A Casa das Lembranças Perdidas

A Casa das Lembranças Perdidas Kate Morton




Resenhas - A Casa das Lembranças Perdidas


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Aione 09/02/2022

A Casa das Lembranças Perdidas é o romance de estreia de Kate Morton, publicado originalmente em 2006. Em 2011, saiu no Brasil pela editora Rocco, ganhando agora uma nova edição pela Arqueiro. A tradução de Léa Viveiros de Castro foi mantida, e a novidade na nova publicação é o prefácio escrito pela própria autora, além do acréscimo de algumas passagens escritas em formato de roteiro de filme e de matérias em veículos de comunicação.

Grace Bradley trabalhou na Mansão Riverton como criada ao longo de sua adolescência e primeiros anos da fase adulta. Por anos, sua vida esteve intimamente ligada a Hannah e Emmeline, filhas da família Hartford. No verão 1924, uma festa terminou em tragédia, quando um jovem poeta se suicidou — e apenas as três jovens sabem, de fato, o que aconteceu naquela noite. Quando Grace já tem 98 anos, uma cineasta a procura para maiores informações sobre seus anos servindo a família Hartford, já que está produzindo um filme sobre os acontecimentos daquele verão. É quando as lembranças voltam com ainda mais força à Grace, assombrando suas memórias e ameaçando revelar segredos de anos.

Esse foi meu quarto contato com a escrita de Kate Morton, e, entre suas obras, se tornou uma de minhas favoritas, sem tirar o posto de A Casa do Lago. Em seu primeiro trabalho, além da autora demonstrar uma escrita primorosa, com personagens e enredo desenvolvidos com esmero, seu estilo e temáticas presentes em romances posteriores já podiam ser observados, como a cuidadosa reconstrução histórica da primeira metade do século XX, segredos familiares, a força da arte e um presente assombrado pelo passado. A influência da literatura gótica, como explicitado por ela em sua nota final, traz o ar soturno de A Casa das Lembranças Perdidas, marcada também pela atmosfera sensível — e quase poética — de como Kate Morton desenvolve a temática da inconfiabilidade da memória e da natureza parcial da história, aspectos demarcados o tempo todo na narrativa.

"Fico interessada — intrigada, até — no modo como o tempo apaga as vidas reais, deixando apenas impressões vagas. O sangue e o espírito desaparecem, e só nomes e datas permanecem."
página 42

Quem narra o romance em primeira pessoa é Grace, sua versão de 98 anos. Apesar de algumas passagens trazerem o momento atual de sua vida, a maior parte se dá no passado, acompanhando os anos entre 1914 e 1924. O interessante desse artifício é como, o tempo todo, Kate Morton insere as implicações desse distanciamento temporal entre a Grace jovem e a idosa, especialmente por toda bagagem que a mais velha adquiriu no passar das décadas. Seu olhar sobre os acontecimentos, agora, não é o mesmo de quem os viveu, e ela se mostra ciente disso.

"As guerras tornam a história enganadoramente simples. Fornecem momentos de mudança muito claros, distinções muito fáceis: antes e depois, vencedor e vencido, certo e errado. A história verdadeira, o passado, não é assim. Não é plano nem linear. Não tem contornos. É escorregadio como um líquido; é infinito e desconhecido como o espaço. E é mutável: quando você pensa que enxerga um padrão, a perspectiva muda, uma outra versão é apresentada, uma lembrança há muito esquecida vem à tona."
página 285

O panorama histórico de A Casa das Lembranças Perdidas é muito bem desenvolvido, apresentando as mudanças, sobretudo na sociedade britânica, durante o período pré e pós Guerra. E, ao apresentar o contexto sócio-político da época, encontra meios também de desenvolver suas personagens, já que são diretamente afetadas por essas transformações. Ainda, a forma de como suas características são desenvolvidas aos detalhes permite uma maior absorção de suas motivações e escolhas.

Algo que muito me agradou foram os diversos paralelismos existentes no enredo. Kate Morton sabe antecipar com maestria determinados eventos através de outras situações semelhantes, estabelecendo certa simetria entre eles. Temas e eventos são repetidos e ressignificados, de forma que a compreensão de um permite também a compreensão do outro.

