ntampinha 06/12/2017Dá pra entreter, mas poderia ter ficado muito melhorAs Crônicas de Aedyn, Os Escolhidos conta a história de dois irmãos, Pedro e Julia, que são misteriosamente levados para a terra de Aedyn a fim de cumprir uma profecia. Pedro é o mais velho, um menino amante da ciência e da razão, enquanto Julia é amante de fantasias, agindo inteiramente pelo seu coração e sentimentos.
Em Aedyn, eles descobrem que são os escolhidos para derrotar os três lordes do mau (chamados de Lobo, Chacal e Leopardo) e cumprir uma antiga profecia, mas até que isso aconteça, precisam descobrir em quem confiar e realmente se mostrarem dignos de liderarem uma grande revolta...
A trama, no geral, se assemelha muito com As Crônicas de Nárnia, inclusive no início, onde eles vão para outro mundo, uma terra mágica, e são os escolhidos para algo além de seu entendimento (que lembra os acontecimentos de "O leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa"). Não chega a ser plágio, mas dá sim para notar que o livro foi inspirado a partir dAs Crônicas de Nárnia. As Crônicas de Aedyn tem a sua porção de originalidade, o que nos coloca num enredo diferente do encontrado em Nárnia e com personagens de personalidades bastante diferentes também.
E por falar em personagens, achei difícil formular opinião sobre eles, o livro é muito corrido e com uma tonalidade bastante infantil, não há complexidade na história e o autor não se aprofunda nos sentimentos e intenções dos personagens e por isso fica difícil se afeiçoar a eles. Este é o primeiro livro de fantasia do autor McGrath e, talvez por causa disso, o livro tenha ficado tão mal desenvolvido. Em minha humilde opinião, ele poderia ter trabalhado nela um pouco mais antes de publicar, a ideia geral do autor é bacana, mas sua forma de desenvolver deixou sua obra inferior a outros livros do gênero.
Aproveitando a deixa dos pontos negativos, vale salientar que a parte dos "animais diferentes" descritos na sinopse não existe no livro. Na verdade, quase não se fala de animais na história e quando fala, não tem nada de extraordinário ou diferente. A sinopse tenta vender algo que não existe e isso me deixou meio frustrada.
Ao que tudo indica, pela forma do autor escrever, o livro foi feito para público infantil, mas apesar do ar infantil da história, confesso que gostei da simbologia bíblia. O autor é teólogo e conseguiu inserir algumas coisas bem legais no decorrer do enredo, mas infelizmente não vou poder dar muitos detalhes, pois as simbologias que eu mais gostei estão mais para o meio e o final do livro e eu não quero dar spoilers.
Outro ponto que gostei no livro foram as ilustrações. Em determinados eventos da história, há uma imagem para ilustrar o acontecimento e eu achei isso bem bacana. A capa é maravilhosa também, mas, devido ao conteúdo, acaba vendendo uma história de fantasia que não existe, cria muita expectativa para tão simples conteúdo...
No geral, o livro não supriu minhas expectativas, mas como achei a ideia do autor bacana, pretendo ler o restante da trilogia para saber como a história termina. Recomendo o livro principalmente para crianças e pré-adolescentes. Se você for mais velho e quiser ler mesmo assim, vá em frente, mas esteja ciente de que pode ficar um pouco frustrado pelo linguajar infantil e desenvolvimento acelerado.
>>> Pontos Positivos: (1) Ideal para crianças e pré-adolescentes. (2) Ideal para novos leitores. (3) O livro é impresso em papel Pólen, aquele papel amarelinho que não reflete a luz e não dá dor de cabeça. (4) Tem algumas gravuras bem legais no decorrer da história. (5) A simbologia bíblia ficou bem legal na história.
>>> Pontos Negativos: (1) Se você for adulto ou um leitor veterano, pode achar o enredo muito infantil. (2) O enredo é mal desenvolvido e acelerado demais, o que torna o livro inferior à outros do gênero. (3) Como tudo é muito corrido, não dá para se afeiçoar aos personagens.