O coração é um caçador solitário

O coração é um caçador solitário Carson McCullers




Resenhas - O Coração é um Caçador Solitário


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Bookster Pedro Pacifico 18/07/2023

O coração é um caçador solitário, Carson McCullers
368 páginas. 2 meses de leitura. Parece muito tempo, né? E realmente foi um livro que me tomou mais dias do que o normal. E isso não significa que eu não gostei da leitura. Pelo contrário, foi uma experiência muito positiva. E isso é bom para pensarmos o quanto a preocupação em ler rápido pode atrapalhar uma leitura. Eu sempre falo: cada livro tem um ritmo, a depender do leitor.

Carson McCullers escreveu com apenas 23 anos um dos principais romances da literatura norte-americana do século passado. É incrível como a autora, ainda tão jovem, conseguiu construir personagens tão profundos e distintos entre si. Ao longo da leitura, acompanhamos a perspectiva de 5 personagens diferentes, em um cenário pobre e racista no sul dos Estados Unidos às vésperas da 2ª Guerra Mundial.

É até difícil escrever sobre a narrativa, já que não é um enredo com tantos acontecimentos. É mais uma observação da vida desses personagens tão distintos, que têm em comum uma relação com Singer, um homem mudo e que, apesar da ausência de seus diálogos, consegue nos transmitir uma humanidade imensa. Ele vive solitário e acaba, de uma forma muito simples, tocando a vida daqueles à sua volta. Fiquei com a sensação de estar diante de um personagem muito puro.

Ainda temos Mick, uma garota que vive uma vida de pequenas aventuras e que vivência situações que exigem uma maturidade maior daquela esperada para a sua idade. Brannon é dono de um bar e tem uma relação conturbada com sua esposa. Benedict é um médico negro que atende os pacientes por caridade e possui relações familiares complexas. Por fim, temos Jake Blount, um personagem com ideologias mais extremas.

Gostei bastante da leitura. Como disse, ela exige paciência, não há grandes acontecimentos, mas o mergulho na pequena cidade e nas relações entre personagens tão profundos me prendeu. O destaque fica para o personagem Singer e as reflexões sobre a natureza humana que suas atitudes despertam.

Nota 9/10

site: https://www.instagram.com/p/CuqDpydLLDx/
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Paula 08/08/2012

Maturidade precoce
Incrível como uma autora tão jovem pôde descrever com tanta sutileza os diversos tons da solidão.
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Rodrigo1001 25/01/2024

A solidão como protagonista (Sem Spoilers)
Título: O Coração é um Caçador Solitário
Título original: The Heart is a Lonely Hunter
Autor: Carson McCullers
Editora: Carambaia
Número de páginas: 368

Homens e mulheres desesperados por comunhão, quase inflamados pela necessidade de compreensão, vagam pelas ruas de uma cidade do sul dos Estados Unidos em "O Coração é Um Caçador Solitário", o primeiro romance de Carson McCullers, publicado em 1940.

Límpido em prosa, o livro traça a turbulenta vida interior de um alcoólatra sufocado pela injustiça social, de um médico negro cuja elevada visão moral alienou sua família, de uma adolescente andrógina apaixonada por música clássica e de um senhor mudo a quem cada um destes personagens recorre em busca de companhia.

É uma viagem humanizadora e singela.

O livro versa, basicamente, sobre a solidão. Os personagens, em sua maioria isolados, não podem ou não querem expressar os seus anseios. Quando o fazem, suas paixões os dominam e os resultados são constrangimento e maior alienação. Em desespero, cada um recorre a John Singer, um mudo de olhos gentis, que transforma sua simpatia passiva em compreensão profunda. Para cada um, ele se torna o companheiro solidário sem o qual a vida seria cruel demais para ser suportada.

Tendo como pano de fundo a crise econômica e a ascensão de Hitler ao poder na Europa, conflitos, exclusões e o ódio entre brancos e negros são onipresentes. A autora descreve cada personagem de forma bastante sentimental, quase etérea e com grande sensibilidade. O elemento de ligação é sempre o vazio interior e a capacidade ou incapacidade de lidar com o medo. Um livro psicologicamente exigente, cujo significado e direção não ficam exatamente claros para o leitor.

Ao terminar a leitura, para mim, o livro irradiou uma profunda sensação de desesperança. Presos num ciclo, os personagens se movem como hamsters sobre rodas. Um livro elegíaco que serve um banquete para leitores sensíveis que, ao final, fecham o livro profundamente afetados pela visão do mundo interior dos personagens.

Ainda assim, devo dizer, fornece muito o que pensar - e é precisamente esta ressonância que torna a leitura tão gostosa.

Leva 3.5 de 5 estrelas.

