Reino das Névoas

Reino das Névoas Camila Fernandes




Resenhas - Reino das Névoas


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Fernanda 09/09/2013

Resenha: Reino das Névoas
Resenha: Em “Reino das Névoas” somos direcionados a conhecer narrações distintas e originais, baseados nos contos de fadas repletos de finais felizes e mensagens variadas. O diferencial está justamente na maneira como a autora abordou os temas e reestruturou os enredos para que estivessem de acordo com a realidade em que estamos acostumados, onde o público-alvo gira em torno dos adultos e não mais das crianças. As pessoas sempre ouviram estes contos maravilhosos, porém ao crescerem repararam que a vida é muito mais que isso, e Camila Fernandes moldou as histórias simples em ambientes envolventes, perspicazes e totalmente surreais. O livro é composto por sete contos e em cada um deles existe certo tipo de magia e aventura, mas com mensagens claramente intensas, destacando algum tipo de simbolismo ou metáforas acerca de nossa própria vida. O primeiro se chama “O Chifre Negro”, e mostra um lado sombrio dos homens diante da fragilidade de uma princesa buscando uma cura para o pai, bem como sua inocência e perdição. Querendo ou não, tem o seu final feliz, mas é perceptível como os personagens tiveram que perder algo de valor para entender uma lição valiosa.

“Naquela manhã, o sol tinha uma luz morta, enlutada num véu de nuvens, e o céu era cinzento. A Princesa abriu os olhos e não estava em sua cama. Não sonhara. Naquela noite, perdera muito. Coisas de pouca importância, como os sapatos de pelica, que mesmo assim faziam falta aos seus pés sobre as pedras e espinhos. E coisas caras, muito caras.” Pg.24

Leia a resenha completa no blog:

site: http://www.segredosemlivros.com/2013/09/resenha-reino-da-nevoas-milaf.html
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Antonio Luiz 29/09/2011

Contos de fadas que crescem com o leitor
Era uma vez uma menina que gostava de contos de fadas, principalmente nas versões melosas da Disney. Mas e depois que cresceu e descobriu que a vida é mais complicada do que casar-se com um príncipe e ser feliz para sempre? Revisitar esse mundo de ilusões infantis com um olhar mais adulto, ou pelo menos mais irônico, tem sido um tema comum na literatura de fantasia moderna a ponto de já ter gerado produtos para a indústria cultural de massas, da série de animação "Shrek" a muitos dos sucessos de Neil Gaiman.

Numa perspectiva mais pessoal e artesanal, "Reino das Névoas", de Camila Fernandes, antologia editada com apoio do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo, recria contos tradicionais e inventa outros, estendendo uma ponte entre o imaginário das ex-princesinhas e o mundo real da existência adulta. Tem o subtítulo de “Contos de Fadas para Adultos”, mas o tom e o conteúdo falam mais a adolescentes e adultas jovens.

Há cenas de violência, inclusive sexual, mas tratadas com sensibilidade. A raiva, em muitos desses contos, anda de mãos dadas com o amor como um sentimento vital e adulto, indispensável ao equilíbrio emocional e à busca da justiça. É uma noção de sabedoria tradicional presente em muitos contos tradicionais e que convém relembrar ante a obsessão dos bem-intencionados por livros que promovem “sentimentos construtivos” e ignoram os conflitos reais, gerando de um lado uma literatura falsa e tediosa e de outro a contrapartida inevitável de estimular o gosto pela brutalidade e pelo cinismo “proibidos”, mas facilmente disponíveis no mercado.

Linguagem e a narrativa são simples e lineares, mas bem cuidadas, como nas versões clássicas das antologias dos irmãos Grimm, de Andersen e de Perrault. Como nas melhores edições destas, são acompanhadas de belas ilustrações, que como a capa, são trabalhos da própria autora.

Eis uma amostra de prosa, do conto que dá o título à antologia, inspira-lhe a capa e é o último e mais extenso – na verdade, uma pequena novela:

“A rainha Nuura não tinha paciência para longas narrativas. Encomendara para o quarto somente as três faixas que cobriam sua parede. Para ela, a história do reino resumia-se a isto: uma comitiva de cavaleiros chegando com suas espadas e com seus cavalos brancos; os reis antigos e fracos entregando a chave do reino às mãos de seu pai, estando ela, ainda princesa, altaneira ao lado dele; por fim, seu casamento com um príncipe e a coroação dos dois como senhores daquele país, agora pacificado. Os detalhes da história não interessavam nem a seus olhos nem a seu orgulho”.

É uma rainha para a qual só importa a façanha da conquista, o casamento e ser feliz para sempre. E apesar de ter ficado viúva, até certo ponto o consegue, arrebatando rapazes para serem seus escravos sexuais durante longos períodos e depois os sacrificando para prolongar indefinidamente sua juventude e seu domínio sobre o reino. Quem é ela? Claro que é a Rainha Má. Mas a filha não é bem a Branca de Neve: tem traços tanto dela quanto de Chapeuzinho Vermelho, mas consegue superar tanto a passividade da primeira quanto a ingenuidade da segunda ao encontrar o Caçador, os Anões, a Vovozinha e o Lobo, cujos papéis são completamente transfigurados.

