Carta Encíclica Pascendi Dominici Gregis

Carta Encíclica Pascendi Dominici Gregis Papa Pio X




Resenhas - Pascendi Dominici Gregis


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Tiago 22/11/2021

De pernas para o ar
O olhar de alguém atento à realidade é quase uma profecia. Assim foi a encíclica Pascendi na sua época, um alerta lúcido, inteligente e incontestável sobre um mal que se queria instalar na Igreja no início do século XX. Com precisão, o papa São Pio X conseguiu dissecar os interesses e os disfarces que os chamados modernistas usavam para se infiltrar, de modo silencioso, na vida e na hierarquia católica para, então, corroer está instituição por dentro. Uma aula não do que poderia acontecer, ou dava as caras como novidade - mas, pra leitores de mais de um século depois, uma análise iluminada da realidade eclesiástica dos últimos 120 anos, e um espelho de tantos que professam esta doutrina moderna às claras, ainda que posem sempre de bons católicos. É um livro divisor da história, obrigatório para quem quer entender o que, de tão espantoso, aconteceu na Igreja no século XX que parece ter virado toda uma instituição bi-milenar de pernas para o ar.
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Rafael Zanini Francucci 22/12/2017

A voz que se levantou contra o modernismo.
A carta encíclica: Pascendi Domini Gregis, constitui indubitavelmente a maior e mais importante reunião de argumentos contra o modernismo. De modo que, se alguém tenha como objetivo o conhecimento do modernismo católico, é indispensável a presença deste documento em sua lista de leitura. O conteúdo da carta se traduz numa elaborada resposta à necessidade de informar e denunciar, a crescente influência desta corrente de pensamento dentro da Igreja Católica. Nos mostra quem são os inimigos, expõe a maneira como agem e, acima de tudo, sobre qual filosofia se apoiam para desenvolver suas ideias. Ao fim, termina o conteúdo, prescrevendo os remédios necessários para melhor suprimir o erro modernista. É assim que ao trilhar o caminho construído na carta, conseguimos chegar a um claro entendimento, do que seja o modernismo e sua posição antagônica em relação à fé cristã.
Mas o que seria, o modernismo "católico"? antes de tudo, é bom saber sobre o conceito genérico, que envolve a definição de modernismo. Um conceito que tem em sua essência, a noção ou forma de pensamento, que de alguma modo, pretenda mudar certos aspectos culturais ligadas à determinadas sociedades. Intrinsecamente conectada à noção de tempo, a tese modernista postula a troca do novo em detrimento do velho, tendo em mente um ideal de futuro que carregue consigo, uma utopia planejada diretamente por intelectuais progressistas. Tudo sobre a égide do passado é considerado imperfeito. É neste terreno que nasce principalmente, a ideia de evolução (palavra atualmente considerada mágica, entre palestrantes de autoajuda). Partindo deste ponto de vista, o presente torna-se um resultado fracassado dum futuro idealizado por nossos antepassados, ou seja, um ideal não desenvolvido. Tal "fracasso" é posto como resultado da presença dum forte traço conservador na sociedade humana, e sob este aspecto, o conservadorismo passa a ser entendido como nada mais que um forte apego irracional ao passado, uma transubstanciação do ruim. Provavelmente seja esta uma das possíveis causas da conotação ruim associada à palavra "retrocesso". O modernismo católico, aparece no bojo desse pensamento, se auto proclamando: a evolução teológica aos "problemas" do catolicismo.
Mas o que torna o modernismo teológico essencialmente perverso? Para responder essa pergunta, Pio X vai direto à fonte alimentadora de toda cadeia de pensamento modernista. Encontrando no centro dessa fonte duas ideias principais: a filosofia agnóstica junto ao conceito de imanência vital. A primeira, aparece como semente, a partir da querela dos universais, especificamente no nominalismo do século X, ganhando grande força no século XIX, sob influência direta da filosofia kantiana. Em síntese, o agnosticismo diz que o conhecimento humano, seja de qual ordem for, ainda que na esfera dos objetos sensíveis, nunca será satisfatório. Dessa maneira não é dada ao raciocínio humano, conhecer senão as aparências determinadas pela categorias apriorísticas de nossa natureza. Negando desta maneira à razão, o poder de atingir qualquer realidade supra-sensível, o que inevitavelmente leva à conclusão: tudo é subjetivo e simbólico no campo do conhecimento, inclusive a demonstração da existência de Deus (base racional de qualquer religião). Desta conclusão, os modernistas saltam para a seguinte: Deus não pode ser de maneira nenhuma objeto direto da ciência; logo também, em relação à história, não pode ser considerado assunto histórico.
O segundo aspecto contido no núcleo do modernismo: o conceito de imanência vital, na sequência da tese anterior, tira dela suas premissas, assume a impossibilidade de uma revelação externa ser acessível ao homem, porém conclui, que os motivos da religião devem ser procurados e explicados dentro do próprio homem. Logo, o homem com sua necessidade de um quê divino, sem nenhum ato prévio da inteligência (como o quer o fideísmo protestante) gera em seu ânimo já inclinado por um certo sentimento particular, uma comunicação com o divino. Por este sentimento particular os modernistas dão o nome de fé. Deste momento em diante, fica estabelecido que a fé, não é outra coisa senão um sentimento. Agora, o princípio base de toda a religião, deve-se fundar em um sentimento subjetivo, nascido da necessidade de divindade, e não de uma harmonização entre fé e razão como ensina o pensamento tomista. As teses teológicas desenvolvidas na escolástica, assim como o tomismo faz parte do passado, a separação entre fé e razão é um fato declarado entre os principais porta-vozes do modernismo.
Elementos centrais da religião como: dogma, fé e revelação são postos na mesma trilha de desenvolvimento. O relativo se levanta como um gigante frente ao verdadeiro. Deus espírito transcendente, passa a ser um ente que se ache dentro da imanência da consciência de cada homem. O sentimento religioso, que por imanência vital surge dos esconderijos da subconsciência, é pois, o germe de toda religião. A razão de tudo o que tem havido e haverá ainda em qualquer especulação sobrenatural. Posto assim, em toda religiosidade encontra-se um aspecto dessa: "verdade" contida.
Após uma exposição rápida desses conceitos, tenhamos em mente o fato da complexidade do assunto. Não cabe é claro, a uma simples resenha, o papel de explicar de maneira satisfatória cada um dos pontos e suas respectivas implicações do que tange à fé cristã. Ademais, alguns pontos importantes valem ser mencionados: as diferentes posturas assumida pelos modernistas, a base de conhecimento com que o Papa usa para formular suas críticas e os remédios dados por ele contra o modernismo.
Em relação às posturas dos modernistas, Pio X destaca seis. Cada qual representando as diferentes faces de atuação: o filósofo, o crente, o teólogo, o historiador, o reformador e por fim, o reformador.
Passando aos conhecimentos do Papa, damos por certo que o Santo Padre, constrói toda sua denúncia e crítica, tomando como base o conjunto de documentos contidos na tradição da igreja. Entre eles: documentos conciliares, bulas papais e decretos já ratificados pela tradição eclesiástica. Isso fica constatado de maneira clara, a medida que, para cada crítica feita, trechos retirados de fontes primárias são expostas. Configurando desse modo, a seriedade do texto papal. Ademais, os pensamentos e premissas filosóficas do Sumo Pontífice, são todas fundamentadas em pressupostos tomistas.
Vale citar sobre a complexidade das informações expostas no documento pontifício. A natureza dos erros nele condenados podem, talvez, dificultar o entendimento completo e imediato de cada detalhe da importante Encíclica. Falo pelas classes de menor conhecimento, e por aqueles que desconhecem os movimentos das doutrinas citadas. É bom que se conheça as definições de fé, razão e revelação defendidas por Pio X. Definições essas que não são outras, senão as já afirmadas pelos santos doutores da patrística e escolástica, pelos concílios anteriores, pela tradição apostólica e por fim pelas sagradas escrituras.
Se se deva tirar algo de importante desta resenha, que seja tirada a preocupação e o interesse em ler a Encíclica Pascendi Dominici . É pois para mim, um documento insubstituível e de valor único para quem de boa fé queira entender o que se passa com o mundo católico.
"Que nunca alguém ouse dizer, que dentre os seguidores de Cristo, não houveram aqueles que se levantaram para lutar contra os inimigos da fé."

