spoiler visualizarMiqui 05/10/2022
Mal falado desmerecidamente
Venho aqui dar o meu padecer do segundo livro da saga Beautiful Creatures. Saga essa que foi uma grande quebra de expectativa na minha vida de leitora. Mas disso eu já comentei na resenha do primeiro livro. Ok, sem mais delongar, vamos lá!
Antes de iniciar a leitura de Dezessete Luas, cometi o ato perigoso de dar uma conferida nos comentários postados e percebi que muita gente tinha achado o livro chato e arrastado. Logo nas primeiras páginas, percebi o "problema", no entanto, discordo da grande maioria e adorei a leitura. A questão é que a trama demora um pouco para desenrolar (se não me engano, só depois de umas 100 páginas) e dá aquela sensação de que nada acontece. Porém, na minha humilde opinião, essa falta de acontecimentos é completamente coerente com o final do livro anterior e, principalmente, com os sentimentos que a protagonista passa a sentir.
Acredito que a maioria dos leitores foi muito afobado em busca das respostas que não foram dadas no primeiro livro (afinal, toda a treta foi adiada, não resolvida) e, com isso, não souberam aproveitar o trabalho incrível que as autoras entregaram na narração dos estágios do luto que Lena passou, juntamente com a confusão mental extrema por não saber lidar com as consequências dos próprios atos. Gente, a vida dessa menina é uma confusão desde o início de tudo e ela ainda finalizou o livro com um grande trauma. Essas 100 páginas "de nada" foram necessárias para que a personagem fosse bem trabalhada, para que os sentimentos de tristeza, raiva, confusão, desesperança e medo não fossem tratados de forma superficial. De fato, não tem como esse tipo de coisa ser narrada de forma dinâmica (porque perder quem a gente ama por culpa nossa não é pra ser divertido e fácil!), mas isso se chama maturidade de enredo e responsabilidade de escrita. Por isso, eu acho que o defeito não está no livro. Ele apenas não entregou de imediato o que nós queríamos e acertou em cheio nisso!
E depois dessas 100 páginas do Ethan sem entender o porquê da Lena estar evitando ele (outro ponto que achei muito coerente, até porque ele não sabia que ele havia sobrevivido no lugar do Macon), as coisas começam a se desenrolar. Com o objetivo de ajudar a namorada, ele se enfia cada vez mais no mundo conjurador com Liv e Link e assim, chegamos no ponto alto do livro. Finalmente o mundo conjurador começou a ser explorado e muita coisa interessante apareceu, como, por exemplo, aquela explicação que a Liv dá sobre as estrelas e o céu conjurador. A descoberta não só do mundo mágico, mas também a origem da intuição afiada de Ethan foram as melhores partes do livro. O plot twist do arco voltaico e o envolvimento entre Macon e Lila também foi muito bom. Inclusive, estou ansiosa para ler a novel desse casal tão trágico.
Os personagens novos me agradaram bastante e repito o que eu disse na primeira resenha: As autoras sabem escrever personagens carismáticos e bem autênticos, além de fazerem boas interações entre eles que, por si só, já garantem um bom entretenimento.
Sobre a finalização, eu sinceramente esperava uma luta mais legal, uma vez que o livro colocou bastante tensão e expectativa em relação a Grande Barreira. Normalmente, eu não curto muito a volta de personagens mortos, mas devo admitir que a volta de Macon foi a minha parte favorita do final. Também gostei bastante da Ridley ter perdido os poderes e do Link ter se transformado em um Incubus. Acho que isso vai trazer uma dinâmica interessante para esse casal que eu shippo tanto. Lena ter sido invocada para a Luz e Trevas ao mesmo tempo foi um tanto previsível, mas como disse anteriormente, inovação não é uma característica dessa história.
No geral, os pontos fortes superaram os fracos e fiquei satisfeita com a leitura. Continuarei com a leitura da saga!