O Homem Medíocre

O Homem Medíocre José Ingenieros




Resenhas - O Homem Medíocre


14 encontrados | exibindo 1 a 14


Claire Scorzi 12/03/2009

Nunca foi tão verdadeiro
Quando descobri que este livro fora escrito em 1913, fiquei pasma: ora ora, não é que de fato "Não há nada novo debaixo do sol?" Pois Ingenieros analisa a sociedade mediocrática, o temor que esta tem do 'diferente' (aquele que, como o autor diz, ousa pensar com a própria cabeça), a conspiração pela mediocridade... Minha nossa! Não é que isso não é novo, que um homem inteligente já detectara essa praga da mediocridade imperando entre nós há quase cem anos?
Numa época de BBB liderando manchetes, de entronização do famoso mesmo que estúpido, em que o importante é 'aparecer', a reedição dessa obra revela-se oportuna e atual. Leia e surpreenda-se: você vai descobrir frases de Ingenieros que farão você dizer: "Puxa, eu pensava que só eu tinha notado isso..." Porque foi justo o que senti.
Jordão Barros 06/08/2018minha estante
Já quero ler!




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Mila Sousa 09/05/2009

Muito Bom!!
Um tapa na cara de qualquer um, vc se sente a pior pessoa do mundo... acredite, ninguem escapa!!
Claro que a vontade é de "matar" o autor depois de toda a humilhação que ele nos faz passar nesse livro, porém a verdade nua e crua do que realmente somos!!Recomendo
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Lucas.Sperandei 31/08/2014

Não seja um medíocre, leia esse livro!
Esse é um livro que todo jovem deveria ler, ao menos os jovens que se importam com o empobrecimento de suas ideias.

Ingenieros te leva a passear pelos campos da filosofia como um guia que tem prazer em mostrar uma bela obra de arte em um museu, ou um maestro pronto a tocar sua maior sinfonia em um espetáculo particular!

O autor demonstra, a cada capítulo, os erros básicos de "nossa sociedade": a ambição desmedida, o vencer a todo custo a falta de caráter e compaixão estão dissecadas neste livro. Digo nossa sociedade entre aspas, pois o livro foi escrito em 1913, há mais de um século, e assim mesmo PARECE QUE FOI ESCRITO ONTEM, ESPECIALMENTE PARA QUE VOCÊ LEIA. É realmente incrível a intimidade que se cria com as ideias de Ingenieros, ao ver, e sem poder discordar, que o mundo está cheio de gente vazia, mas percebendo-se que nós, os idealistas, não estamos sozinhos!

Na sua introdução, há uma passagem que não posso deixar de colar aqui, ela diz o seguinte:

"Nem todos se extasiam, como tu, ante um crepúsculo, nem sonham ante uma aurora, nem vibram ante uma tempestade; nem todos gostam de passear com Dante, rir com Moliere, tremer com Shakespeare, crepitar com Wagner; nem todos emudecem diante do Davi, da Ceia ou do Partenão. É dada a poucos essa inquietude de perseguir avidamente alguma quimera, venerando filósofos artistas e pensadores, que fundiram, em sínteses supremas, suas visões do ser e da eternidade, voando para além do Real. Os seres da tua estirpe, cuja imaginação se povoa de ideais e cujo sentimento polariza em direção a eles a personalidade inteira, formam uma raça aparte, na humanidade: são idealistas."

Se você se reconheceu neste pedaço de texto, parabéns, você não é um comunzão, e recomendo que você leia o Homem Mediocre...

É sem sombra de dúvidas, O MELHOR LIVRO QUE LI NA MINHA VIDA!


Andarilho 03/08/2009

Em poucas palavras, este livro é um panfleto que Ingenieros escreveu para validar todos os seus preconceitos, criticando aqueles que considerava abaixo de seu nível, e ao mesmo tempo afagar seu próprio ego, dizendo repetidas vezes como é maravilhoso ser um "Homem Superior" - como ele certamente se imaginava. Não vou dizer que este livro é uma perda de tempo, mas aviso que, se você procura um livro que faça mais do que glorificar o umbigo de seu autor, fará bem em não ler este aqui.
Lucas.Sperandei 17/09/2014minha estante
Cara, tua opinião sobre o autor não faz do livro ruim, pela tua resenha poderíamos presumir também que você acharia Nietzsche, um dos maiores pensadores do seu tempo, um simples egocêntrico...

