O Sincronicídio

O Sincronicídio Shiva




Resenhas - O Sincronicídio


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Susy Ramone 03/02/2014

O Sincronicídio é o livro mais doido e original que li nos últimos tempos. É narrado pelo vilão da história, que começa contando desde o início daquele dia da vida do inspetor Teixeira; o dia do Sincronicídio. Entretanto ele não se apresenta de imediato. Conta em detalhes sobre o dia do inspetor, que foi designado a investigar um crime ocorrido em um quarto de hotel. Através de uma pista encontrada na cena do crime, Teixeira lembra-se que há dois anos investigara um assassinato semelhante, também minuciosamente narrado pelo vilão em questão, o que deixa o leitor com a pulga atrás da orelha para descobrir como aquela terceira pessoa sabia tanto a respeito do inspetor.
Uma surpresa atrás da outra é o que o leitor encontrará neste livro. E quando pensamos que seria apenas uma história interessantíssima ao que se refere à resolução dos assassinatos é que vem o inesperado. Fatos totalmente inusitados e fantásticos vão se enredando na trama, caindo como bomba no leitor, que antes, apenas boquiaberto, começa a arregalar os olhos, incrédulo, mediante a originalidade do escritor Fabio Shiva.
Nada do que eu diga, poderia expressar exatamente o que senti ao ler a última página do Sincronicídio. É com muito orgulho que dou as boas-vindas a este escritor talentoso em nosso humilde grupo de autores nacionais e recomendo, sem ressalvas, a obra em questão.
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Fabio Shiva 18/11/2013

auto resenha
Que não seja motivo de estranheza eu aqui fazendo a resenha de meu próprio livro! É que já vão uns anos adquiri o feliz hábito de resenhar cada livro que leio, e não vou resolver parar agora, justamente nesse, tão especial para mim. Não é todo dia que se lê o seu primeiro livro, finalmente pronto!

A terceira melhor surpresa foi chegar em casa e me deparar com as pilhas de caixas do Sincronicídio, pois só esperava o livro para dali a uma semana, no mínimo. Meu sobrinho Luan foi quem viu que no mesmo dia recebemos a visita de uma borboleta branca, cinza e preta, que minha imaginação e memória só evocam como a borboleta no logo da Caligo Editora. Viva a sincronicidade!

E como o livro ficou bonito! Como é natural, logo caí de amores pelo bebê, com suas páginas estalando e exalando aquele cheirinho bom de livro novo. E como nasceu parrudo, o moleque! Mais de 600 g, um tijolo! Eu já esperava ficar babando, mas a realidade concreta do livro superou todas as minhas expectativas. Uma edição primorosa, com uma capa instigante e muito bonita, bem o tipo de livro que atrairia a minha curiosidade em uma estante de livraria.

Nesse momento tomei consciência de que estava ali realizando um grande sonho. E então deslizei por um tobogã da memória até meus 11 anos, eu contemplando minha modesta mas tão amada coleção de livros: Agatha Christie, José de Alencar, as aventuras de Sherlock Holmes, a série Vaga-lume, a coleção Perry Rhodan. Creio que foi exatamente nesse momento de solene contemplação, que eu agora relembrava de forma tão vívida, que nasceu em mim o sonho de ser escritor. E agora o círculo se completava. Jai Guru!

Ofereci o primeiro exemplar, com gratidão comovida, no altar de minha devoção. Fui feliz em poder presentear algumas pessoas com exemplares do livro, e a mim mesmo dentre elas. E comecei a ler, com uma fome!

A segunda melhor surpresa foi descobrir como é mesmo muito mais fácil ler no papel que no computador! Tomei um susto ao perceber que eu já havia chegado a um ponto da história que, nas incontáveis revisões feitas no computador, eu havia associado ao início do fim: o capítulo 36 Obscurecimento.

E essa foi a melhor surpresa de todas! Pois não é que me vi capturado pelo texto, fiquei entretido pela história, ri das piadas, fiquei angustiado em algumas cenas, me irritei em outras, e também me encantei, e afinal chegou a última página, deixando uma sensação estranha, mas de modo algum desagradável. Sou muito grato por essa linda experiência, de ter viajado tanto na história que eu mesmo escrevi!

