estúdio e seus bastidores, inicia-se com questionamentos sobre a censura na TV. Por causa da censura na televisão, que muitas vezes não nos damos conta, Pierre Bourdieu instiga se deveríamos abster-nos de nos exprimir nela, pois, de acordo com ele, “não se pode dizer grande coisa na televisão, muito especialmente sobre a televisão”. (p.15) O autor discuti ainda o fato de que a TV passou a ser uma espécie de “espelho de Narciso”, um lugar para se ser percebido, como uma necessidade de reconhecimento, por parte de escritores, filósofos etc. pelos jornalistas, que significa o próprio sentido de ser.
Ainda na primeira parte, Bourdieu nos apresenta conceitos como o de “fatos-ônibus”. Os “fatos-ônibus” fazem parte de um mecanismo de ação simbólica que se explica por atrair a atenção para fatos que são de natureza a interessar a todo mundo, porém sem estimular o pensamento crítico. Isso faz parte de uma espécie de censura invisível que “faz da televisão um formidável instrumento de manutenção da ordem simbólica”. (p. 20) É importante ressaltar também a metáfora dos óculos apresentada pelo autor, e a idéia da busca da exclusividade que o jornalista enfrenta, o que resulta muitas vezes na uniformização e na banalização de determinado assunto.
Bourdieu refere-se ainda à batalha pelos índices de audiência, pelo sucesso comercial e ao fato de que a urgência disso tem prejudicado as discussões críticas, devido à falta de tempo para aperfeiçoar o pensamento, o que tem feito surgir os fast thinking, pessoas que pensam por “idéias feitas”. O domínio da TV é percebido também através da manipulação dos debates. Bourdieu exemplifica isso através dos conceitos de debates verdadeiramente falsos ou falsamente verdadeiros.
Na segunda parte da obra, denominada A estrutura invisível e seus efeitos, Pierre Bourdieu dá partida a sua análise, invocando a noção de campo jornalístico. Através de tópicos como Fatias de mercado e concorrência, Uma força de banalização, Lutas arbitradas pelo índice de audiência, A influência da televisão, A colaboração e o Direito de entrada e dever da saída, Bourdieu esclarece mais ainda os efeitos da censura e da concorrência sobre os jornalistas, e os reflexos disso no conjunto das produções simbólicas.
Em suma, o livro Sobre a Televisão traz uma rica análise sobre os efeitos da televisão na construção de uma esfera cultural que interfere na vida de milhões de pessoas. A obra é extremamente recomendável e de vital importância para desenvolvermos nosso pensamento crítico referente à busca de audiência, à censura televisiva e à forma pela qual podemos incitar uma quebra desses moldes já estabelecidos.

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Paula 30/08/2009

O conteúdo do livro é muito bom, mas tem que ter muita disposição de ler, porque é chato =P
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Son Vasconcelos 29/10/2009

Dedicado ao estudo de diversos assuntos e considerado um dos intelectuais mais influentes de sua época, o sociólogo francês Pierre Bourdieu não poderia deixar de ser lembrado pelas suas críticas aos meios de comunicação com a obra ‘Sobre a Televisão – seguido de A Influência do jornalismo e Os Jogos Olímpicos’ (Jorge Zahar Editor - 1997).

No livro de 143 páginas, o autor abre uma polêmica discussão ao estudar a cultura mediática no espaço da mídia. Neste livro, Pierre Bourdieu disseca e desmonta os mecanismos de censura que estão nos bastidores da televisão, por trás das imagens e discursos exibidos na TV. Um alerta para os perigos que tais mecanismos representam para todas as esferas culturais.

Para Bourdieu, a tela da televisão tornou-se hoje ‘uma espécie de espelho de Narciso, um lugar de exibição narcísica, no qual querem se mirar os intelectuais (filósofos e escritores) mediáticos’, do qual fogem os eruditos e pensadores, evitando uma mídia extremamente superficial.

