S. Bernardo

S. Bernardo Graciliano Ramos




Resenhas - São Bernardo


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Giovanna317 23/04/2024

Não leria novamente. Apesar de admitir uma linguagem fácil, o contexto e a passagem do tempo são difíceis, tornado-o confuso. Entretanto, ele não é ruim, pois propõe uma análise do povo nordestino, apresentando um caráter científico, e não de entretenimento.
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Alessandro117 14/04/2024

Nas passagens de S. Bernado
Em volta de um sítio se desenvolve uma história de conquistas e classes sociais, que se fazem de pano de fundo. Paulo Honório é o cabeça dessa fazendo que a conquistou na base da (des)honestidade.

Eu não esperava o climax que o livro teve, nos moldes de um ciúme obsessivo que me lembrou o de Bentinho em Dom Casmurro.

É um livro muito bom para mim, uma leitura fluida sob uma história intensa de um dos meus autores favoritos.
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Erich 13/04/2024

Este livro conta a história de Paulo Honório. Um homem simples e que cresce na vida. Tudo se passa em Alagoas e temos aqui a representação de um Nordeste onde a lei é feita por aquele que tem força. A princípio Paulo parece ser apenas um cara planejador e com objetivo determinado de subir degraus na sociedade. Com o passar dos eventos vamos vendo suas falhas e sua falta de noção sobre seus próprios erros e preconceitos. As cenas que vão se acumulando vão pintando um personagem cada vez mais detestável. Comecei a ver nele a caricatura do Brasil que não queremos.
- Alguém que vê educação como sendo útil somente para ensinar o suficiente para que a pessoa seja mais um eleitor (afinal, era necessário ser alfabetizado para votar). Mas não vê necessidade nenhuma de ir além disto. "A crise da educação no Brasil não é uma crise; é projeto", como já nós dizia Darcy Ribeiro e é bem ilustrado em diálogos no livro de Graciliano quando discute-se sobre abrir uma escola.
- Desprezo pelo conhecimento, dando valor somente à experiência pessoal.
- Um "coronel" que acha que tudo tem de ser do seu jeito. O conceito de que o dono de terras tem direito a ser agressivo como bem entender. Parece um resquício da ótica escravista.
- Um racista. Vemos, sem ser dado muito foco nisso, a maneira como são vistos tanto negros quanto judeus. O desprezo do narrador (o personagem Paulo) é evidente.

Em certo momento o tema do comunismo chega ao livro. É interessante isso pois o Graciliano Ramos foi membro do partido. No livro, entretanto, ele apresenta um discurso anticomunista. Por que? Provavelmente ele queria fazer uma caricatura. Afinal, o personagem é fácil de ser odiado. E se ele é anticomunista, podemos simpatizar um pouco com o comunismo. Ainda assim, não temos aqui uma propaganda, somente essas menções.

Por fim, reforço que gostei do livro, mas não gostaria de me sentar para conversar com esse personagem. É uma caricatura, um objeto de estudo. Uma representação de parte da podridão do nosso país.
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Marcelo 05/04/2024

Ótima Leitura
Comecei lendo Graciliano Ramos a partir de Vidas Secas, amei o livro, muito bom de verdade, não foi tão impactante quanto Vidas Secas, mas é muito bom
Alessandro117 14/04/2024minha estante
Recomendo o Angústia tb, muito bom




Sonic Judeu 05/04/2024

Bois com inteligência.
S. Bernado é mais um livro intrigante de Gracilianos Ramos. Onde conhecemos a história, ou melhor a tragédia de Paulo Honório. Crescendo sem ter realmente familiares, e vivendo pelo mundo rural, e trabalhando e buscando melhores condições de vida com seus serviço, aos poucos ele passa de um mero trabalhador para um grande empreendedor. E dono de um dos lugares onde eles mais venera. Sr. Bernado. Apartir da sua aquisição é onde nossa narrativa começa a tomar forma com uma maestria, e objetiva. Vemos o sujeito de Paulo Honório, que é um tremendo de um egoísta. Vemos como esse tempo todo vivendo sendo uma pessoa bruta, torna o tipo de sujeito ignorante que ele é. Suas escolhas que só visam o seu lucro, e pouco se lixando para os outros, desde que ele saia por cima. E é nisso que ele se perde, e também perde tudo

Ao ler, me lembrei muito de obras como, os filme Scarface, O homem do ano, e a série Breaking Bad. Personagens que vieram de um nada, e aos poucos conseguiram ascendir, seja com riquezas, ou progesso na vida, conseguindo tudo o que eles sempres quiseram. Mas no fim, deixaram o ego tomar mais conta do que a razão, e o que era certo e eles começam a ficar tão cego, que não enxegam o precipício.
Até cairem.

Paulo Honório é um sujeito que toma posse de tudo o que ele gosta, sempre foi assim, ele queria e então ele fez de tudo pra tomar. E é então que ele começa até mesmo a querer ter posse das pessoas. Nesse momento onde entra Madalena. Apesar de eles se casarem de repente, Madalena era uma boa pessoa, repreendia o Paulo Honório quando ele fazia mal a alguém. Tentavam lhe mostrar os erros dele, e fazia de tudo pra ter o máximo de respeito com seu marido, até o seu fim. Que de tanto o marido a importunar, querer ter posse sobre ela, como se ela fosse apenas uma propriedade, e não um ser humano, como ele também tratava mal seus funcionários, ela não mais suporta. Poe um fim em tudo.