Não vejo o mínimo problema em o autor expor a mediocridade das pessoas inferiores... Preconceito, com certeza não é a palavra certa neste caso, pois tudo que está no livro, pelo menos para quem sabe interpretar, é que existem pessoas que simplesmente não tem desejo de evoluir, para mim isso é ser medíocre, sempre estagnado, coisa de gente que não quer melhorar... gente que prefere viver a custa dos outros do que fazer por si... sei lá mas acho que te equivocou com as palavras.




Fidel 05/08/2015

NADA MAIS ATUAL
Para José Ingenieros a maioria dos indivíduos é incapaz de ter ideais próprios. Estas pessoas são sombras que rastejam a procura de mentes superiores para dar algum sentido as suas vidas. "Boias que derivam ao sabor das ondas" como disse Ortega y Gasset.

Embora se tenha passado mais de 100 anos desde que a obra foi lançada, o homem medíocre é a face da sociedade atual e assim como "O Homem Massa" de Ortega y Gasset, o homem medíocre é desprovido de si mesmo, vazio e superficial, bajulador e hipócrita. Este vive uma relação de parasitismo, sugando as energias dos homens de valor. Vivem na superficialidade e são subservientes.

A análise da sociedade da sua época, tão atual com a sociedade de hoje, é uma crítica direta a falta daquilo que Ingenieros chama de "perfeição": que é o alto grau da nobreza humana expressada na arte, na música, na literatura, na política, na sociedade, nos méritos individuais.

site: http://fideldicasdelivros.blogspot.com.br/
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Fernanda 24/04/2018

LEITURA VÁLIDA
Obra de 1910, Ingenieros é muitas vezes machista, como o fazem diversos filósofos (a exemplo, Nietzsche).
Não obstante, consegue destrinchar "tipos morais" e seus arquétipos de maneira muito interessante, usando sempre a "excelência ética" como parâmetro para demonstrar as formas da mediocridade humana e suas caracterizações.
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Filino 20/08/2018

Crítica à mediocridade
O livro insiste numa crítica contundente à mediocridade e a tudo aquilo que impede o desenvolvimento do gênio. Inicia tratando do que seja o idealismo, explicando de que maneira isso é imprescindível para o progresso da humanidade. Propõe um "idealismo experimental", que sem descurar dos dados factuais não impede o homem (de modo particular, o gênio) de ter aspirações elevadas.

Em certos trechos, o tom parece de desabafo. O autor insiste que, em que pese a mediocridade ter lá a sua utilidade (posto que é marcada por um caráter de conservação que impede que as conquistas da história humana se desvaneçam simplesmente), é extremamente prejudicial a partir do momento em que tolhe todo aquele que se destaca no meio do grupo. Acerca disso, a reflexão que o autor dedica à inveja é espetacular.

Somente ao final é que o autor parece perder um pouco a mão, ao trazer exemplos de duas pessoas (argentinos) que poderiam se encaixar no perfil do gênio. Para o leitor brasileiro, os nomes de Sarmiento e Ameghino são desconhecidos.

Sobre a edição: conta cerca de 60 anos e carece de uma revisão. Não se fala da grafia, que era outra à época, mas há alguns erros tipográficos - de pontuação, inclusive - que acabam comprometendo a leitura em algumas passagens.

Em alguns momentos o livro é um pouco cansativo. Mas a mensagem é extremamente pertinente.
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Lindevania Martins 11/02/2019

O Homem Medíocre

Descobri o livro “O Homem Medíocre”[1] no começo do ano de 2009, fuçando na internet, e ele logo ganhou um lugar na minha “lista de objetos de consumo”. De férias em Florianópolis-SC, fuçando dessa vez em livrarias reais, “O Homem Medíocre” caiu nas minhas mãos.

Seu autor, o argentino José Ingenieros [2] (Palermo,1877 – Buenos Aires, 1925), possuía múltiplos talentos: foi médico, filósofo, criminologista, professor, sociólogo, etc. É um dos maiores intelectuais da América Latina e da Argentina. Na área jurídica, é famoso pelos seus estudos em criminologia.