É interessante que uma obra de teor semelhante publicada originalmente em 2004, a novela "O Caçador" (Editora Franco, 100 páginas, R$ 22), de Ana Lúcia Merege, também comece pelo conto da Branca de Neve e acabe no de Chapeuzinho Vermelho. Difícil dizer se há influência direta: embora ambas tratem do amadurecimento do protagonista, são completamente diferentes na estrutura e no tom. A novela de Merege é menos sombria e ousada, embora aborde e critique esses e outros contos tradicionais, de maneira mais explícita, mas menos radical, à medida que seu protagonista “Caçador” passa por vários deles. Uma hipótese igualmente provável e mais interessante é que as histórias da Branca e da Chapeuzinho tenham se tornado particularmente problemáticas para a identidade feminina, ou pelo menos da mulher brasileira moderna, de modo que seja especialmente necessário acertar as contas com elas.

A novela “Reino das Névoas” é a narrativa mais complexa desta antologia e que fala mais ao inconsciente coletivo, mas talvez não seja a mais perfeita do ponto de vista da estética e da proposta de dar um tratamento realista aos contos de fadas. Há pequenas incongruências que, a um olhar adulto, lhe prejudicam a verossimilhança. Por exemplo, a família de Nuura, ao tomar o reino, parece ter surgido do nada e o epílogo soa desajeitado, com uma resolução forçada até mesmo pelos padrões dos contos de fadas.

Mais simples e bem-sucedido nesses aspectos é o primeiro conto, “O Chifre Negro”. Inspirado em “A Bela e a Fera”, permanece, do ponto de vista da estrutura, mais próximo do conto original – embora o cenário seja diferente e, neste caso, a Fera não seja horrível e sim mais bela que a Bela. E o final, embora seja consistente com a lógica do conto da Madame Villeneuve, consegue surpreender mais que o da novela que subverte os contos de Grimm.

“O Lenhador e a Sombra” tem inspiração menos óbvia. Lembra um pouco alguns contos populares, mas é provável que tenha sido totalmente inventado. De qualquer maneira, é um bom pequeno conto sobre um lenhador que socorre uma gata e sobre amor e bondade que tem valor em si mesma e não precisa ser recompensada por tesouros ou dons mágicos.

“A Outra Margem do Rio” também parece ser uma história totalmente criada pela autora e é das melhores da coletânea. Um rapaz é conduzido por seu pai a um casamento arranjado com uma jovem de outro reino, mas no caminho um acidente mata o pai e uma bruxa oferece ressuscitá-lo em troca dos belos olhos do jovem. Os resultados são muito interessantes.

“A Torre Onde Ela Dorme” tem como inspiração “A Bela Adormecida”, mas não a versão dos irmãos Grimm, nem a de Perrault. Seu modelo é a hoje quase esquecida versão de Giambattista Basile, também conhecida como “Sol, Lua e Tália”, na qual a princesa é despertada com algo mais rude que um simples beijo. As consequências disto fazem deste o conto mais sinistro e raivoso da coletânea, mas também um dos mais poderosos.

“A Filha do Fidalgo” é um miniconto baseado em “O Príncipe Sapo”, mas menos interessante e inspirado que os demais da antologia. É uma piada irônica, que bem poderia ter sido usada como mais uma gag em "Shrek".

“A Espera”, sobre uma princesa à espera de um príncipe que a ajude a abrir uma porta encantada, é um conto também breve. É menos prosaico, mas a história é um tanto esquemática e a lição de moral demasiado óbvia.

Também não está entre os melhores do livro: a autora se sai melhor quando se dá espaço suficiente para que a trama se desenvolva com sua própria lógica, dando espaço a interpretações mais abertas. Isso também permite que o peso dos pormenores incômodos da existência concreta, das contradições da realidade, das decisões e suas consequências sejam sentidos de maneira a dar a essas narrativas – quer os elementos mágicos estejam presentes, quer não – a verossimilhança necessária a uma leitura adulta, sem que percam o frescor e o encanto de um autêntico conto de fadas.
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paulofodra 09/09/2011

Um reino inexplorado...
Nunca nos livramos dos contos de fada. Mesmo depois de passada a infância, essas histórias persistem atuando em nosso subconsciente, mesmo que seja apenas na eterna busca pelo final feliz.

Ao propor criar contos de fadas para adultos, Camila Fernandes abraça o lado sombrio de ser 'gente grande', reconectando-o com o ideário idílico-fantástico há muito deturpado pela mídia. É esse sentimento que Camila extravasa através da fala cortante de uma velha bruxa da floresta: "No final do outono, o vento corre depressa e conta muitas histórias. Todas verdadeiras. Nem todas bonitas."

Confesso que comprei o livro por indicação e, por isso, iniciei a leitura com altas expectativas. O que encontrei foi uma prosa limpa, muito bem ambientada e estruturada. Uma delícia de ler. A força das ideias representadas pode chocar incautos e ingênuos, mas esse parece ser exatamente o propósito do livro. Recomendo.
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Cris Lasaitis 28/07/2011

http://cristinalasaitis.wordpress.com/2011/07/28/lancamentos-da-tarja-editorial/

O tão esperado livro solo da Camila – Reino das Névoas – é uma coletânea de contos de fadas. Mas não se iluda, estamos falando do contos de fadas para adultos! Isso mesmo. E não quer dizer que se trata de literatura erótica, não. O Reino das Névoas traz contos de fadas inéditos que tratam de aprendizado, amadurecimento e desafios da vida adulta. As 7 histórias do livro são perfeitamente brutais e belas: trazem o melhor das narrativas clássicas de faz-de-conta, ao mesmo tempo em que rasgam de alto a baixo a inocência e ingenuidade associadas a esse universo. A obra é toda ilustrada pela autora – um verdadeiro colírio! Além do mais, esse livraço já nasceu premiado: ganhou nada menos do que a bolsa de incentivo ProAc, da secretaria de cultura do governo de São Paulo!

