Palladinum

Palladinum Marcelo Amaral




Resenhas - Palladinum


7 encontrados | exibindo 1 a 7


Vivi 13/04/2012

Maravilhoso em todos os níveis!
Nem todo escritor – por melhor que ele seja – é um contador de histórias nato. São poucos e, na minha opinião, é o que diferencia um livro MUITO bom de um favorito. E Palladinum, de Marcelo Amaral, entrou para a lista dos TOP 10 favoritos da categoria infantojuvenil, o que no meu caso quer dizer muito! IS THAT GOOD!

Uma coisa é ser suspeita por ser amiga do autor e ser fã do tema fantasia, outra é faltar com a sinceridade para comigo mesma. Eu poderia dizer apenas “ah, que livro legal e tal” e já taria fazendo meu papel de amiga, rs. O que de fato eu fiz quando vi a capa e a sinopse. O que eu não imaginava era me surpreender do jeito que me surpreendi e me tornar a fã número 2 – o primeiro lugar foi reivindicado pela esposa do autor, humpf – da turminha da Página Pirata. Caramba! Eles são muito reais!!! Eles existem, eu juro! E eu sou a Pastilha (sem a asma e sem as alergias)!!! hihihi

Enquanto acompanhava a aventura da turma ainda na escola, antes de irem parar no mundo dos sonhos, não conseguia deixar de lembrar da minha época de escola, minhas próprias aventuras, as intrigas, os recreios, as amizades… Aquela energia toda… os tempos eram outros, rs. Eu não apenas me identifiquei como entrei na história mergulhando de cabeça e tudo. Senti como se o livro tivesse sido escrito pra mim, sabe? Por encomenda (no melhor sentido da palavra)!

O mundo dos sonhos é fantasia pura e a narrativa do autor é tão gostosa, tão divertida, que você não vai nem perceber a quantidade de páginas. Aliás, que isso sirva de conselho: não leia à noite se você tiver que dormir cedo, muito menos se tiver que sair de casa logo depois. É certeza que você vai perder a hora. o.O

Enfim, Palladinum é maravilhoso em todos os níveis, desde o momento em que você permite a entrada da criatividade e se deixa levar pela imaginação. É lindo, emocionante e uma lição de amizade. Senti uma pontada de tristeza ao terminar de ler por ter perdido contato com tanta gente da época de escola… como eu queria voltar pelo menos por um dia. E se você também teve uma época mágica no primário e no ginásio vai se entregar completamente e vai pedir por mais e mais! MARCELO, CADÊ A CONTINUAÇÃO???

Ah! Não podia deixar de falar, é claro, o quanto Palladinum me inspirou para escrever meu próprio livro. Li em 3 dias entre dores de cabeça e a escrita do resumo do Terra da Sombra e dizer que ele significou MUITO pra mim é dizer pouco.

RECOMENDADO PARA TODAS AS IDADES – principalmente se você é dos anos 80 e curte aventuras do tipo Caverna do Dragão!

#etenhodito
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Wilson 09/04/2012

Aventura e emoção na medida certa!
Em 'Palladinum', Marcelo Amaral transporta o leitor para um mundo de fantasia extremamente rico em detalhes, que conta com personagens cativantes e bem desenvolvidos. O argumento é bastante original, e a trama é envolvente e dosa de maneira eficiente momentos de humor com sustos e muita aventura. É uma leitura leve que irá agradar a todos os tipos de leitores, de todas as idades. Para completar, o livro conta com uma bela galeria de ilustrações que complementam a ação e situam o leitor ao ambiente em que se passa a historia. Imperdível.
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Ednelson 04/12/2012

Análise:

“E se houve uma coisa que [...] aprendeu em sua aventura pelo mundo dos Sonhos e dos Pesadelos, foi que se queremos que algo de bom aconteça em nossas vidas, o algo ruim que está atrapalhando o caminho precisa ser eliminado.”
—Pág. 460.

Saudações, caros leitores! Alguns livros são como a experiência de observar uma bela paisagem, nos transmitem uma felicidade pura, um encanto para o qual, por mais que pensemos, sempre dizemos rindo de forma embaraçada: “Não sei como dizer o que eu senti”. Nisso não está subentendido que aquilo de que tratamos seja de intricado sentido, mas sim que causou uma introspecção tão grande que a única forma de uma pessoa nos entender completamente seria se ela fosse capaz de penetrar a nossa mente. Para alguns, estas palavras podem soar exageradas, entretanto a minha criança interior não conseguiu evitar o deslumbramento e o adulto que vos fala cede a palavra.

