Fábrica de Diplomas

Fábrica de Diplomas Felipe Pena




Resenhas - Fábrica de Diplomas


10 encontrados | exibindo 1 a 10


Marcio262 30/04/2023

Suspense interessante que prende o leitor, mas final um pouco solto no estilo Deus ex machina não me agradou.
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Bee 05/01/2017

Retalhos da sociedade brasileira entrementes: ego, tráfico, e política
Desde o excelente Tropa de Elite 2, quando saiu toda essa denúncia sobre milícia e poder paralelo, e para quem já estudou sobre globalização, neoliberalismo, a riqueza de uma minoria sustentada pela massa de mão de obra barata (mais valia, diria Marx), alguém poderia se perguntar se, nos livros, um escritor já colocou na ponta do lápis, todas as denúncias sobre o maquinário urbano, com a ironia e agudez de um soco no estômago: está ali para, alertar, pelo menos.

Fábrica de diplomas é um dos que veio para tal motivo. Óbvio, sem desmerecer tantos outros mestres da literatura de folhetim que colocam seus personagens fictícios como retratos urbanos - Marçal Aquino, Rubem Fonseca, para citar exemplos da minha própria estante - o Felipe Pena parece ter uma ambição maior de denunciar todo o quadro geral. Esse quadro cínico.

E então, somos levados à um passeio que visita setores da sociedade, a universidade, política, mídia - nas classes altas (sem perder a crítica pronta dos egos embutidos) - e alguns outros personagens relicários da rale, que estão ali só para lembrar da inclusão.

Em toda a sua narrativa, Pena articula capítulos com maestria no maior estilo suspense e policial, em que cada capítulo é envolvente e objetivo. Sua narração permeia um desenvolvimento maior de cada personagem, à medida em que eles vão surgindo, mas sem se tornar enfadonho. O ponto alto, e avassalador diga-se, começa no início do livro com retratos bem contundentes à classe média alta, em toda a sua soberba e egos. Pena parece dar uma amostra ao leitor, do que encontrará em todo o livro, ainda que do meio para lá, as pontuações diminuam para dar margem à história em si.

Quanto a história, ela é interessante no ponto em que quer dar um ar de verossimilhança, mas à todo tempo faz piadas ou sarcasmo com o próprio gênero, seus clichês policiais, etc. Isso em vários trechos do livro, inclusive um lá no final que ironiza a chegada do próprio desfecho, no terceiro ato. "Quem é o doutor?", saindo diretamente de técnicas novelísticas, para manobrar um final totalmente diferente do que o esperado pelo leitor, mas que gera uma reflexão (reflexão verossímil, podemos dizer, sem grandes prejuízos).

Por todas essas características, o estilo ágil, o detalhamento narrativo e os retratos agudos da alta roda carioca, Fábrica de Diplomas conquistou um lugar merecido na minha lista de favoritos.
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GuilhermeWagner 11/07/2012

Labirinto de Espelhos
"A metáfora do reitor deixou Pastoriza intrigado. Por que chamar os acontecimentos de teatro? Nesse caso, quem estaria representando? E quais seriam os papéis?" (PENA, Felipe. Fábrica de Diplomas. Rio de Janeiro, Record, 2011. cap. 23, p. 236-237)