O trunfo de Kate Morton está, sem dúvidas, nos detalhes. A Casa das Lembranças Perdidas é um romance ricamente construído, daqueles livros para ser apreciado aos poucos. As histórias da autora não são para quem tem pressa ou busca uma maior agilidade, porque tudo se desenvolve entre minúcias — e é nessa característica que reside o destaque. O final, entretanto, é daqueles de se devorar conforme cresce a tensão narrativa e os mistérios se colocam na iminência de serem revelados. Fui surpreendida e impactada pelas descobertas, finalizando a leitura com o sabor agridoce de ter sofrido por seu desenrolar e, ao mesmo tempo, me deleitado com uma obra tão bem construída.

site: https://www.minhavidaliteraria.com.br/2022/02/08/resenha-a-casa-das-lembrancas-perdidas-kate-morton/
Gizalyanne 30/04/2022minha estante
Excelente resenha. Parabéns!




Lili 12/04/2009

A Casa das Lembranças Perdidas é um romance gótico, com muitos segredos e alguns mistérios que no desenrolar da história vai se revelando. Admiro a autora Kate Morton por conseguir com tanta destreza, alternar os capítulos para o passado e o presente. E que soube desenvolver com muito estilo, amores, perdas, escolhas, segredos ocultos e fantasmas metafóricos... Esse é um livro que merece ser relido por muitas e muitas vezes...
Dri Ornellas 21/09/2010minha estante
Está entre meus desejados. Fiquei mais curiosa agora por saber que é um romance gótico.


Lidiane 01/07/2013minha estante
to lendo ele... axo q esse romance gotico não me cativou ta sendo uma eternidade ler esse livro, não entendi o objetivo da historia.


Beth 22/11/2014minha estante
Para quem gosta do gênero, como eu, sugiro "A décima-terceira história", de Diane
Setterfield. Adorei.




Amorporlivros975 16/08/2023

Um mistério leve e envolvente, que narra a história trágica de uma família aristocrática, durante a 1º e 2º guerra mundial.
Essa tragédia familiar é narrada pela única pessoa que restou daquela época. Grace a camareira das irmãs Hannah e Emeline.
Em 1999 Grace reside em uma casa de repouso, ela recebe uma carta Úrsula uma cineasta, nesta carta Úrsula explica a Grace sobre o filme que estão fazendo, que irá contar sobre a tragédia ocorrida na mansão Riverton em 1924, período em que Grace lá trabalhava. ?A Casa das Lembranças Perdidas?, esse é o nome dado ao filme.
A partir desse encontro com a cineasta Grace passa a reviver suas memórias, dos anos em que esteve a serviço desde 1914 com apenas 14 anos, tudo que lá viveu e testemunhou.
?A Casa das Lembranças Perdidas? é um romance histórico com um final no mínimo surpreendente com diversas revelações. O que mais posso dizer sem dar spoiler ! Simplesmente maravilhoso com uma narrativa envolvente. Leiam, não irão se arrepender.
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Isabella.Wenderros 27/04/2022

“O tempo é o senhor da perspectiva. Um senhor desapaixonado, extremamente eficiente.”
O século 20 foi palco de imensas transformações econômicas e sociais – o mundo presenciou as maiores guerras já travadas, a quebra da Bolsa em 1929 jogou milhões de pessoas na miséria, a busca pela liberdade feminina ganhou força... Mas, saindo da História Mundial para focar no micro, outra realidade também estava sendo lentamente alterada: a vida dos empregados nas grandes casas inglesas. Era simples – independente da carga horária extenuante e dos salários baixos, trabalhar para uma antiga família nas valiosas propriedades, era uma grande honra.

Para Grace não foi diferente. Contratada aos 14 anos como criada da Mansão Riverton, aprendeu cedo o seu lugar, não apenas com relação aos Hartford, mas também entre os outros funcionários. Apesar de tanto trabalho, ela acaba admirando as crianças da família – David, Emmeline e Hannah – tão singulares e diferentes. Conforme os anos passam e vai galgando posições, Grace se aproxima de Hannah e acompanha os acontecimentos que transformaram em tragédia uma vida tão cheia de promessas.

Apesar de ter ficado interessada desde o lançamento, foi apenas quando fizeram um paralelo entre o livro e a série Downton Abbey, a minha favorita, que o coloquei como prioridade. Sim, existem muitas semelhanças, principalmente na primeira metade, mas a obra tem características próprias e o envolvimento profundo que tive foi fruto da escrita. A narrativa possui vários elementos que me agradam: personagens mais velhos relembrando sua juventude, o passado que permeia o presente, catástrofes já anunciadas e o caminho trilhado até seu desfecho. Além desses, tem outra coisa que sempre me atraiu: as imponentes propriedades inglesas e seu declínio no século passado.

