spoiler visualizarDrica 25/12/2012
Infinito? Só se for o tédio...
E finalmente chegamos ao último volume da série Os Imortais de Alyson Noel. Uma longa e extenuante jornada através de seis enrolados e prolixos livros. Ressalto que se as cenas “bobinhas”, completamente desnecessárias, tivessem sido cortadas, poderíamos resumir a série em uma trilogia que estaria de bom tamanho.
Mas como a série não é minha mesmo...
Em Infinito temos um mistério a ser solucionado: uma misteriosa anciã aparece para Ever e Damen e diz que ela tem uma perigosa jornada para completar e assim libertar a todos de suas dívidas cármicas com o universo.
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Então, ela inicia uma viagem no tempo, junto de Damen e Jude para descobrir a origem de todos os problemas que vem importunando todos durante tantos séculos. Devo admitir que a viagem ao passado não foi tão grandiosa ou mesmo épica; os fatos pareceram-me bastante simples e clichês, como o caso do mocinho comprometido que amava outra (no caso a Ever), que é morta pela própria pretendente rejeitada (Drina).
Acredito que a autora poderia ter explorado melhor esse território, ter desenvolvido melhor essa parte tão crucial no livro, que ao final me deixou com a sensação de que a autora estava com preguiça ou falta de criatividade.
A jornada de Ever no início é interessante, mas a autora estende-se demais e na metade eu já estava implorando para que acabasse, a protagonista chegasse logo na bendita árvore e conseguisse o fruto para reverter a imortalidade.
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Se por um lado, Ever surpreendeu-me nesse livro, não despertando a minha irritação e o meu ódio por conta de suas atitudes corajosas, não mais impensadas ou mesmo estúpidas, Damen por outro me tirou do sério!
Ele mais parecia uma criança mimada e birrenta, dizendo o tempo todo “vamos esquecer nossas responsabilidades, vamos aproveitar e nos divertirmos sem qualquer culpa!”. Quero dizer... Cadê aquele cara que quase virou hippie por conta da culpa de ter sido o responsável por tudo isso?
A recusa dele em abandonar sua imortalidade, em seguir Ever até a árvore, sua resistência em aceitar a verdade... Enfim, tudo isso me deixou com um ódio tremendo dele! Qual é, um marmanjo barbado daquele tamanho com 600 anos nas costas fica batendo o pé e fazendo pirraça?! Faça-me o favor, né!
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A impressão que fiquei em Infinito é que a autora fechou bem a série, que teve seus altos e baixos — mais baixos do que altos, convenhamos, e por “baixos” digo à sombra do fundo do poço mesmo!
Mas como disse, repito: muita coisa poderia ter sido descartada, porque esse “enchimento” infinito (perdoem-me o trocadilho, não resisti) de linguiça tira os leitores do sério. E é sempre a mesma ladainha, a mesma enrolação tediosa e escrota em quase todas as séries.
E isso acaba por gerar situações pouco convincentes — quando estas são críveis — nas tramas. Personagens que repetem erros, quebram a cara e não aprendem, retrocedem ao invés de progredirem... Enfim, eu poderia citar uma lista longa aqui, mas não chegaríamos a um consenso.
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Por enfim terem podido ficar juntos, Ever e Damen fazem o livro valer a pena, mesmo que tenham mantido seu relacionamento aos trancos e barrancos, com muito excesso de açúcar e cafonices exageradas demais (que me deixaram enjoada, obrigada!), o livro traz uma mensagem bonita ao fim. Mas não tão impactante assim, afinal não sou imortal! A-rá!
A série poderia ter tomado diversos rumos incomparavelmente melhores e mais verossímeis e aceitáveis, mas infelizmente nós, os leitores, podemos apenas torcer a boca e apelar para o bom senso dos autores que continuam a permitir que histórias com excelentes premissas caiam nas mesmices.
Uma pena, pois Os Imortais tinha uma proposta interessante, mas foi pouco explorada, deixada de lado para que um casal adolescente imaturo e piegas enfim vencesse séculos de separação e sofrimento e ficassem juntos (bem clichê, não?).
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O gosto amargo na boca, devido a todos os erros imperdoáveis da autora que poderiam ter sido evitados, permanecerá durante um tempo obviamente. E eu já tive o bastante dessa série, tanto que não me interessarei pela série protagonizada pela Riley (que acho completamente desnecessária), e, claro, dificilmente cairei em outra armadilha de Alyson e comprarei outro livro dela.
Pois uma vez que fui enrolada tantas vezes, eu não costumo me deixar ser ludibriada novamente.