Leia, leia!! Você não vai se arrepender!
Fabi 03/08/2011minha estante
Cris Lasaitis tem razão quando diz que ninguém se arrependerá de ler o livro. Ao contrário, ele é um deleite em meio a tantos contos não ficcionais que inundam a literatura brasileira. Impossível não ler do início ao fim se surpreendendo com as tramas e com os sentimentos que os contos suscitam.




Carol Mancini 21/09/2011

Sete mundos onde a fantasia é tão bela quanto cruel.
O Livro da ilustradora, revisora e contista, Camila Fernandes, tem um diferencial antes de tudo, como projeto, pois a autora foi selecionada pelo ProAc (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) através de um edital para a impressão de sua obra. Isso é claro que já é por si só um mérito, porém, quando penso na capacidade que ela demostrou para conseguir o edital com um projeto que tinha como premissa – assim imagino – falar sobre a verdade por trás dos contos de fadas, ou contos de fadas para adultos, é que também reflito sobre como ela deve ter se esforçado desde então. Mas o que vale constatar é que o prêmio foi muito bem colocado e o livro que se formou é realmente muito bom.
Falando sobre a estética do livro, desde a belíssima capa, o cuidado e o trato já se mostra aparente e de muito bom gosto. E por dentro você também encontra sete ilustrações que correspondem respectivamente a sete contos de sua autoria. Os desenhos em tons de cinza são delicados, mas de traços firmes e cheios de detalhes, e me levou até as pinturas em vitrais, tapeçarias, livros antigos e qualquer outra sensação que já contribui para a atmosfera das histórias, um tempo distante e imemorial. Não são desenhos realistas, pelo contrário, estão estilizados bem ao ponto da fantasia.
O livro também é impresso em um papel (aparentemente reciclado) de tonalidade amarelada e muito resistente. Da gosto tocar as páginas enquanto se imerge nas palavras.
Não há erros de revisão. O que também está de parabéns.
O livro saiu pela Tarja Editorial que fez um trabalho excelente na diagramação que ficou simples, funcional e muito bela.
Agora, vamos às escritas.
O livro traz na sinopse contos de fadas cheios de verdades, crueldade, violência e erotismo, características que foram banidas das histórias originalmente. E a Camila cumpriu o que prometeu de um modo diferente do que eu esperei.
Por essa chamada eu imaginava algo que caminhasse muito mais pelo soturno do que pela fantasia, e eu me enganei, e gostei disso ter acontecido. A autora conseguiu trazer à tona tudo que prometera sem romper com a beleza, a magia etérea na qual os contos de fadas se tornaram para nós hoje como referência.
Pensando então sobre eles, acredito haver três tipos de contos – ao meu ver – pelos quais ela nos guia.
Há histórias em que tudo é totalmente novo. Os personagens são erguidos de fontes antes nunca provadas, e as tramas ricas em detalhes e surpresas nos levam a situações sublimes e vencedoras, mesmo que através de caminhos sombrios e truculentos, e seriam “O Chifre Negro”, “A Outra Margem do Rio” e “A Espera”.
Um outro tipo de conto é uma espécie de cotidiano fantástico, onde tudo é simples, quieto, bastante melancólico e quase irônico, aqui eu encaixaria “O Lenhador e a Sombra” e “A filha do Fidalgo”, que são histórias tocantes mais pela sua parcela de realidado do que pelo encantamento ou sobrenatural.
E “A Torre Onde Ela Dorme” e “Reino das Névoas”, são incriveis, mas me deixaram em cima do muro. Gostei muito de ambos, são minuciosamente trabalhados e é impossível parar a leitura no meio, os personagens são fortes e têm as tramas mais complexas, porém, seja inspiração ou releitura, é fortemente presente a semelhança com contos de fadas conhecidos.(Isso também há no “A Filha do Fidalgo”, mas ainda assim este se encaixa melhor na separação anterior.) Talvez eu realmente não imaginasse que esse tipo de características fosse surgir no livro. O que acontece então é que lindas histórias não ficam presas em si, elas acabam nos levando para essas outras histórias conhecidas, o que é tanto repertório quando certa fuga do enredo principal.
Os sete contos, como dito, são de grande beleza. Camila Fernandes soube traçar as palavras sem adornos, sem grandes metáforas ou qualquer complicação, dando a sensação de que se pode contar e ouvi-las sem problema, pois elas envolvem pela emoção e pelas paixões.
A criatividade da autora também se revela nos males que ela trouxe para as histórias, desde estupro, até melancolia e uma necromante. Porém as cenas mais densas são rápidas, são flashes que nos assustam e só nos damos conta depois de terem partido. Outras vezes são tão cruas e verdadeiras que acabam chocando ainda mais. São fantasias muito reais.
É um livro de contos que cumpre sua principal função, quando acaba uma história lhe da vontade de correr para a próxima e devorá-lo. A leitura flui muito bem, é cheia de diferentes sensações e prazeres.
Não é o tipo de livro de terror, de grande batalhas ou carnificina. É um livro de fantasias palpáveis e que uma mente aberta facilmente assimila e mergulha. Leia. Recomendo.
“Reino das Névoas – contos de fadas para adultos” não é só um lindo livro com uma linda capa (a mais bela que vi até hoje dentro e fora da literatura nacional) como é uma ótima leitura. Um livro de conteúdo que presa o cuidado com as palavras, a sinceridade e um entretenimento que nos ensina e nos faz pensar com sutileza a cerca de vida, e com seriedade a respeito dos mitos nos quais muitas vezes nos baseamos para formar nossas personalidades mesmo sem querer.
Carlos Patricio 07/06/2013minha estante
Ótima resenha. Meus parabéns.