E é claro que também encontrei erros, todos meus, alguns realmente incríveis, mas felizmente nada grave. Apenas lembretes para eu procure me aprimorar sempre, sempre com humildade! Sou grato por ter esses detalhes a melhorar. Estranho e inquietante teria sido não encontrar erro algum a corrigir.

Como muitos de meus alunos adolescentes manifestaram interesse pelo livro, preciso dizer que não recomendo a leitura para menores de 16 anos, pois contém muitas cenas fortes.

Agradeço à vida por esse momento, que compartilho com os amigos junto com essa sublime certeza: nunca desista de seus sonhos. Se você acredita, o universo inteiro conspira para que aconteça. O simples fato de ver o livro impresso fez fazer cada segundo dos quatro anos que passei escrevendo, mais dois procurando editora. Sou muito grato!

E junto com essa imensa gratidão, experimento também um grande senso de responsabilidade. Desejo de coração que esse livro possa somar algo na vida de cada um de seus leitores!

***
Conheça O SINCRONICÍDIO:
http://youtu.be/Vr9Ez7fZMVA
http://www.caligoeditora.com.br/osincronicidio/


LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
http://www.mensageirosdovento.com.br/Manifesto.html


Venha conhecer também a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
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http://comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com.br/
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http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
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http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
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site: http://www.caligoeditora.com.br/osincronicidio/
Renata CCS 19/11/2013minha estante
Parabéns pelo bebê Fábio! Com certeza, este garotão vai crescer lindo e saudável.
Grande abraço e sucesso!


Fabio Shiva 02/02/2014minha estante
Valeu por esse carinho lindo e pela maravilhosa resenha, Renata!!! Muito muito grato!!!
beijos e muita música!!!




Euflauzino 18/11/2013

Um mergulho no lago negro do ser humano
Tenho comigo o livro de Fabio Shiva há séculos, porém como sou fotofóbico, tinha dificuldades em lê-lo no computador, mas conhecendo o autor como conheço (parece ser há séculos também, tamanha identificação) sabia que ali havia coisa boa, muito boa. Eu queria sentar com Fabio e conversar por horas sobre o livro, sobre a vida, sobre “noir” e religião, sobre filosofia e sociologia, porém temo que minha capacidade intelectual seja limitada para um bate-papo dessa envergadura.

Agora em minhas mãos tenho também a versão impressa, o rebento de Fabio, com capa e diagramação belíssima. O sincronicídio (Caligo, 520 páginas), conta a história do último dia do inspetor Alberto Teixeira, e quem seria ele?

“Era o corpo desnudo que dava o testemunho do homem de ação. Enfiado em algum dos ternos baratos aos quais estava acostumado, sempre um número acima, não deixava notar os músculos rijos, bem delineados, habituados à fadiga e ao esforço, cultivados por exercícios. Era o corpo sem roupas que revelava também suas histórias de batalha, crivadas em cada cicatriz.”

Pronto, fomos apresentados assim de forma crua, sem delongas ao personagem principal. Um cara altamente sexy, bem ao estilo feminino e tremendamente bruto, além de ter como uma de suas características um falo avantajado. Dessa forma, Fabio já abre o jogo e cabe-nos procurar o assassino e qual sua motivação, um clássico “whodunit” saborosíssimo.
Alberto é enviado a um motel em busca de evidências de um duplo homicídio ali cometido. O autor é detalhista e extremamente descritivo, gosto demais:

“... parou diante do Le Barde. Durante o dia, com o letreiro em neon apagado, a fachada mostrava bem a espelunca que era o motel. À noite, a sujeira incrustada na fachada era menos visível, e os amantes afoitos não reparavam ou não se importavam com baratas passeando pelos corredores ou com lençóis que eram trocados somente na lua cheia.”