O romance Fábrica de Diplomas, de Felipe Pena, tem início sob um recurso útil e positivo, qual seja, o de disponibilizar uma lista das personagens antes mesmo de se começar a história. Pelo fato de haver um número restrito delas, acompanhadas de descrições curtas, o leitor entrega-se às páginas do livro consciente de que a narrativa é objetiva e concisa.
São intencionalmente explorados clichês da literatura policial - como o emprego do subterfúgio da caneta sem tinta que encerra mensagens ocultas no papel - sem se cair na vulgaridade simplória (cap. 8, p. 88 - 89). As referências a mestres do folhetim policial, como Rubem Fonseca, são deliciosas e os constantes diálogos dão leveza, dinamismo e ares de roteiro ao texto. Além disso, a menção a ruas, bairros e paisagens do Rio de Janeiro faz com que o leitor, em especial o carioca, sinta-se participando de uma aventura real na esquina de casa.
O questionamento ao ensino superior brasileiro é ácido e pertinente, mas vai além. Aos poucos, é delineada uma crítica aos próprios conceitos de ignorância e erudição e sua validade. Percebe-se, ainda, que o autor sabe brincar consigo mesmo e sua obra, o que imprime uma marca de comicidade à narrativa e baixa a guarda do leitor, como no trecho: "Ambos rolaram pela areia, formando um corpo único, à milanesa. Parecia a cena clássica de Richard Burton ou a descrição infantil de um romance barato." (cap. 26, p. 269). Passagens como essa, de desconstrução da linguagem e ruptura de moldes (bem como a debochada reafirmação dos mesmos), são garantia de boas risadas.
O ritmo lancinante da trama revela provas, contraprovas e intrigas a todo instante. Há uma nova evidência em cada capítulo, que aponta na direção diametralmente oposta à que antes fora apresentada. Desta maneira, é divertidíssimo acompanhar o protagonista Antonio Pastoriza e o detetive Rover na busca pela "verdade" em meio à densa névoa das manipulações. A história tece uma teia complexa de personagens e interesses escusos que se tangenciam e se confundem a todo momento, a ponto de o leitor não mais discernir de que lado está ou se, de fato, há algum lado de que se tomar partido.
Esse jogo confuso, verdadeiro labirinto de espelhos, estende-se aos diversos elementos presentes na obra em sua relação dialógica: ficção x realidade, academicismo x pragmatismo, independência machista x comprometimento romântico, lógica de mercado x emancipação sócio-cultural, milícia + tráfico x Estado, doutor x analfabeto. Assim, a partir do uso consciente de clichês e estereótipos - com vocação para uma improvável arquetipia - rompem-se e, ao mesmo tempo, reforçam-se maniqueísmos (novamente, uma lúdica dialética).
No que tange à abordagem do amor entre Pastoriza e Nicole Barros, há uma profusão de adjetivos, metáforas e sinestesias ("certeza úmida", "sabor tórrido", "interjeições mudas", "signos desconhecidos" - cap. 6, p. 71). O psicanalista Pastoriza é, em última análise, um romântico abatido pelo receio, que beira a fobia, de se comprometer - tão característico do homem fragmentado na era pós-emancipação feminina. Desorientado, Pastoriza tem sua(s) identidade(s) posta(s) à prova e espelha a crise do patriarcado e suas antigas certezas. Seu "coração machista, errante" (cap. 6, p. 72) pulsa por Nicole com a intensidade de uma paixão adolescente, ideal.
Nicole Barros, por sua vez, é uma personagem que encarna o poder persuasivo feminino. É irresistível acompanhá-la em suas artimanhas e, face a seus cantos de siren, até o mais obstinado Odisseu sucumbiria. Tem-se a impressão de que é Pastoriza quem mente - ou omite - e, assim, sabota a relação conjugal, mas o desfecho da história prova, e potencializa, o exato contrário.
Apresentada como a Deusa-Mãe de Campbell, Nicole evolui ao longo da narrativa para o Camaleão de Vogler e, no desenlace da obra, qual não é a surpresa do leitor ao descobri-la Sombra. Se do protagonista, a personagem arrebata sentimentos, de nós, certamente, conquistará a predileção.
Ainda no que concerne a metamorfoses pessoais, Lucas também é outro personagem cuja jornada camaleônica é avidamente acompanhada ao longo da narrativa. Iletrado que, em sua esquizofrenia, torna-se doutor (ou seria o contrário), Lucas é uma espécie de Sybil da Cidade de Deus. Seguindo a lógica do absurdo e inverossímil que permeia o livro, o triunfo final do analfabeto faz restar patente a crítica tanto ao academicismo ególatra quanto o culto à ignorância.
Finalmente, creio que, para além do empobrecimento intencional da linguagem (a la Nelson Rodrigues), a alma de Felipe Pena, e de sua escrita, está no posfácio.