A protagonista teve uma vida incrível – longa, diversa e absolutamente rica. Sua juventude foi surpreendentemente boa de acompanhar, mas a velhice com seus pensamentos sobre a passagem do tempo e as cicatrizes deixadas, conversaram comigo de um jeito que não consigo colocar em palavras. A narrativa me embalou ao longo da leitura e fui capaz de visualizar os cenários, sentir os cheiros, ouvir as conversas. No fim, tive a sensação de que vivenciei cada instante junto com as personagens.

Embora seja a narradora, Grace não é a única a desempenhar um papel importante – para mim, Hannah e ela dividem o protagonismo. A jovem camareira demorou a viver novas experiências, mas a exuberante Hannah Hartford ficou presa dentro da sua gaiola dourada e essa sensação passou para mim através das páginas. Riverton também pode ser visto como personagem, já que é o núcleo de tudo e onde todas as pontas se encontram.

O segredo sobre o nascimento da Grace ficou óbvio desde o começo, então a revelação não me surpreendeu. O que me impactou foi como a relação entre as duas mulheres acabou de forma tão amarga por uma omissão que poderia não ter tido nenhuma consequência – mas teve, e uma irrecuperável.

Eu poderia escrever páginas elogiando essa obra. Então, para resumir, só vou dizer que amei. Se tornou um dos meus livros favoritos da vida, provavelmente vai ser o melhor do ano e eu já garanti outra história de Kate Morton para conhecer.
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Maíra 08/12/2022

"É melhor morrer em combate do que murchar em desespero"
Por um momento eu tive medo de o livro não apresentar algo realmente chocante para narrar a história que levou a um final trágico, pois o spoiler já havia sido dado no início. Pois bem! Não apenas a história foi chocante como me fez sentir o sofrimento de cada um dos principais personagens que conheci nesta narrativa.
Uma família carregada de culpa, de tristeza e infelicidade, sendo obrigada a seguir por caminhos que não escolheu para si.
De leitura leve, fluida e com uma personagem tão idosa nos guiando, é impossível não se envolver nesta história.
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ritita 09/10/2021

Bom drama familiar
Raramente leio livros longos em ebook, mas este é daqueles que se começar nem dá tempo de esperar pela chegada do físico.
O bicho é tããão interessante, que deixei redes sociais de lado, viajei e passei horas entocada no quarto do hotel lendo, levei-o até p manicure - enquanto cuidava dos pés eu lia, ainda assim demorei mais de uma semana lendo, são mais de 500 pgs.
Que história sensacional, que talento de Kate em amarrar tantos personagens, cenários e épócas sem deixar a leitura desconfortável.
Como quem narra é Grace aos 98 anos, me atrapalhei um pouco com idas e vindas de sua memória, mas com esta idade o que eu esperava? Espero, sim, estar com as lembranças tão boas quanto as dela nesta idade, se eu chegar até lá.
Ainda que algumas situações sejam definidas apenas no final, durante a leitura é fácil imaginá-las, não com detalhes, mas para dar gostinho de "quero saber como foi".
O mote é a absurda lealdade de Grace, a menina pobre e recatada, com um desejo profundo e aparentemente sem explicação de tornar-se eternamente ligada a Hannah, à custa de qualquer outro relacionamento.
Em tempos difíceis para os pobres (sempre é difícil), conseguir emprego como criada de muito ricos é tido como benção - casa, comida e salário? Por pior que sejam é melhor que fome e frio, mas a lealdade - quase fixação de Grace em Hannah me incomodou bastante.
Grace não conhecia outra vida - sofreu, amou, chorou, silenciou e alegrou-se pela menina/moça/mulher. Teve uma vida feita de negação em prol da vida, tristeza, amores e segredos da outra.
Durante a narrativa conheci os hábitos dos ingleses muito ricos, suas perspectivas e realidades, perdas e ganhos durante a primeira guerra, soube também dos conceitos, preceitos e preconceitos relativo às mulheres, e conheci a falácia de "parecer ser" tão comum a todos os muito ricos, principalmente quando deixam de ser.
Não é um romance histórico, não é biografia, é simplesmente uma história bem contada de uma longuíssima vida.
Uma frase no final da vida de Grace pode definir o livro: "o tempo é o senhor da perspectiva. Um senhor desapaixonado, mas extremamente eficiente."
Quase ia esquecendo de contar que na belíssima casa dos Hartford havia uma biblioteca com mais de 9000 volumes, hipermegaultra bem cuidada, a ponto de só os empregados mais delicados poderem limpá-la de alto a baixo uma vez por mês. Sim, eles liam muito, inclusive Grace.
Dificilmente outro livro me agradará tanto em 2021.
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andreiaflores 10/04/2022

