Cartas Persas

Cartas Persas Montesquieu




Resenhas - Cartas persas


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Marcos606 22/03/2023

Cenário exótico
Usbek, um rico nobre persa, sai de Isfahan em busca de conhecimento, além da cultura oriental, na ideia de que também é necessário conhecer o Ocidente. Ele está acompanhado de seu amigo Rica, em uma longa viagem a Paris, tendo deixado para trás as cinco esposas Zachi, Zéphis, Fatmé, Zelis e Roxane aos cuidados de vários eunucos. Ao manter, durante a viagem e a prolongada permanência em Paris (1712-1720), uma correspondência com amigos que conheceu nos países por onde passou, retrata um olhar enganosamente ingênuo sobre os costumes, as condições e a vida da sociedade francesa do século XVIII. , política em particular, terminando com uma sátira mordaz sobre o sistema de direito. Com o tempo, vários problemas surgem em sua casa no oriente e, a partir de 1717, a situação se deteriora: quando Usbek ordena ao chefe de seus eunucos que reprima uma revolta.

Montesquieu lança mão do olhar estrangeiro para colocar em evidência a cultura e os sistemas políticos ocidentais, aproveitando-se dessa perspectiva para tecer uma crítica bidirecional, dos franceses e dos persas, das posições liberais e conservadoras.

Em Paris, os persas pintam um retrato da sociedade francesa da época, comentando os mais diversos assuntos. A diferença de temperamento entre os dois amigos é notável, Usbek sendo mais experiente e fazendo muitas perguntas, enquanto Rica é menos envolvido, sendo mais livre e mais atraído pela vida parisiense.

Os persas observam o papel dos parlamentos, tribunais, organizações religiosas. Eles descrevem uma cultura florescente, a proliferação de material impresso. O café - onde acontecem debates, teatro e ópera. A imprensa periódica que começa a desempenhar um papel na vida cotidiana. Instituições (universidades, a Academia Francesa, as ciências) e grupos sociais também são descritos.

Há também um estudo interessante sobre religião comparada, à medida que Usbek tenta entender o cristianismo à luz do Islã, bem como uma crítica contundente aos dogmas religiosos.

A ação se passa nos últimos anos do reinado de Luís XIV, descrito satiricamente como um “grande mágico” que mantém seus súditos sob uma ilusão. Criticando severamente o poder absoluto dos monarcas, que ele supostamente mantém como representante de Deus na terra.

O cenário exótico se deve ao enorme sucesso da primeira tradução para uma língua europeia, o francês, das Mil e Uma Noites, feita por Antoine Galland em 1704
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GeanPerius 25/08/2017

Ocidente X Oriente
O autor faz uma crítica à sociedade parisiense, e por extensão à cultura ocidental ao introduzir personagens persas como interlocutores à história. Dois persas viajam para Paris e mantêm correspondência com seus amigos e familiares criticando a decadência moral dos europeus. Na verdade é uma crítica de si mesmo, de sua sociedade, pois o autor é francês.
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