A obra narra uma aventura que me recordou alguns clássicos cinematográficos, tais como “Goonies”, “Conta Comigo” e “E.T.”, o motivo desta declaração é que o autor trabalhou bastante arquétipos infantis, ou seja, os personagens apresentados tem funções bem definidas na trama. Se por um lado alguns leitores podem avaliar esta característica como razão para desapontamento, presumindo um texto entediante, por outro lado afirmo com convicção que vi partes de mim mesmo em alguns trechos do livro, foi como revisitar algumas memórias de quando era mais jovem. A simplicidade da narrativa não implica em uma pobreza textual, muito pelo contrário, o jeito singelo é cativante, atributo indispensável para um livro “sem idade”, status que “Palladinum: Pesadelo Perpétuo” alcançou.

Como livro “sem idade” designo todo aquele que tem a capacidade de conquistar as pessoas das mais diversas idades que mergulham de cabeça nas páginas. Admito, este termo é uma de minhas “excentricidades” de leitor, mas acredito que me fiz compreensível.

O chamado para a aventura no romance não tarda a acontecer e com isso o desenvolvimento da história é ascendente, não dando muito espaço para o leitor desprender-se, até mesmo os mais jovens vão passar com um piscar de olhos pelas mais de quatrocentas páginas.

O fato de serem crianças a viverem algo épico, visto a grandiosidade do cenário e objetivo em que se veem jogadas, torna as emoções mais autênticas, o Marcelo obteve êxito em dotar as suas criações literárias de vida, elas se movem muito naturalmente e cada um dos personagens possui traços únicos, os quais você pode encontrar em pessoas de seu convívio.

Os membros do grupo são: Pastilha, uma garota esperta e com uma constituição física frágil, Princesa, a típica menina super popular e que às vezes nos suscita antipatia, Peteca, a atleta do grupo que aprecia um estilo de vida saudável, Pimenta, o cabeça-quente da turma, mas que no final das contas só quer proteger a todos, Pinguim, o fascinado por desafios mentais, como palavras cruzadas, e que sofre do inconveniente de transpirar de forma abundante, Piolho, irmão de Pinguim, que detesta tomar banho, mas que por isso mesmo influencia bastante em um momento crítico da jornada e Paçoca, o mais jovem do grupo e super inteligente, que faz uso de suas várias invenções para auxiliar aos amigos, mas que sofre de alta vulnerabilidade sentimental por estar acima do peso e ser baixo. Além das crianças, o grupo conta com Penélope, a cachorra de Princesa, que rende ótimas risadas com seu jeito carinhoso, mas um tanto destrambelhado, e Saghata, a “instrutora” das crianças, rumo ao grande confronto, que é bastante apreensiva.

Os vilões também são uma grande atração, pois seguem o roteiro já muito conhecido: vestes pretas e frases imponentes que tentam intimidar, além de outras qualidades (ou defeitos?) que sempre fazem parte dos “melhores maus”. Isso poderia ser somente um clichê, mas nas mãos do escritor se tornaram fontes de alto entretenimento, eu ri dos vilões às vezes, mas também percebi o quanto aqueles jeitos tenebrosos e um pouco caricatos são exatamente as formas que permeiam os pesadelos infantis.

Este livro foi um excelente entretenimento, mas não pensem que ele só fica nas risadas e instantes de temor. Como as boas histórias infantis, há muitas lições, algumas explícitas e outras nas entrelinhas, mas nada que fuja do alcance de qualquer leitor. Os personagens se desenvolvem e nos provam que não são estereótipos, mas representações da realidade, capazes de aprender e mostrando a força que os laços emocionais, com ênfase na amizade e o perdão, possuem. É incrível como mesmo sendo uma ficção, consigo ver os personagens como amigos de carne e osso, assim são os livros mais marcantes. Recomendo este livro e, ainda mais, digo que depois de lerem, emprestem para outras pessoas e leiam para crianças! Sério, esse livro é perfeito para introduzir alguém às maravilhas da leitura, esse vai ter lugar especial em minha estante, pois um dia lerei para um (a) filho (a) meu! Dou cinco selos cabulosos!