Primeiro contato com essa autora. Estou maravilhada. Sou muito fã da Lucinda riley e confesso que fiquei pensando ansiosa o que esperar desse livro e pasme : me encantei demais. Narrativa fluida, história cativante. Demais!!!
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Verona 13/04/2023

História muito boa, contada em um ritmo muito bacana. Essa história tem uma atmosfera de downton abbey, então é ótima pra quem procura ler um romance histórico com um pouco de drama e mistério!
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Edna 01/06/2020

Escolhas
A Casa das Lembranças Perdidas de Kate Morton é uma ficção com cenários reais do século XX, com recursos da literatura gótica, o passado assombrado recheado de segredos obscuros; de famílias; mulheres aprisionadas; e toda a história tem referências magníficas de peças, novelas, obras escritas por muitos autores como O assassino cego de Margaret Atwood; Daphine du Maurier, F. Scott Fitzgerald, Evelyn Waugh e fontes de um período histórico como: The Edwardian Country; The Brontë Myth de Lucasta Miller; Paris 1919 de Margaret Macmillan; O retrato do Artista quando jovem de James Joyce e muitas outras referências.

Entre o passado 1919 que vai desde o princípio da Primeira Guerra com todo o desencadeamento dos fantasmas do "passado" o que a guerra devastou, ceifando vidas; devolvendo restos e mentes perturbadas, arrastando a economia e arrastando famílias inteiras e epidemias como a Gripe espanhola são citadas, e o "presente" 2001; narrado por Grace 98 anos que desde os 11 anos de idade como criada de Hannah, uma jovem idealista em família vitoriana e sobre a ligação entre as duas.

Uma Cineasta que está produzindo um filme sobre o suicídio de um poeta e faz uma visita à Greice que vai reviver e reconstituir toda a história; como viveu com suas verdades detalhando e narrando os cenários entre Londres e Paris, e fatos num contexto histórico e detalhado tão nítido que conseguimos sentir, e ela guardou na própria memória, carregado de melancolia.

Embora a capa sugira uma história leve, banal, essa é uma história magnífica que te faz refletir muito sobre o que pequenos erros ou mesmo nossas escolhas podem resultar em fatos ou tragédias imensas, com uma escrita maravilhosa te prendendo mas te levando a pesquisar sobre fatos que marcaram, reconstituído na íntegra, mas com um envolvente elemento fazendo com que o Leitor se sinta acolhido pela leitura.

#Trechosdolivro

"Ela ñ sabe que eu choro pela mudança dos tempos. Que assim como releio meus livros favoritos e uma parte de mim torce por um final diferente, eu alimento a esperança impossível que a guerra ñ venha nunca."

"Um dia nós subimos o Forte di Belvedere e avistamos toda a Toscana. Foi tão bonito, deu até vontade de chorar."

"Eu estou escorregando para fora do tempo. As marcações que observei durante a vida inteira estão subitamente perdendo os sentidos. ...meras palavras. Tudo o que tenho são momentos."

#Bagagemliteraria
#Acasadaslembrançasperdidas
#KateMorton
#Bookstagram
#Instalivros
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daisy 05/11/2022

um dos melhores livros ja lidos esse ano! ao mesmo tempo que mistura suspense, se une ao drama e ao romance, tornando uma história muito envolvente e interessante de ler, com desenrolamentos inimagináveis
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Marilia 30/01/2022

Maravilhoso!!
Acabo de fechar o livro e já estou com saudade.

Com personagens fortes e uma narrativa muitíssimo envolvente, Kate Morton presenteia o leitor com uma história forte e marcante.

Grace, hoje com 99 anos, provocada pela gravação de um filme sobre um suicídio testemunhado em 1924, passa a relembrar sua história e a da família Hartford em cartas gravadas ao neto.

A autora passeia com maestria entre presente e passado, prendendo o leitor na busca pelo desfecho que revelará o mistério sugerido desde o primeiro capítulo, mas deixando-o acompanhado de uma deliciosa trama que bastaria ainda que não houvesse o suspense.

Me senti dentro da história, convivendo com os personagens e torcendo por eles.

Amei demais, demais. É daqueles livros que deixam um pequeno vazio quando terminam, sabe?

Leiam!!
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jbueno2023 27/01/2022

A casa das lembranças perdidas
É um bom livro, porém, achei que a autora enrolou muito, e ficou devendo sobre parte da vida da Grace.
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