O casal encontra-se na banheira e é aí que o autor nos brinda com frases fortes, além de um grande apelo para o “gore”:

“Teixeira patinou pelo chão viscoso, banhado em vômito. Afinal chegou perto da banheira o suficiente para empurrar o interruptor na parede. O ronco do motor da hidromassagem parou de imediato, com um estalo seco. O borbulhar na banheira também cessou, levando a ilusão de que os corpos se mexiam. A morte pareceu mais definitiva, agora que o som e o movimento, atributos dos vivos, não mais acrescentavam seu grotesco toque de zombaria à cena.”

Coincidentemente ele se depara com características semelhantes a um outro crime não elucidado e rememora o dia em que conheceu um falecido figurão, homem envolto em mistérios e que alterou o curso de sua história para sempre. Perceba a sutileza (loucura) da teoria escrita no livro “La coincidenza” do tal figurão:

“Uma mistura de filosofia quântica, matemática aplicada, misticismo oriental e autoajuda nazifascista... suas ideias eram malucas e potencialmente perigosas."

Nesse ínterim, Alberto Teixeira se envolve com várias mulheres, todas elas loucas para provar um pouco da masculinidade do inspetor. O sexo está presente e se faz extremamente necessário na obra, intrinsecamente ligado à trama, sem subterfúgios:

“O beijo havia chegado àquele ponto em que se transforma em uma dança de línguas... Todas as contradições haviam sido revogadas, ainda que só pelo momento. O imperativo categórico do sexo vencia mais uma vez.”

“Varlene passou a língua provocante pelos lábios. Seu comportamento tornava-se cada vez menos o de uma psicóloga cara, e mais o de uma prostituta barata. ‘Eu prometo que não vai doer nadinha.’”

Enquanto o sexo flui, Alberto relembra passagens que seria melhor que fossem bloqueadas no porão de sua memória. Mas aí já não quero estragar a surpresa. Não esperem pela obra de um autor estreante, “O sincronicídio” é livro de um autor maduro e seguro de seu ofício, caminha fácil pelo “noir”, alguém que cozinhou sua obra por anos, sem apelos, para que pudéssemos saborear o melhor. Bia Machado (ela também escritora e agora editora) enlaça as mãos do autor e a seu lado, corajosamente, embarca na aventura, certa de sua qualidade. Não há como não obter sucesso.

site: Leia mais em: http://www.literaturadecabeca.com.br/2013/11/resenha-o-sincronicidio-um-mergulho-no.html
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Renata CCS 04/11/2013

“O homem superior é aquele que penetra o portal das coincidências e devassa em sua própria consciência a cambiante Mão do Destino em ação.” (p.15)

A connecting principle / Linked to the invisible / Almost imperceptible / Something inexpressible / Science insusceptible / Logic so inflexible / Causally connectable / Yet nothing is invincible (Synchronicity – The Police)

A sincronicidade, termo cunhado por Carl Gustav Jung, é definida como uma coincidência significativa entre eventos psíquicos e físicos. Para Jung, tudo no universo estava interligado por um tipo de vibração, e que duas dimensões (física e não física) estavam em algum tipo de sincronia, ou seja, as duas coisas (o evento físico e o psíquico) ocorrem ao mesmo tempo e a ligação entre eles não é causal.

Se no mundo da psicologia, a grande “sacada” de Jung foi colocar a sincronicidade como algo abrangente do todo, e não de um mero evento, a do mundo da música foi a banda The Police inspirar-se nesta teoria e produzir o excelente álbum Synchronicity, e a do mundo da literatura o talentoso escritor Fábio Shiva nos presentear com o ótimo livro O SINCRONICÍDIO. Coincidência? Não! É sincronicidade.

O SINCRONICÍDIO (assassinatos em sincronia) é um livro criativo e inovador, tanto no desenvolvimento da trama como na inusitada forma de numeração dos capítulos, pois são apresentados fora da ordem (começa no 51 e termina no 24) porque cada um representa um dos 64 hexagramas do I Ching.