Carol Mancini 07/06/2013minha estante
Fico contente que tenha gostado da resenha, mas quando o livro tem tanta qualidade, fica fácil.




Jorge 15/11/2011

Contos de Fadas Inquietantes
A autora e ilustradora Camila Fernandes abandona o cenário urbano de seus contos publicados anteriormente e invade o terreno do simbólico e alegórico com seus sete contos publicados neste volume.

Os contos são inspirados e reinventam os contos de fadas clássicos e os reinterpretam sob o ponto de vista da autora, tomando caminhos às vezes inusitados e irônicos, as vezes sombrios e perturbadores.

A apresentação do livro é primorosa, com ilustrações elegantes que evocam as gravuras dos contos de fadas antigos.

O único porém que este leitor encontrou foi que a maioria dos personagens femininos é apresentado sob luz extremamente favorável, possuindo sabedoria, firmeza de caráter e astúcia maior do que seus contrapartes masculinos, que na maior parte dos contos são apresentados como vacilantes, imaturos e impulsivos...

De forma geral os contos são muito bons, a autora está de parabéns, e eu fico a espera de um possível próximo volume de seus contos fantásticos.
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waltertierno 21/11/2011

Resenha que publiquei no blog Psychobooks
Como caiu nas minhas mãos:
Não é tão comum assim, mas eu e Camila trocamos nossos livros. Coloquei meu exemplar de "Reino das Névoas" sobre a imensa pilha de futuras leituras. Claro que, pelo tamanho, ele ganhou prioridade. "A game of thrones", por exemplo, está lá embaixo. Minha esposa, que é preparadora de textos e ficou curiosa, leu antes. Quando terminou, intimou-me: você TEM que ler este aqui! Acreditem, quando ela diz isso, é sério. Li e foi uma experiência... bem... na verdade, a melhor palavra para descrever é refrescante.

Comentários sobre a autora:
Camila Fernandes é ilustradora, preparadora de textos e escritora. Já fez outras coisas e tem outras tantas atividades, como você pode conferir na entrevista que ela deu para o Papo Fantástica. Já publicou contos em antologias da Tarja e, inclusive, ilustrou as capas de algumas delas. "Reino das Névoas" é seu primeiro livro solo. Ela diz que ter sido aprovado pelo PROAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) viabilizou a obra. Pessoalmente, acredito que seu livro merecia ser publicado, com ou sem incentivo público. Vale.
Camila tem personalidade forte e opiniões sólidas. É feminista, levanta bandeiras e, o mais importante, não é leviana. Tudo isso está muito presente em seu texto e é uma das razões porque ele soa tão verdadeiro. É o tipo de qualidade que busco em minhas leituras: A entrega da escritora ou do escritor, sua coragem em se expor, a solidez do que está dizendo e o talento para construir o texto, escolhendo cuidadosamente cada palavra. É o que separa os adultos (escritores verdadeiros, que sabem o quanto essa arte é difícil e exigente) das crianças (a garotada que acha que ter uma boa ideia e sair escrevendo e publicando vai abrir caminho para se tornar a próxima J. K. Rowling). Camila Fernandes demonstra, já em seu livro de estreia, que é uma escritora verdadeira.

Sobre a obra:
Comecemos pelo trabalho gráfico. Cada conto é apresentado com uma ilustração da autora. Seu traço é elegante e dinâmico. Não se entrega à convencionalidade acadêmica, nem ao frenesi de enquadramentos inesperados. As cenas são suaves e ela abusa de curvas para dar um toque onírico. Já comentei no facebook e volto a repetir: adoraria ver uma HQ desenhada por Camila. A ilustração da capa também é dela e, embora esteja recebendo muitos elogios, minha opinião é que a artificialidade do acabamento digital não harmonizou com a linguagem interna. Mas isso é uma opinião pessoal sobre um detalhe pequeno. Se você quiser uma opinião mais detalhada sobre a capa, recomendo este post, escrito por Alliah. O que realmente me incomodou no livro foi a gramatura do papel (explicando para leigos, é como chamamos a "grossura" do papel). Imprimiram com uma gramatura alta (explicando, mais uma vez, quero dizer que o papel está grosso) para disfarçar o fato de que o livro é curto. Coisas do mercado. Ultimamente os leitores não se empolgam quando o livro é curto. Acostumaram-se com os tijolos, a maioria, sinto dizer, recheados com irrelevâncias. Portanto, abro espaço para fazer um apelo à galera: vamos começar a repensar esses conceitos, ok? Não fiquem nessa neura de só dar uma chance a livros com mais de 400 páginas. Vocês podem estar perdendo preciosidades. Tamanho não é documento!

Lembra-se daqueles contos de fadas para crianças, onde tudo vai bem e todos vivem felizes para sempre no final? Esqueça tudo isso.
"Reino das Névoas" não é uma simples tentativa de dar tons sombrios às histórias originais ou embalar histórias infantis numa linguagem épica no melhor estilo pirotécnico de "O Senhor dos Anéis" (não confundam o que estou dizendo, pois sou fã dos filmes inspirados na obra de Tolkien). A proposta da autora foi resgatar o tom sombrio e adulto da arte de criar contos fantasiosos. Apesar do subtítulo, não há nenhuma fada por aqui. Os conflitos são tão mesquinhos quanto deveriam e tão violentos quanto manda a lógica. Esqueça a princesa em apuros, quase desmaiando enquanto aguarda um beijo do heróico príncipe encantado. Esqueça os anões filantrópicos. Esqueça os heróis confiantes e infalíveis. Nada disso cabe no "Reino das Névoas". Aqui, as princesas sabem o que querem e se viram. Aos príncipes falta sutileza e, não raro, inteligência. É inegável o tom feminista da maioria das histórias, sem demagogia ou didatismo, e vejo isso como uma qualidade que se soma a tantas outras que fazem de "Reino das Névoas" uma leitura quase obrigatória para quem quer testemunhar essa gênese dos verdadeiros talentos na nova literatura brasileira.

