De amor e trevas

De amor e trevas Amós Oz




Resenhas - De Amor e Trevas


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Cintia295 01/03/2024

Teve algumas partes que achei cansativa, mas tem umas partes ótimas, ele sabia escrever te prender, conquistar com as palavras. Espera bem mais do livro( criei expectativa depois que vi uma resenha no YouTube) mas assim o livro é incrível. A história da mãe e do pai mais no final do livro me pegou muito, fiquei bem triste.
Essa frase doeu, mas achei linda, e sim sua mãe te amou.

"Todas as mães amam os seus filhos: é uma lei da natureza. Até a gata. Ou a cabra. Até as mães de assassinos e criminosos. Até as mães dos nazistas. Até as mães de retardados que vivem babando. Até as mães de seres monstruosos. O fato de que só a mim não tinha sido possível amar, o fato de minha mãe ter fugido de mim, isso só demonstrava que simplesmente não havia nada em mim para se amar, que eu não merecia ser amado. Havia alguma coisa errada comigo".
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Mylena.Esteves 29/02/2024

Pesado e comovente.
Uma autobiografia cheia de conflitos históricos e dores. Às vezes a gente nem realiza o quanto foi feliz na infância, esse livro me fez lembrar disso, no quanto sempre fui blindada pelo amor da minha família. Não consigo nem imaginar o que ele sentiu durante a infância, ali no seu mundinho solitário e criativo, cheio de medo, guerras e questões familiares. É triste também constatar que depois de tantos anos desse relato sobre a infância do autor, o conflito entre árabes e judeus continua matando e fazendo sofrer tanta gente. Eu gostei muito do livro. Apesar de ter achado um pouco cansativo e confuso em algumas partes, pois não é uma narrativa linear, isso não tirou o brilho da leitura. É um livro denso, mas muito lindo. Vale muito a pena!!

Esse trecho que cita a fala de um dos médicos da sua mãe me pegou muito...

"Muitas vezes a alma é a maior inimiga do corpo: não deixa o corpo viver, não o deixa ter prazer quando ele quer e não o deixa descansar quando ele implora por descanso."
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Vania.Cristina 29/12/2023

Memória familiar, íntima, pessoal e histórica
Este é um livro de memórias que narra a história da família do autor, judeus oriundos de diferentes países europeus que imigraram para a Palestina antes mesmo da criação do Estado de Israel.

Não foi uma leitura fácil porque a opção do autor foi ir e voltar no tempo, tornando a narrativa um pouco "amarrada". Ele também repete propositalmente algumas passagens e reflexões como se estivesse digerindo suas lembranças e os sentimentos que elas acarretam.

No entanto, faz isso com domínio da escrita, costurando, remendando, construindo uma narrativa única e potente, ora usando depoimentos, ora lembranças, sem negar que tanto um quanto o outro podem ter muito de invenção.

Além da história de sua família, Amos Oz mostra a forma como os judeus da Europa foram expulsos, principalmente do leste europeu. Fala da chegada dos imigrantes sionistas e da criação de Israel.

Mas o livro é muito mais que isso, porque traz uma perspectiva íntima e pessoal, como se ele estivesse nos mostrando algo além das aparências. Destrincha a história de seus avós maternos e paternos, e de seus pais, buscando entender suas motivações, seus sentimentos e contextos.

Dessa forma, trás muito do pensamento sionista mas também revela como foi traumática a chegada, não tanto pelo jeito como foram recebidos pelos palestinos, mas pela visão de que estavam numa missão que exigiria sacrifícios.

Olhando de perto, essa missão não parece fazer tanto sentido, porque todo o movimento de fuga da Europa, e da busca de um lugar de pertencimento, se revela frágil e, acima de tudo, patriarcal. As mulheres judias da época tinham estudo, liam frequentemente, eram inteligentes, mas ao final serviam à vontade dos homens e viviam debaixo de suas sombras.