Tecnicamente, a obra é um romance policial de suspense investigativo, com uma história originalíssima, narrada em primeira pessoa por um personagem inicialmente não identificado, centrada no protagonista, o inspetor de polícia Alberto Teixeira, em uma história que mistura o jogo de xadrez, I Ching e crimes aparentemente sem conexão entre si, mas desencadeados com um único propósito. O que decorre daí por diante, nas 524 páginas do livro, é um verdadeiro caleidoscópio de intuição e instinto policial que o protagonista destila como nenhum outro, em um emaranhado de eventos não convencionais e cheio de reviravoltas que faz o leitor não querer largar o livro, até o desfecho surpreendente!

Fábio Shiva captura a nossa atenção com uma narrativa simples, enxuta, precisa, instigante, carregada de um suspense crescente e contínuo. Nada de palavreados rebuscados, clichês ou divagações fora de contexto. Gostei muito de seu estilo e ficarei imensamente feliz se Shiva não parar por aí.

Recomendado a todos os que procuram algo a mais no gênero policial. Ótimo ritmo, ótimos personagens e um desenrolar que vai deixar você preso até o final. Leiam e se surpreendam!
Fabio Shiva 18/11/2013minha estante
Oi Renata! Que alegria imensa ler sua linda resenha!Sou muito grato!


Renata CCS 06/12/2013minha estante
Parabéns pelo bebê Fábio! Espero que ele ganhe irmãozinhos (rs). Grande abraço!


Helder 02/06/2017minha estante
Oi Renata. O que seria do verde se todos gostassem do amarelo, né? Desta vez acho que lemos livros diferentes. Foi difícil chegar ao final.




Fê Gaia 18/02/2012

O Transcendental e o Carnal juntos num ótimo policial
Excelente obra de estreia de um escritor talentoso e criativo. Se vc quer se prender totalmente a uma história, este é o livro certo. Se, além disso, vc deseja conhecer e refletir sobre temas e conceitos pouco conhecidos (ao menos pelo mundo ocidental), este livro torna-se ainda mais indicado. Trata-se de um romance policial cheio de reviravoltas, o que é típico da literatura do gênero. Por outro lado, a complexidade e o grande número de temas interessantes/não-convencionais que são abordados têm o poder de retirar a obra do clichê.

A escrita é simples e extremamente envolvente, sendo cada capítulo uma pequena peça necessária a montagem do quebra-cabeça. Admirável o empenho e a atenção que o autor dedicou a cada detalhe. A relação que o escritor faz entre o jogo de xadrez e o I Ching, criando uma numeração de capítulos inusitada, dão um charme a mais à obra. O livro está repleto de cenas de sexo, mas estas não são gratuitas, estando presentes para ilustrar o quanto uma busca puramente hedonista pode acabar corrompendo o espírito (ou o caráter, para quem prefere o termo).

Não há pontas soltas na história, apenas lacunas propositais criadas para serem preenchidas pela imaginação do leitor. E, acredite, esse livro realmente dá asas à imaginação! rsrs Recomendo e muito a obra, acho quase impossível que alguém saia indiferente da leitura da mesma.
Renata CCS 22/05/2013minha estante
Gostei de sua resenha! Instigante!




