Emanuel Xampy Fontinhas 31/01/2021
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O livro tem um ritmo muito lento, beira ao desesperador na primeira parte, mas aconselho que permaneçam com a leitura pois, conforme as infindáveis e pormenorizadas descrições começam a fazer sentido, você vai percebendo o quão inventiva e inteligente é a obra e que as metáforas, além de servirem para a sociedade francesa da época em que foi escrito continuam pertinentes até hoje, a admiração pela obra cresce, assim como pelo autor, um importante ensaísta e escritor anarquista que foi declarado morto em um campo de concentração nazista. Realmente a falta de um enredo propriamente dito, a interminável ladainha descritiva (clara influência de Verne, citado algumas vezes no texto, inclusive) e a a ausência de um protagonista carismático são bem sentidas, mas é uma obra de inventividade admirável e de qualidades cinematográficas. Inclusive poderia ser o prólogo de uma série de obras, se a vida do autor não tivesse sido interrompida de forma tão brutal.