Em suma, a leitura de Fábrica de Diplomas é leve e muito prazerosa, como, aliás, boa parte das coisas do real e da vida deveriam ser.

Guilherme Wagner Tawlsen
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Karol 20/03/2012

Essa resenha demorou horrores para sair. E não é porque o livro seja ruim, cansativo ou algo do tipo. O problema aqui foi que Fábrica de Diplomas, além de ser um livro genial, me fez parar para pensar e, ao mesmo tempo, ter vários déjà vus por causa dos três anos em que trabalhei em uma Faculdade particular aqui em SP. E ao passo que um monte de gente consegue escrever mais com a cabeça cheia, eu só consigo produzir bem estando tranqüila e, por isso, demorei tanto nessa.

Fábrica de Diplomas aborda, por intermédio de uma história policial eletrizante, a máfia da educação no Brasil. E a realidade do livro é tão próxima da real que chega a dar náuseas. O texto começa no ponto em que uma estudante de farmácia é baleada dentro do campus de uma das maiores Universidades do Brasil. Ela carrega em suas mãos um segredo que pode desencadear uma revolução no tráfico de drogas no Rio de Janeiro e, após ser baleada, ela desaparece. Ao mesmo tempo conhecemos outros pontos chave para a história: Lucas, o analfabeto que passou no vestibular (fazendo uma referência explícita ao caso da Estácio de Sá, em 2001) e Antônio Pastoriza, o coordenador do curso de Psicologia da Universidade.

Enquanto Lucas procura de todas as formas encontrar sua verdadeira identidade – e isso não acontece de maneira exatamente nobre, Pastoriza fica responsável por investigar os acontecimentos que levaram ao crime ocorrido no Campus e, no meio disso tudo, há ainda uma conspiração para destruir o nome da Universidade. Ah, e o romance se passa no Rio de Janeiro, correndo no centro dos morros, badalando nas academias caríssimas da Zona Sul e instruindo o leitor sobre os costumes locais.

Felipe Pena é dono de uma narrativa rápida e dinâmica. Assim como em muitos livros atuais há a variação de pontos de vista durante a história e a narração onisciente deixa claros os pensamentos de boa parte dos personagens – excetuando-se aqueles pontos essenciais ao suspense do livro. Somos apresentados ainda ao intrincado esquema de ensino nas Universidades particulares do país onde o que vale mais é o jogo de influências e não o real valor da educação. Compram-se alguns deputados em Brasília e se ganha a autorização para abrir um curso. Contrata-se uma jornalista famosa e se garante a boa imagem da Universidade perante os meios de comunicação. Isso fora o jogo interno de influências, as disputas entre cursos etc, etc. Felipe Pena instrui o leitor a respeito de tudo isso de uma forma que não cansa, apenas e realmente instrui e não somente no que se refere ao mundo universitário: muito do modo de vida da sociedade carioca é relatado no livro (gírias, locais, músicas). Para quem, como eu, não é carioca, a leitura fica muito mais fácil.

Enfim, mais um livro nacional que vale ser lido e me surpreendeu bastante. É maduro, crítico e instrutivo, coisa que a maioria dos novos livros nacionais atuais não é. A única coisa que me incomodou foi o fato de quase todas as mulheres da história serem umas doidas insuportáveis – a única que presta não passa da metade do livro.

Muuuito recomendado pra gente grande! Não sei se muitos adolescentes tem maturidade para uma história desse nível.