bardo 15/10/2011

O Sincronícidio
Talvez o ponto que mais surpreenda no "O Sincronícidio" seja sua aparente simplicidade, sim porque a história começa enganadoramente simples, o narrador nos apresenta nosso herói nas primeiras horas da manhã, a semelhança de um herói grego clássico, nu em pelo, descansando após o embate com sua já esperada donzela. E já aqui o autor brinca com sentidos secretos, com lendas intrincadas onde um evento num lugar se faz sentir muito longe. É tal a quantidade de pistas "escondidas" que numa releitura percebe-se que muita coisa já havia sido contada já no inicio da história, ou pelo menos insinuada. Apresenta-se a dicotomia que permeara toda a obra, dia e noite, braço e preto, e subentende-se também, luz e trevas isso transposto a um imenso tabuleiro, onde cada personagem é uma peça. Ideia original de estilo? De início isso mais intriga-nos, capricho do autor, ledo engano. Voltemos ao nosso herói, o narrador nos apresenta o inspetor Teixeira, e de pronto já nos diz que aquele será o relato de um dia de sua vida, o último. Inicia-se o dia de forma dramática: “E o dia começou com um trovão.”
Segue-se uma reflexão e uma série de fatos que nos parecem sem sentido... De novo, a semelhança da teoria do caos, a borboletinha que muito longe trouxe tempestade e morte. Voltamos a Teixeira, seu dia segue até que normal, a rotina normal de um inspetor, só esperamos o crime, o mistério. Um moço morre fulminado por um raio, mas e daí?Estranho mas possível, mas sabemos nós... Uma pequena piadinha sobre os gostos musicais doidos da “molecada” de hoje. É envolvente, mas ainda não nos espanta, nem quando sabemos que o inspetor tem uma consulta com a sensual e misteriosa Dra Varlene, um misterioso tratamento psicológico. Um pouco antes, entretanto nosso narrador se apresenta, afinal ele é de suma importância, sabemos que Teixeira esta caminhando para a morte, mas não sabemos como nem porque, quem é afinal esse narrador onipresente e onisciente? Nada menos que o assassino do inspetor Teixeira. Voltamos à misteriosa Varlene, diabolicamente sensual, nosso herói como já foi demonstrado apreciador e um amante do “belo sexo”. Temos a sessão e apesar de algumas estranhezas, bem nos parece que vamos embarcar num romance policial futurista, bem original não?
Após a sessão Teixeira e enviado a um motel resolver um caso de assassinato, típico, advirto, entretanto que o autor se superou na descrição de uma cena macabra e que um leitor mais sensível e imaginativo talvez tenha pesadelos com ela. Para apimentar a coisa um exemplar de Romeu e Julieta, bem como um cartão, que Teixeira misteriosamente esconde.
Precisamente aqui, bem voltamos no tempo, conhecemos os dois personagens mais terríveis e diabólicos da trama, os gêmeos. Pergunto-me como alguém criou dois personagens tão complexos, é impossível não admirá-los e ao mesmo tempo se escandalizar com eles.
Não poderia deixar de comentar a habilidade com que o autor brinca com os opostos, luz e trevas, branco e preto, Yin e Yang; isso é marcante no caso dos gêmeos, macho e fêmea, ativo e reativo, e aqui o autor é tremendamente irônico, as polaridades estão trocadas, é patente que Julia é o masculino, o Yang, o ativo e Kim é o feminino, o Yin, o receptivo. Numa cartada genial ainda Kim é o incompleto, a irmã o supera em tudo, ele artificialmente tenta se igualar a ela, porém sem sucesso. A única marca de sua masculinidade que saiu, digamos “mais que perfeita” ele a usa para destruir a “masculinidade” nos outros, é patente o sadismo nele. O ódio a tudo o que ele não é. Uma mensagem velada ao preconceito? Odiamos o que não temos? A ideia fica no ar.
Daqui pra frente à história vai se voltando dentro de si mesma,Quando você pensa que entendeu, não entendeu nada. Em certo ponto, e aqui quando pensamos que já tinha se esgotado as surpresas damos uma pausa para o vilão contar sua história; embarcamos de cabeça no esoterismo, na profundidade do jogo de xadrez e do I Ching, começamos a entender os ideogramas a direita de cada página, e fato cada um deles tem relação com o capitulo, tudo dentro de um simbolismo que somente um leitor atento vai notar. Aqui se explica sobre as misteriosas “moedas”, uma para cada elemento alias certo que a última o elemento não poderia Sr usado por um humano... (sic) extraterrestres? Fica no ar, só muito mais para frente vamos ter uma ideia de quem seriam os misteriosos portadores da moeda corresponde ao fogo.
Segue-se o dramático encontro de Teixeira com seu algoz, pelo menos é o que pensamos, mas nada é o que parece, e a trama é tão complexa que ficamos pasmados. Aqui superabundam a referências e a complexidade da trama, não se engane quem pensar que somente está sendo citados mitos, percebe-se que existe uma intencionalidade uma história dentro da história e um grave alerta. A despeito dos pontos mais escatológicos o Sincronícidio em si é perfeitamente possível, se é que não ocorre com certa freqüência. A forma como o autor vai desenvolvendo o conceito até sua definição final, bem dá o que pensar, dá muito que pensar.
Enfim chegamos ao final, surpreendente e tão estranho, que podemos dizer que o autor não poupou esforços para surpreender o leitor.
Como comentei a “simplicidade” e a fluidez da história enganam O Sincronícidio é uma história extremamente complexa, e emersa nela existe um ou vários alertas contra a degradação da alma humana. Não chega a ser moralista, até porque não é essa intenção aqui, porém fica evidente que ninguém está alheio ao seu papel nesse grande jogo que jogamos e que nossas escolhas podem ser fatais num nível muito maior que o físico. Talvez a qualidade mais admirável no inspetor Teixeira seja sua integridade o único motivo que no fundo o salvou. Mas ele morre... Existem coisas piores que a morte fica implícito na trama.

