Afonso.Bolzan 15/01/2023
E se Obama fosse africano de Mia couto.
No parágrafo inicial do texto, o autor aborda assuntos de sua realidade moçambicana analisando a não violência no contexto de progresso social criticando a falta de esforços para a produção de pensamentos críticos que é substituído pela isenção de culpa, apenas apontando consequências da responsabilidade em terceiros, colocando a sociedade moçambicana contra a parede.
Por meio desta linha de pensamento Mia Couto problematiza os moçambicanos a sempre julgarem a responsabilidade de acontecimentos desagradáveis no passado como sendo o principal responsável pelos problemas do presente quando de fato o real motivo é a vitimização genérica de que a culpa é do próximo e não de si, mostrando também que há alternativa para a resolução desses problemas interiores causados dentro de cada cidadão e como prova disso o escritor oferece fatos que colaboram para o entendimento da informação que quer passar, relatando que o governo de Zimbábue iniciou uma acusação de que países próximos incluindo Moçambique dizendo que estavam exigindo que professores qualificados saiam de seu pais, realmente houve uma fuga generalizada de habitantes onde três milhões saíram com medo da irresponsabilidade do governo.
No livro o autor destaca uma fala reflexiva sobre a violência relatando que a mesma só é vista dependendo de sua popularidade, pois existem formas de agressividades que não são vistas ou imagináveis onde não se sabe a emergência que ela necessita ser vista, fazendo com que estas e outras mais violências sejam invisíveis:
"Existe violência quando os camponeses são expulsos sumariamente das suas terras por gente poderosa e não possuem meios para defender os seus direitos. Existe uma violência contida quando, perante o agente corrupto da autoridade, não nos surge outra saída senão o suborno. Existe, enfim, a violência terrível que é o vivermos com medo". (COUTO, 2011, p.75).
Acrescentando em sua obra, Mia Couto pontua a capacidade do que podemos fazer quando estamos com medo e analisando até que ponto podemos enxergar a violência como ?normal?, pois se cria estereótipos sobre qualquer assunto porem ele destaca os povos africanos havendo suposição de que todo e qualquer ser humano que seja africano possa ser um povo pacífico e vítima onde na verdade é uma mentira, pois existem várias vivências, onde a coletividade não justifica uma nação ?Os povos não são um produto genético, imutável. São produto da História. E a História pode facilmente converter os desejos de Paz? (COUTO, 2011,p.76).
Levando em conta os pensamentos de Mia Couto ele propõe uma ideia de que a população africana pare e reveja os conceitos sobre a culpa e exibe uma forma mais clara do que deve ser analisado em questões de mudança criticando que seja fácil apontar o dedo para o governo causando um comodismo comunitário onde as exigências são governamentais e não populacionais, trazendo essa intervenção ele mostra que a falta de cidadãos ativos é um dos problemas mostrando que a principal responsabilidade do pais é da população, obviamente não se isenta culpa de certos ponto da governança do pais, o silêncio também é uma forma de violência pode ser igualado como a aceitação de tudo que é imposto.