gleicepcouto 03/04/2012Um belo mundo mágico permeado pela criatividadewww.murmuriospessoais.com
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Nas 20 primeiras páginas de A Caixa de Midas, fiquei pé da vida. Eu não acreditava que eu logo eu tinha caído na armadilha da Capa Bonita. Você sabe do que estou falando: daquele ato sem nexo algum que fazemos quando compramos um livro pela capa interessante, bem acabada etc etc. Mas confesso que não foi só culpa do responsável pela arte gráfica. Minha revolta se virou também para a BBC News, que, na contracapa, afirmava que os órfãos de Harry Potter encontrariam consolo nessa série.
Enfim.
O fato é que a partir da 21ª página, fiquei mais calma. O livro não se resumia a uma ilustração bem feita. O livro é muito mais que isso.
A Caixa de Midas é o primeiro livro de uma trilogia chamada Mariah Mundi, do autor inglês G. P. Taylor, lançado aqui pela Editora Planeta Jovem e conta a história de Mariah Mundi, um jovem órfão recém saído de um colégio, que é indicado para trabalhar no famoso (e esquisito) hotel, Prince Regent. Já na ida para o hotel, Mundi passa por situações no mínimo estranhas e encontra pessoas que serão decisivas na sua aventura que estava prestes a começar.
Ao chegar ao hotel, Mariah descobre que outros garotos do colégio, que já foram trabalhar no Prince Regente como auxiliar do mágico Bizmillah, haviam sumido misteriosamente. Acompanhado então de sua nova amiga, Sacha, o garoto desvenda passagens secretas no subsolo do hotel, um sarcófago egípcio, um barulho mágico que mostra o futuro e várias outras coisas que só fazem aumentar o enigma a ser revelado.
A sinopse é bacana, né? É porque a ideia é realmente legal. O problema ficou nas 20 ou 30 primeiras páginas. A narrativa de G. P. Taylor é muito, mas muito detalhada. Chega ao ápice de descrever que a cabeça do prego que tinha na porta era quadrada e preta.
Mas depois desse início, o livro engrena de tal forma, que você não consegue largá-lo. As cenas de ação são muito bem escritas, você se sente ao lado da Mundi, ansioso junto com ele. A aventura faz a obra ganhar um ritmo que você não pode piscar, se não perde um detalhe e lá na frente, vai ficar boiando.
A descrição do autor, que era um pouco chata no inicio, se torna primordial para conseguirmos visualizar as cenas quando nos deparamos com o submundo que existe abaixo do hotel ou quando aparecem algumas engenhocas movidas a vapor ou seres como um dragão de estimação ou um Kraken ou a caixa de Midas. Nessa hora, G. P. Taylor te apresenta a um belo mundo mágico. Sua criatividade parece não ter fim.
Os personagens são medianos, mas bem desenvolvidos. Eles cumprem o seu papel. Estão ali e pronto; são aquilo mesmo e parecem que não vão mudar. O destaque mesmo vai pra Mariah, que é um jovem adorável; e Sacha, sua amiga agitada e um pouco misteriosa.
Por falar nos dois Estranhei os nomes. Não só esses, como todos os outros do livro. O autor realmente fez questão de escolher nomes diferentes: Otto, Isambard, Charity, etc. Eu acho até interessante É um saco todo mundo ser John, ou Jennifer ou não-sei-o-que, mas o excesso de nomes nunca vistos, me deixou tonta. Mas não dá pra negar que são originais, e que foram escolhidos a dedo.
No final das contas, A Caixa de Midas é um livro muito bom e que me conquistou aos poucos e completamente. Nada muito fora de série, a comparação com Harry Potter foi muito forçada , mas dá conta do recado muito bem. Acredito que a continuação da série ainda sem data de lançamento no Brasil consiga fazer com que a história fique ainda mais interessante e responda algumas perguntas que ficaram no ar.
G. P. Taylor, que já foi pároco anglicano, músico de rock e até assistente social, é autor de outros bestsellers, tais como Tersias, Shadowmancer e Wormwood.
Não se esqueça de dar uma olhada no site nacional da série. Achei bem bolado: http://www.mariahmundi.com.br/
A Caixa de Midas (The Midas Box)
Autor: G. P. Taylor
Editora: Planeta Jovem
Ano: 2011
Paginas: 350
Valor: $30 a $40
Avaliação: Muito Bacana