Escrevo no: http://leitorcabuloso.com.br/
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gleicepcouto 14/08/2012

Aventura fantástica bem estruturada e divertida
www.murmuriospessoais.com

***

Palladinum - Pesadelo Perpétuo é o primeiro livro do carioca Marcelo Amaral. A obra, que promete ser a primeira de uma série, é publicada pela Llyr Editorial.

Marcelo nos apresenta a turma do Página Pirata, jornal do Colégio São João. Os sete amigos Paçoca, Pastilha, Pimenta, Piolho, Pinguim, Peteca, Princesa são os responsáveis pelo periódico e cobrem todo e qualquer assunto dentro da escola. Então, claro que, quando o diretor do colégio anuncia a festa de 40 anos do São João, eles ficam animados para cobrir o evento.

O que era para apenas ser uma festa divertida, porém, toma outro rumo... Situações estranhas começam a acontecer no colégio, assim como seus pais e professores de uma hora para outra não pareciam os mesmos. A turma acha tudo muito esquisito e vai atrás para tentar desvendar o mistério. Mais tarde, porém, descobrem que o problema é muito mais sério do que imaginavam e não somente seus pais estavam em perigo, mas também o equilíbrio que separa o mundo real dos sonhos/pesadelos.

Determinados a fazer tudo a voltar a ser como antes e resgatar seus pais, a turma entra de cabeça em uma aventura fantástica, em um mundo desconhecido, onde o mal faz de tudo para prevalecer. Para conseguirem se dar bem na aventura, os jovens serão testados não somente individualmente, mas, principalmente, como grupo de amigos.

Ler Palladinum foi uma delícia. Me senti transportada para quando histórias jovens de aventura tinham somente o simples objetivo de entreter. Mas entretenimento de qualidade, com valores importantes nas entrelinhas, como amizade e família. Tão diferente do que vemos por aí, atualmente...

Mas vamos falar de coisas boas. Ou seja, Palladinum.

Marcelo Amaral tem uma narrativa dinâmica, forte e ágil, características importantes para prender o leitor jovem atual. Seu texto flui de forma cadenciada, no seu tempo. Parece que estou me contradizendo, né? Mas não. O que quero dizer é que Marcelo consegue dosar muito bem uma narrativa veloz, mas que não atropela os acontecimentos. Resumindo: não é um emaranhado desconexo de situações soltas a esmo no papel.

Percebemos também o trabalho que ele teve ao desenvolver os personagens. Todos muito bem delineados e com características próprias. Eu nem precisava chegar a ler o inciso para saber qual personagens estavam no diálogo. O mais bacana, entretanto, reside no fato dos jovens aqui parecerem... Jovens. Com as dúvidas, angústias e exageros da idade. Nada de adolescentes que mais parecem adultos, ou adolescentes com atitudes de crianças de cinco anos. O antagonista e seus 'capangas' também cumprem bem os seus papéis. São essencialmente maus e não tem consciência pesada. Adoro.

A estrutura da história está redondinha. Os plots estão lá e as cenas estão com os itens essenciais bem definidos. Fico tão feliz de ler um livro nacional bem elaborado, gente. Vocês não fazem ideia.

Um momento de silêncio para esse fato cada vez mais raro na literatura contemporânea.

...

Agora, palmas pro Marcelo.

Continuando.

O humor da história é espetacular. Destaque aqui para Pimenta e Piolho. O amigo mais esquentado (Pimenta) tinha umas sacadas engraçadas e até mesmo sua irritação desenfreada e amor bobão por uma personagem me fazia rir. Já o Piolho... Genial, gente. Gargalhava com o garoto e seus piolhos mutantes.

(Vão ter que ler o livro pra entender. Lalalala! Ok, tô rindo só de lembrar. Efeito retardado.)

De longe, Piolho foi o personagem que mais gostei. Ele e o irmão (Pinguim) fazem um contraponto de personalidade bacana, se completam. Mas na verdade, a turma toda é divertida. Todos tem um papel importante na trama e é a união deles que os fazem tão fortes.

Assim como o livro. É a junção de diversos itens que faz Palladinum dar tão certo: estrutura coesa, trama bem amarrada e personagens incríveis.

