Adriana Vargas 22/10/2011
Prefácio e crítica literária ao livro Caneta na mão. versos no coração
Caros leitores,
Caneta na mão, versos no coração...
Sublime passagem deu-se os meus olhos ao ler tanto encantamento...
Agradeço, não apenas imensamente ao convite longínquo de Francilangela ao convidar-me a este passeio por sua ode tão bem escrita e articulada, sobretudo, emocionante foi a caminhada por dentro de este ser, que não apenas, mulher, mãe, fiel ao Criador; membro efetiva e solícita aos conflitos sociais com o amparo de suas letras... Dei-me de frente a mim, em tantas paisagens paradisíacas rabiscadas de modo simples e de encantamento lúdico.
Francilangela, poeta por natureza, diagnosticou assim, meu conceito tão vão, se comparado a grandeza que aqui encontro, postando-me aos pés da literatura, beijando-os como se cultuasse a presença viva de fragmentos salutares... Em cada palavra, o alimento... Ah, a poesia que me encanta a ponto de transpor-me para dentro de si, e torna-me a ela, um só ser... Assim vejo “Fran”, como gosto de chamá-la, misturando-se de modo homogêneo ao que escrever tão claramente, tornando-se impossível saber quem é Francilangela, e quem é a poesia.
Muito tenho lido; tão pouco encontrado como em “Caneta na mão, versos no coração...”, na poesia, “Sou o que sou, e nada mais”, cito página 65, chorei em silêncio; apenas sentindo a poetisa narrar sobre mim, bem como muitos, ao ler, irão se identificar com as palavras, uma a uma tão bem lapidada com pétalas suaves caindo ao chão; sentindo, e até ouvindo os seus movimentos, quando penso que era ao chão que caiam, engano-me brutalmente, Francilangela, arquitetou nesta poesia, que tais pétalas pousassem em meu âmago, e lá fizessem morada... Tive o desejo de roubar a letra, e dizer – “é minha; é minha; foi feita para mim... “Tamanha o egoísmo de uma fã que a poesia de Francilangela, roubou assim, o coração...
Mais adiante, em minha viagem transliteraria, tropecei em “Fuga”, página abençoada de número 66; desta vez, chorei, não em silêncio, mas querendo gritar, pois a poetisa decodificou meu ser, tal qual se faz com a surpresa de um doce que se prova pela primeira vez... Estava lá, eu no espelho criado por uma inspiração que sentinela... Senti os de Francilangela observando, não as pessoas, e sim, os sentimentos que elas trazem em si. O resultado, só conhecerá aquele que se der a oportunidade em abrir este dossiê com tal zelo como faz o amado ao tocar a sua amada, beijando-a suavemente debaixo da chuva em “Era tão bom amar-te”, cito página 110; o consolo na lembrança, na distância, que não separa sol e lua, entretanto, cura as dores, que as “Lágrimas”, página 55, não se esforçam ao cair, no eu interior de um poeta, que não cresceu, apenas aprendeu a criar os seus filhos e se apaixonar pela vida, e por tudo que nela existe – eis o retrato que consegui pintar da beleza rara deste dossiê que tem por nome “ Caneta na mão, versos no coração...”
Assim termino este convite em prefaciar, sentindo o lapso poético dos sentimentos que dilaceram as palavras, fazendo-me sentir tal quanto as bailarinas descalças dançando no coração da poeisa, entoando entre a melodia de cada verso aqui encontrado, o ser vivo existente na benção que é ser poeta.
Encantando,
Francilangela, a poetisa de um berço necessário.
Adriana Vargas de Aguiar.
Escritora, poetisa, advogada e coordenadora do blog “O clube dos novos autores”.