Diário de Bitita

Diário de Bitita Carolina Maria de Jesus




Resenhas - Diário de Bitita


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morxngo 03/11/2023

Bitita e outros sinônimos.
Eu li esse livro por pura influência do colégio (para um trabalho). No início eu realmente não acreditava que fosse gostar, afinal biografia não é meu tipo de gênero, mas o livro é surpreendentemente muito bom!

A escrita é de fácil entendimento e lhe prende na narrativa, é fluido (eu demorei um pouco na leitura por estar focada em outras coisas no momento).

Não sei se é reconfortante ou aterrorizante o fato de que tudo que ela narra desde 1923/4 é extremamente atual para os habitantes do Brasil. Pouquíssimas coisas mudaram de 1923 para 2023 na sociedade, e se passaram 100 anos.

Não acho válido dar notas a histórias reais de vidas que batalharam muito, mas certamente esse livro merece cinco estrelas ou até mais.
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Mariana 26/08/2023

Carolina, presente
Contraste da ilusão e beleza vista a partir dos olhos da infância em contraste com a miseria, racismo e descaso na vida adulta

Carolina sempre foi curiosa e inquieta, estava sempre questionando e tinha esse
apaio da mãe.

Mesmo criança já sentia as diferenças sociais, seja na cor da pele, a ausência do pai, a Ideia ?querer ser homem?, a ideia de vida e dinheiro.

Eu amo que desde a infância ela expõe as opiniões dela de forma muito sincera. No capítulo 6 ?negros?, quando ela responde o moço quando ele a chama de ?neguinha?, ela
vai na ferida: "Os brancos também são ladrões porque roubaram os negros da África".

Ela sempre reforça as desigualdades sociais
em decorrência/virtude do racismo, mesmo que não saiba nomear como Racismo.

A partir de furas vivências fala sobre colorismo.

"Eu não tenho tendencia cleptomaníaca, então eu ainda vou ser feliz. Eu não entrei no mundo pela Sala de visitas. Entrei pelo quintal. Eu ia vencer porque era outra.?

Tudo o que Carolina tinha era esperança.
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Mylefelix_ 18/04/2023

A mulher mais forte que eu já li
Li numa sentada (o que não indico, pois o livro é bem real). Angustiante, na maioria das vezes. Ainda mais quando se lê sabendo o que acontecerá em São Paulo. Ler sabendo que foi a realidade da maioria das pessoas negras, do Brasil, é o motivo de ser um livro que PRECISA estar na educação básica. Carolina foi a mulher mais forte que eu já li até agora.
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JAQUELINE.ARGOLO 10/02/2023

Leiam!
Maria Carolina de Jesus apresenta, mais uma vez, sua inteligência e sensibilidade na narrativa/testemunho da sua vida, a lida cotidiana, contextualizando com a história do país. E como o povo pobre sofre! Deveria ser leitura obrigatória nas nossas escolas.
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Rodrigo 22/11/2022

Uma menina forte
Que força Carolina Maria de Jesus já demonstrava desde a infância!
Se hoje viver em um país racista é difícil, no século passado era quase impossível.
Inúmeras lições de resiliência!
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Ana Clara 20/10/2022

Um livro muito bom, me surpreendeu
Diário de Bitita nos mostra como a parcela, infelizmente, mais oprimida da população enxerga o mundo e como vive.
Apesar de não ser um livro novo, é muito atual, principalmente em relação aos pensamentos filosóficos e políticos nele presentes
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Natalia 18/05/2022

Faltas
"Eu olhava o dinheiro e pensava: ?Sem este papel ninguém vive. Ele nos domina, e predomina na nossa vida! Os que têm bastante são fortes, são respeitados, são os dono do leme; quem não o tem em grandes quantidades, é joão-ninguém, pé-rapado, são os desconsiderados, são os fracos.?"

Esse diário é uma leitura muito forte. Não necessariamente as experiências contadas serão as mais violentas que você já teve contato em uma obra de ficção; mas o fato de ser uma história real, contada com a crueza do cotidiano, dói. A vida de Bitita é descrita desde a infância, onde tudo era visto e entendido com muita ingenuidade, passando por cada descoberta com a compreensão cruel de como a realidade funcionava, até uma fase adulta de doença e desamparo.

Carolina Maria de Jesus em nenhum momento descreve sonhos de ser escritora, nem mesmo quando estava aprendendo a ler. Suas aspirações eram, em todo o tempo colocado no livro, moldadas pelo contexto vigente: racista, sem possibilidade de mobilidade social, sem assistência à saúde, sem amparo familiar e muito menos do Estado. Saber que eu tenho na minha lista um best-seller dessa autora e que ela morreu sem reconhecimento real dilacera e escancara tudo que ela constatou ao longo da vida sobre o que é viver no Brasil como mulher negra.

O pior é que continua atual.
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Kell 20/01/2022

Surreal e duramente realista
A vida de Carolina Maria de Jesus, grande escritora brasileira, resumida em uma palavra:
Injustiça.

Injustiça racial, classicista, social, de todo tipo.

Nesse livro, foram reunidos escritos da Carolina ainda pequena (inicialmente com quatro anos) e ao longo de alguns anos.

Um fator que não me agradou: a escrita parece madura demais em certos pontos, e especialmente quando a Carolina estava com quatro anos, seus pensamentos pareciam evoluídos demais. Não diria que era uma criança narrando.

Mas a realidade brutal de Carolina - assim como a realidade de váries negres especialmente naquela época - era terrível. Chega foi ao ler algumas partes, pois não é como se fosse ficção. Aconteceu, e foi um horror.
E o quão descarado era o racismo nesse período...

