Coração

Coração Edmondo de Amicis




Resenhas - Coração


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Yali 27/03/2022

O problema é sempre o que se extrai de cada leitura.
O que me chamou atenção para este livro pela primeira vez foi saber que ele foi livro de leitura nas escolas de vários países, inclusive aqui no Brasil pelas décadas de 1930/1940.
Dependendo da ótica que se enxergue pode ser considerado um bom livro. Embora seja um livro voltados para crianças de 9 a 11 anos, não me parece que seja um livro muito ideal pra essa faixa etária, embora tenha uma escrita simples a mensagem do livro é mais rebuscada. Me parece mais adequada para quem já consegue compreender questões históricas e sociais aí lá pelos 13/14 anos.
O que ele tem de bom é trazer uma visão histórica do período da reunificação italiana. E justamente por ser um período novo para italianos que se viam como pertencentes a vários reinos e não a um país a questão do patriotismo e do nacionalismo é fortemente trabalhada no livro.
O livro é escrito em forma de diário e traz várias histórias repletas de significado, didaticamente inserindo conceitos morais e de respeito ao próximo pincelados pelas ideias nacionalistas. É quase uma "lavagem cerebral do bem". Levando-se consideração que poucos anos depois a Itália se tornaria Facista, não sei se funcionou tão bem.
Samara.Trigo 27/03/2022minha estante
Achei interessante pra pacas




gabi 29/09/2021

Um livro tão bonito, aos olhos de Enrico, um menino de onze anos, que escreve seu diário ao longo de um ano letivo, descrevendo os acontecimentos do dia a dia, sua vida com os colegas na escola e seus professores.
O autor traz o contexto da Itália no período após as guerras de independência do país, e como é a vida modesta e difícil dos italianos dessa época.
Ao longo do livro vemos a importância que o autor traz sobre a família, amizades, educação, professores e patriotismo.
Gosto muito do formato do livro em forma de diário, alternando vez ou outra com recados do pai, da mãe ou irmã de Enrico, trazendo sempre reflexões importantes para o menino e o leitor.
Também achei muito interessantes os contos mensais que Enrico tinha como parte da grade escolar. Todo capítulo (1 mês por capítulo) trazia um conto, alguns mais legais que outros, mas que sempre traziam alguma reflexão.
De modo geral, esse romance de formação é uma leitura muito agradável (apesar das várias desgraças que acontecem ao redor da vida de Enrico), e segue a recomendação à quem se interessar para ler.
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regifreitas 13/10/2016

'Coração' (1886) narra, em forma de diário, o dia a dia de um garoto de 10 anos que frequenta o terceiro ano de um colégio só para meninos, em uma Itália recém-unificada, no ano de 1882. A narrativa compreende todo um ano letivo: iniciando em outubro de um ano e terminando em julho do ano seguinte, conforme o calendário escolar do hemisfério norte. Enrico é filho de um engenheiro, e convive no colégio com colegas de todas as classes sociais.

O tom do livro é moralista e melodramático demais – ele foi claramente escrito com o objetivo de transmitir preceitos morais e emocionar através de situações que beiram o sentimentalismo exagerado. Os ensinamentos cívicos e patrióticos também pesam um pouco, mas até se justificam por conta da necessidade de afirmação da soberania de um país cuja guerra pela unificação ainda era bem recente no tempo em que transcorre a obra. Mas o que realmente incomoda é a forma paternalista e condescendente como algumas situações são retratadas, principalmente em relação aos professores e algumas pessoas menos favorecidas socialmente.

A obra foi um sucesso na época em que veio a público, e acabou se tornando um dos clássicos infantojuvenis de todos os tempos, mas acho que ela não resiste a um olhar mais crítico nos tempos atuais. É um livro que dá para sentir o peso dos anos, tornando-se claramente datado.
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Luiza Martins 27/07/2015

Livro belíssimo!
Gostaria de ter lido na minha infância. Este livro só não deveria ser obrigatório nas escolas, porque acredito que todo livro obrigatório acaba se tornando chato.
O livro traz uma leveza, uma pureza que eu não sentia a muito tempo lendo um livro. Recomendo demais!
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Mara278 07/11/2013

Um verdadeiro resgate dos valores primordiais do coração humano, o que nos faz lembrar que o homem é feito à "imagem e semelhança de Deus".
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Pat 11/07/2012

um livro comovente!
Muito bom! Este é um livro que fala dos sentimentos, pensamentos e atos humanos. É comovente, porém, não sentimentalista. No cenário da escola fala de relacionamentos entre amigos, pais e filhos, professores e alunos, cidadãos e sua pátria. Tudo permeado por questões morais e valores.