Ao imigrar para um lugar muito diferente das paisagens rupestres da Europa de suas infâncias, para lá tentar "reconstruir a Europa sonhada" esses primeiros homens e mulheres acreditavam que se tornariam, aos poucos, maioria, e mostrariam superioridade, sendo tolerantes com "suas minorias" árabes.

É fácil entender a necessidade de sentir pertencimento. É fácil entender que os judeus corriam risco de vida se continuassem na Europa. Mas o livro nos mostra como era frágil e ilusória muitas das convicções defendidas pelos sionistas, e como seu sonho estava apoiado em estruturas capengas.

Amos Oz é um pseudônimo, adotado quando o autor ainda era um menino e renegou seu sobrenome, como se abandonasse os valores familiares. Sua escrita é forma de buscar compreender o que significa crescer como um garoto judeu na Palestina. Ele está buscando se entender, olhando para sua família e suas origens, e compartilha com o mundo o processo.
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Karine 29/12/2023

Livro bom, mas cansativo
Li ? A caixa preta? do mesmo autor e me deu vontade de ler tudo dele. Esse livro foi o segundo que li . Por ser uma mistura de autobiografia e fatos históricos, apesar de interessante, achei cansativo. Recomendo que seja lido aos poucos em paralelo com outro livro.
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Praga.Enzo 27/12/2023

Precisava pegar umas dicas com a Patti Smith
Gostei bastante. Chorei e ri esse livro todo. Foi bem legal para ver o lado de um israelense sobre a criação do estado de Israel.

Diversas vezes o autor descreve fotos da família, queria que ele tivesse ilustrado mais. Mas também não sei o quanto tem de ficção nessa auto biografia.

Chamou-me a atenção o autor diversas vezes tratar o Stalin como um demônio e o Hitler como alguém apenas ruim. Não sei. Se eu fosse judia, teria uma ojeriza ao Hitler.


Já li outro livro do autor e espero ler mais outros em breve.
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Francis 22/12/2023

O livro é bom, mas não precisava de 600 páginas. Os relatos indo e voltando no tempo, pormenorizando por vezes em excesso, tornaram a leitura cansativa. Demorei mais de ano para finalizar, pois acabei passando outras leituras na frente por este motivo. Tive excelentes recomendações e talvez tenha criado muita expectativa. A crítica na contracapa - "um dos livros mais engraçados que já li" - também me iludiu. rs.
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Stephanie.Chaia 27/11/2023

Pq buscar as trevas
As vezes é isso, o amor nos enche de trevas e é preciso reviver cada momento, resiguinificar cada passagem, por mais sofrida que possa parecer. É viver e deixar viver.
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Flavio.Vinicius 27/09/2023

De amor e trevas
Engraçado, realista, enternecedor, profundo. O calhamaço de Amós Oz é uma das melhores obras que já pude ler, comparável aos sete volumes de Proust em profundidade e abordagem de personagens. A história se passa na cidade de Jerusalém nas décadas de 1950 e 1960, no kibutz Hulda e também em alguma localidade próxima aos desertos de Israel no início do século XXI. Aborda a história da família de Amós Oz, formada por judeus que fugiram do antissemitismo da Europa, recrudescido com mais intensidade na década de 1930. O enredo vai e volta no tempo, mas também segue uma linha narrativa, os fatos vão sendo contados aos poucos, depois o autor volta e acrescenta mais detalhes, deixando sempre o leitor em suspense.

As vidas de Amós Oz e dos seus familiares vão sendo entrelaçadas à história da fundação do Estado de Israel, com fatos interessantes como a criação do hebraico moderno, que é a língua materna de Amós Oz, e foi criada na época de fundação de Israel. Ou seja, avós, pais e tios de Amós Oz falavam essa língua como uma língua ensinada, não era a língua materna de ninguém, exceto das crianças.