=)
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Thiago Rapsys 16/03/2012

[Resenha] Fábrica de diplomas - Felipe Pena
A Fábrica de Diplomas é realmente um livro intrigante. É um típico suspence policial. O autor consegue narrar com falicidade, e explicar coisas... digamos, "acadêmicas"; aplicado coerentemente no enredo.
Um dos pontos positivos no livro é como o autor desenvolve os capítulos. São 29 capítulos ao todo (tirando o prefácio e o posfácio). Dependendo do capítulo, o autor mistura delicadamente a estória, com o "tema" do capítulo. Para melhor explicar, dou um exemplo do capítulo Um, cujo nome é "O reitor": neste o autor escreve sua estória, mas em determinado ponto (seja em diálogo, uma discução, ou outro meio) ele explica quem é o reitor, suas características, etc. O capítulo seguinte chama-se "Os departamentos", onde ele - o autor - explica como funciona e quais são os tipos de departamentos da tal universidade, ao passo que vai tecendo o enredo.

Por falar em enredo, ele é envolto de muito mistério, discuções, assassinatos e tráfico. Tudo começa com um tiro na Universidade Bartolomeu Dias. O tiro acerou o alvo, a estudande de Farmácia desta universidade. O reitor e dono da rede de ensino Bartolomeu Dias, Jaime Ortega, descobre que a vítima estava segurando um estranho papel com uma letra de funk.

Fogo no X9
Da cabeça ao pé
Pega o álcool e o isqueiro
(Quero ouvir geral)
Fogo no X9
Bonde da Vintém
É paz, amor e muita fé

Eu não entendo esses caras
Que se acham valentão
Valentão coisa nenhuma
Não passa de um vacilão

Ele tudo que vê fala
Está desesperado
Já deu a endolação
E agora é procurado

O mundo tem a boca grande
E o dedo de seta
Ele vai ficar de bigode
Sem dedo e de boca aberta

Bate tambor
Bate forte e faz barulho
Pra levar a boca à falência
Tem X9 no bagulho

Por isso
Fogo no X9
Da cabeça ao pé
Pega o álcool e o isqueiro
E taca fogo no mané...
Fábrica de diplomas | Página 59


Procurando por um homem de confiança, Ortega chamou o Antonio Pastoriza (diretor da Faculdade de Psicologia da Bartolomeu Dias). Mal sabem eles que serão metidos em crimes de "peixe grande" (os poderosos homens do tráfico).

A Universidade Bartolomeu Dias sempre sai nas notícias policiais, seja por escândalo, seja por crimes. Ela não é uma faculdade exemplar, arruma sempre um jeito de se esquivar das denúncias. Um dos casos mais repercutidos, foi a aprovação de um analfabeto no vestibular da Bartolomeu Dias. Este passou em 18º lugar!

Felipe Pena também consegue ser além de um doutor de literatura, ou um pós-graduado em semiologia, professor e psicólogo (Ufa!), mas também poderá ter o cargo de humorista e filósofo! Por várias e várias partes você depara com linhas de raciocínio e constratando com o humor, digno de ser admirado!

A metáfora de comandante de navio não é gratuita. É concreta, precisa, quase literal. Pela janela do escritória na cobertura onde mora, Jaime Ortega vê apenas o mar. Nem a areia da praia da Barra [da Tijuca - Rio de Janeiro] está ao alcance dos olhos. Muito menos os transeuntes apressados do calçadão, com seus bonés Nike, tênis Rebook comprados em Miami, relógios Bvlgari, calcinhas Victoria's Scret, óculos Diesel e outro acessórios indispensáveis à sociedade emergente do bairro. Homens de meia-idade, cujas safenas foram o preço do patrimônio adquirido, dividem a passarela esportiva com deslumbrantes e deslumbradas cocotas de corpos esculpidos em uma das 350 academias de ginástica da região. Algumas olham debochadamente para as mulheres mais velhas, que fogem do arquétipo local, outras apenas cortejam maridos carentes ou já são, de fato, esposas de velhos babões que em breve perderão a casa, o carro de luxo e a guarda dos filhos em um processo de divórcio.

