Armadilha mortal

Armadilha mortal Roberto Arlt




Resenhas - Armadilha mortal


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Karamaru 24/01/2019

O PREÇO DA AMBIÇÃO
Se há uma palavra para justificar as ações dos personagens dos contos desse livro de Arlt, ela é, sem dúvida, "ambição". Movidos por uma incisiva ganância material, são capazes de tramar e cometer crimes sórdidos, os quais, todavia, não ficam impunes.

Chama a atenção o estilo do autor: direto, pragmático, econômico; ele não dá espaço para divagações sentimentais. As ações são rápidas e há uma urgência em narrar.

Os personagens centrais, por exemplo, são apresentados já na primeira linha: "Antônio Fligtebaud assassinava, em média, um homem por ano" (primeiro parágrafo do conto "A vingança do macaco").

Outro exemplo interessante é que, nas marcações temporais, um parágrafo contendo uma única palavra - Noite. - às vezes é suficiente para indicar a mudança temporal.

Essa concisão talvez seja uma herança do seu ofício nas redações de jornais argentinos. Inclusive, Pablo Rocca, que assina o posfácio, reproduz a seguinte declaração do autor: "Escrevi sempre em redações barulhentas, acossado pela obrigação da coluna diária".

Os sete contos da coletânea reforçam uma das máximas das narrativas policiais: "ninguém é suficientemente esperto o quanto pensa". Haverá sempre um vestígio denunciador que, seja por descuido ou limitação imaginativa, contribuirá para que a verdade venha à lume.

Nessa toada, destaco os dois contos, para mim, mais interessantes: "A pista dos dentes de ouro" - o mais diferente do conjunto, por explorar o anticlímax -, e "A vingança do macaco" - cruel, irônico e carregado de simbologia, uma pequena obra-prima.

Um livro gostoso de ler, fluido e instigante, mas que, apesar das qualidades do autor, não traz consideráveis inovações ao gênero. Com certeza, uma obra que prenuncia as grandes obras de Roberto Arlt.
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Mari 19/06/2023

Muito bom, os capítulos curtos que fluem muito bem, todos com um plot inesperado que te deixam de boca aberta em menos de 10 páginas
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Adriana Scarpin 04/09/2015

Depois de toda a propaganda que o Piglia fez do Arlt em Respiração Artificial confesso que esperava mais, mas estou com El Juguete rabioso aqui e vamos ver no que consiste.
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Na Literatura Selvagem 03/08/2016

Armadilha Mortal, um romance policial de um dos grandes nomes da literatura argentina
Ganhei de minha amiga Lilian Farias um exemplar de bolso da L&PM Editores, intitulado Armadilha Mortal, do autor argentino Roberto Arlt [1900/1942] e confesso que nunca tinha ouvido falar dele até aquele momento, mas me intriguei com seu conteúdo, por gostar de literatura policial e já pela capa notar um clima 'noir' na obra... Esses dias resolvi alternar uma leitura com ele, pois pretendia tragá-lo aos poucos... e acabei lendo em pouquíssimo tempo, tal a riqueza de sua narrativa...



Ao todo, são sete contos que compõem o livro... No primeiro deles, A pista dos dentes de ouro, um assassino usa da astúcia para cometer uma vingança. O elemento 'sedução' é o que acaba salvando sua identidade... No conto Um argentino entre gângsteres, temos um engenheiro 'contratado' por bandidos que o obrigam a fabricar uma roleta viciada, a fim de ganharem os jogos de maneira suja.

leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2016/07/armadilha-mortal-um-romance-policial-de.html
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Our Brave New Blog 29/03/2017

RESENHA ARMADILHA MORTAL - OUR BRAVE NEW BLOG
Ando muito viciado em livros policiais. Imagino que seja porque, depois de ler Formas Breves, um livro de ensaios de Ricardo Piglia, talvez o maior fã de Roberto Arlt vivo, uma frase ficou gravada na minha mente: o gênero policial é a nova tragédia grega. Vários dos grandes autores pós-modernos usam a estrutura policial desdobrando-a das mais variadas formas para construir as novas grandes obras ocidentais, e isso vai de Detetives Selvagens até Contra o Dia. Por isso, nada melhor do que conhecer as origens do gênero, e para isso temos esse livrinho do grande escritor argentino.

Robertinho é considerado o Lima Barreto (o próximo homenageado da Flip, finalmente né, aliás eu vou nesse ano, quem vem?) da Argentina, o que para mim não é pouca merda, já que Lima Barreto é o influenciador secreto de vários escritores maravilhosos dentro da literatura brasileira, e o mesmo acontece com Arlt em seu país, de acordo com Bolaño. Ambos foram julgados como escritores ruins na sua época, o clássico incompreendido, justo por não ficar enrolando e atacar o problema de frente, e isso de todos os modos possíveis, tanto na estilística quanto na política e na sociedade. Conviveram com marginais e escreveram sobre eles, e,m por essa falta de medo do que a academia pensa, Arlt foi o primeiro a trazer o gênero policial, considerado menor durante muito tempo, para a América Latina.

Mas apesar dessa punheta toda, quando você pega a obra para ler, ela não tem nada de mais. São uns sete contos com uma estética até moderna (nada de quarto fechado e detetives cabeçudos), mas nenhum acrescentando muito à sua vida como leitor. A escrita tem um ar de comum: não é demasiadamente seca como Hemingway, não é floreada como Joyce, não enche linguiça informacional como Mann, e às vezes soa até como canastrona, o que pode resultar em algo cômico, como visto no final do primeiro conto, ou pode ajudar a não manter a rigidez, que é o caso do segundo conto onde a tensão é alta desde a primeira frase.


RESENHA COMPLETA NO BLOG: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/resenha-armadilha-mortal-roberto-arlt

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DeiaMolder 06/03/2022

Li este livro para um desafio literário.
Mês de fevereiro um autor argentino, pior que gostei.
São sete contos de suspense bem gostosinhos de ler e me senti muito confortável. Um livro de se ler em uma sentada.
Recomendo!
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