Marlon Teske 29/08/2010
Só Nove...
Uma coletânea de contos de Asimov finalmente caiu nas minhas mãos, e como há muito tempo não acontecia devorei as páginas dos nove contos do livro não descansando enquanto ainda existiam laudas para ler. O estilo leve, inteligente e com um toque de ironia bem humorada (que nós, Inominattus privilegiados, encontramos não sem motivo nos contos do nosso amigo Douglas "D'zilla" Reis) torna o livro algo hipnótico, quase como se o próprio Asimov estivesse conosco, narrando suas visões do futuro.
Nove Amanhãs, como o título brilhantemente se explica, trata de nove futuros distantes (ou não tão distantes) da humanidade após a conquista do espaço. Mesmo se tratando de ficção científica futura, cada personagem é ao mesmo tempo tão atual, tão presente, que sua personalidade torna-se quase palpável. Sem contar nas muitas tiradas ótimas como o grande personagem principal de quase todos os contos, o computador planetário Multivac, criado para reger a vida de todos os homens da Terra.
Numa das histórias, nosso amigo Multivac pena por eras buscando a resposta para a imortalidade definitiva (tornar o homem eterno não é dificil, mas como impedir a morte de todas as estrelas do universo?). Em outra, o computador prevê que o pior de todos os crimes será cometido: alguém pretende atentar contra o próprio Multivac. E, mesmo prendendo o responsável, a porcentagem de probabilidade de sucesso do crime aumenta sem parar). Em outra, Asimov nos apresenta algo no mínimo insólito: 5.000 anos no futuro, os homens simplesmente não acreditam ser possível realizar as quatro operações matemáticas básicas sem um computador (Como assim ele realiza os cálculos só com um lápis?)
Leitura recomendada ao extremo. Não abandonem esta esfera de existência antes de ler pelo menos um dos livros desse senhor russo, pois valem cada segundo. Duvida? Então pergunte ao Multivac. Eu te desafio. Aposto cinco dólares que isso não pode ser feito!
Lido em Maio/2008