“O Homem Medíocre” se originou das lições ministradas por ele em 1911, quando professor da Faculdade de Filosofia e Letras, em Buenos Aires. Em Madrid, em 1913, ocorreu sua primeira impressão. Pretendia ser uma advertência aos jovens dos efeitos danosos de uma vida pequena e acomodade e, de fato, parece ter surtido efeito: sob sua influência, aqueles jovens protagonizaram a Reforma Universitária de 1918, na Argentina.

Numa escrita forte e sem meio termos, o argentino demonstra todo seu desprezo pelo que classifica de homem medíocre e afirma a necessidade de estudá-los: “Nenhum homem é excepcional em todas as suas atitudes. Mas não se poderia apenas definir como medíocres os que não sobressaem em nenhuma. Os medíocres desfilam diante de nós como exemplares de história natural, com o mesmo direito dos gênios. Já que existem, é preciso estudá-los”.

E isso o autor faz com mérito: estuda, desnuda, disseca. Mas, para começo de conversa, vamos entender o que é o homem medíocre para Ingenieros.

O homem medíocre é aquele cuja ausência de caracteres pessoais impede que se possa distinguir entre o mesmo e a sociedade, vivendo sem que se note sua existência individual, permitindo que a sociedade pense e deseje por ele. Vive uma vida sem biografia, com moralidade de catecismo e inteligência limitada, preguiçosa que é em suas concepções intelectuais. Projetados pela sociedade, são essencialmente imitadores, perfeitamente adaptados para a vida em rebanho, refletindo rotinas, preconceitos e dogmatismos úteis para a sociedade.

O homem medíocre é sinônimo de homem domesticado, se alinhando com exatidão às filas do convencionalismo social: faz como todos fazem. Sua principal característica é a deferência pela opinião dos outros, pelo que Ingenieros os chama de “escravos das sombras”: não vivem para si, mas para o fantasma que projetam na opinião de seus similares, para a aparência, preferindo o fantasma a si mesmos.

Porque pensam sempre com a cabeça social e não com a própria, são a escora mais firme de todos os preconceitos políticos, religiosos, morais e sociais.

Ingenieros adverte dos perigos:

a) Associações de medíocres – embora débeis individualmente, medíocres associam-se aos milhares para oprimir os que não comungam com a rotina;

b) Educação oficial – tenta apagar toda originalidade inculcando os mesmos preconceitos em cérebros diferentes;

c) Contágio mental – um estúpido nunca se torna original por contato, mas é comum um homem de pensamento original ver-se apagado entre simplórios, pois é mais contagiosa a mediocridade que o talento;

d) Velhice – após certa idade a inteligência entra em declínio e a velhice pode tornar medíocre o homem superior, e ao homem medíocre, decrépito. Mas há homens que por exceção mantém íntegras suas funções mentais e permanecem jovens, como há os que nunca foram jovens.

No entanto, Ingenieros, aponta um aspecto positivo sobre o homem medíocre: são eles que realizam os idéias dos grandes homens. Desprovidos de iniciativas pessoais, com encantadora ausência de idéias próprias, aguardam e realizam os impulsos e sugestões de homens melhores. O problema é que as rotinas defendidas hoje pelos homens medíocres são simples imitações coletivas dos ideais concebidos pelos homens originais, pelo que aqueles estão sempre em descompasso com as novas ideias e perseguindo os inovadores de seu tempo.

“O grosso do rebanho social vai ocupando, a passo de tartaruga, as posições atrevidas conquistadas muito antes por seus sentinelas perdidos na distância; e estes já estão muito longe quando a massa acredita estar alcançando a retaguarda”.

Concebido no começo do século passado, já se vão quase cem anos que Ingenieros escreveu sobre homens e mulheres sem ideais, sem questionamentos, pragmáticos, perdidos numa rotina rasa e automática de repetição e aversão aos pensamentos divergentes. Impossível não perguntar: será que o texto ainda guarda alguma atualidade ?