Carolina passa por muita coisa e as narra aqui. Sua luta diária para simplesmente sobreviver, mesmo que precariamente, é dolorosa, mas real.

Esse livro é um daqueles que a gente precisa de vez em quando para nos lembrar de porquê lutamos, pelo quê lutamos, e quão longe estamos indo na batalha contra o racismo estrutural.
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laris 21/11/2021

um dos preferidos do ano, sem dúvida
Livro maravilhoso! Carolina Maria de Jesus escreve com simplicidade e originalidade sobre assuntos como a sua infância e os problemas do Brasil daquela época - que depois de décadas infelizmente continuam tão atuais. O livro acaba de repente, porém mostra Carolina com esperanças de um futuro melhor, o que deixa a história ainda melhor e a gente se pega torcendo para que as coisas realmente melhorem para a personagem. Já estou louca para ler Quarto de Despejo.
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Vitoria 02/09/2021

Os caminhos de Bitita
"Eu não entrei no mundo pela sala de visitas. Entrei pelo quintal."

Quando li Quarto de Despejo, um pensamento recorrente foi: "por que Carolina não abandonou a vida sofrida que levava em São Paulo? Porque não retornou para Sacramento?" As razões ficam claras em Diário de Bitita: voltar não era uma opção.

Uma narrativa bem escrita, precisa e completamente atual sobre as agrugras de ser mulher, preta e pobre. Carolina une realismo e poesia ao contar a sua trajetória da infância à adolescência. Ao longo das páginas ela mostra como a realidade cruel foi lhe moldando a vida e os sonhos.

Tida como louca, feiticeira, insubordinada, Carolina foi, desde cedo, uma pessoa determinada, que se recusava a aceitar o quintal e seguia batalhando por um lugar na sala de visitas.
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Luciano 01/08/2021

"Felicidade é uma lenda que os homens criaram"
Quantos relatos dolorosos. Ainda mais quando a gente tem em mente todas as coisas pelas quais ela ainda passaria, como relatado em "Quarto de despejo". Uma escrita impactante.
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Marcelo217 30/05/2021

Triste realidade do negro no inicio do século XX
Antes de ler o Quarto de despejo, lembrei que o Diário de Bitita conta a história da Carolina Maria de Jesus antes de mudar pra São Paulo e assim resolvi ler a sequência da autora.E, NOSSA! Como essa mulher sofreu!

Lembro que a professora falou algo sobre a escrita dela ser tratada como algo exótico pela crítica, uma vez que os relatos são crus. Também disse para não levar os relatos ao pé da letra, uma vez que a editora dos livros que mantinha um controle sobre a própria Carolina.

A história em si tem uma narração quase infantil. Conta a trajetória da autora em forma de relatos curtos sobre o cotidiano da infância até a idade adulta da autora. Muito preconceito, muita discriminação (até mesmo da família). Rejeitada por todos, a Carolina nos prova ser uma mulher forte e resiliente ao passar pela vida miserável, mostrando que seu ato de maior bravura foi resistir e continuar viva.

Muitos fatos me deixaram angustiado com o quão mal ela foi tratada durante a vida. Foi tida como louca, como desonesta, feiticeira etc. além das concepções chocantes da autora, de forma ingênua, a retratar o racismo e agir com resignação frente a ele. Viver sempre sob os caprichos de alguém, ter paciência extra e não lamentar por viver no mundo dos brancos. Muito triste ela dizer que não entrou no mundo pela porta da frente e sim pelo quintal.

No quesito histórico, ela contextualiza e cita autores como Luiz Gama e Castro Alves, abolicionistas. Cita Rui Barbosa e Tiradentes como mártires de luta pela igualdade, além da contextualização política da época com Getúlio Vargas e a esperança de dias melhores para quem era negro e pobre na época. A todo momento na história há fatos que mostram a hierarquização das raças e denúncia às políticas públicas do Brasil, especificamente em Minas Gerais e São Paulo, no início do século passado.

O que ela relata é a perpetuação da realidade. Esses diários contam a vida de quase 100 anos atrás e ainda hoje negros e pobres continuam perecendo na sociedade opressora e das políticas públicas que só beneficiam aos ricos.
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Karoline67 09/03/2021

Não há palavras para Carolina
Conforme eu ia lendo Bitita, pensava como eu ia dar conta dessa resenha. O livro tem tantas passagens marcantes, tantas frases impactantes, tantos trechos sofridos que eu não consigo nem colocar aqui. Mas quando terminei, percebi que o livro tinha me deixado sem palavras. Carolina narra a história dela mesma, em uma infância de sofrimento, racismo, dor e subempregos análogos à escravidão e ainda assim nos dá uma aula de História, sensibilidade, força, literatura - obrigada por me encorajar a ler Os Lusíadas, Carolina! Sinceramente, foi um dos livros mais fortes, impactantes e sinceros que eu já li na vida. Não sei explicar o efeito de Bitita em mim, só sentir.
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Sid Dantas 03/02/2021

Tocante, comovente, brutal.
Por um acaso do destino acabei lendo O Sol é para Todos antes desse livro e existem semelhanças. Os dois são narrados por crianças e abordam o tema do racismo. O diário vai até a adolescência.

As semelhanças param aí. Se nos EUA você era hostilizado por ser negro, aqui Carolina era por ser negra e pobre.

E eu te pergunto: a sua vida tá difícil? Mas você tem certeza que está mesmo? Leia o Diário de Bitita e perceba que os nossos problemas são piadas perto do que essa mulher passou.

Quero ler tudo que essa mulher escreveu. Devia ter uma estátua dela em algum parque.
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