Fábrica de diplomas | Página 19

Tudo é muito intenso, cheio de informação, esclarecimento e formação de muitas dúvidas. Toda a trama é envolvida entre a possível venda da Bartolomeu Dias (para sair da dívida) para os americanos, e os crimes relacionados à universidade. Recomendo para os amantes de suspense, pois este livro poderá te encantar (e dar uma reviravolta em sua mente, se não tiver uma leitura contínua e concentrada).

Leia mais: www.ecolivros.com.br
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Renato Klisman 23/01/2012

Uma história cotidiana, transformada em algo inteligente e inovador…
Uma estudante é baleada dentro do campus de uma das mais famosas universidades do Brasil.
Ela estava encarregada de entregar um papel, com um terrível segredo, capaz de mudar drasticamente o tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro.
Mas sua missão foi interrompida e, com isso, uma busca incessante e implacável começa.
Antonio Pastoriza, psicanalista e escritor, se verá em meio a um esquema gigantesco de corrupção, tráfico e conflito de interesses.
Tudo isso, ocorrendo bem em baixo dos olhos das autoridades, em uma simples faculdade privada.
Mas apenas a ponta do iceberg está à mostra.
Pastoriza terá ainda que descobrir quem é O Doutor, um dos chefões que comandam o tráfico e aparentemente está por trás do esquema que pretende derrubar a Universidade Bartolomeu Dias, alguém que ninguém jamais viu o rosto. E, enquanto realiza suas buscas, terá de correr contra o tempo, e até mesmo da polícia, para salvar sua própria pele.

A HISTÓRIA: Jamais na minha vida, imaginei um romance policial se passando dentro de uma universidade.
Fiquei surpreso quando isso aconteceu, e ainda por cima, criação de um autor 100 % brazuca!!!
A narrativa de Felipe Pena é fantástica, não cansa o leitor e o faz ansiar por cada vez mais. A criatividade do autor, ao misturar batidões de Funk, tráfico de drogas e conflitos econômicos universitários é exemplar.
Esse foi, efetivamente, o primeiro livro que li em 2012 e, confesso, foi uma ótima forma de começar o ano, com livro nacional de ÓTIMA QUALIDADE! Huhu!
As cenas são bem descritas, não deixando a desejar. O clima de suspense e o “desconfie de todos”, acompanha o leitor durante todo o Romance.
Esse livro é de um estilo que eu ainda não havia lido. Ele simplesmente pega alguma notícia verídica e transforma-a em ficção. No caso, foi uma matéria que gerou muito bafafá em 2001 e foi uma denúncia feita por um importante programa de TV (Entenda-se por FANTÁSTICO da Rede Globo), quem ficou curioso pode ver aqui (Visite o blog)a matéria. Surpreendi-me quando vi alguns dados do livro nela.
Obs.: Dentro do próprio livro é citado o tipo de escrita que ele se encaixa, porém eu esqueci de anotar… hehe (#ZeroPraMim)
Para encerrar, só posso parabenizar o autor pelo brilhante trabalho, que poderia ser comparado a grandes nomes do Romance Policial, como Dan Brown e Luis Eduardo Matta.
Leitura Incrível!

A CAPA: Achei-a bem simples, mas ainda assim gostei. Não é só porque a capa não tem a foto de uma garota depressiva, com um vestido longo, ou então, porque não tem muita variação de cor, que ela deve considerada feia.
Para ajudar, temos um verniz localizado no título da capa com relevo, o que dá um ótimo acabamento ao livro.
UMA PALAVRA QUE DEFINIRIA O LIVRO: Arrasador.

CITAÇÃO: “A Vaidade sufoca, mutila, arde… …Quem inverterá as prioridades? Quem levantará a névoa empoeirada dos mestres e doutores da pátria?”
(Pgs: 331/332)

Veja a resenha no blog e comente! http://rkbooks.wordpress.com/2012/01/19/resenha-fabrica-de-diplomas/
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Feer_freitas 16/11/2011

Fábrica de Diplomas / Felipe Pena. - Rio de Janeiro: Record; 2011.


