Telma 04/09/2013resenha feita por Mallu Marinho para o blog Livro com DietaAs crônicas de Aedyn: Os escolhidos — Alister McGrath
Editora: United Press
Páginas: 184
Sinopse: A terra de Aedyn é um paraíso que está além de toda a imaginação. No entanto, quando tudo desaba, estranhos de outro mundo são chamados para lutar pela verdade. Pedro e Julia nunca suspeitaram que a viagem para a casa de seus avós teria algo fora do comum... Isso, porém, foi antes de Julia tropeçar em um jardim misterioso que brilhava em noites sem lua. Não foi, também, por acidente que ela caiu no lago e puxou seu irmão consigo. No entanto, eles agora estavam perdidos em outra dimensão, em um mundo estranho e sem saber em quem confiar. Será que poderiam acreditar nos lordes encapuzados? No monge idoso que só aparecia quando não era esperado? Ou nos escravos silenciosos com seus tenebrosos segredos? Em um mundo habitado por animais diferentes, com ruídos e barulhos esquisitos, duas crianças chamadas de um mundo paralelo terão de descobrir quem realmente são, travar uma intensa luta interior e, depois, liderar uma grande revolta.
Resenha: Fantasia nunca foi meu gênero favorito, mas confesso que me animei quando peguei “As crônicas de Aedyn” para ler, até por que faz uns bons anos que eu não lia uma crônica\fantasia\ficção destinado ao público juvenil.
E eu confesso também que me surpreendeu. Parecia ser meio bobinho no começo, pela forma como o autor escreve e pelo tema, porém se mostrou uma história muito bem desenvolvida.
É aquele tipo de livro fininho que você pega e ler numa “sentada”. Sem enrolação, sem descrições muito detalhadas; porém, que consegue te segurar. Aquelas histórias tipo contos de fadas que começa com “Era uma vez” e narra a história como se fosse o próprio autor falando, no caso, contado a história.
Não poderia deixar de falar da minha surpresa e felicidade ao descobrir que era um livro ilustrado... A parte gráfica é muito bonita e os desenhos são de um polonês chamado Voytek Nowakowski.
Vale ressaltar que o Alister McGrath, o autor, é um teólogo irlandês e assim que eu li a orelha do fundo do livro tive a certeza de que teria referências a Deus e não deu outra! Constantemente, ele insere nos capítulos crenças cristãs e a presença de um “Senhor do Exército”, “O Criador”, e outras menções. Quem tem problemas com isso, se sentirá facilmente incomodado porque é algo que é bastante explorado ao decorrer do livro.
“(...)
— Você está falando de Deus? – Júlia perguntou abruptamente. Ela nunca foi muito interessada em Deus, pois ele parecia muito distante, muito irreal, mas em Aedyn ela se sentiu fascinada. Até mesmo encantada.
(...)
— Nós o chamamos pelo nome que ele mesmo pediu para que usássemos. Ele é o Criador de todas as coisas, é aquele que guia e cuida de seu povo. É quem nos livrará de nossa escravidão.”
Página 86.
Aedyn é um mundo irreal e com suas próprias características... Chegou a me lembrar um pouco Nárnia, até por causa do contexto (irmãos escolhidos para salvar uma terra que fica em um “universo paralelo”, mas fazer essa comparação é babaquice da minha parte. Cada obra é uma obra e transmite algo diferente por mais parecidas que elas sejam.
A Júlia acaba sendo o foco do livro, afinal, ela que descobre o jardim que é o portal para Aedyn e acaba levando o irmão, o Pedro que não é tão explorado.
Não vou falar mais sobre essa aventura porque dar spoilers não seria legal da minha parte. Mas, um pequeno trechinho:
“Júlia corou, sem saber exatamente o que falar. Como ela poderia salvar alguém ou alguma coisa? Pedro sempre costumava importuná-la por der desajeitada e boba. Como uma menina de 13 anos poderia salvar uma nação de tal perversidade? Mas alguém teria que fazer isso. Talvez ela ainda tivesse que descobrir a si mesma. Tudo parecia tão – tão improvável. Mas como ela poderia ir embora deixando para trás tamanha necessidade?”
Página 108.
O que faltou foi um pouco mais de emoção. A história é legal, a escrita também, mas deixa a desejar no quesito suspense. Acaba sendo previsível o rumo que as coisas vão tomar e o final feliz. Não tem nenhuma situação em que você chegue ao ápice da curiosidade e acha que REALMENTE alguma coisa vai dar errado de verdade. Segue uma linha do típico “o bem vence o mal”. Como tem que ser, claro. O excesso de “evangelização” que também não foi legal.
E as crônicas já têm sua sequencia, chamada “As crônicas de Aedyn: O voo dos exilados”. Que é o segundo livro da trilogia que já foi lançado no Brasil.
Para quem curte esse gênero, eu recomendo! Ótimo livro para passar o tempo ou se distrair com algo leve e diferente. Mas tem que estar preparado para embarcar junto com os personagens ou vai parecer uma leitura chata e infantil. Fantasia exige um envolvimento ainda maior que os outros gêneros por não se tratar de algo que foge da realidade, que pode ser mais complexo por não ser concreto. É mais que ler: é ter imaginação e deixar-se guiar por ela!
3 estrelinhas!
Besos da Mallu.
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