Passagem interessante:

"Como os mortos podem estar verdadeiramente mortos quando eles ainda vivem nas almas daqueles que são deixados para trás?"
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Fer Paimel 07/01/2023

Bom, mas não recomendo
Tive dificuldades com essa leitura por um motivo que ainda não sei bem determinar... se simplesmente não gostei, se foi a época em que li (final de ano bem corrido), se foi o momento da minha vida, se foi frustração por ter colocado muita expectativa, já que duas das minhas melhores amigas me indicaram com muito furor essa leitura, ou outra causa...
Talvez me falte sensibilidade (ou eu a tenha demais?!) para entender a história, mas a bem da verdade é que eu a achei entendiante. Alguns trechos foram bem marcantes (não vou dar spoiler, mas tem umas cenas bem inesperadas kkkk), mas o grosso do enredo foi bem morno... pode ser que seja proposital, considerando o contexto da história (cidade interiorana sulista do EUA no fim dos anos de 1930), havendo resenhas que sobressaltam a infelicidade daquela época de empobrecimento pelo desastre econômico e marcada pelo preconceito racial. Esse contexto, porém, ao meu ver, geraria o oposto do tédio, mas a cidade onde os fatos se dão é descrita como tediosa, tanto que a vida de um dos personagens é o foco principal dos demais, que nada mais interessante parecem ter para fazer do que monitorar cada passo e decisão dele.
O livro conta, basicamente, a história de cinco pessoas, sendo que quatro delas ficam meio obcecadas com um desses personagens, o surdo John Singer. Todos ficam fascinados com Singer, mas eu o achei meio sem graça também kkkk há mais desenvolvimentos na história, já que se conta os arcos de cada um desses cinco personagens, mas simplesmente não fui fisgada.
Há várias discussões marxistas durante o livro, considerando que alguns dos personagens se declaram comunistas, de modo que algumas partes foram bem interessantes, como o debate sobre o valor do trabalho e o propósito da vida no regime capitalista (para muitos é trabalhar um monte para consumir apenas o necessário à sobrevivência).
Quanto à escrita, não há fluidez. As frases são muito curtas e separadas por ponto. Acho que isso foi pensado como um recurso linguístico, mas o livro foi todo escrito assim, aí perde a graça, sendo outro fator que tornou a leitura menos atrativa.
Enfim, acho que dá para tirar pensamentos interessantes da leitura, mas o livro em si, para mim, não foi dos mais legais de ler. Portanto, não recomendaria por não o enxergar como uma leitura cativante o suficiente.
Leio, logo existo 07/01/2023minha estante
Na minha opinião, esse texto é incômodo por dois motivos:
1. A linguagem enfadonha.
2. A temática.
Ter acesso a visão do colonizador em relação ao colonizado , da mesma forma que compreender o processo de desumanização dos povos africanos é muito importante. Mas alguns trechos são cruéis demais, tornando a leitura difícil. Soma-se a isso um estilo de escrita truncada e de pouca fluidez, impossível termos uma leitura agradável. Finalizar esse livro é para os fortes. Somos guerreiras. ?


Fer Paimel 08/01/2023minha estante
Oie!! Concordo com vc, ler essa visão racista hoje em dia é, para mim, inconcebível, mesmo entendo o contexto da época. Eu consegui extrair reflexões do que foi exposto, sobretudo pela época em que foi escrito, mas não foi fácil kkkk
Quanto à escrita, é muito truncada mesmo! Esqueci de comentar sobre isso na resenha, vou inserir agora!! São várias frase de quatro ou cinco palavras e ponto. Às vezes, de uma palavra e ponto. Não tinha muita fluidez. Pensei que isso tivesse um propósito, mas não o identifiquei, achei apenas incômodo kkkk


@willamsrodrig 08/01/2023minha estante
Agora fiquei fiquei assim? hahaha. Esse título me chama tanto a atenção. Fiquei com receio de não gostar da leitura também?


Fer Paimel 08/01/2023minha estante
Kkkkkk ah, Rodrigo, acho que a leitura é bastante pessoal? temos tantos olhares e perspectivas sobre as mesmas coisas, não dá pra descartar uma leitura só pela experiência que tivemos. Minhas amigas, por exemplo, gostaram muito de lê-lo, então sei lá? dá pra começar e se vc vir que não rola, vc deixa de lado?




Lanny 24/02/2024

A solidão é um mundo vasto
5 personagens; cada um vivendo os seus dilemas pessoais, vivendo a solidão da incomunicabilidade, contendo em suas narrativas uma certa melancolia.

