Sâmella Raissa 28/06/2013Resenha original para o blog SammySacionalVictoria Jones é uma jovem órfã, arredia e carrancuda. Desde pequena, viveu em mais casas do que o habitual; sua tutora, Meredith, já estava cansada de ver o quanto o caso da garota regredia a cada vez mais. Mas então surge a última chance de Victoria em ter uma família, mais precisamente, uma mãe. Elizabeth, com sua paciência e calma infindáveis, ainda conseguiu fazer algum progresso e quase chegou a conseguir a guarda da menina... quando uma série de conflitos pôs tudo a perder. Agora, aos 18 anos e emancipada, Victoria se vê sozinha no mundo. Sem casa, sem emprego, sem amigos. E eis que surge uma oportunidade de recomeçar sua vida. Através de seu conhecimento e dom para lidar com as flores, consegue um emprego em uma floricultura e começará a perceber, enfim, que até mesmo ela, arredia e problemática do seu jeito, tem a chance de se reerguer.
Na primeira vez que vi esse livro, confesso que não me interessei em lê-lo. Pensei se tratar apenas do significado das flores e derivados, mas a resenha no blog da Juliana Ferreira, Resenhando por Aqui, me fez criar curiosidade para conhecer a história. E, justamente esse mês, depois de ver tantas resenhas sobre o livro, minha vontade de lê-lo só aumentou, e acabei por ganhá-lo de uma das minhas tias ^-^ E, bem... a história era, e ao mesmo tempo, não era o que eu esperava, tanto positiva como negativamente. Está confuso, eu sei, mas vocês vão entender melhor nos parágrafos seguintes...
Eu particularmente gosto de histórias envolvendo temas como adoção e tal; acho bom ver os caminhos que jovens nessa situação trilham suas vidas, mas, no que diz respeito à Victoria, acho que eu não estava preparada para tanto. Ok, eu já esperava que a protagonista fosse propriamente arredia, difícil... mas não imaginei que fosse tanto. Exageros à parte, mas, ela é muito temperamental e conflituosa, nunca consegue se relacionar com as pessoas, seja por estas pessoas não quererem contato ou por ela mesma não querer nenhuma relação com elas - o que, na verdade, é a maioria dos casos. À medida que cresce e tem seus 18 anos, ainda assim, não notei um grande crescimento na protagonista até quase chegar no final. O livro é dividido em quatro partes, e apenas nessa última é que eu fui notar o crescimento da Victoria como pessoa.
Mas, por mais que eu não tenha conseguido simpatizar tanto com ela, ainda assim gostei dela como protagonista. Ok, ela faz coisas meio irracionais, infantis, e às vezes age por impulso... mas ela tem um coração que vale ouro. Ele só está, digamos, congelado, mas, no seu geral, ela o usa muito bem. Ao longo da história, tudo o que ela quer é mostrar aos outros que sabe fazer as coisas e quer fazer aqueles que ama felizes. O seu lado sentimental, ao menos no interior, é sincero e bonito, e admiro-a muito por isso.
Os demais personagens foram bons também. Meredith foi a única que, ao meu ver, era tanto faz na história, nem reparei nas suas participações - ela também não me deu escolha; vive tratando a Victoria como uma criança qualquer e, em parte, não liga tanto para ela como deveria. Já Elizabeth, me emocionou bastante. Uma mulher forte, determinada, sensível, carinhosa e paciente, que se dá tão bem com a Victoria que eu fiquei até com pena de ambas quando foram separadas. E Grant... Bem, eu não me apaixonei total por ele, mas gostei dele mesmo assim! Sincero, sensível, generoso... Ah, Victoria, você é uma sortuda! Sem mais comentários!
Por fim, A Linguagem das Flores é uma ótima leitura, bem quando se precisa parar um pouco para refletir sobre suas próprias ações e sua vida. E, principalmente, para mostrar os mais variados tipos de amor, seja entre homem e mulher, mãe e filha, e amor próprio. Victoria pode nos ensinar muito sobre o ato de amar, e a sua história é simplesmente emocionante! E isso sem contar com o lado lotado por flores na história, o que me cativou bastante. Ver o significado das tulipas, rosas, lírios... Nossa, isso foi muito bom! Afinal, nem toda a flor mais linda vai sempre significar algo bom... Do mesmo jeito que até a pessoa mais arredia e conflituosa do mundo, pode nos ensinar coisas tão valiosas...
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