Minha única ressalva tem relação com o tamanho do livro, que tem 460 páginas em uma fonte pequena. (As páginas são amarelas! Amo. Escuto um amém aí?) Creio que dava para dar uma editada, deixando o livro mais enxuto e a história ficar com, pelo menos, 350 páginas.

Palladinum se mostrou uma ótima estreia. Divertido, autêntico e abordando questões importantes, mas sem uma aparência sisuda, o livro tem tudo para ganhar o coração de crianças e adultos de todas as idades.

Autor(a): Marcelo Amaral
Editora: Llyr Editorial
Ano: 2012
Páginas: 465
Valor: $40 a $50
Extra: Nunca mais olharei os piolhos da mesma forma. Go, piolhos mutantes! o/
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Leitora Viciada 03/12/2012

Complicado resenhar um livro que me levou a sensações únicas, que me fez viajar em inúmeras reflexões e retornar ao doce passado da minha infância maravilhosa e repleta de aventuras como esta.
Adoro livros de Fantasia, com terras únicas onde tudo pode acontecer. Onde em cada região seres estranhos são encontrados, onde o inesperado assusta.
Palladinum - Pesadelo Perpétuo é um livro assim, e embora seja infantojuvenil, acredito que agrada a todas as idades, desde que seja um leitor que goste de fantasiar e de se aventurar.
Eu classifico o livro para todas as idades!

O trabalho total está perfeito! A começar pela capa e ilustrações internas, uma em cada parte do livro e uma bônus no final. Eu adoraria mais ilustrações e coloridas, porque são muito modernas e trazem uma personalidade ao livro, ainda mais por serem todas feitas pelo autor, que é designer graduado. Os leitores podem encontrar mais ilustrações no site e Facebook oficiais.
Logo na capa você fica imaginando como aqueles pré-adolescentes e adolescentes conseguirão as armas e artefatos místicos. E aquela cachorra enorme e linda e a gatinha que lembra um Pokemon? Desde que segurei o livro em minhas mãos fiquei curiosa sobre a aventura, que é fantástica.


A diagramação do livro é muito divertida e sem erros. O mesmo vale para a revisão, sem falhas. Ou seja, o livro possui alta qualidade gráfica e editorial.
As fontes dos diálogos de alguns seres exóticos são diferentes, ajudando a imaginação do leitor a tentar criar as vozes e sons. Adorei esse artifício, tão utilizado nas histórias em quadrinhos e tão ignorado pelos livros. A diagramação e texto ajudam na elaboração das personagens e ruídos do livro. O mesmo vale para o uso de "capslock" ou "caixa alta". Nunca tinha lido um livro onde seu uso foi natural e bem elaborado.
As ilustrações também auxiliam na imaginação do leitor. E Palladinum - Pesadelo Perpétuo mexe bastante com a imaginação. São tantos cenários estranhos, seres diversos, situações incomuns, que temos uma liberdade em criar e tecer cenas, locais e personagens.

Um fato curioso que ocorreu comigo, é que devido a olhar as ilustrações das personagens e assistir ao booktrailer feitos pelo autor, todo o livro passou pela minha mente como um longo, colorido e espetacular desenho animado! Eu consegui ver claramente todos esses desenhos em ação, criei os cenários naturalmente, com muita facilidade e tão detalhadamente que eu parecia pertencer àquela aventura, parecia presenciar todos os fatos como se fosse um espectro escondido. Palladinum - Pesadelo Perpétuo merecia ser transformado numa animação magnífica!
Em parte devo essa façanha ao autor. Sua narrativa, descrições, ambientação e personificação são maravilhosamente bem elaborados. Ele se prende apenas aos detalhes essenciais e com destreza e facilidade consegue exibir em poucas e simples palavras cada parte do livro.
Isso faz da leitura extremamente dinâmica e associada às ilustrações, o leitor tem a grande facilidade em imaginar e deixar a leitura levá-lo.
Acho que o autor conseguiu expor o seu lado de desenhista e designer e uni-lo ao talento de escritor para ser capaz de proporcionar toda essa viagem.

