Giselle.Zart 23/01/2014O lirismo dos diasMeu Quintana, os teus cantares
Não são, Quintana, cantares:
São, Quintana, quintanares.
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Nessa poesia a singela homenagem de Manuel Bandeira ao Quintana.
Tais palavras não definiriam tão simplesmente o espanto/encanto de ter em mãos um livro de 1995, amarelado, entre tantos outros na pilha de livros(encontrados durante meu trabalho "voluntário".)
Um livro que está na seção infantil, mas quando se é atencioso é possível sentir melancolia, sensibilidade, nostalgia, simplicidade, enfim, sentimentos inerentes ao poeta.
Nas palavras do próprio Mario Quintana: “A poesia é uma maneira de falar sozinho. Porque a gente, quando está conversando, fala sobre coisas, sobre a vida deste, a vida daquele, acontecimentos do dia. Quem sabe vê uma mancha muito interessante no muro, num muro sépia, uma mancha verde, vê uma nuvenzinha lá no céu perdida. Então, se eu disser isto, você fala: ‘Coitado, está louco’. Então, tudo que não é matéria de fofoca é poesia. Essas coisas a gente não pode dizer. O comum das gentes raciocina por associação de idéias, e o poeta por associação de imagens”.
Ilustrado por Cláudia Scatamacchia, algumas letras iniciais do poema, alguns desenhos alinhavados com o tema, imaginativos, criativos, deixam a leitura ainda mais musical.