Como disse anteriormente, Camila é uma escritora verdadeira. Seu texto é preciso, enxuto, sem desperdício de palavras e todas elas são bem escolhidas. Eu notei bastante influência do estilo de Neil Gaiman nas descrições de personagens e lugares e uma boa pitada de Bernard Cornwell na crueza de algumas histórias. É interessante a dedicatória que ela escreveu quando assinou meu exemplar: "Caro Walter, espero que curta esta jornada entre sonhos e pesadelos", pois esta é a proposta do livro. Os personagens dos contos caminham entre a esperança, o horror e a redenção.
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Cristiano Rosa 01/07/2012

Diário CT: Reino das Névoas
Capa linda, diagramação ótima e bom material impresso. Assim é a parte física de Reino das Névoas – conto de fadas para adultos, da escritora paulista Camila Fernandes, lançado recentemente pela Tarja Editorial. Já a parte literária da obra, seu espírito, não se resume em apenas três quesitos.

Somos alertados desde a capa, passando pela contra-capa e orelha, que o livro não é para crianças, são contos de fadas para adultos. Eu não gosto dessa palavra: adulto. Não sou mais adolescente, mas também não sou e nem quero ser adulto, mas sim, um eterno jovem de espírito, ideais e pensamentos. Responsabilidades de um adulto já tenho, mas isso é detalhe…

O livro da Mila tem sete contos envolvendo elementos de contos de fadas, tratados de maneira diferente às que conhecemos desde pequenos e contamos às crianças que nos rodeiam. As histórias mostram que lição de moral não se dá somente com o bem vencendo o mal, ou com os inocentes sempre a salvos.

O primeiro conto, “Chifre Negro”, fala sobre uma princesa em busca da salvação da vida de seu pai, cuja solução está no chifre de um unicórnio. Dividido em 5 capítulos, o conto é desenvolvido de maneira envolvente e com um final supostamente inesperado. Já em “O Lenhador e a Sombra”, vemos um homem comum de bom coração que cortava lenha e certo dia de trabalho se deparou com uma gata prenha e presa em uma armadilha. Desde então, uma relação nasceu entre eles, surgindo como consequência algumas aprendizagens e sombras.

“Na Outra Margem do Rio” mostra dois amantes, Haric e Merissa, vivendo em margens diferentes de um mesmo rio. Leste e Oeste. Certo e errado. O destino e a bruxaria lhes pregam peças e a magia do amor vence a desigualdade. Em “A Torre Onde Ela Dorme” conhecemos uma ótima trama com o príncipe Yten, a princesa Hora e a aia Miren. Em segundo plano, o rei, o sábio e o herdeiro que, juntando aos principais, formam uma história que prende o leitor até o final, que é simples e certo.

No conto “A Filha do Fidalgo”, a autora nos apresenta uma princesa em que o único perigo que percebia era o tédio. Certo dia um sapo aparece em seu quarto. Aí vocês podem imaginar o que acontece, certo? Errado! Surpresa ao leitor com o desfecho cômico. Em “A Espera”, temos uma castelã a procura de seu príncipe que um dia chega e a mostra a verdadeira face do amor a ela. Um conto legal, mas comum… e diferente ao mesmo tempo, apenas por misturar prosa e poesia.

Para fechar o livro, temos o conto “Reino das Névoas”, em que o envolvimento com a história é bem maior. Uma mistura de aventura, suspense e toques de erotismo – o mais adulto de todos os contos da obra -, ele conta a trama vivida pela princesa Niev e a rainha Nuura. Guerra e política são debatidas ao longo do conto, com história dentro da história principal, fazendo com que o leitor perceba os acontecimentos de maneira mais ampla e compreenda o que está por trás de tudo.

Os sete contos de Reino das Névoas mantém os elementos básicos dos contos de fadas tradicionais, como a ambientação em reino, castelo, mata, bosque; assim como personagens clássicos como princesa, príncipe, rei, bruxa, vovozinha, anões, lenhador, caçador e soldado. Outro elemento presente são os animais: sapo, cavalo, gato, unicórnio e lobo.

Ao mesmo tempo que as narrativas são comuns, a maioria delas tem um toque especial. Algumas com passagens mais adultas, outras com um final alternativo. Destaco dois contos: “Na Outra Margem do Rio” e “Reino das Névoas”, que dá título ao livro. Por fim, Reino das Névoas – contos de fadas para adultos, é um bom livro, entrete, às vezes diverte e oferece curiosidade ao longo da sua leitura.

O subtítulo da obra instiga muito o leitor, que lê os contos com pensamentos indicados a ações que nem sempre aparecem em cada história. Os contos são bem escritos, como eu disse, envolvem o leitor. As ilustrações que os antecedem também são lindas, chamam a atenção dos olhos. As histórias possuem uma névoa ao fundo que nos indica diversos caminhos e interpretações, fazendo com que o reino que conhecemos torne-se sombrio e longe da perfeição.