Inicialmente publicado com o título “O analfabeto que passou no vestibular” é o primeiro livro da Trilogia do Campus, também formada pelos livros “O marido perfeito mora ao lado” e “O verso do cartão de embarque”.
Neste livro temos um romance com muito suspense, crimes, perseguições policias e investigações que deixarão o leitor envolvido e ansioso com o desenrolar da história.
Todos os acontecimentos ocorrem devido as ambições dos personagens, que aceitam trair, matar e o que mais for preciso em troca de dinheiro ou ascensão social.
Jaime Ortega tem 79 anos, foi professor de cálculo, repórter e diretor do maior banco do país. Fundou a Universidade Bartolomeu Dias e ocupa o cargo de reitor, é um homem muito poderoso, inteligente, sempre ligado em tudo, com muitos homens de confiança a sua volta, ou que ele pensa ser de confiança..
A Bartolomeu Dias é a maior faculdade de ensino privado do país, mesmo com sua qualidade duvidosa o número de alunos, ou melhor, clientes, não para de crescer. Só que ainda assim a Universidade estava a beira da falência, que piorava cada vez mais devido as polêmicas envolvendo seu nome, a começar pelo caso de um analfabeto que foi aprovado no vestibular, constatando a facilidade de ingressar no ensino superior privado.
O Campus Tijuca, localizado bem próximo ao morro do Borel é o cenário onde Adriana, estudante de farmácia, é atingida por um tiro, o qual não se sabe se partiu do morro ou de dentro do Campus. Essa dúvida é só a primeira de uma serie de mistérios que acontecem envolvendo o nome da faculdade, seus alunos e funcionários.
Ortega, abalado com o acontecimento escala Antônio Pastoriza, Diretor da Faculdade de Psicologia e grande conselheiro para investigar os fatos. Ao lado de Rover, responsável pela equipe segurança na Universidade, os dois saem em busca de pistas a respeito do crime mas acabam encontrando muito mais do que indícios. Desvendam um esquema de milícias, traficantes e a criação de uma nova droga poderosa que seria colocada no mercado.
Enquanto isso o reitor contrariado mas sem encontrar outra saída planeja a venda da Universidade, que é totalmente prejudicada devido a sequência de acontecimentos polêmicos e tragédias. Tais acontecimentos estariam relacionados com as negociações? Ou isso seria apenas alucinação de Ortega?
Nas investigações o principal suspeito pelo tiro que acertou Adriana, é Lucas, o tal analfabeto que havia se tornado funcionário da Universidade após sua aprovação. Ele teria algum motivo para cometer esse crime ou estaria fazendo o trabalho sujo que algum figurão não gostaria de fazer? Essa é mais uma das dúvidas que rondam a mente do leitor.
O livro mostra a realidade dentro de uma instituição de ensino cheia de falcatruas, onde os funcionários pensam em lucrar a todo custo, sem se importar em oferecer o mínimo de qualidade.
A história é densa e envolvente, com muitos personagens e um toque de psicanálise, o autor cria uma teia que vai se ligando aos poucos enquanto o leitor busca as respostas para os inúmeros mistérios. Além disso Felipe Pena é inovador, ao abordar um tema pouco tratado pelos autores. Um texto claro, eficaz é também uma importante crítica ao ensino atual, em que cada dia novas faculdades são inauguradas sem exigências fundamentais para garantir sua qualificação.
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Wanessa 14/11/2011

Fábrica de Diplomas
Resenha: Esse livro é surpreendentemente maravilhoso e te prende do começo ao fim. Felipe Pena, soube exatamente como dosar a linguagem, sendo assim, de fácil entendimento. Quanto aos personagens, foram super bem desenvolvidos e de suma importância no decorrer da estória.
O autor tem como característica, adicionar em suas obras um pouco da realidade sem ter que deixar de lado a imaginação, um exemplo dessa citação é a corrupção no mundo da educação.