Bourdieu acha que pouca coisa pode ser dita num veículo que impõe o assunto, o tempo irrisório e que tem interesses econômicos invisíveis e, muitas vezes, inconfessáveis. Tudo isso faz da televisão, segundo o sociólogo, um formidável instrumento de manutenção da ordem simbólica. O que se pode dizer na telinha? A pergunta deveria ser uma espécie de reflexão destinada a buscar meios para superar as ameaças da instrumentalização.

Dentre as várias razões, evidenciadas pelo estudioso, para a ausência de debates ou discussões aprofundadas na TV por parte dos jornalistas e apresentadores está na relação tempo – fator determinante na produção de qualquer programa televisivo.

Ora, se há pouco tempo, porque preenchê-lo com coisas fúteis? Não há outra explicação. As coisas fúteis vendem; o entretenimento alimenta o bolso dos empresários da comunicação. A exemplo disso, não se pode deixar de referenciar um dos programas da emissora de maior alcance no país – o Big Brother Brasil, já em sua sétima edição, pela TV Globo. É um tempo raro preenchido com o vazio ou quase nada, sem informações pertinentes que deveria possuir o cidadão para exercer seus direitos democráticos. E o pior de tudo: o programa não ensina nada, mas atrai. Diariamente, no período noturno, milhões de brasileiros estão ligados no programa.

De fato, A TV coloca em risco diferentes áreas do conhecimento, assim como a vida política e a cidadania. Entretanto ela tem potencial para ser "um extraordinário instrumento de democracia direta", sem constrangimentos de qualquer ordem.

Em seus estudos, o autor desenvolveu sua análise sobre a televisão e, particularmente, sobre o jornalismo televisivo a partir da noção de campo. "Um campo é um espaço social estruturado, um campo de forças – há dominantes e dominados, há relações constantes, permanentes, de desigualdade, que se exercem no interior deste espaço – que é também um campo de lutas para transformar ou conservar este campo de forças." (p:57).

Como se estrutura o campo jornalístico e quais as conseqüências desta estruturação para o jornalismo que nos é oferecido pela TV? De acordo com Bourdieu o universo do jornalismo é um campo que está sob a pressão de outras esferas, como a econômica, a partir de uma realidade a qual a TV cada vez mais se submete: o índice de audiência.

Em íntima conexão com os índices de audiência estão os critérios de seleção daquilo que será mostrado na TV. A TV convida à dramatização: põe em cena as imagens e exagera a importância do fato, seu caráter dramático e trágico. Os acontecimentos são selecionados a partir do princípio do sensacional, do espetacular, da busca do "furo jornalístico", que inunda a tela de enchentes, incêndios, acidentes, assassinatos e aquilo que chama à atenção do telespectador, isto é, assuntos que vendem.

Salvo alguns poucos programas informativos das emissoras do território nacional, a maioria deles excede a dose de temas que tratam sobre o despeito ou a desconsideração dos valores humanos e éticos. É a superexposição e banalização da violência, da criminalidade, da onda de atos ilícitos.

Ao submeter-se à pressão comercial, a TV pode "ocultar mostrando, mostrando uma coisa diferente do que seria preciso mostrar caso fizesse o que supostamente faz, isto é, informar; ou ainda mostrando o que é preciso mostrar, mas de tal maneira que não é mostrado ou se torna insignificante, ou construindo-o de tal maneira que adquire um sentido que não corresponde absolutamente à realidade" (p:25).

A televisão é, assim, um instrumento de criação da realidade que, no entanto (e aí está o fundamento da violência simbólica), esconde esta função sob a máscara de mera observadora desta realidade. Com isso, a imprensa e, em particular, a televisão assumem de imediato uma posição protagonística nas lutas políticas, ainda mais quando se sabe, de acordo com a definição de Bourdieu, que um dos traços centrais da política — senão o traço central — é a disputa pela imposição de representações do mundo social.

