DIRCE 09/07/2013
"DESASSOSSEGO"
Admito que posso estar sendo injusta ao avaliar Persépolis com 3 estrelas, pois o problema não está no livro e sim em mim. Por saber que se tratava de um romance gráfico com um tema que me é apaixonante – O Irã -, criei muita expectativa acerca do livro. Meu prazer pelos quadrinhos deve ter se perdido na sinuosidade do tempo e, quanto à história do Irã: A Revolução que instaurou a República Islâmica e suas implicações,percebi que a leitura nada estava acrescentando aos conhecimentos que adquiri quando li "Lendo Lolita em Teerã".
Dessa forma, como se trata de uma narrativa autobiográfica, me limiteia focar a leitura nas visão,indagações e angustias intimas da escritora (Marjane Satrapi) desde a sua infância até a idade adulta.
Achei muito divertida a visão da menina Marjane. Com certeza,se Pedro Bloch fosse vivo, diria: "criança diz cada uma...". Quanto a Marjane adolescente, fui eu quem disse: adolescentes são todas iguais, só mudam de endereço. Não é fácil ser adolescente. Quando se trata de uma adolescente que se vê obrigada a deixar de lado as convicções assimiladas da sua família frente a um Regime castrador, então...? E quando se trata de uma jovem um tanto quanto rebelde? Difícil e preocupante. Preocupante ao ponto de seus pais tomarem uma atitude, que a mim, que sou mãe, me pareceu inconsequente. As consequências do exílio de uma jovem ( menina ainda ) enquanto na formação da sua identidade não me causaram surpresa alguma.
Acredito Satrapi quis prestar uma homenagem ao povo Persa ao escolher o título Persépolis , porém um outro título que cairia bem a obra seria " DESASSOSSEGO". Haja desassossego...Tanto para jovem, como para os pais.