(Lindevania Martins para o blog Catálogo de Indisciplinas, publicado em 17.10.2009)


site: https://catalogodeindisciplinas.wordpress.com/2009/10/17/o-que-estou-lendo-%e2%80%9co-homem-mediocre%e2%80%9d/
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Zarathustra 18/07/2020

Leia e seja com é, ou seja quem deseja ser, ou, seja quem sempre foi
Quem critica, é exatamente quem o livro critica.
Baffa 20/04/2021minha estante
Olá, estou interessado em pedir em troca seu livro "a arte da guerra". Você ainda tem o livro? Se tiver, por favor, me responda direto em mensagem. Obrigado.




Bruna 03/08/2011

Infelizmente, eu não tive muito tempo e raciocínio para acompanhar as idéias do autor. Um livro muito crítico, até onde eu li, isso me chama atenção nos livros. Os detalhes que me confundiram, e não me permitiram viajar e expandir minhas próprias idéias enquanto lia as frases, uma pena.
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Roger 01/05/2021

Uma vida buscando um ideal não é uma vida desperdiçada.
Para Ingenieros o idealismo é uma virtude de poucos. Não o idealismo dogmático ou fanático, mas o idealismo da perfectibilidade, aquele que vem moldado pela experiência e que é inalcançável, pois sempre há de mudar e se aperfeiçoar. Aliás, o idealismo pode ser jovem e de caráter romântico, com a busca apaixonada pela perfeição de seu ideal, ou pode ser estoico, simpático ao lidar com a realidade e sólido na perseguição das virtudes.

As leis e os costumes tentam impor igualdade sobre seres claramente desiguais. Os homens são naturalmente desnivelados, ou seja, há aqueles que dedicam suas vidas a um ideal maior e aqueles que só estão sob a terra para vegetar. Uma vida sem um ideal não é digna de ser vivida, diz o autor. Mas essa é a história natural da humanidade, o contraste da massa inerte e da energia propulsora.

Para o autor o homem honesto ainda é um homem medíocre, pois a honestidade está na metade do caminho entre a virtude e o vício. Há quem seja honesto apenas por medo de sofrer a punição e não por que deseja ser virtuoso. Há, acima de todos, o gênio, aquele que cria um ideal superior à qualquer vaidade e o persegue incessantemente durante sua vida, sem deixar que o meio corrompa sua obra. Se nascido no tempo propício para que aflore seus ideais, o gênio ascende e imortaliza sua obra, levando há humanidade um passo adiante em busca da perfeição.
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Paulo Silas 06/04/2024

O homem medíocre é aquele que possui a cabeça como um mero adorno em seu corpo, que segue a massa e o senso comum ao mesmo tempo em que se julga altivo - o que é resultado de um orgulho que é motivado por uma vaidade desprovida de base que não o próprio ego do sujeito -, que pensa com a cabeça alheia, que é rotineiro ao compartilhar a hipocrisia moral alheia, agindo como um ser domesticado que não enxerga para além daquele pouco que está fadado a ver e jamais ir além. O homem medíocre vive a mediocridade - e é sobre esse ser que a obra busca estudar.

Dividido em oito capítulos - para além da introdução -, a obra apresenta uma ampla e acurada abordagem sobre o homem medíocre, definindo e conceituando a mediocridade a fim de situar o homem que se enquadra nessa condição - e são muitos os que podem ser assim considerados. Após estabelecer aquela que seria a moral dos idealistas no capítulo introdutório (não se confundindo com os ideólogos - como bem chama a atenção o autor para essa distinção necessária), José Ingenieros discorre sobre as diversas facetas do homem medíocre, evidenciando toda a mácula que representa o sujeito enquanto tal.

No prólogo é destacado que a pretensão com a obra foi a de "tratar os defeitos morais que se chamam rotina, hipocrisia e servilismo, denunciando-os com a intenção de ser útil aos jovens que estão na idade de evitá-los, para que possam formar ideais e enobrecer suas vidas". E assim de fato é o que se tem no livro, tratando-se de forma dura e contundente os problemas da mediocridade, abordando-se assim questões como o homem medíocre, a mediocridade intelectual, os valores morais, o caráter medíocre, a inveja, a velhice niveladora, a mediocracia e os forjadores de ideais. Uma leitura crítica e necessária sobre a humanidade e os riscos da mediocridade.
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