Cultivados

Cultivados Rodrigo Baptista




Resenhas - Cultivados


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Lodir 29/10/2011

“Cultivados”, lançamento da nova editora Subtítulo, é um livro apocalíptico. O clima é de destruição e fim do mundo, bem ficção-científica, mas daquelas que deixa a sensação que, um dia, quem sabe, aquilo tudo pode realmente acontecer. Na trama, o planeta Terra foi assolado por uma série de catástrofes, que acabaram com o planeta. O erro humano é, aparentemente, o responsável – fica a dica. Os poucos sobreviventes precisam mudar radicalmente seus hábitos e a sociedade se transforma para se adaptar. Em um mundo tão hostil, todos se tornam mais egoístas, gerando uma série de problemas de comportamento e convivência.

De início, é difícil imaginar como o autor conseguirá desenvolver toda essa trama complexa em apenas 170 páginas. Após um prólogo atraente, Rodrigo Baptista corre contra o tempo no primeiro capítulo, detalhando as catástrofes e suas conseqüências, até finalmente apresentar os personagens principais. A história é alternada com dois pontos diferentes. O primeiro mostra um grupo de sobreviventes que é mantido preso em uma Redoma, até conseguir fugir. O segundo mostra um homem que é responsável por administrar a Redoma e conduzir o destino dessas pessoas.

Como se espera de um livro de estréia, ele apresenta alguns problemas. O principal é a estrutura narrativa utilizada pelo autor. Os parágrafos são longos demais, muitos chegam a duas páginas. Os diálogos são introduzidos dentro dos parágrafos com a narração, sem receber destaque, confundindo o leitor em alguns momentos. É claro que essa variação pode ser classificada como “estilo” do autor, mas a verdade é que ambas apenas tornam a leitura mais cansativa, sem acrescentar nada. O primeiro capítulo, especificamente, poderia ser melhor desenvolvido, já que tudo ficou corrido demais e pouco aprofundado, desde a apresentação da situação do planeta terra até a exposição dos personagens.

Ainda assim, o livro não apresenta erros que são mais perceptíveis a outros escritores estreantes. O vocabulário do autor é culto, e é notável seu desejo em mostrar isso, diante da escolha das palavras. Não é um livro com uma linguagem muito simples, o que não é um defeito. Também não há erros de ortografia ou digitação salientes. Após o primeiro capítulo, a narrativa segue em clima ameno, equilibrado, bem desenvolvido e ágil o suficiente para não entediar o leitor.

“Cultivados” é uma alternativa nacional para os fãs de ficção-científica apocalíptica. É uma obra original, mesmo para o gênero, e mostra um potencial escritor para o estilo. Torna-se, ainda, uma leitura agradável e leve para os momentos onde se busca algo rápido, intrigante e criativo.

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Lai 01/03/2012

Cultivados - Rodrigo Baptista
Este é o primeiro livro brasileiro que vou resenhar aqui no blog e fiquei muito feliz por ele ser bom. A história se passa em um mundo pós-apocalíptico onde quase toda a raça humana foi extinta. Um vírus (que não foi explicada a origem) assolou todas as formas de vida do planeta, exceto alguns humanos que não se contaminaram. Estes vivem em Domi, uma cidade planejada, auto-sustentável, que foi adaptada para aqueles que não se contaminaram.

A história tem um detalhe que para muitos pode ser chocante e esse detalhe foi o que chamou mais a minha atenção - você não suspeita disso quando está lendo o início -, a história dos Cultivados. Não tem como suspeitar e quando essa verdade vem à tona é que você vai ligar os pontos e talvez até se chocar com a história.

A leitura, em algumas partes, fica um pouco cansativa em conseqüência dos longos parágrafos e dos diálogos, que antecedidos de aspas, estão inseridos no parágrafo. Essa estrutura pode deixar o leitor confuso, é preciso prestar atenção e às vezes até voltar algumas linhas para não se perder. Destaco e admiro o rico vocabulário do autor e a sua escolha correta de palavras e ponto também na descrição simples e agilidade dos fatos que não permite a sonolência.

Eu gosto muito do tema (literatura distópica) e recomendo a leitura de Cultivados, de Rodrigo Baptista (Subtítulo, 172 páginas, R$ 29,90), só alerto para algumas cenas de brutalidade, cenas fortes mesmo. E é uma pena que o livro tenha apenas 172 páginas, você lê rapidinho e fica querendo mais. Mas fico pensando, é melhor ler 172 páginas de um bom livro do quê 300 de um chato. Talvez o Rodrigo Baptista tenha achado a quantidade de páginas suficiente para nos contar sobre a hecatombe criada por ele.

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