Victor Simião 08/01/2013
Dalton continua bom. E ponto
Dalton Trevisan, conhecido popularmente como Vampiro de Curitiba, continua bom. E ponto.
Como prova disso, o autor, que atualmente tem 87 anos, ganhou no ano passado o Prêmio Camões de Literatura (o maior da língua portuguesa), o prêmio Machado de Assis (entregue pela Academia Brasileira de Letras) e ficou com o 2º lugar na categoria contos/crônicas do Jabuti com o livro O Anão e a Ninfeta, obra com 40 contos inéditos e extremamente atuais.
O Vampiro, que publica livros há mais de 50 anos, continua ativo. Ele, que é avesso a andar de carro e ônibus e prefere andar a pé para ouvir o que acontece, mostra que o centro de sua literatura é o cotidiano.
Em O Anão e a Ninfeta, os contos, cada vez mais concisos (outra característica do autor), mostram a faceta de um mundo cruel, chocante, apaixonante, e sobretudo, real. Trevisan fala sobre prostitutas, anãos, traição, e até puberdade infantil. Sobre o último assunto, o miniconto “Soninha” relata bem a inocência de um menino para com o corpo, além de ser engraçado.
Na obra, sobra até para o Inri Cristo, o brasileiro que afirma ser o filho de Deus (Meu paaaaaaaaaai). O conto “Reencarnado” , relata uma procissão de Inri e o deboche que sofre ao andar em Curitiba.
Certo é, é que Dalton continua brilhante.
Resenha publicada originalmente no blog literário Caçadora de Livro.
http://www.cacadoradelivros.com/2013/01/o-anao-e-ninfeta-dalton-trevisan.html