Everton.Paulo 31/12/2021
Acumuladores compulsivos
E assim finalizo o mês de maio: com essa leitura angustiante mas maravilhosa. Numa mistura de ficção e realidade (coincidentemente li dois livros assim neste mês) acompanhamos a história de dois irmãos de uma família rica de Nova Iorque. Homer e Langley eram de uma família de posses e influências. Seu pai era médico e viajara a todos os lugares, trazendo para casa vários objectos colecionáveis. Na adolescência Homer ficou cego (umas das licença poética do romance, já que ele foi acometido pela cegueira após os 30, na vida real) e em seguida os dois perderam os pais para a gripe espanhola. Passando a viver sozinhos na mansão da famílias, Homer e Langley viviam do luxo deixado por seus pais e o irmão mais velho ficou adepto a colecionar objetos variados. Entre chás dançantes, envolvimentos amorosos e tragédias anunciadas, passamos então a acompanhar o declínio dos dois. Além da velhice vindoura o irmão cego passou a lidar com uma surdez progressiva, além das esquisitices de seu irmão, que passou a ser um acumulador compulsivo e dificultava cada vez mais o acesso aos cômodos da casa.
A cada página virada a angústia aumentava porque sabemos que não haverá um final feliz aqui. A tensão é tanta que não dá vontade de parar de ler.
Novamente, o romance mistura fatos reais com ficção, característica do autor.
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