Paulo Victor 30/09/2015
Casa de Pensão é um romance que conta a história de Amâncio, um jovem maranhense de 20 anos, que foi para o Rio de Janeiro não apenas para estudar, já que seu verdadeiro propósito era desfrutar da boemia da corte, farrear e conhecer mulheres. Chegando ao Rio de Janeiro, hospedou-se na casa de Campos, um amigo de seus pais.
Incomodado com as regras e a monotonia da casa de família, resolveu aceitar o convite de ir morar numa casa de pensão comandada por João Coqueiro e sua mulher, Mme. Brizard. Estes, por saberem da fortuna de Amâncio, empurraram de todas as maneiras Amélia, irmã mais nova de Coqueiro, para cima do rapaz na esperança de que ele se casasse com ela.
Amâncio era um rapaz vagabundo, que não gostava de estudar e almejava ter o diploma apenas por status social. E não bastasse, tinha como característica uma libido aflorada, que fazia com que desejasse quase todas as mulheres que estavam ao seu redor e em consequência disso e da pressão da família Coqueiro, começou a manter relações com Amélia por um longo período.
Com o passar do tempo, Amâncio percebeu as verdadeiras intenções da família Coqueiro e que estava sendo explorado financeiramente. E juntando o útil ao agradável, resolveu voltar para o Maranhão no pretexto de visitar a mãe. Ao perceber suas intenções, João Coqueiro fez uma denúncia às autoridades acusando o rapaz de ter violentado sua irmã e estar fugindo da responsabilidade de casar-se com ela.
O jovem ficou preso por alguns meses, mas logo foi absolvido. Coqueiro e sua família passaram então a ser alvo de chacota da sociedade. Todos estavam a favor do estudante, condenando-os por suas ações. Revoltado, Coqueiro pega um revólver que herdou do pai e vai até ao hotel Paris, onde Amâncio estava hospedado e mata-o. A história termina com a mãe de Amâncio chegando ao Rio de Janeiro e descobrindo sobre o assassinato do filho.
Escrito por Aluísio Azevedo em 1884, o romance foi inspirado em um fato real denominado “Questão Capistrano”, um crime que chocou o Rio de Janeiro em 1877. Os instintos sexuais, as intrigas e as críticas sociais presentes no livro são características do naturalismo. Sem dúvidas, um dos melhores livros da época, representando de maneira estupenda a escola literária em que foi escrito.