Uma última palavra é que espero que o autor consiga logo uma editora, porque O Sincronícidio é um romance bom demais para ficar “na gaveta”, além de original sua mensagem é surpreendentemente atual e necessária. Mais do que nunca é hora de repensarmos nossos atos e a forma que interferimos no desenrolar dos acontecimentos.
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Léia Viana 23/08/2011

Xeque-mate no leitor!

“E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”

Eu sou aquele tipo de leitora que adora a criatividade e a inteligência de um escritor ao desenvolver uma história. Independente do estilo narrado. Acredito que um bom livro tem como missão entreter e enriquecer o mundo literário de quem o lê, e, foi exatamente isso que senti com esse romance policial incrível e surpreendente. A começar pela maneira como os capítulos são apresentados, com cartas do jogo do I Ching e o jogo do xadrez, o que aguça ainda mais a curiosidade do leitor, sem deixá-lo perdido ou confuso por não ser um conhecedor desses jogos, tornando assim a obra tão original e única que me arrisco a afirmar que nunca, nenhum escritor, foi tão inventivo e sagaz ao pensar no jogo do xadrez e nas cartas de I Ching, juntas ou separadas, como um bom chamariz para uma história inteligente como está.

“O Sincronicídio” é um romance policial diferente e inovador, não somente pela maneira incomum de iniciar os capítulos, mas pelo desenvolvimento da história em si. No começo da leitura, acreditei que o autor fosse conduzi-la pela filosofia e até me fez lembrar um dos livros de Josein Gaarder: “O Mundo de Sofia”, no entanto, à medida que a leitura avançava descobri que a trama que se tecia a cada linha lida tinha um toque de ficção cientifica: pelo submundo do sexo e do poder quase que se é criada uma sociedade a parte.

“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”

O inspetor Alberto Teixeira, começa a investigar uma série de crimes, que acaba levando-o a conhecer “os gêmeos”, exatamente quando os dois resolvem colocar em pratica o Sincronicídio. Um dos únicos sobrevivente dos jovens universitários que formavam o grupo “Os Olimpianos” é quem é o inventor da Fábrica, do qual, é um dos grandes responsáveis pela distribuição das moedas implantadas no final da coluna das pessoas selecionadas por ele e pelos gêmeos. Essas moedas, que podem ser de cobre, prata ou ouro, são capazes de alterar todo um comportamento humano.

Neste universo, giram o poder e o sexo como prazeres absolutos de uma vida.

O que é possível nesta leitura, e, que em minha opinião tornou-se uma grande sacada do autor, é as múltiplas interpretações que se pode dar à narrativa, pois, se nas primeiras linhas acreditei ser conduzida pela filosofia, descobri que além de ser de fato uma trama policial recheada de suspense, com doses de ficção cientifica, o tempo todo o autor me levava a decifrar de várias maneiras o enredo da história, sem, contudo conseguir chegar ao desfecho final correto. Acabei sendo surpreendida diversas vezes.

Fiquei muito orgulhosa por ser um escritor brasileiro o responsável por construir uma obra magnífica como esta. Creio, que está mais do que na hora das editoras abrirem as portas para os novos escritores nacionais nos brindarem com suas obras.

Leitura recomendada!
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