O foco narrativo é em primeira pessoa, a maioria das passagens é contada sob o ponto de vista da criança Amós Oz. Algumas páginas são narradas em primeira pessoa, mas contadas sob o ponto de vista de algum familiar do escritor, como quando ele passa o foco narrativo para a tia dele, a qual aborda, sobretudo, a juventude dela e como foi chegar em Israel na década de 1930, junto a outras famílias de judeus.

O livro tem grande valor por tornar perene a humanidade daqueles judeus, humilhados e escorraçados da Europa numa época em que ideologias como o nazismo cresciam vertiginosamente. O próprio Amós Oz fala no livro que, quando criança, ele queria ser livro para permanecer. Não ser apagado. É também uma reflexão profunda sobre a humanidade, numa época de intolerâncias e fanatismos. Certamente vou levar esse livro comigo por toda a minha vida.
AndrAa58 21/11/2023minha estante
Depois da sua resenha, quero ler ?




Max 22/07/2023

Amor e ódio...
É um livro de não ficção, em que Amós Oz narra sua infância e com ela o nascimento do estado judeu. O período coincide com a emigração dos judeus já quase ao fim da 2o. guerra mundial. As tensões desse período perpassam todo o livro. Toda aquela violência e injustiça que vemos cotidianamente, até hoje, nos noticiários está lá de modo cru, nesta inconciliável relação de ódio entre árabes, judeus e o Sionismo.
Não vou fazer juízo de valor sobre o tema, que é infinito em argumentos de parte a parte, mas é interessante ver a perspectiva dele e de sua família.
O livro tem lá seus defeitos, por vezes confuso e repetitivo, mas a honestidade de sua visão sobre o que ocorre ao seu redor, principalmente a tragédia da morte da mãe, nos emociona e ao fazê-lo torna-o universal.
O livro é denso como chumbo, só consegui lê-lo aos poucos, mas deixará por muito tempo cicatrizes em mim...
Recomendo!
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Vanessa.Mariano 30/05/2023

Mais do que um livro de autobiografia , é um livro repleto de lembranças do grande autor. Por esse motivo é um livro denso , muitas vezes confuso e é preciso estar muito atento na leitura, já que em alguns momentos o mesma situação é relatado de óticas e pontos de vista de pessoas que ele busca apoio para contar a sua história.

É interessante acompanhar através de suas memorias toda historia de conflito envolvendo judeus e árabes, a formação do estado de Israel e todos os conflitos com a Palestina, a busca de um povo para um lugar de pertencimento, um lugar que os acolhessem.

Amos Oz veio de uma família de intelectuais e isso fica muito presente no livro e nos seus momentos de reflexão sobre o livros , leituras e o leitor, e a gente se vê mergulhado e refletindo sobre seus pontos, sobre o tipo de leitor que queremos ser, mais do que a história que ele está nos contando a forma como ele conta é muito bonita.

Não é uma leitura linear e acho que isso muda toda a forma e te faz acompanhar toda o declínio de sua mãe e a forma como ele tentou através de suas lembras se reconectar e perdoar essa mãe.

Não é um livro fácil , mas é um livro lindo e vale a pena ser lido.
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Bruna 22/05/2023

De Amor e Trevas - Amós Oz

O livro é autobiográfico, ele narra a história de sua vida mediada por conflitos em Israel e a doença de sua melancólica mãe, que morreu aos 38 anos.

Terminei de ler o livro e fui assistir o filme baseado no livro, o que tornou mais dramático, o que por si já era dramático o suficiente, na vida de Amós Os.
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Maria 13/04/2023

De amor e trevas
Que livro sensacional!
O autor narra de forma cronológica não linear a sua vida e eu me diverti, ri, chorei, fiquei indignada, compreendi, discordei, entendi, fiquei arrebatada, cansada, animada.
Que autobiografia emocionante e gostosa de ler, não queria que acabasse, aproveitei cada leitura!
Recomendo muito!
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JanaAna90 03/04/2023