Os direitos da audiência devem ser resguardados sim, e cabe a TV cumprir os papéis sociais de um meio de comunicação deste porte. Talvez estas sejam condições importantes para a garantia da possibilidade de programas informativos que não se prendam à lógica do patrocinador, aos interesses da direção.
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Clarisse Bastos 04/08/2010

A televisão na vida das pessoas
No livro “Sobre a televisão” é aberta uma discussão sobre a cultura da televisão no espaço da mídia. Bourdieu revela ainda os mecanismos de censura que estão na televisão, por trás daquilo que é transmitido e lança um alerta para o perigo que tais mecanismos representam para todo mundo.
Uma importante questão abordada no livro é o uso da televisão ao alcance dos intelectuais. Podemos observar certas posturas relatadas pelo autor, onde jornalistas, escritores e pesquisadores participam da televisão visando à popularidade e também é observado que o uso desta é restrito como meio de difusão cultural.
Bourdieu diz que a televisão ao mesmo tempo em que transmite uma mensagem, omite outras, ou seja, só mostra aquilo que interessa para a emissora. Mesmo com o tempo restrito de programação, ainda encontramos muitos jornais, talk shows, novelas que insistem em transmitir coisas fúteis, afinal essas mesmas coisas vendem e o entretenimento alimenta o bolso dos empresários.
De fato, A TV coloca em risco diferentes áreas do conhecimento, assim como a vida política e a cidadania. Em seus estudos, foi desenvolvida uma análise sobre o jornalismo televiso, como um campo social:

"Um campo é um espaço social estruturado, um campo de forças – há dominantes e dominados, há relações constantes, permanentes, de desigualdade, que se exercem no interior deste espaço – que é também um campo de lutas para transformar ou conservar este campo de forças." (Bourdieu, Pierre. Sobre a Televisão. Jorge Zahar Editor, 1997, p. 57.)

De acordo com ele, o universo do jornalismo é um campo que está sob a pressão de outras esferas, como a econômica, a partir de uma realidade a qual a TV cada vez mais se submete: o índice de audiência.
Salvo alguns poucos programas informativos das emissoras do território nacional, a maioria deles excede a dose de temas que tratam sobre o despeito ou a desconsideração dos valores humanos e éticos. É a superexposição e banalização da violência, da criminalidade, da onda de atos ilícitos.
Os direitos da audiência devem ser resguardados sim, e cabe a TV cumprir os papéis sociais de um meio de comunicação deste porte. Talvez estas sejam condições importantes para a garantia da possibilidade de programas informativos que não se prendam à lógica do patrocinador, aos interesses da direção.
O grande efeito que o livro de Bourdieu tem sobre todos, é chamar a atenção para estes pontos assinalados, que muitas vezes são ignorados.
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Elaine P. 08/06/2009

Esse é para quem tem paciência para o discurso inflamado de Bourdieu. O mais curioso é que ele se dispõe a falar mal da televisão em um programa de TV!
Bazim 25/10/2012minha estante
A TV COMO UMA ESTRUTURA....SE VC NAO LE FICAR DIFICIL...FALA SOBRE ,,,ENTENDE....


Jenyfer4 24/04/2023minha estante
Mas essa é uma das primeiras criticas a qual ele explora, criticar o espaço televisivo estando inserido a dele, ainda mas quando ele cita a disponibilidade e os privilégios que o College de France lhe dá, a critica não parte de que a televisão e em seu teor somática (ao meu ver) em toda falha, mas sim que ela se torna toda falha, a televisão passa a um mero espetáculo desenfreado por audiência, por marionetes. De certo modo, quase pessoal leio Bourdiue esperando mais da televisão, da tecnologia que devera ser inovadora para mídia e comunicação, mas que se deixou ser um simples instrumento do mercado.




Bruno 09/10/2009

perda de tempo
Bordieu parece o estereótipo do intelectual francês q fala como se estivesse descobrindo a roda aquilo q todo mundo tá cansado de saber. Medíocre é elogio.
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Tiago Ribeiro Santos 17/07/2010minha estante
Um pouco aligeirada sua resenha, na minha opinião, bem como outras duas que seguem abaixo. Procure fundamenta-la.




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