Retornei à minha infância completamente. Relembrei de filmes que eu adorava como Os Goonies, Labirinto - A Magia do Tempo e A História Sem Fim; a série animada Caverna do Dragão parece ter sido uma das inspirações do autor e Palladinum - Pesadelo Perpétuo possui lembranças de histórias clássicas como Peter Pan, Alice no País das Maravilhas e O Mágico de Oz, porém em menor proporção. Até mesmo homenagens ao O Senhor dos Anéis eu encontrei. maravilhoso!
Apesar de cada leitor adulto notar elementos de outras histórias, ou relembrar itens de sua infância de fantasia, o autor criou um mundo sensacional paralelo ao nosso e o mais importante: tudo ocorre por um motivo, os acontecimentos estão interligados e toda a rede de fatos mostra-se eficiente e inteligente.
É um livro que faz o leitor imaginar, se divertir e ainda por cima cria um ar de suspense sobre o futuro da turminha central. Não espere que consiga prever todo o desfecho, muito bem executado e diferente do imaginado por mim. Apesar de juvenil e ter adolescentes como protagonistas, nem tudo é perfeito e fácil para eles.
Este livro é uma ferramenta poderosa para atrair leitores de todas as idades que gostam do gênero de Fantasia.

O livro está estruturado em três partes em sessenta e dois capítulos.
A primeira parte apresenta cada personagem principal: Pastilha (Juliana), Pimenta (Beto), Piolho (Zeca), Pinguim (Léo), Princesa (Ana Sophia), Peteca (Viviane) e Paçoca (Plínio). Todos são bem diferentes e aconselho a darem uma olhada no site oficial do livro para os conhecerem (http://www.palladinum.com.br).
Eu gostei de todos, não tem nenhum que tenha desgostado. Não existe um que seja muito parecido comigo nessa idade, acho que fui uma mistura deles. Os que mais gostei foram Pastilha e Beto, porque parecem dividir a liderança do grupo durante o perigo, um complementando o outro.
Mas é a união de suas diferenças que os tornam fortes; é a amizade e a superação de preconceito que os une; e é o amor pelos entes queridos e mundo em que vivem que os motiva.

E por que todos possuem apelidos com a letra "P"? Porque todos integram o jornalzinho da escola, o Página Pirata. Eu adorei a criatividade do autor com os nomes, não apenas do grupo principal, mas de todas as pessoas, animais e seres. O que começou parecendo brincadeira, tornou-se algo essencial, animado e ousado. Existe magia nos nomes!
Toda a dinâmica das letras "P" versus "S" foi uma artimanha criativa e original, que representa os dois mundos do Sonhar, Pesadelo contra Sonhos. Exatamente onde os jovens vão parar, no meio de uma guerra poderosa, que afeta diretamente o nosso mundo, o mundo real, da Razão.

É o que acontece na segunda, mais longa e principal parte do livro. E a mais empolgante também! Os jovens se encontram com seres inimagináveis. São exóticos, esquisitos, imprevisíveis.

Tudo é assim: impossível compreender e saber o porquê do funcionamento desse mundo, onde nada é o que parece ser e a lógica não funciona. As leis da física e todas as ciências humanas parecem não se aplicar às coisas do Outro Lado.
Já a imaginação, fantasia, premonição e adivinhação, ah, isso parece funcionar, afinal: é como sonhar.
Já o perigo, a dor, o sofrimento, o cansaço: é tudo real e verdadeiro. Se você morrer não vai simplesmente acordar. E o futuro de ambos os mundos são literalmente responsabilidade desse grupo que antes apenas se preocupava com as brincadeiras, estudos e jornal da escola.

Já a terceira parte, a mais curta mostra como tudo ficou depois de eventos marcantes e impactantes. E vejo nessa parte um enorme potencial para mais histórias com a turma do Página Pirata.

Além da enorme adrenalina de ação, pois cada capítulo possui algo importante, o livro é recheado de altas (e boas!) doses de humor. Entre uma discussão e outra, uma passagem bizarra ou perigosa, os adolescentes não deixam de exibir suas personalidades e opiniões, o que gera piada e arranca risadas do leitor. Até mesmo a narração possui pontos muito engraçados. Uma qualidade do autor, já que ele sabe encaixar a brincadeira para divertir em meio ao caos enfrentado pelos heróis.
Tristeza, medo e sofrimento também estão presentes. Então o toque de bom humor serve para contrabalançar a história e mostrar que crianças são crianças, mesmo carregando o futuro de mundos nas mãos.