?E como os mortos poderiam realmente estar mortos quando ainda viviam na alma daqueles que ficaram para trás??
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pascalevm 14/01/2024

Tudo junto e misturado
Escolhi esse título para primeiro livro de forma aleatórea no app BibliOn quando fiz uma busca por livros lançados em 2022. Me chamou a atenção o fato dele ter sido escrito por uma garota de 23 anos e ser considerado um dos melhores romances americanos do século XX. Porém, ele não me prendeu de início. A autora utiliza muitas frases curtas, períodos curtos, então até que eu me acostumasse com esse estilo de escrita, demorou um pouco. Mas ele é sim, um livro interessante. Escrito em 1940, aborda temas que são polêmicos hoje, imagine naquela época: preconceito, racismo, injustiça social, inclusão, entre outros. Amei os personagens da Mick, Dr. Copelans e o Sr. Singer, que pra minha surpresa, quando assisti ao filme foi exatamente retratado como eu imaginei. Só me ficou uma dúvida no final: o Singer era apaixonado pelo Antonapoulos? Desde o primeiro momento até o final ela fala que eles são grandes amigos, mas eu fiquei com uma sensação que ele amava aquele gordinho.
Rodrigo1001 26/01/2024minha estante
Tive a mesma impressão. E não pude deixar de pensar como deve ter sido impactante escrever um livro desses nos anos 40.




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André Vedder 06/11/2023

Temos aqui uma história de um certo grupo de personagens, no qual, cada um com sua personalidade, vão se cruzando e criando conexões, laços e afinidades. A autora usa muito bem essas ligações para explorar a condição social em que vivem, mas também levanta ótimos questionamentos de vida, como perdas, solidão, amadurecimento, racismo e amizade.
Sua escrita é fluída e no todo a história é bem amarrada, mas achei em alguns momentos que certos acontecimentos ficaram um pouco vagos, faltando um melhor aprofundamento.
No mais é incrível saber que Carson McCullers escreveu a obra com tão pouca idade, pois muitos assuntos e temas aqui abordados são de uma maturidade rara vinda de uma escritora tão jovem à época.

"Talvez, quando as pessoas ansiavam tanto assim por uma coisa, o anseio as fizesse acreditar em qualquer coisa que pudesse concede-la".

"E como podem os mortos estarem realmente mortos, quando ainda vivem nas almas dos que ficaram?"

"Era engraçado, também, como a gente podia se sentir solitária numa casa cheia".
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marin 31/03/2021

"O coração é um caçador solitário" é provavelmente um dos melhores livros que eu já li. Me senti totalmente conectada com as personagens e com a narrativa.
Achei extremamente interessante como a autora consegue trazer o tom e partes da personalidade de cada um dos cinco personagens em uma narração em terceira pessoa.
Recomendo muito a leitura.
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jdelisiario 12/03/2022

A união de várias solidões
Quando comecei a ler esse livro a expectativa era bem alta, devido a uma indicação que recebi de uma bookstagran.

A história é sim bem construída, os personagens inspiram curiosidade, mas acho que minha inteligência não alcançou 100% a proposta do autor.

Alguns acontecimentos me deixaram irremediavelmente chateada e só terminei porque faltava pouco para o fim mesmo.

Fico na dualidade do gostei e não gostei. Deixo para cada um que queira conhecer.

#leituraTerapia
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Litchas 28/01/2020

Se vc quer um livro com final feliz não leia este rs.... desvela a realidade nua e crua! Os entendedores entenderão!! Rs
Suelen.Philomeno 28/01/2020minha estante
Kkkkk, obrigada por avisar!


Litchas 29/01/2020minha estante
Kkkkkkk




Fabi 05/09/2023

Arrisco dizer que quase todos personagens são protagonistas.
Um bando de esquisitos e marginalizados, muito expostos, frágeis, sensíveis e cheios de sonhos. A politização, o sentimento de justiça, o racismo, o ódio, a adolescência mal resolvida, as manias e excentricidades de cada um faz esse livro ser belo.

De pensar que essa autora, aos 23 anos, escreveu tamanha obra é de aplaudir.
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Gab 19/02/2020

Coração Solitário
Estamos sozinhos no mundo!? Quantas vezes nos pegamos pensando na vida e qual seu sentido!? Nesse romance estadunidense somos apresentados à personagens que, por sua solidão, buscam desesperadamente alguém que possa simplesmente ouvi-las. Nesse contexto, um surdo-mudo é o escolhido para tanto, com seu silêncio e calma as pessoas enxergam nele alguém especial e praticamente ficam reféns desses encontros até que algo acontece eles precisarão se encontrar e buscar algum sentido para tudo isso! Uma leitura profunda e fluida que vai encantar muitos leitores.
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Jeff Martins 08/03/2023

Fui ler e tive uma surpresa. Virou um dos meus favoritos.
Mesmo entre um monte de gente aí se consegue se sentir solitário.
São as crenças que parecem que definem a gente para os outros. Tudo se converge para o Sr. Singer e é quando as pessoas, os personagens, começam a perceber o quanto são egoístas.
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