Fonte: http://www.blogcriandotestralios.com/?p=12374
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Psychobooks 01/12/2011

Como caiu nas minhas mãos:
Não é tão comum assim, mas eu e Camila trocamos nossos livros. Coloquei meu exemplar de "Reino das Névoas" sobre a imensa pilha de futuras leituras. Claro que, pelo tamanho, ele ganhou prioridade. "A game of thrones", por exemplo, está lá embaixo. Minha esposa, que é preparadora de textos e ficou curiosa, leu antes. Quando terminou, intimou-me: você TEM que ler este aqui! Acreditem, quando ela diz isso, é sério. Li e foi uma experiência... bem... na verdade, a melhor palavra para descrever é refrescante.

Comentários sobre a autora:
Camila Fernandes é ilustradora, preparadora de textos e escritora. Já fez outras coisas e tem outras tantas atividades, como você pode conferir na entrevista que ela deu para o Papo Fantástica. Já publicou contos em antologias da Tarja e, inclusive, ilustrou as capas de algumas delas. "Reino das Névoas" é seu primeiro livro solo. Ela diz que ter sido aprovado pelo PROAC (Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo) viabilizou a obra. Pessoalmente, acredito que seu livro merecia ser publicado, com ou sem incentivo público. Vale.
Camila tem personalidade forte e opiniões sólidas. É feminista, levanta bandeiras e, o mais importante, não é leviana. Tudo isso está muito presente em seu texto e é uma das razões porque ele soa tão verdadeiro. É o tipo de qualidade que busco em minhas leituras: A entrega da escritora ou do escritor, sua coragem em se expor, a solidez do que está dizendo e o talento para construir o texto, escolhendo cuidadosamente cada palavra. É o que separa os adultos (escritores verdadeiros, que sabem o quanto essa arte é difícil e exigente) das crianças (a garotada que acha que ter uma boa ideia e sair escrevendo e publicando vai abrir caminho para se tornar a próxima J. K. Rowling). Camila Fernandes demonstra, já em seu livro de estreia, que é uma escritora verdadeira.

Sobre a obra:
Comecemos pelo trabalho gráfico. Cada conto é apresentado com uma ilustração da autora. Seu traço é elegante e dinâmico. Não se entrega à convencionalidade acadêmica, nem ao frenesi de enquadramentos inesperados. As cenas são suaves e ela abusa de curvas para dar um toque onírico. Já comentei no facebook e volto a repetir: adoraria ver uma HQ desenhada por Camila. A ilustração da capa também é dela e, embora esteja recebendo muitos elogios, minha opinião é que a artificialidade do acabamento digital não harmonizou com a linguagem interna. Mas isso é uma opinião pessoal sobre um detalhe pequeno. Se você quiser uma opinião mais detalhada sobre a capa, recomendo este post, escrito por Alliah. O que realmente me incomodou no livro foi a gramatura do papel (explicando para leigos, é como chamamos a "grossura" do papel). Imprimiram com uma gramatura alta (explicando, mais uma vez, quero dizer que o papel está grosso) para disfarçar o fato de que o livro é curto. Coisas do mercado. Ultimamente os leitores não se empolgam quando o livro é curto. Acostumaram-se com os tijolos, a maioria, sinto dizer, recheados com irrelevâncias. Portanto, abro espaço para fazer um apelo à galera: vamos começar a repensar esses conceitos, ok? Não fiquem nessa neura de só dar uma chance a livros com mais de 400 páginas. Vocês podem estar perdendo preciosidades. Tamanho não é documento!

Lembra-se daqueles contos de fadas para crianças, onde tudo vai bem e todos vivem felizes para sempre no final? Esqueça tudo isso.
"Reino das Névoas" não é uma simples tentativa de dar tons sombrios às histórias originais ou embalar histórias infantis numa linguagem épica no melhor estilo pirotécnico de "O Senhor dos Anéis" (não confundam o que estou dizendo, pois sou fã dos filmes inspirados na obra de Tolkien). A proposta da autora foi resgatar o tom sombrio e adulto da arte de criar contos fantasiosos. Apesar do subtítulo, não há nenhuma fada por aqui. Os conflitos são tão mesquinhos quanto deveriam e tão violentos quanto manda a lógica. Esqueça a princesa em apuros, quase desmaiando enquanto aguarda um beijo do heróico príncipe encantado. Esqueça os anões filantrópicos. Esqueça os heróis confiantes e infalíveis. Nada disso cabe no "Reino das Névoas". Aqui, as princesas sabem o que querem e se viram. Aos príncipes falta sutileza e, não raro, inteligência. É inegável o tom feminista da maioria das histórias, sem demagogia ou didatismo, e vejo isso como uma qualidade que se soma a tantas outras que fazem de "Reino das Névoas" uma leitura quase obrigatória para quem quer testemunhar essa gênese dos verdadeiros talentos na nova literatura brasileira.

Como disse anteriormente, Camila é uma escritora verdadeira. Seu texto é preciso, enxuto, sem desperdício de palavras e todas elas são bem escolhidas. Eu notei bastante influência do estilo de Neil Gaiman nas descrições de personagens e lugares e uma boa pitada de Bernard Cornwell na crueza de algumas histórias. É interessante a dedicatória que ela escreveu quando assinou meu exemplar: "Caro Walter, espero que curta esta jornada entre sonhos e pesadelos", pois esta é a proposta do livro. Os personagens dos contos caminham entre a esperança, o horror e a redenção.

