Resenhas - O livre arbítrio

marcinvsc 26/01/2024

Schopenhauer, Schopenhauer?
Apesar de um livro bem pequeno (116 páginas), a leitura é bem densa. Desde sempre eu achei e acho a ideia de livre-arbítrio uma fantasia de criança.
Primeiro, pela ótica cristã da natureza corrompida do homem e sua inclinação àquilo que a religião chama de ?pecado?. O Paulo, apóstolo, talvez seja o maior expoente dessa ótica. Na famosa passagem bíblica de Romanos 7, Paulo diz que o bem que ele deseja fazer, não faz. Mas o mal que não quer? sempre o persegue. Também há ainda Santo Agostinho que foi um dos primeiros a explanar a ideia de livre juízo.
Agora porém, acrescenta-se a ordem filosófica. Schopenhauer alugou um triplex em minha mente. O senso comum diz que liberdade é fazer o que se quer. Schopenhauer não questiona exatamente isso, mas questiona a ordem do desejo e o querer humano. Somos livres pra fazer o que quisermos não obstante sejamos incapazes de escolher o que queremos. Tudo o que fazemos decorre de quem somos. Não podemos mudar a nossa
natureza por nós mesmos.

Jess.Carmo 11/04/2021

Não existe livre-arbítrio para Schopenhauer
Schopenhauer inicia a obra expondo 3 definições dominantes acerca da liberdade, a saber, a liberdade física, intelectual e moral. A liberdade física consistiria na eliminação de todo e qualquer obstáculo material que se opõe à vontade de ação do indivíduo. Curiosamente, a liberdade intelectual não é definida pelo autor, relegando-a à definição aristotélica, a qual ele pressupõe já conhecida pelo leitor. Por fim, a liberdade moral consiste na eliminação do medo das consequências de uma ação.

Vemos que as 3 definições de liberdade fundamentais para o pensamento filosófico se definem como uma espécie de liberdade negativa, ou seja, a liberdade é a eliminação de um obstáculo material ou abstrato que me impedem de realizar uma ação que eu tenho vontade. Daí a conclusão de que o conceito empírico de liberdade seria dizer "Eu sou livre, desde que posso fazer aquilo que quero".

Para Schopenhauer a discussão se complexifica no "o que eu quero". Ora, temos liberdade de escolher o que queremos? Para o filósofo alemão, não. Se não existe vontade sem determinação, somos, então, escravos da nossa volição. Dessa forma, para o autor, não pode haver acordo possível entre uma liberdade escrava da vontade.

Vale pontuar que essa noção negativa de liberdade se tornará o baluarte dos autores neoliberais. Segundo essa concepção, a liberdade "é a ausência de coerção de indivíduos sobre indivíduos e do Estado sobre indivíduos" (SAFATLE et al, 2020, p. 99). Além disso, encontramos em Schopenhauer o embrião da definição de direito neoliberal, a saber, que o direito seria sempre direito a uma ação livre, ausente de obstáculos materiais e morais. Trata-se de uma ação fundamentada na ética do egoísmo, em que a liberdade consiste na ação do indivíduo de ganhar, conservar e se dispor de tudo que é de sua propriedade. Dessa forma, o direito é o que garante o indivíduo agir em favor de seus interesses individuais, sem coerção de outrem.

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Paulo Vitor 09/02/2021

Ótimo
Um tipo de livro que você tem que ler mais vezes para ficar as ideia sei autor. Mas gostei do jeito da escrita bem direta. As vezes achamos que somos livres, mas depois de ler este livro percebo que a liberdade é tão complexa e me deixou pensativo se realmente sou livre ou são só minhas vontades.

RÄsa-saraá¹Ä« dasÄ« 05/04/2015

Bom
Livro bom mas muito cansativo, se tiver coragem de ler até o final kkkkk mas muito legal a visão dele.

Braguinha 01/04/2014

Para intelectuais
Um livro de filosofia de dois expoentes do gênero. Um versa sobre a loucura, o outro sobre o livre arbítrio de que são dotados os seres humanos. Só não é melhor porque a linguagem é truncada tecnicamente, não adaptada para os leigos e iniciantes, sendo assim pouco atrativa. Na capa da edição que li, uma ilustração do Porto de Roterdã, Holanda.

Ivens 05/01/2012

Obrigado Schopenhauer por me dar a paz e tranquilidade que preciso. Sua Kabala materialista me trouxe de volta o sentido da vida, da essência do mundo e a minha própria. Não te recomendo para ninguém, eles é que devem te achar se e quando estiverem prontos.

HARRY BOSCH 26/12/2011

livre-arbitrio
Achei interessante o estudo apresentado sobre o livre arbitrio,que nos faz refletir sobre nossa liberdade de expressao e pensamentos.
O autor ainda faz alguns apontamentos interessantes sobre o processo evolutivo do ser-humano.