Gabs. A 17/03/2024
Reflexos de uma eterna inadequação.
Primeira parte do livro: Uma história triste, de uma mulher normal.
A
Normal.
Nunca a melhor.
Nunca a mais bonita.
Sempre a segunda opção menos interessante.
A que nunca ganhou o grande prêmio.
Não a princesinha.
A eternamente DECEPCIONADA.
A para sempre insatisfeita.
O eterno: vem aí!
"Eu me senti sem rumo, sem graça, cheia de visões despedaçadas. Tinha imaginado que o Buddy fosse se apaixonar por mim naquele fim de semana, e que eu não ia mais ter de me preocupar com o que fazer em nenhum sábado à noite pelo resto do ano."
Segunda parte do livro: Melancolia e um salve a todas as neuróticas & tristes.
Se faz necessário um certo mood pra entender e sentir esse livro.
Esse livro sou eu, e pode ser você em suas tantas camadas e profundezas depressivas.
Na segunda metade do livro, a coisa que estava cômica, começa a degringolar.
A Esther vai ficando cada vez mais deprimida e sua vontade de tirar a própria vida só piora.
Sua internação e os tratamentos de choque.
É muito difícil aceitar sua decisão, é bem assustador ao nos vermos refletidas em seus olhos.
Que mulher nunca sentiu tudo isso, e esse desejo avassalador de se acabar?
De colocar um fim nessa sensação de inadequadaçao?
Tudo fica muito triste, porque a gente entende o que ela está sentindo - O que a Sylvia sentiu também.
A depressão te deixa sínico e insosso, nada você sente, nada tem real valor ou sabor .
Um vazio profundo.
Sylvia foi uma mulher.
Não sei se ela foi forte ou fraca.
A gente apenas aceita a decisão que ela tomou, perante esse vazio, esse silêncio tão barulho que ela trazia na alma, como uma ferida que nunca se curava.
Mesmo assim... Sinto tristeza por essa mulher tão brilhante.
Em memória a todas nós.