Francisco M. 30/07/2014
um romance exotico mas só as ultimas 50 páginas
Quando decidi escrever sobre esse livro, eu parei, pensei por 2 minutos, levantei-me e fui atrás de uma xícara de café, voltei e pensei: PORRA! Que livro é esse? Olha, na capa do livro diz que é uma leitura compulsiva, assim sendo, não sei como explicar como levei 1 mês para terminar a leitura desse livro. Não sei se é porque fiquei enjoado com todo esse papo de antiguidades ou porque a monotonia de uma ação de um trailer policial faltou muito a me cativar.
Definitivamente Presa invisível é um romance escrito por um velho para pessoas velhas com alguma vivência policial.
Mas vamos aos fatos: o livro narra as investigações de um tal policial chamado Davenport, que o autor aproveitou de outro romance seu (que eu, com certeza, não irei ler) em duas frentes investigativas, uma é o escândalo de um político que transa com uma menor de idade e é indiciado por pedofilia ou também transa com a mãe da menor, ou as duas ao mesmo tempo, vai saber?
A outra investigação é o assassinato de uma velhinha e sua empregada por 2 pessoas que levaram alguns objetos de antiguidades de grande valor.
A óptica tanto de Davenport como dos ladrões de arte ao desenrolar do romance é algo admirável e notável você pode acompanhar 2 versões diferente do mesmo crime e chorar ou sentir ódio ou tudo isso ao mesmo tempo.
O desenvolvimento da história mostra tanto o lado profissional quanto o lado pessoal de Davenport o que acho, em meu ponto de vista, algo muito louvável por assim sentimos que o personagem está mais perto de nós e é um ser humano e comete erros e acertos como todos na vida.
As tacadas de sorte e os momentos de total inspiração poética e filosófica do personagem central leva a entender que ele resolveu o caso não por mérito ou mesmo por esforço, ele, com certeza, se mostra muito dependente das ideias de outras pessoas ao logo do livro, o que acho, é que o autor tentou mostrar-nos uma pessoa que é extremamente colaborativa e que sabe ouvir e ao mesmo tempo argumentar nas horas certas.
Sem muitas frases de efeito, o romance foge um pouco dos clichês policiais e isso eu considero um ponto positivo. O final é algo que vale a pena as quase 400 páginas do romance. Se falar que não me divertir muito com as últimas 50 páginas é mentira, mas recomendo que o livro seja, não uma leitura compulsiva, mas sim um conta-gotas que deve ser inserido em sua mente bem devagar para aproveitar todas as nuances e entender a complexidade que se constrói através de uma teia me enredada de personagem marcantes.