Tamara 26/09/2020
Quando lemos uma série querida e a qual já estamos inegavelmente ligados, é impossível não sermos repetitivos nas opiniões sobre ela, e com julgamento mortal, mais um livro dessa série da qual me tornei fã, não posso fugir da minha opinião habitual, pois mais uma vez Nora Roberts escrevendo como J. D. Robb nos oferece uma obra muito envolvente, ainda que essa não tenha se tornado minha preferida da série, e uma história que nos deixa querendo cada vez mais dos personagens, relações e descobertas aqui apresentadas.
Após minha leitura de Testemunha mortal, o livro anterior da série, fiquei com uma certa ressaca, já que aquele foi um dos melhores livros da série que encontrei até agora, e quando isso acontece demoro um tempinho até ceder e ler outro livro, porque não quero perder a sensação que o anterior me causou. Mas, com saudade de Eve, personagem da qual já não consigo passar muito tempo longe, resolvi embarcar em Julgamento mortal, que foi uma história cheia de ação, mortes suspeitas e interessantes e personagens maravilhosos como sempre, que para mim são a cereja do bolo nessa série.
Aqui temos o caso de policiais que começam a morrer em ocasiões suspeitas, e ao investigar mais a fundo, Eve Dallas descobre que esses policiais seriam considerados corruptos, e portanto o assassino estaria, em sua mente, eliminando do mundo pessoas corruptas e dessa forma faria justiça com suas próprias mãos. Porém, onde há um corrupto sempre há um corruptor, e Eve descobre que há alguém muito mais perigoso por trás das propinas e talvez das mortes, e assim entra em uma caçada mortal para frear o assassino, ao mesmo tempo que se coloca em perigo novamente.
Inicialmente, o que mais me envolveu nesse livro foi as relações de amizade, e aqui encontramos Eve hpassando apenas um tempo divertido com sua amiga Mavis, de quem estou aprendendo a gostar um pouco, apesar de ela continuar sendo muito espalhafatosa para mim, e também vemos Eve se aproximando mais de Mira, uma personagem querida, além obviamente dos personagens habituais que tem presença marcada e que são amados por mim, como a querida Peabody que se tornou minha segunda personagem favorita dessa série. Além disso, encontramos aqui questões do relacionamento de Eve e Roarke onde existem algumas divergências entre ambos, e é interessante o surgimento desses embates para adentrarmos em um casamento real, onde as pessoas debatem, discordam e lutam para aprender a adaptação quando existem dois indivíduos convivendo juntos. Ainda, posso destacar que apreciei a parte de ação, que foi em boa parte das vezes sangrenta.
Porém, esse livro não se tornou meu favorito por alguns fatores, e o primeiro dele foi o fato de eu ter conseguido desvendar desde o começo algo/alguém que estava por trás dos assassinatos, e isso quebrou um pouco a empolgação da caçada para mim. Ainda, quando foi revelado ao final as motivações do indivíduo que cometia aquilo achei interessante, embora um pouco diferente do que havia imaginado, e aqui mais uma vez consegui ter certa pena da história que levou a realização de toda essa tragédia.
Enfim, mais uma vez recomendo a série mortal em seu inteiro teor, e reforço que não deve ser lida fora de ordem, caso contrário o leitor irá perder todo o fio da meada e a série soará um amontoado de casos policiais aleatórios, ao invés de ser a série deliciosa sobre a vida de uma personagem como ela realmente é.