O mais admirável de Palladinum - Pesadelo Perpétuo (além de toda a criação do autor em si e a elaboração e desenvolvimento dela) é a evolução de cada personagem. Não ocorre de uma hora para outra, nem de forma radical. É natural a mudança e o desenvolvimento pessoal de cada um, que automaticamente os modifica como grupo em si. Num todo, presenciamos adolescentes tornando-se heróis, cada um à sua maneira. Não perdem suas características, manias ou personalidade. Porém vencem obstáculos não apenas físicos, mas também psicológicos e ultrapassam limites próprios em prol de algo superior: a salvação do mundo e dos parentes e amigos. Adorei isso: eles evoluem sem perder a originalidade.

Outro item observado é que muitas das características, traumas e cacoetes são mostrados, alguns desde antes do começo da aventura no Sonhar. Outros são mostrados no decorrer da história. No entanto, aos pouco e sempre na hora certa, o autor explica cada um, incluindo fatos importantes e desconhecidos do passado da turminha.
Então passei a compreender melhor certas coisas e a torcer ainda mais por eles. Todos, sem exceção são bem moldados e bastante humanos. Apesar de a todo instante imaginá-los como em um desenho animado, são todos reais. São de verdade! Me apeguei muito a cada um deles e me identifiquei um pouquinho com cada um.

Até mesmo as personagens de fora da turminha são interessantes e também evoluem no decorrer do livro. O professor Pedro, aquele que todos os alunos gostam; Sagatha; que embora aparente ser uma gata é na verdade uma poderosa Mensageira dos Sonhos; Penélope, a fofinha e mimada yorkshire que ao viajar com eles para o Outro Lado torna-se uma gigante cachorra falante e muito, muito engraçada. É uma das personagens que mais gostei, por ser inocente e sincera. E não apenas por eu adorar cachorros, mas também porque ela me fez a todo instante imaginar como seria divertido ver a minha cachorra ir comigo numa aventura como essa.

Marcelo Amaral é um escritor nato, pois conseguir reunir tantas personagens, tanta ação, fantasia e magia numa história fluída e viciante, onde mundos diferentes existem e seres diferentes surgem e interagem é espantoso. Ainda mais num enredo frenético, sem interrupções nos acontecimentos, sem capítulos desnecessários e sem furos na história. E o melhor de tudo, um livro que pode ser indicado para leitores de todas as idades, desde que gostem de aventuras épicas, divertidas e cheias de itens diferenciados.

Mesclando bom humor, magia, aventura e romance, o autor passa a mensagem de que nunca devemos deixar de ser crianças e sonhar. Que uma simples dica como essa faz de qualquer pessoa alguém melhor, mais perseverante e positivo. Que nunca devemos deixar nossos defeitos e falhas nos impedir de realizar algo grandioso, que devemos nos superar.

Mostra ao leitor a importância dos animais, que devemos respeitá-los, através da personificação de uma gata e uma cachorra na equipe. Para que não nos esqueçamos da amizade e confiança que eles nos proporcionam e que merecem respeito.
Mostra que às vezes precisamos seguir nossos corações, não apenas a lógica e que poder e força bruta de nada servem se não existir inteligência e planejamento.
Passa também diversas outras mensagens com Palladinum - Pesadelo Perpétuo como a importância da união, trabalho em equipe, altruísmo e amizade.
Que a força de vontade vence medos e fobias.
Que o amor e amizade e a fé neles podem romper barreiras e preconceitos e que acima de tudo não devemos desistir e sempre lutar, literalmente, por nossos sonhos, mesmo que para isso, precisemos encarar todos os nossos piores pesadelos.

+ resenhas em www.leitoraviciada.com
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Leitor Cabuloso 14/11/2012

Saudações, caros leitores! Alguns livros são como a experiência de observar uma bela paisagem, nos transmitem uma felicidade pura, um encanto para o qual, por mais que pensemos, sempre dizemos rindo de forma embaraçada: “Não sei como dizer o que eu senti”. Nisso não está subentendido que aquilo de que tratamos seja de intricado sentido, mas sim que causou uma introspecção tão grande que a única forma de uma pessoa nos entender completamente seria se ela fosse capaz de penetrar a nossa mente. Para alguns, estas palavras podem soar exageradas, entretanto a minha criança interior não conseguiu evitar o deslumbramento e o adulto que vos fala cede a palavra.