Lembrei do meu tempo de escola, meus professores, pensei sobre alguns de meus atos, meus valores, minha formação moral, no que eu acredito e no que eu faço.

A obra me fez refletir sobre o respeito ou a falta dele, o amor, a guerra e a paz, a riqueza e a pobreza, o valor do trabalho e da educação, motivos para viver e para morrer.

Em toda a estória ficou marcada a questão da responsabilidade não apenas dos adultos, mas das crianças. Desde pequenas as crianças são ensinadas a responsabilizar-se, ou seja, pensar em seus atos e lidar com as consequências, sejam boas ou más.

Esse é um livro político, não no sentido partidário, mas no verdadeiro significado de política.

Claro que não podemos imaginar que a Itália e todas as pessoas fossem tão boas, mas a graça está no enfoque que o autor dá à boa moral e aos bons valores.

É um livro para ser lido sem pressa, saborear a história e refletir.
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jota 28/01/2012

Haja coração!
Logo no início de Uma História da Leitura, Alberto Manguel chama o livro de Edmondo de Amicis de lacrimoso. Manguel foi um garoto precoce, mas deve ter chorado muito lendo as histórias de Coração - Diário de Um Aluno. Como qualquer um, ficaria comovido lendo o livro, independentemente da idade.

Não foi o que aconteceu com Umberto Eco, contudo, que fez uma crítica impiedosa do livro: se era um mundo tão maravilhoso e as pessoas tão generosas e bondosas, os mestres e os pais tão amorosos e justos, como foi que a sociedade italiana permitiu o surgimento do fascismo e de líderes como Mussolini - não é mesmo de se perguntar? Não teria sido o modelo educacional italiano, elevado às alturas por de Amicis, justamente o responsável por tudo que veio depois?

Ainda assim Coração conquistou milhões de leitores mundo afora. Como ocorreu com vários de nossos escritores e poetas, dentre eles, Manuel Bandeira, Monteiro Lobato, Paulo Mendes Campos, etc. Pois algumas das histórias contadas por de Amicis são mesmo de cortar o coração, principalmente quando se sabe que o livro tem muito de autobiográfico.

Vejo em Coração certa semelhança com outro livro que as pessoas costumavam ler antes da atingir a maturidade, também pleno de histórias comoventes, Os Meninos da Rua Paulo, de Ferenc Molnár (e devo estar com a maturidade em atraso, então; não conhecia esses livros até poucos anos antes).

Penso que quem gostou do livro húngaro vai apreciar intensamente também o italiano. O autor, que o escreveu há mais de cem anos (o livro é de 1886), valorizava a escola, os professores, a família, os amigos, etc. E sentimentos como o amor ao próximo, a compaixão, a gratidão, a amizade, a lealdade, etc.

Aqueles que apreciam colecionar citações edificantes vão encontrar uma porção delas em suas páginas. Como esta: "Os pobres gostam da esmola dos jovens porque não os humilha e porque os jovens, que precisam de todos, assemelham-se a eles… A esmola de um homem é um ato de caridade: mas a de um menino é, ao mesmo tempo, uma caridade e um carinho."

As histórias contadas por de Amicis parecem estar, o tempo todo, a um passo de cair no sentimentalismo desenfreado, ainda que também pareçam estar buscando por aquilo que há de mais humano nos meninos e nos homens. Na humanidade, vale dizer.

O mundo mudou muito de 1886 para cá e junto, os alunos, seus pais, os professores e as escolas. Mas não deixa de ter razão o tradutor quando diz, na contracapa, que este livro “dedicado aos meninos de nove a treze anos, faz chorar todos os outros, também como crianças.”