Complementos de estudo sobre a encíclica Pascendi Dominici Gregis e o modernismo:
- Apresentação da Encíclica Pascendi - Pelo Pe. Leonel Franca, S.J
- Catecismo sobre o Modernismo - Padre Lemius
- Do Liberalismo à Apostasia - Dom Marcel Lefebvre
- O Pensamento de Dom Antonio de Castro Mayer - Dom Antônio de Castro Mayer
- AETERNI PATRIS - Leão XIII
- INSCRUTABILI DEI CONSILIO - Leão XIII
- HUMANI GENERIS - Pio XII
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gab 28/03/2020

Ainda necessário à Igreja Peregrina
Claro, conciso e tão necessário quanto quando foi escrito. São Pio X desmascara o Modernismo em todas as suas facetas e mostra o porquê desse mal ser a maior de todas as heresias. Hoje, nos habituamos a ver o Modernismo em todos os lugares, até mesmo através do clero infelizmente a exortação do Santo Padre não foi suficiente para calar suas vozes, ao menos dentro da própria Igreja, devemos retomar a leitura dessa importante encíclica a todo tempo para nos fortalecemos nessa batalha e sabermos identificar um herege modernista.

São Pio X, rogai pela Igreja Peregrina!
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Fefe K. 05/02/2023

Bom???
Eu gostei do livro mesmo não entendendo quase nada, pois eu li de um jeito errado, mas estou pensando em reler novamente.
Porque bom?? Pois ele toca em coisas importantes e do pouco que entendi mostrou o quão interessante este livro é. E pensando em assistir um vídeo que fala sobre ele
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