A obra narra uma aventura que me recordou alguns clássicos cinematográficos, tais como “Goonies”, “Conta Comigo” e “E.T.”, o motivo desta declaração é que o autor trabalhou bastante arquétipos infantis, ou seja, os personagens apresentados tem funções bem definidas na trama. Se por um lado alguns leitores podem avaliar esta característica como razão para desapontamento, presumindo um texto entediante, por outro lado afirmo com convicção que vi partes de mim mesmo em alguns trechos do livro, foi como revisitar algumas memórias de quando era mais jovem. A simplicidade da narrativa não implica em uma pobreza textual, muito pelo contrário, o jeito singelo é cativante, atributo indispensável para um livro “sem idade”, status que “Palladinum: Pesadelo Perpétuo” alcançou.

Como livro “sem idade” designo todo aquele que tem a capacidade de conquistar as pessoas das mais diversas idades que mergulham de cabeça nas páginas. Admito, este termo é uma de minhas “excentricidades” de leitor, mas acredito que me fiz compreensível.

O chamado para a aventura no romance não tarda a acontecer e com isso o desenvolvimento da história é ascendente, não dando muito espaço para o leitor desprender-se, até mesmo os mais jovens vão passar com um piscar de olhos pelas mais de quatrocentas páginas.

O fato de serem crianças a viverem algo épico, visto a grandiosidade do cenário e objetivo em que se veem jogadas, torna as emoções mais autênticas, o Marcelo obteve êxito em dotar as suas criações literárias de vida, elas se movem muito naturalmente e cada um dos personagens possui traços únicos, os quais você pode encontrar em pessoas de seu convívio.

Os membros do grupo são: Pastilha, uma garota esperta e com uma constituição física frágil, Princesa, a típica menina super popular e que às vezes nos suscita antipatia, Peteca, a atleta do grupo que aprecia um estilo de vida saudável, Pimenta, o cabeça-quente da turma, mas que no final das contas só quer proteger a todos, Pinguim, o fascinado por desafios mentais, como palavras cruzadas, e que sofre do inconveniente de transpirar de forma abundante, Piolho, irmão de Pinguim, que detesta tomar banho, mas que por isso mesmo influencia bastante em um momento crítico da jornada e Paçoca, o mais jovem do grupo e super inteligente, que faz uso de suas várias invenções para auxiliar aos amigos, mas que sofre de alta vulnerabilidade sentimental por estar acima do peso e ser baixo. Além das crianças, o grupo conta com Penélope, a cachorra de Princesa, que rende ótimas risadas com seu jeito carinhoso, mas um tanto destrambelhado, e Saghata, a “instrutora” das crianças, rumo ao grande confronto, que é bastante apreensiva.

Os vilões também são uma grande atração, pois seguem o roteiro já muito conhecido: vestes pretas e frases imponentes que tentam intimidar, além de outras qualidades (ou defeitos?) que sempre fazem parte dos “melhores maus”. Isso poderia ser somente um clichê, mas nas mãos do escritor se tornaram fontes de alto entretenimento, eu ri dos vilões às vezes, mas também percebi o quanto aqueles jeitos tenebrosos e um pouco caricatos são exatamente as formas que permeiam os pesadelos infantis.

Este livro foi um excelente entretenimento, mas não pensem que ele só fica nas risadas e instantes de temor. Como as boas histórias infantis, há muitas lições, algumas explícitas e outras nas entrelinhas, mas nada que fuja do alcance de qualquer leitor. Os personagens se desenvolvem e nos provam que não são estereótipos, mas representações da realidade, capazes de aprender e mostrando a força que os laços emocionais, com ênfase na amizade e o perdão, possuem. É incrível como mesmo sendo uma ficção, consigo ver os personagens como amigos de carne e osso, assim são os livros mais marcantes. Recomendo este livro e, ainda mais, digo que depois de lerem, emprestem para outras pessoas e leiam para crianças! Sério, esse livro é perfeito para introduzir alguém às maravilhas da leitura, esse vai ter lugar especial em minha estante, pois um dia lerei para um (a) filho (a) meu! Dou cinco selos cabulosos!
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