Link: http://www.psychobooks.com.br/2011/11/resenha-reino-das-nevoas.html
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danilo_barbosa 09/03/2012

A carocinha que se cuide...
Veja mais resenhas minhas no Literatura de Cabeça:
http://literaturadecabeca.com.br

Quem que estiver aqui, lendo esta postagem, já não ouviu um conto de fada?
Os famosos contos da Carochinha, como eram chamados nos tempos de nossos pais, encantavam a gente pela sua fantasia e ferocidade. Ouvíamos falar sobre lobos que devoravam vovós, belas que se apaixonavam por monstros horrendos e princesas que se incomodavam com ervilhas durante o sono.

Esses contos que passam por infindáveis gerações, nos enchendo de fantasia e de medo, acabaram de encontrar um adversário a altura graças as mãos hábeis de Camila Fernandes.

Com seu Reino de Névoas (Tarja Editorial, 168 páginas), ela converte e perverte as histórias infantis como conhecemos. Dá um toque sombrio e adulto como sempre quisemos ver, mas sem perder o charme e o toque especial que os contos antigos tinham.

Ela perverte valores, subverte aqueles que achávamos bonzinhos e inofensivos e brinca com os nossos medos, com uma qualidade textual ímpar. São 7 contos que fazem o leitor viajar por reinos nunca d´antes navegados. Ou será que me enganei?
Porque juro para vocês que, apesar das histórias serem completamente diferentes daquelas que conhecemos, elas captam o mesmo ar de encantamento que nos cercavam quando ouvíamos alguém contá-las.
A única diferença é que as do livro são voltadas para os adultos...
Por isso são muito mais malvadas.

São sete histórias, uma melhor que a outra!
Em O Chifre Negro, uma princesa tem de arrancar o chifre de um unicórnio para salvar o seu pai. Mal sabe a jovem moça que vai salvar a si mesma. Em O lenhador e a sombra, um homem que vive à margem da floresta tem uma estranha relação com uma misteriosa gata. Na Outra margem do rio, uma ponte mostrará a um homem que o verdadeiro amor surge das formas mais diferentes. A Torre onde ela dorme, perverte a princesa que adormece pela Eternidade, presa em um estranho feitiço. A Filha do Fidalgo mostra uma versão bem mais divertida de uma conhecida história entre uma moça e um certo sapo...

Calma que tem mais! Em A espera, a autora brinca com a poesia e o verso, sobre uma castelã que procurava a felicidade. E para finalizar, o conto que dá origem ao título do livro, O reino das névoas, nos mostra toda o talento da escritora em uma narrativa apaixonante. Ela consegue pegar todas as histórias que amamos e misturar tudo em uma fórmula sombria e maravilhosa, com uma riqueza que é uma verdadeira homenagem ao leitor, que mergulha num delicioso terror:

"A rainha trouxe uma bacia de metal e colocou-a ao lado da cama. Então, segurou os cabelos do rapaz, e num só ato, rasgou-lhe a garganta. Ele gorgolejou e estremeceu, mas o talho fora fundo e a morte não tardou. O sangue empapou o lençol e escorreu para a tigela no chão, enquanto a rainha sustentava a cabeça pelos cabelos. Cerrou os olhos, concentrando-se silenciosamente em seus desejos. Largou a cabeça de lado, apanhou nas duas mãos a tigela e bebeu dela com grande reverência. Então, disse com voz solene:
- Mostre o futuro da rainha."

Mergulhe no assombro dos novos contos de fadas. E não espere que a Carochinha apareça para contá-los. Afinal, quais são os assombros que nos esperam na escuridão da floresta?
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Literatura 12/03/2012

A carochinha que se cuide
Quem que estiver aqui, lendo esta postagem, já não ouviu um conto de fada?
Os famosos contos da Carochinha, como eram chamados nos tempos de nossos pais, encantavam a gente pela sua fantasia e ferocidade. Ouvíamos falar sobre lobos que devoravam vovós, belas que se apaixonavam por monstros horrendos e princesas que se incomodavam com ervilhas durante o sono.

Esses contos que passam por infindáveis gerações, nos enchendo de fantasia e de medo, acabaram de encontrar um adversário a altura graças as mãos hábeis de Camila Fernandes.

Com seu Reino de Névoas (Tarja Editorial, 168 páginas), ela converte e perverte as histórias infantis como conhecemos. Dá um toque sombrio e adulto como sempre quisemos ver, mas sem perder o charme e o toque especial que os contos antigos tinham.

Ela perverte valores, subverte aqueles que achávamos bonzinhos e inofensivos e brinca com os nossos medos, com uma qualidade textual ímpar. São 7 contos que fazem o leitor viajar por reinos nunca d´antes navegados. Ou será que me enganei?
Porque juro para vocês que, apesar das histórias serem completamente diferentes daquelas que conhecemos, elas captam o mesmo ar de encantamento que nos cercavam quando ouvíamos alguém contá-las.
A única diferença é que as do livro são voltadas para os adultos...
Por isso são muito mais malvadas.

Veja resenha completa no Literatura de Cabeça:
http://bit.ly/wfsAjv
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Rafael 28/04/2012

É a cara da autora
Camila cria contos com os elementos tradicionais dos contos de fadas, mas voltado para o público adulto, inclusive nos elementos morais. E é nesse aspecto que o livro se revela bem a cara dela. Suas histórias defendem os valores que ela prega. É lógico que quem ao a conhece não saberá que valores são esses, então vou apontar alguns aqui, que são bem evidentes no livro: amor aos animais, igualdade, repulsa ao preconceito, justiça e um certo feminismo light! Pelo menos é assim que eu a vejo e é o que chama minha atencão no livro.
Suas histórias são leves e fluidas, o que revela um grande cuidado com a língua e muito trabalho, pois como escritor, sei muito bem que uma história gostosa e fácil de ler é sinal de bastante dedicação do autor para lapidar a pepita inicial até que se torne uma jóia.
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carlosmrocha 27/02/2013

Contos de Fadas para Adultos
O livro tem a proposta de levar ao leitor (adulto) narrativas semelhantes aos contos de fada. São sete contos com sabor de contos de fadas (ou seja, presença de princesas, príncipes, rainhas más, bruxas, magia, seres fantásticos, maldições, objetos especiais, etc) que de um modo variado, ora pelo tema, por meio de agir/pensar dos personagens ou presença de violência ou sexo, tornam-se pouco recomendados para leitores muito jovens.