Amós me fez testemunha das suas memórias
A cada resenha um desafio diferente, aqui fica a minha inquietação de como expressar os sentimentos que povoam o meu ser em palavras, ciente que não sou uma gota de Amós e de sua grandiosidade na escrita. Então estou tentando mergulhar em mim e arrancar um pouco do muito que foi ler cada memória dele. E, usando as palavras de Amós: ? é muito melhor procurar não no terreno que fica entre o escritor e sua obra, mas justamente no terreno que fica entre o texto e seu leitor.?
No livro que são as memórias do autor, e da sua busca que, penso eu, foi longa, dolorosa e essencial, para o descortinar de si mesmo; memórias da sua infância até sua adolescência e a história de sua família que teve como plano de fundo os fatos históricos de Jerusalém e o nascimento de Israel (um acontecimento que foi narrado de forma belíssima).
Logo no início percebi que iria amar o livro, porque Amós sempre foi uma criança que amava livros, inclusive ele dizia que queria ser livro (na justificativa me emocionei), um conhecedor dos grandes escritores, até cita vários livros, gostava de Tolstói, então não tem como não me apaixonar.
Sua escrita nos leva da gargalhada ao choro, em um passe de mágica; eu lia e me via fazendo parte, ou melhor, sendo testemunha da sua história de vida.
Conheci e aprendi um pouco sobre um país que até então, não sabia quase nada. Com um olhar apurado, sensível e profundo o autor nos coloca à frente do nazismo, do holocausto, da guerra e todo o horror e consequências vividas pelo judeu e árabes.
Uma infância triste, difícil e conturbada com a perda da mãe e todas as dificuldades vivida por sua família durante a guerra, mas a narração cheia de humor e também com momentos felizes e divertido que nos leva aos extremos da tristeza a alegria.
Uma adolescência de desafios e recomeços, reconciliação e encontros, marcaram a vida e essa grande obra e que, também deixou marcas profundas e intensas em mim.
Segundo o pai de Amós: ??se você rouba seus conhecimentos de um livro, não passa de um plagiador, mas se rouba de cinco livros, então é um pesquisador. Porém, se chega a roubar de uns cinquenta livros, aí você é um pesquisador emérito.? Hoje peço desculpas a Amós, porque serei uma plagiadora confessa de suas memórias, sua riqueza de conhecimento, vivências, aprendizados. Semearei suas palavras e seus livros por onde eu for, para despertar/plantar o amor pelos livros e pela beleza e riqueza das palavras de Amós.
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André Vedder 13/03/2023

Sou um grande admirador da escrita de Amós Oz e ao término desse seu romance autobiográfico me transformo também em um simpatizante da pessoa por trás do escritor.
Seu foco aqui é o período da sua infância até os dezesseis anos, onde o escritor nos apresenta toda sua família e aborda todos os fatos e acontecimentos, como a Segunda Guerra e a Independência de Israel e todos demais conflitos na Palestina, sob a visão dele e de seus familiares na época.
Sua narrativa nos leva por Israel, entre suas ruas, casas, becos e habitantes, onde passamos a acompanhar os passos do menino Amós e com ele rimos, choramos e refletimos sobre os mais diversos aspectos da vida.
Amós conviveu desde criança com o mundo dos livros e o círculo social da família era composto por escritores, estudiosos, professores e demais intelectuais. Até tentou se desvencilhar desse caminho, mas para nossa sorte virou escritor.

"Muitas vezes a alma é a maior inimiga do corpo: não deixa o corpo viver, não o deixa ter prazer quando ele quer e não o deixa descansar quando ele implora por descanso. Se fosse possível tirar a alma com uma cirurgia simples, mais ou menos como extraímos as amígdalas, ou o apêndice, todos poderíamos viver saudáveis e satisfeitos por mil anos."
DIRCE 30/06/2023minha estante
Ótima resenha. Concisa . Esclarecedora. Eu só não disse se ele espirrou ou não.




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