egoista 12/07/2009Usando de um estilo irônico que remete a Luis Fernando Verissimo, Prata faz rir e refletir. Abrange temas que vão desde a religião e autoafirmação a história da aviação e televisão (rimas não propositais). O conto "Terça-feira de manhã" lembra "Ensaio sobre a cegueira", de José Saramago, porém, com uma sociedade destruída pela falta de cabelos, e não de visão, como a do deus português. Em "O rei de Roma", levanta-se a possibilidade de os ratos serem os verdadeiros donos do mundo. Em "Pek & Pag", o autor faz o uso da interatividade para que o leitor escolha que ação a personagem deve tomar (eu, claro, li todas as alternativas).
Pontos altos: humor rápido, que sabe onde parar; referências Pop que funcionam; situações particulares que são universais (-Nossa, eu já fiz isso!); citações bizarras precedem os contos.
Pontos baixos: contos que fogem do tema central (há um tema central?!) como "O Fim" e uma passagem pseudometalinguística em "Receita"; situações herméticas ou sem finalidade como em "E do lado de fora Malu chama para o café".