Em alguns dos contos, é possível perceber referências diretas a algum conto de fada conhecido, como Branca de Neve ou A Bela Adormecida, mas em outros, temos a sensação de mergulhar num novo conto de fadas. Os próprios contos de fadas tiveram um bocado de seu conteúdo original, mas violento ou bruto, removido ao longo do tempo até que chegamos às versões "Disney". Com a moral inserida do bem contra o mal e finais felizes para sempre. Muitos destes contos originais foram castrados de sua rudeza original. Em Reino das Névoas, temos a sensação de resgate forma desnuda de alguns dos contos originais, como no caso da versão de chapeuzinho vermelho em que a avó e chapeuzinho são mortas pelos lobo (e pronto... sem final feliz).

O livro contém os seguintes contos: O Chifre Negro, O Lenhador e a Sombra, A Outra Margem do Rio, A Torre onde ela dorme, A Filha do Fidalgo, A Espera e Reino de Névoas (mais para noveleta). A autora também é ilustradora e cada um destes contos é acompanhado de um bela ilustração.

É um livro de leitura rápida e prazerosa. Todos os contos são narrados de modo estimulante, com personagens, cenários e situações bem resolvidas. É uma boa surpresa no cenário de literatura fantástica nacional.

Saiba mais no site do livro: http://reinodasnevoas.blogspot.com.br/
silvanasartori 31/07/2013minha estante
Amigo só me fala uma coisa...Esse livro não é terror não né ??


carlosmrocha 01/08/2013minha estante
Não é terror não... Mas alguns dos contos são sombrios.




Thamires Amorim 14/05/2014

Cada conto tem sua magia e esses não ficam atrás!
Título: Reino das Névoas – Contos de Fadas para Adultos.
Autora: Camila Fernandes.
Editora: Tarja Editorial.
Ano: 2011. Páginas: 168.
Nota: ♥♥♥♥♥.
Sinopse: Um livro. Sete contos de fadas para adultos. Novos contos de fadas, não releituras dos clássicos, que brincam com seus elementos tradicionais: príncipes e princesas, bruxas (boas e más), maldições, bosques misteriosos, feras falantes. Mas com uma roupagem adulta, sem censura nem maniqueísmo. Nada de lutas do bem contra o mal: a dualidade está presente em todos e é dentro de cada um de nós que a grande luta ocorre. Estas narrativas procuram resgatar a essência dos contos de fadas originais, contados ao pé do fogo numa época em que não havia divisão entre “histórias para adultos” e “histórias para crianças”.
A edição é bonita, a diagramação muito boa, ilustrações perfeitamente detalhadas e a escrita indescritível. Reino das Névoas é literalmente um livro para adultos (mesmo que eu não seja e acredite que nunca serei), cheio de realidade e mistério, mas que no final conta com mensagens e ensinamentos que cada um interpreta de acordo com o que acredita.

Cada conto do livro tem sua emoção em especial e irei comentar um pouquinho mais sobre três contos que me cativaram demais no livro e que mesmo sendo muito real e inocente é ao mesmo tempo muito interessante. E eles são: “A torre onde ela dorme”, “A filha do Fidalgo” e “Reino das Névoas”.

No primeiro conto que citei, A torre onde ela dorme, conhecemos o príncipe Yten, a princesa Hora e aia Miren. A autora coloca aquela vingança vinda das versões originais e também certa curiosidade, sem contar que a princesa em si, lembra-me muito a Bela Adormecida, pelas suas características em alguns momentos.

Já, A filha do Fidalgo, conta a história de uma princesa que encontra um sapo. Porém o fim não é o mesmo dos outros contos que estamos acostumados a ouvir e isso torna a história até cômica. Lembrando também que é totalmente diferente do famoso conto “O príncipe sapo”.

E Reino das Névoas é um conto que é explanado mais. Nesse conto existe um mistério, segredos e até um pouco de erotismo, contando a história da princesa Niev e da rainha Nuura. Em alguns trechos me recordei de três contos que todos conhecem como Chapeuzinho Vermelho, Os três Porquinhos e também um pouquinho de Branca de Neve. Outras semelhanças com os contos que conhecemos é o terreno, como a mata, castelos, vilarejos, bosques; e alguns personagens, como lobo, caçador, bruxa, anão e até vovozinha.

Essas semelhanças, talvez só eu tenha notado, mas o livro se tornou ainda mais atrativo e muito inspirador para mim. O livro é muito bem escrito, com ilustrações realmente lindas e é um livro que vale muito a pena ler. Eu espero que vocês, assim como eu terminem o livro com um gostinho de QUERO MAIS, porque o livro é muito bom!

Esta resenha pertence ao blog Marca Provisória, encontre-a aqui:

site: http://marcaprovisoria.blogspot.com.br/2014/01/resenha-reino-das-nevoas-camila.html
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Scarlett-Hayalla 22/10/2014

adorei, são historias que estavam muito acima do que eu esperava.
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