Homem Animal

Homem Animal Grant Morrison



Resenhas - Homem-Animal


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Bruno 20/09/2012

Com uma narrativa sensacional, Grant Morrison faz mais do que simplesmente transformar um herói esquecido no Limbo, sem nenhuma importância, num fenômeno.
Numa era onde diversos heróis "do primeiro escalão" tiveram suas origens reformuladas, esquecidos tinham a chance de ganhar notoriedade pelas mãos de autores como Alan Moore (Monstro do Pântano) e Neil Gaiman (Sandman). Nesse embalo, Morrison aproveita o momento e se atreve a fazer uma metalinguagem tão profunda que faltam adjetivos. Homem Animal vai além das formas, da estética, da ética e do alcance da linguagem dos quadrinhos.
Uma obra de arte para se ler mais de uma vez na vida !
Rodrigo 30/10/2013minha estante
Lendo! Até agora aqui, confere.




Nanda Lima 25/07/2015

Sim, é genial
MINHA EXPERIÊNCIA DE LEITURA

“Homem-Animal? Quem é esse?”, você pode estar se perguntando. O Homem-Animal, ou Buddy Baker, foi criado em 1965 por Dave Wood e Carmine Infantino. Em sua origem, ele foi atingido pela explosão de radiação emanada de uma nave extraterrestre, e desde então passou a ter o poder de copiar temporariamente as habilidades dos animais (como o voo das águias ou a força de um inseto). Nas décadas de 1960 e 1970 foi relegado ao esquecimento como um dos heróis de segundo plano da DC Comics. No entanto, em meados de 1988, tudo começou a mudar.

Com o sucesso de crítica e público alcançado pelas histórias do Monstro do Pântano, escritas pelo inglês Alan Moore, a DC Comics saiu à caça de novos roteiristas também britânicos. Nessa “leva” de roteiristas, conhecida como ‘Primeira Invasão Britânica’, escritores como Jamie Delano (‘Hellblazer’), Neil Gaiman (‘Sandman’) e Grant Morrison foram para a editora. Morrison propôs para a DC fazer uma minissérie com o esquecido herói Animal Man. O projeto foi aceito, mas ao invés de uma minissérie, o escritor escocês produziu 27 excelentes edições que, ao lado de Monstro do Pântano, Sandman e Hellblazer, foi uma das bases para a criação do selo Vertigo.

“A passagem de Morrison pelo título, juntamente com artistas como Chaz Truog, Doug Hazlewood, Mark Farmer e o capista Brian Bolland, tirou Buddy Baker da retaguarda do Universo DC, unificado após a Crise nas Infinitas Terras, colocando-o entre os personagens que motivariam a criação do selo Vertigo, além de dar condições ao escocês para deixar sua marca na editora, desde a Patrulha do Destino e Asilo Arkham até a marcos narrativos como a Crise Final, 52 e a atual Multiversity”. Fonte

Eu nunca havia lido nada do Homem-Animal, até então. E, sinceramente, não sabia o que esperar. Mas nada pode preparar o leitor comum de quadrinhos para a experiência lisérgica e única que é ler uma obra de Grant Morrison (veja resenha de ‘Grandes Astros Superman’, do mesmo autor). Nessas 27 histórias do herói Buddy Baker, o autor usou recursos geniais. Resgatou personagens do limbo, tratou sobre o direito dos animais e usou a narrativa metaficcional, com alguns personagens se virando para o leitor e interagindo, e discutindo o sentido de suas vidas no âmbito do multiverso da DC Comics após a saga ‘Crise nas infinitas terras’.

De toda a série, a edição mais aclamada é a #5, ‘O evangelho do Coiote’, com uma história mostrando o encontro de Buddy Baker com o coiote dos desenhos animados da Warner, utilizando metalinguagem e elementos da simbologia cristã. Essa edição estabeleceu o tom das edições seguintes, e guiou o seu escritor na temática de toda a série.

A humanização do herói em toda a série também é um ponto importante a ser destacado. O fato de Morrison ter mostrado Buddy Baker interagindo com sua família, com todos os problemas inerentes ao âmbito familiar, foi uma novidade no mundo da nona arte. O herói ser mostrado como um homem extremamente comum na maior parte do tempo foi um trunfo que, até hoje, traz reflexão e profundidade à leitura.

Apesar de tratar-se de uma obra de Grant Morrison (conhecido por suas histórias muitas vezes confusas) e com um herói desconhecido por mim – e por você, suponho – não tive nenhuma dificuldade para entendê-la, apesar de a leitura ter exigido um pouco mais de atenção do que normalmente exigem as histórias em quadrinhos. Como os eventos da série, em algum momento, se cruzam com os eventos da mega saga ‘Crise nas infinitas terras’, penso que a leitura prévia dessa última teria contribuído na leitura de Animal Man – não que sua falta tenha atrapalhado a experiência.


DESENHOS


Os desenhos de Chas Truog são bons, mas não excepcionais. É a típica arte dos anos 80: suja e simples, mas bastante expressiva nos momentos necessários. A caracterização do Homem-Animal (a roupa, os óculos, a jaqueta) é um ponto alto dos quadrinhos. Inclusive, a explicação que o próprio Buddy dá para o fato de usar uma jaqueta é que ele acha ridículo os “colantes” que os heróis usam. São Morrison e Truog zoando os super-heróis, e é sensacional.

As capas foram feitas por Brian Bolland, o mesmo desenhista de ‘A piada mortal’. Algumas destas capas são as melhores que eu já vi na vida, sem sombra de dúvida, e contribuíram para o grande sucesso da série à época.

VEREDITO

Esta série é mais uma daquelas obrigatórias para qualquer leitor de quadrinhos. Com um roteiro original e brilhante (cheio de simbolismo, profundidade e filosofia), bons desenhos e uma trama intricada e que mantém a atenção do leitor, certamente estará na minha lista de melhores leituras deste ano. Absolutamente sensacional!

Recomendadíssima!

Nota:
5/5

Obs.: A Panini informou que relançará toda a série no Brasil ainda neste ano de 2015, em formato encaderno de luxo (serão três, no total). Aguardemos!

site: www.umaleitoraassidua.blogspot.com
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