Resenhas - A Hora da Estrela

Vitoria293 11/04/2024

"Se o leitor possui alguma riqueza e vida bem acomodada, sairá de si para ver como é as vezes o outro. Se é pobre, não estará me lendo porque ler-me é supérfluo para quem tem uma leve fome permanente."

Jessica 11/04/2024

Sou um monstro ou isso é ser uma pessoa?
Por acaso e depois de tanto querer e, ao mesmo tempo, ter um certo receio de ler Clarice - por conta de tanta apreciação de sua famosa habilidade com a Língua Portuguesa, o que me causava um certo constrangimento e medo de não saber interpretar sua leitura - enfim li um livro seu, e amei!


?Talvez a nordestina já tivesse chegado à conclusão de que vida incomoda bastante, alma que não cabe bem no corpo, mesmo alma rala como a sua. Imaginavazinha, toda surpesticiosa, que se por acaso viesse alguma vez a sentir um gosto bem bom de viver - de desencantaria de súbito de princesa que era e se transformaria em Bicho rasteiro. Porque, por pior que fosse sua situação, não queria ser privada de si, ela queria ser ela mesma. Achava que cairia em grave castigo e até o risco de morrer se tivesse gosto. Então defendia-se da morte por intermédio de um viver de menos, gastando pouco de sua vida para esta não acabar.?

I.Cream.Sopa 11/04/2024

Gostei bastante da narrativa, não tem como errar quando o livro é da Clarice Lispector. Porém, meu preferido continua sendo Perto do Coração Selvagem.

Nathy 11/04/2024

E quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico.

Obra de Clarice que transcende a literatura.
Livro excelente para quem quer começar a ler as obras da autora. Que por sinal A hora da estrela foi seu último livro. História sensível. Com uma linguagem de fácil entendimento, você se depara com a Macabéa uma jovem nordestina muito ingênua, sem horizontes.
Vivendo no Rio de Janeiro, cheia de tabus e superstições. Leitura rápida e comovente.

voguemy_ 11/04/2024

Brasil de Macabéas
Não foi um livro fácil de ler, adoro a Clarice e seu jeito de enxergar as coisas, seu jeito de abordar insensibilidades, mas não é a minha escrita favorita.
Começando pelo que menos gosto, o início é demorado, é muito descritivo aos olhos de outra pessoa e talvez eu quisesse ver mais de como a Macabéa pensa do que ser um simples espectador dos seus dias.
O que eu gosto é de como a Clarice constrói a personagem com uma humanidade absoluta e com uma referência de mulheres do nosso país que estão em busca de algo, que vem de algum lugar sem saber pra onde vão, com uma ausência de si e com muita fé no mundo.
Acho que o sucesso desse livro se dá ao sentimentalismo de uma história comum. Ao impacto do que pode ser tão real.
Para fechar, neste livro que é com comentários da autora eu pude ter uma experiência gigante de como funcionava a cabeça da Clarice e de todo o seu processo criativo pra esse livro que estreou quase no anuncio de sua partida. Único e complexo.

Pra finalizar, o trecho que mais me marcou:
"Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos ? sou eu que escrevo o que estou escrevendo [...] A minha vida a mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique."

Viih3434 11/04/2024

Viver é luxo!
É um livro muito reflexivo e com grandes diferenciais, a forma como Clarice cria um personagem que se torna o autor participativo na história é brilhante! A linguagem não é a informal e isso dificulta um pouco na leitura, mas em mínimos detalhes. A história de Macabéa e a forma como é trazida pelo autor é incrível, trazendo uma reflexão sobre a vida e como esquecemos que a morte existe, perdendo as chances de aproveitar e viver.

iarasiper 11/04/2024

Ah, clarice?.
Já tinha assistido o filme, mas o livro detalha tanta coisa e deixa frases na nossa cabeça que quase chorei, mas dessa vez não chorei. juro

Duda.dellinghausen 10/04/2024

Babado
Mt boas reflexões, li num momento de vida que me deu um perspectiva boa sobre problemas. Gosto mt da frase do capim na sarjeta. Mas po esse final foi de fudê

Reynaldo15 10/04/2024

Do começo ao fim: a Nordestina, a Perfeição
"Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos ? sou eu que escrevo o que estou escrevendo [...] A minha vida a mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique."