Se for ler Coração mantenha por perto uma caixa de lenços de papel.

(Lido entre 24 e 28.01.2012)
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Palazo 23/11/2011

Sempre que me recordo da época da escola me vem um sentimento de saudosismo. As brincadeiras, os colegas, os professores, as aulas, os livros e até mesmo as provas. Cada situação gerava uma explosão de sentimentos como alegria, angústia, medo, tristeza, surpresa, solidariedade, compaixão. Uma mistura tão grande de acontecimentos diversos que se iniciava a cada ano letivo.

Agora imagine as lembranças de um ano letivo expostas em um livro. Com o livro Coração, do escritor Edmondo Amicis, é possível viajar pelas experiências do jovem Enrico que com apenas 11 anos vivencia situações diversas durante o período escolar.

Publicado originalmente em 1886, o livro ganha uma nova versão publicada pela editora Cosac Naify, que tem um projeto gráfico que lembra um antigo caderno escolar. O livro tem a capa produzida em três cores distintas: verde, amarelo e azul.

A obra é construída em formato de diário, dividida entre os meses de outubro à julho1. Dentro de cada mês encontramos pequenos capítulos divididos por um título e a data a qual o acontecimento se refere, lembrando mesmo um diário estudantil.

No livro, Enrico conta-nos os acontecimentos simples que acontecem na sua vida, como o primeiro dia de aula, o novo professor, os amigos e outras pessoas que ele encontra durante este ano.

Dentre os amigos é possível reconhecer algumas características marcantes em alguns deles. Como o estudioso Derossi, o bondoso Garrone, o malvado Stardi, o invejoso Votini, o esforçado Garoffi, o frágil Nelli entre tantos outros personagens marcantes.

Dentro da história é possível vivenciar junto com Enrico situações curiosas como a luta de Franti contra Stardi, que defendia bravamente a própria irmã; a visita comovente de Enrico e sua mãe ao pobre Crossi, que vivia em um sótão com sua mãe; o discurso inflamado do professor sobre o instituto de cegos e a beleza que era conviver com alunos que não enxergam, mas esbanjam vida e alegria; e o encantamento de Precossi ao receber de Enrico uma locomotiva de presente.

Essas e muitas outras histórias marcantes passam pelo dia-a-dia de Enrico abordando assim conceitos de sinceridade, força de vontade, gratidão, respeito ao mestre, humildade, sacrifício, compaixão e solidariedade. Cada tema abordado tem a capacidade de tocar o leitor e despertar sorrisos e lágrimas durante a leitura.

Além das experiências vividas pelo próprio Enrico, também encontramos algumas cartas de familiares – pai, mãe e irmã. Nelas o jovem é repreendido para ter mais respeito, gratidão e amor aos pais, exercer continuamente a humildade e o amor a pátria e pelos heróis como Garibaldi e o Rei Umberto que lutaram pela Itália recém unificada.

Juntamente com as cartas e o dia-a-dia de Enrico, encontramos nove contos mensais, que eram ditados pelo mestre e copiados pelos alunos. Aqui encontramos histórias tocantes como “O enfermeiro de Tata”, que é a história de um jovem que vai encontrar o pai que voltara da guerra e acaba cuidando, por engano, de um senhor e apega-se ao mesmo como se fora seu pai. Em “O tocador de tambor sardo” é possível constatar uma história patriótica de um jovem tocador de tambor que perde a perna pelo amor a pátria. Outro conto tocante é “Sangue romanholo”, onde um garoto travesso morre no colo da avó após salvá-la da facada de um assaltante.

Seja pelos temas marcantes, pelas cartas sinceras dos familiares ou pelos contos carregados de emoções, a obra de Edmondo de Amicis encanta, tanto que ficou na memória de muitos escritores brasileiros como Monteiro Lobato e Manuel Bandeira. Independente desses fatos, o livro Coração me fez voltar aos meus onze anos de idade, e vivenciar ao lado de Enrico as emoções, os amigos queridos, as brincadeiras e uma série de histórias que tocaram profundamente o meu coração.

Coração
Autor: Edmondo de Amicis
Tradução: Nilson Moulin
348 páginas
Preço Sugerido: R$ 39,90
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