Caroline Gurgel 16/07/2013O badboy do subúrbio e a pobre menina rica...Química Perfeita é a clássica estória entre o garoto pobre de periferia e a pobre menina rica, comumente vista desde o velho e sempre Romeu e Julieta. Embora as comparações com Shakespeare parem por aí, o livro é bom, especialmente quando o que se deseja é apenas entreter-se.
Segue a mesma fórmula de livros como Easy, My favourite Mistake, Belo Desastre e Metamorphosis, que eu poderia dizer que haviam sido escritos pela mesma pessoa. E, bem, é uma fórmula de sucesso, tendo em vista o burburinho que todos eles causam nas redes sociais.
O livro conta a história de Alex Fuentes, um imigrante mexicano que mora na zona sul e pobre da cidade, faz parte de uma ‘gangue’ e tenta manter sua fama de badboy indestrutível, e Brittany Ellis, a bonita, perfeita e loira garota da zona norte que faz de tudo para manter as aparências. Eles detestaram um ao outro desde o momento em que se viram, até que a professora de química os colocam como dupla para os trabalhos de todo o ano letivo. Juntos podem descobrir que a carcaça nada tem a ver com o que está dentro deles, mas isso não vai ser tão fácil ou indolor.
É uma boa história, sem grandes pretensões, mas que mostra a eterna luta de professores e diretores por uma escola sem segregação e discriminação racial ou social. Mostra um pouco das ‘gangues’ das periferias, da falta de escolha de seus membros diante dos “chefes” e que nem todos que estão ali são de má índole e podem estar apenas se protegendo ou protegendo quem ama.
Em contraponto aos subúrbios, mostra também como uma menina rica, tida como feliz e perfeita, pode ter uma vida extramente dolorosa, sofrendo pressão intensa dos pais e da sociedade. Expõe como os pais podem ser cruéis e egoístas, mesmo achando que estão fazendo o melhor para seus filhos, e o quanto a cobrança excessiva pela perfeição pode afetar a cabeça de um adolescente.
É previsível, mas entretenedor. Tenho apenas uma ressalva: se for ler, PARE antes do epílogo. Escute-me! O epílogo consegue acabar com quase todos os pontos positivos do livro. Acho que ridículo seria a palavra certa, talvez cômico. Ou ridículo e cômico. No mais, boa leitura!