No desfecho da estória, surgem tramóias de políticos bandidos que estão em frente a faculdade - esse foi um dos pontos no qual me chocou. E outra coisa impactante foi o Analfabeto que passou no vestibular, isso demonstra que eles estão mais preocupado quanto ao número e não à qualidade, sendo assim, quanto mais alunos eles admitirem, mais lucro terão. O livro mostra ao leitor diversos fatos que estão acontecendo no mundo atual: extorsão, policiais corruptos, etc.
Essa é uma ótima dica de livro de ação e mistérios, e ainda por cima brasileiro. Sem dúvidas, vocês também irão se surpreender com o Fábrica de Diplomas!

http://estanteseletiva.blogspot.com/2011/11/resenha-fabrica-de-diplomas.html
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Karen 20/10/2011

Você não consegue parar de ler
Fábrica de Diplomas tem os mesmos personagens de O marido perfeito mora ao lado, outro livro do autor que me deixou muito impressionada. O personagem principal, o Antonio Pastoriza, continua muito interessante, mas a trama é ainda mais envolvente.
A história de suspense também carrega histórias de amor e um mistério que apresenta novas pistas a cada final de capítulo, deixando o leitor preso no livro.
Como os capítulos são curtos, você não consegue largar o livro. Adorei.
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Livy 06/10/2011

nomundodoslivros.com
Este sem dúvida foi um livro que me surpreendeu bastante. Eu já havia lido e resenhado O Marido Perfeito Mora ao Lado, mas sem dúvida alguma, Fábrica de Diplomas superou minhas expectativas.

Este é na verdade o primeiro livro da Trilogia do Campus, onde acompanhamos uma série de descobertas envolvendo tramas conspiratórias e criminosas na Faculade Bartolomeu Dias, localizado no morro do Borel, no Rio de Janeiro. Como eu disse anteriormente, eu já resenhei o segundo livro da trilogia, e achei a linguagem e narrativa em alguns momentos meio pesada e forçada... O que não acontece em Fábrica de Convites.

A narrativa de Felipe Pena, neste livro, me deixou envolvida do começo ao fim, sem o uso de vulgaridades ou exageros, e conquistou minha curiosidade. A trama foi muito bem desenvolvida, os personagens muito bem amarrados e construídos, com personalidades marcantes e muito importantes para a estória. Outro fator legal é o uso da psicologia na trama, além de que o mistério que Pastoriza e Rover têm que resolver, nos prende de maneira muito engenhosa. Eu arriscaria dizer que este é um ótimo thriller nacional, cheio de aventura e mistério, com uma narrativa ágil e carismática, e com muita sagacidade envolvendo cada linha.

Mas as surpresas do livro não param por aí, não! Outro detalhe legal nos livros do Felipe, e que não podia faltar neste aqui, é o uso da realidade em seus livros. Ou seja, há elementos que nos fazem pensar: "Poxa, isso pode estar acontecendo MESMO!". Um bom exemplo disto é o tema abordado no livro: a educação superior no país, e toda a corrupação que pode haver por trás das instituições deste tipo. E eu fiquei realmente abismada com todos os marabalismos políticos e de logística criados pelos "bandidos" que estão a frente de uma faculadade (no livro claro, não digo isto na vida real). Mas, com certeza, o ponto forte foi O Analfabeto Que Passou no Vestibular. Mostra como estas instituições não estão preocupadas com a qualidade, mas sim com a quantidade. Ou seja: quanto mais alunos, mais lucro... não importando os mais para se chegar a este resultado. Este é um dos alertas do livro, além, é claro, de outros como: policias corruptos, uso indevido de verba, pressão psicológica, extorsão etc.

Os personagens são muio interessantes, e o desfecho do livro muito bom! E muitos de vocês irão se surpreender com o final de alguns personagens. A narrativa, como já disse, está excelente, sem vulgaridades, o que tornou a leitura mais agradável, e envolvente. Eu gostei muito do fato de a ação e mistério terem sido o foco central do livro, o que o torna, na minha opinião, uma ótima pedida de leitura.
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