Jessica Block 23/09/2013
Salinger, Takeda, amores, medos e aquela sensação de que a sua vida não vai mais ser a mesma
Concordo com o Salinger: “bom mesmo é o livro que quando a gente acaba de ler fica querendo ser um grande amigo do autor, para se poder telefonar para ele toda vez que der vontade. Mas isso é raro de acontecer”. E é exatamente este o caso quando se trata de André Takeda. Ao ler o Clube dos Corações Solitários, não se lê apenas uma história de paixões, receios, amizades e (por que não?) aventuras. Claro, nele há tudo isso, mas, mais do que isso, esse livro faz com que os personagens se tornem parte da sua vida. Com eles você divide suas emoções, músicas, filmes, experiências. Tudo é tão crível que é fácil achar que aquelas histórias são parte da sua própria história. Que aquele é o seu diário. E que a pessoa que as escreveu te conhece desde sempre.
Eu tive a sorte grande de saber um pouco mais a respeito do André, que é praticamente uma enciclopédia ambulante de tudo que é pop. Seus livros me fizeram descobrir bandas cujas músicas embalam muitos dos meus dias, filmes que me lembram de que é "ok" ser quem eu sou, textos que me abriram a cabeça para opiniões diferentes, dentre tantas outras coisas. E, lógico, me divertiram por longas horas. Me fizeram chorar e rir (ao mesmo tempo, às vezes) e gostar ainda mais de escrever.
Takeda conduz a história de uma forma simples, familiar e cheia de sentimento. E é isso que faz do Clube um livro tão especial: ele te leva junto à praia, te convida pro churrasco e te faz companhia no aeroporto, enquanto tomam um café. Te pede ajuda pra fazer a mudança, vira seu confidente. Divide lágrimas e risos, desilusões e encontros. E te marca pra sempre.
Certamente, meu livro preferido.