Apmmota 10/04/2024

Clarice era genial
A hora da estrela é o primeiro livro de Clarice Lispector que eu leio. Sempre achei a linguagem da autora um pouco complexa, mas nada como o tempo (e muitas leituras) para abrir nossa mente e expandir nossas habilidades.

A obra basicamente tem dois personagens: o narrador, Rodrigo e Macabéa. Ambos com realidades totalmente diferentes. O que achei genial é que parece que Clarice criou o narrador Rodrigo como ironia, já que em certa parte próprio critica a escrita ?sentimentalista? das mulheres.

Clarice se veste nesse personagem para mostrar que escreve tão bem quanto um homem.

A linguagem é, sim, complexa. Aliás, não complexa, mas muito bem escrita, mas claramente foi escolhida propositalmente como crítica aos autores egocêntricos da época.

Str4wberrys 09/04/2024

4,5??
Confesso que no começo fiquei bastante confusa, pois não sou acostumada com esse tipo de linguagem. Foi meu primeiro livro que li da Clarice Lispector e gostei bastante. O livro é algo bem reflexivo, pensei bastante sobre a vida e meio que tem um choque de realidade. No meu ver, o livro melhora bastante no meio, no começo pra que não tem costume de ler esse tipo de linguagem, é meio paia a leitura. Porém valeu muito a pena a leitura. Creio que depende do momento em que o leitor está lendo?

aninha 09/04/2024

?porque há o direito ao grito. então eu grito.?
Que experiência incrível! escolhi ?a hora da estrela? pra ser meu primeiro contato com a escrita de clarice e não poderia estar mais satisfeita. a história de macabéia me fisgou do começo ao fim, com o narrador explicando e deixando explícito o que estava acontecendo (e até mesmo o que deixava de acontecer). tudo em tempo real. é como se eu estivesse realmente assistindo clarice criar o narrador enquanto ele criava macabéia de seu âmago.

ok, me sinto melancólica e só quero falar com palavras difíceis. creio ser este o efeito lispector. ?

Ce10 09/04/2024

"Será essa história um dia o meu coágulo?"
Clarice conseguiu trazer gosto poético à morte. Parece que quando morremos é que cumprimos nosso compromisso como seres humanos - é nossa esplendorosa hora de estrela de cinema. Toda a vastidão dessa vida - que é um soco no estômago - se afunila na hora de nossa morte. Meu Deus, eu vou morrer?!
Sim.
Achei incrível como é muito fácil conhecer Macabéa. Poucas páginas e você já sente que sabe tudo sobre a breve existência dela, como uma velha vizinha, uma mãe, uma desconhecida na rua com rosto familiar. Talvez porque em cada um de nós exista um pouco de Macabéa, pelo menos um pouco.
E que escrita é essa? Essa mulher me ganhou inteira já na página 10 quando disse:
"Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes."
O fato da Maca ser alagoana e pobre me fisgou para a história com uma fluidez nunca antes experimentada. Que delícia de livro. Tão cru sobre as dores e o âmago da personagem, que soa como um grito de desespero em favor da vida.

eu sou, eu sou, eu sou...

Gabriela 09/04/2024

Não podemos ser Macabea
Sem palavras pra esse livro. A vida de Macabea é tudo aquilo que jamais podemos pensar em ter. A passividade e a ausência de si frente ao mundo é triste e dilacerador.
Senti tantas coisas lendo, deu vontade de entrar no livro pra fazer ela acordar pra vida que ela estava levando. Um desses momentos era o que mostrava o namoro, que ódio que me dava
Enfim, triste pensar que Macabea so se fez presente quando morreu. Quantas Macabeas existem por aí

ratdebibliotheque 09/04/2024

Rapaz...
Eu odiei a estrutura narrativa. toda vez que o narrador parava pra falar dele ou pra ficar de devaneio bobo, eu tinha vontade de morrer. já a história de macabéa, eu amei! ela é uma personagem como a gente. todo mundo em algum momento já se sentiu feliz e realizado dentro da sua vida medíocre. quando o narrador ficava na história dela, a leitura fluía pra mim.
foi difícil de avaliar, mas pra mim é um livro bom apesar dos pesares.