Aventuras na História Nº 81 (Abril de 2010)

Aventuras na História Nº 81 (Abril de 2010) Abril



Resenhas - AVENTURAS NA HISTÓRIA nº 81


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z..... 05/06/2020

Abril de 2010
"Filósofa e mártir"
Reportagem sobre Hipácia de Alexandria, que no século 3 d.C foi uma das pessoas mais influentes na sociedade em que vivia, com saberes relevantes na Matemática e Filosofia.
Por ser mulher fora dos padrões convencionais impostos (vivendo de maneira asceta, celibatária e apegada ao ensino) e por ser influente politicamente em meio dominado pelos homens, foi perseguida e condenada a morte violenta por religiosos cristãos, sob acusação de bruxaria.
Certamente é uma inspiração para lutas contra arbitrariedades e injustiças, no apego e valorização ao conhecimento.

"Inveja"
Através de linha temporal apresentou vários conceitos relacionados a inveja.
O que mais chamou minha atenção foi a proposição de Buda chamada 'mudita', que representa a virtude de se alegrar com as vitórias e realizações alheias. Assemelha-se ao ensino bíblico de Paulo, em Romanos 12:15, sobre alegrar-se com os que se alegram e chorar com os que choram.
Na inveja o regozijo é pelo mal do outro, devido incômodo em não ter algo que outrem tenha.

"Inferno na terra"
Na reportagem de capa o aspecto que mais chamou a atenção foi a opressão do povo, na Idade Média, através da ideologia religiosa manipulada pelos governantes. Por meio dela o contexto era de vigilância ferrenha, arbitrariedades, ignorância e exploração.

"O grande irmão está te vigiando"
Aproveitando o gancho de governo arbitrário, outra reportagem com pareceres sobre o clássico de Orweell, '1984'. Estamos num contexto que muitos acreditam fortalecedor a governos totalitários, diante de situação com necessidade de vigilância sobre o povo e decisões governamentais rígidas sob pretexto da estabilidade social. Isso foi abordado no famoso romance, que deixo como sugestão de leitura (sou um dos que ainda não leram).
O interessante é que hoje a vigilância é facilitada pela própria disponibilidade do povo em esforçar-se contra o anonimato e colocar-se em evidência. A vida privada virou uma forma de participação pública. A superexposição nas redes sociais tem sido tratada quase como necessidade. Os psicólogos devem ter um nome para essa disposição, quem sabe defina uma síndrome...
O texto trouxe curiosidade do porquê do título do livro. Foi finalizado em 1948 e publicado no ano seguinte. O autor apenas inverteu os números finais do ano em que terminou, para referenciar data futurista, mas que também não estava distante.
O Grande Irmão, segundo o parecer, foi moldado em Mussolini, o líder fascista. Não faltam hoje governantes com ambição similar. Tem na Ásia um que chamam "Grande Líder" ou "Amado Líder", e por aqui outro é bajulado como "Mito".

A "Linha do Tempo" trouxe gráfico interessante sobre a evolução da música. Coincidentemente ouvi hoje um jornalista falando sobre o tango da Argentina (Ariel Palacios, um dos que mais gosto de ouvir), sobre raízes africanas, numa discussão do racismo e postura histórica e atual dos hermanos. Oras, uma das maiores expressões culturais do país teve origem na África e a linha temporal ilustrou como.

Finalizo com mais uma das sugestões de leitura da revista: "A Amazônia de Euclides", de Daniel Piza e Tiago Queiroz.
Fotógrafo e jornalista refizeram a expedição que Euclides da Cunha fez na região do Alto Purus, no Acre, em 1905. As impressões do escritor ficaram registradas em "À margem da História", publicado de maneira póstuma no mesmo ano de sua morte.
Li recentemente essa obra e o relato sobre a Amazônia é a abordagem mais significativa. Meu objetivo, nessa nova leitura, é um paralelo entre o olhar de Euclides e o dos exploradores da atualidade.
Quando li o livro do famoso escritor tive um impacto no que escreveu e considerei de maior importância sociológica do que ecológica. A abordagem é ácida e pejorativa, dando um retrato pessimista da Amazônia, longe de ser científico. Ecologicamente o relato é desse jeito. Acredite, chega a denominar certas espécies como inúteis e monstruosas, chamadas por ele de simples acasos na evolução, tipo um atavismo, além de comparar uma menor extensão de terra no litoral do Brasil como mais valorosa que grande parte da região amazônida. Fala sério! Estava com a emotividade aflorada, sabe por que? Não vou contar...
Na abordagem sobre o homem, porém, o escritor foi minucioso na revelação da exploração do seringueiro, no sistema de aviamento dos patrões, e então propôs a necessidade de intervenção do Estado em leis que acabassem com essa situação. Por essas e outras que considero o livro de Euclides, no olhar sobre a Amazônia, de maior valor sociológico do que ecológico.
Como terão sido as impressões dos exploradores modernos? Esse é meu interesse no livro...

Leitura na quarentena em Macapá... Avançamos Junho e a situação persiste a mais de dois meses...
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Marcus Martins 28/12/2023

Uma Evolução Editorial Constante
É impressionante como a Aventuras da História dá um salto editorial durante todos esses anos, a diferença da edição de 2007 para 2010 já é gritante, agora a essa edições para as mais atuais, nem tem como compará-las exatamente.

Ler essa edição só me lembra a qualidade constante dessa revista.
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