O Erotismo

O Erotismo Georges Bataille




Resenhas - O Erotismo


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Maurino 06/07/2011

O excesso fundamental.
O erotismo para Georges Bataille é uma experiência marginal, na medida em que ela o aproxima da morte. Tal qual os antigos sacrifícios religiosos, a violenta experiência interior da convulsão erótica abre uma chaga e revela a carne, como excesso. Ela coloca em jogo a descontinuidade sempre provisória da vida. Obrigado a sair de si reabre-se, no ser, o abismo que a morte lhe revelou. Vemos em Sade, por exemplo, como a volúpia é mais profunda na angústia mortal. O horror consiste no reconhecimento do aspecto inumano dessa atividade. O sentido do erotismo é a morte, que revela a vontade, em nós inscrita, de exceder os limites. No erotismo a humanidade é profanada nesse transbordamento do ser que revela, parafraseando Derrida, o animal que logo somos. Esse livro é excelente!Vale a pena ler antes, ou junto, "a noção de despesa", do mesmo autor. Vê-se então como ele, apropriando-se do "Essai sur le don", de Marcel Mauss, compreende esse excesso fundamental... Os apreciadores de Nietzsche e de Lacan provavelmente também gostarão dessa leitura!
IvanSittaArte 29/09/2016minha estante
Legal Maurino ! Acho interessante endossar e expressar a admiração pela resenha!!!




Vivi 22/03/2022

Esse livro é sensacional, tem um nível teórico de dificuldade, mas fui lendo aos poucos, tanto para processar como para ir mantendo as anotações em dia. Recomendo para quem tem interesse em estudos sobre o mal, sobre transgressão, tabus e erotismo.
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IvanSittaArte 29/09/2016

O Erotismo
Filosofia pura de fato, mas muitas óticas questionáveis! Não é um livro de fácil leitura! É densa , cansativa ! "Transpira o cérebro dos curiosos".... mas dá pra chegar lá!!! ....rsrsrs
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Adriana Scarpin 11/11/2018

Devo confessar que a primeira vez que li O erotismo numa outra edição achei-o demasiado falocêntrico, mas eu estava sendo anacrônica ao julgá-lo assim, pois o mundo (e a literatura) era falocêntrico quando foi escrito, felizmente com o passar das décadas vieram o estudos de gênero e podemos agora aproveitar o que há de bom no livro de Bataille revisando para nossos propósitos, que no meu caso aborda pesquisa em torno de Hilda Hilst, pois convenhamos, não se estuda Hilst sem entender Bataille.
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bobbie 21/01/2020

O erotismo sob o viés filosófico de Bataille.
Iniciei a leitura deste livro no final de dezembro de 2019. Quando, ainda no processo de leitura do mesmo, iniciei a leitura de A alma imoral, do rabino Nilton Bonder, deparei-me com dois livros que, apesar do abismo metodológico que os separa, conversam intrinsecamente entre si, resguardadas algumas terminologias, obviamente. Bataille fala sobre o erotismo como pertencente à esfera acéfala do ser humano - ou sua natureza, aquilo que é avesso à moral, à cultura. Em Bonder, há o paralelo com o mundo moral (cultura) em oposição ao desejo, à natureza do ser humano, o seu lado animal (o imoral, sua alma). No mundo moral, religioso, cercado das mais distintas leis, o erotismo torna-se aquilo que provoca à fuga ao controle de si e que, por isso, é condenável. Entra aqui o conceito dos interditos da alma, da natureza humana, das transgressões. Bataille sabe, bem como Bonder, que a transgressão, o erotismo, não apenas supera como COMPLETA o interdito. Ou seja: transgredir é necessário. Através de uma análise profunda, Bataille nos surpreende ao mostrar que, em estágios pagãos das religiões, o erotismo era responsável pela fundação do sagrado. Rituais e sacrifícios representam isto. No paganismo, apenas a transgressão tinha o poder de abrir as portas para o sagrado, ao contrário do que pensam as religiões modernas. Outro ponto fundamental deste livro, que faz com que os subsequentes livros História da sexualidade, de Michel Foucault se aproximem dele, é a questão da economia do trabalho, que faz com que o homem se afaste de sua animalidade original e suprima, de certa forma, seus impulsos eróticos. No geral, não se trata de um livro para ser lido para deleite das horas vagas. Trata-se de um profundo e complexo tratado filosófico que, basicamente, serve para explicar que o erotismo é intrínseco ao ser humano e por que a entrega a tal aspecto fundamental da nossa humanidade representa, na maioria dos casos, uma aberração tamanha às sociedades entregues ao pensamento religioso.
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Arthur 20/07/2017

O erotismo de Bataille: a complexidade de seres descontínuos que buscam o retorno à continuidade
Em "O erotismo", Georges Bataille analisa a constante insatisfação que a individualidade provoca, equiparando o orgasmo e a morte, os quais aponta como os meios de transcendência humana. “Seres descontínuos” que aspiram à existência plena e contínua, os seres humanos vivem um eterno conflito quanto à própria individualidade: “ao mesmo tempo que temos o desejo angustiado da duração desse perecível, temos a obsessão de uma continuidade primeira, que nos religa geralmente ao ser”. Porém, a sensação de totalidade desfrutada no ventre materno e perdido no nascimento pode ser novamente experienciada somente por meio da ruptura da descontinuidade individual, à qual estamos presos pela angústia de provarmos a continuidade através do prolongamento da descontinuidade.

É justamente a transgressão que irá pôr em xeque a descontinuidade. Por meio da violência que suspende o interdito sem suprimi-lo, a transgressão proporciona o prazer da plenitude simplesmente por ir de encontro a tabus que nos encerram em nossa individualidade perene sem, no entanto, desfazê-los. Isso nos leva à afirmação de Foucault de que uma experiência singular se configura na raiz da sexualidade: a da transgressão. A violação do isolamento individual a partir da exploração corporal manifesta a ruptura do ser fechado em si. O ato sexual, executado no corpo, com o corpo, pelo corpo, lança o indivíduo no além de si, experiência na qual se revela a unidade plena incessantemente buscada.
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Paulo 01/08/2023

Bataille e o erótico
O primeiro texto de apoio desse livro afirma que Bataille escreveu o mesmo livro de diferentes maneiras na vida dele, algo que eu tenho que concordar. Aqui é trabalhado os mesmos temas que as suas outras obras, com descontinuidade e a continuidade sendo termos novos para mim. E se você já tinha interesse no seu pensamento, esses capítulos e ensaios são fantásticos
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