"Madalena entrou aqui cheio de bons sentimentos e bons propósitos. Os sentimentos e os propósitos esbarraram com a minha brutalidade e o meu egoísmo." pag. 221

E é apenas ai, cheio de melancolia, saudades, e remorso onde Paulo reconhece que errou, se vê no espelho até mesmo como monstro, olha suas maos calejadas e tem medo do que vê, pois percebe todo mal que causou a sua volta.

"Foi este modo de vida que me inutilizou. Sou um aleijado. Devo ter um coração miúdo, lacunas no cérebro, nervos diferentes dos nervos dos outros homens. E um nariz enorme, uma boca enorme, dedos enormes.
Se Madalena me via assim, com certeza me achava extraordinariamente feio."

O que é o fim, também é o início do livro, onde o que apenas resta a Paulo Honório, é reescrever suas memórias sobre tudo o que passou nesses anos, numa tentativa e pois se sente atraído, e escrever todos seus pecados nesse livro, para que talvez, possar aliviar a dor, e também tomar consciência, de quem ele realmente é.

"O que estou é velho. Cinquenta anos pelo S. Pedro. Cinquenta anos perdidos, cinquenta anos gastos sem objetivo, a maltratar-me e a maltratar os outros. O resultado é que endureci, calejei, e não é um arranhão que penetra esta casca espessa e vem ferir cá dentro a sensibilidade embotada." pag 216

É uma obra que dói, como todas do Graciliano Ramos pois toca na ferida, mostra o ser humano como ele é. Seus livros mostram partes dos Brasileiros e do ser humano, muitas vezes não são mostrada, e põe toda essa angústia na sua escrita para ser lido.
O que eu tiro desse livro, é que temos que ter empatia com o próximo, aprender a amar de verdade, confiar e ter consciência que nossas ações podem sim afetar os outros, ver que o nosso ego nao é tão importante e existem coisas melhores na vida do que apenas dinheiro ou propriedade, que é o carinho, algo que vem se tornando raro. e escasso. por tanto não deixe ele se esvair de você e não deixe se ele se esvair de alguém quem você ame. Cultive isso. E talvez ai, você realmente tenha felicidade, uma além do seu egoísmo.

"Já viram como perdemos tempo em padecimentos inúteis? Não era melhor que fôssemos como os bois? Bois com inteligência" pag 176

Obrigado, Graciliano Ramos, por essa experiência.
osaif 05/04/2024minha estante
krl q textao foda!! amo o graciliano ramos e qro mtmt ler essa pedrada


Sonic Judeu 12/04/2024minha estante
obrigado!!! recomendo pra caramba esse livro, me deixou mal admito, mas me fez refletir bastante, Graciliano ramos é incrível, boa leitura pra ti




JAlia372 29/03/2024

São Bernardo é um livro que retrata de forma objetiva a subjetividade do psicológico humano. O livro relata em primeira pessoa(ele mesmo descreve sua vida) a história de Paulo Honório, um homem bruto, direto e objetivo, que após sair da cadeia, busca a todo momento se tornar dono da fazenda(São Bernardo) em que fora empregado.

Ela se passa no momento do auge do capitalismo, do desenvolvimento industrial e modernista. Paulo representa um agente crucial no seu processo. Ele busca a todo momento lucrar e se desenvolver, ultrapassando barreiras sem preocupar em avançar rapidamente os limites impostos. Assim, trapaceia e passa por cima de fraquezas e problemas pessoais dos outros em busca de se desenvolver e ascender socialmente, conseguindo comprar a fazenda. Depois busca se relacionar com os bem sucedidos. Dessa forma, representava a classe burguesa à época.

Mas aí, a problemática emerge, e suas características de homem capitalista e controlador são fortemente retratadas. Casa-se com Madalena, uma professora instruída que observa as más condições as quais Paulo sujeita seus empregados, e a falta de compaixão, humanidade e sentimento como ser humano. Percebe-se a crítica dele à tia de sua esposa, que realizava vários trabalhos e não focava apenas em uma ação. Isso reforça a lógica fordista da 2°revolução industrial, em que as pessoas deviam habituar-se a fazer uma coisa, que as tornaria alienadas como robôs, incapazes de questionar o mundo a sua volta, pois deveriam seguir as regras impostas pelos donos dos meios de produção.

A excessividade de suas ações irá o destruir aos poucos. Perde a esposa(que suicida) e outras pessoas próximas, que não suportam seu comportamento e não aguentam viver subordinadas a ele.
A revolução de 1930 destrói seu comércio, fazendas,preços de produtos caem e pessoas que já não aceitavam as péssimas condições a que eram expostas por ele se revoltam e vão embora.

No fim da história é que o romance começa, ou seja, a vagareza, a melancolia da sua vida. É no relato do tempo real que Paulo utiliza a subjetividade, perdendo a noção do tempo, que antes era relacionado a capacidade de ação e domínio, mas que agora, por não ser mais ninguém, está atrelada a dor e arrependimentos. Após isso, finalmente percebe que sua vida não foi nem um pouco feliz, mas gerou o afastamento de todos ao seu redor, e aquela rapidez e frieza,(tão observada nos dias atuais, visto que estamos acostumados a velocidade de informações, pessoas, objetivos, e não paramos para valorizar as pequenas coisas) havia se transformando em dor, sofrimento e abandono.
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Fernando.Hasil 24/03/2024

Graciliano é muito bom!
Personagem central duro, de pouco tato com as pessoas, e a dificuldade que isso traz a sua vida e dos demais com quem vive. História que sente-se na pele.
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Vinicius.Escorce 17/03/2024

Paulo é o retrato de como sua vida pode mudar da noite para o dia. Colheu os infelizes frutos que plantou.
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Suzane.Madruga 12/03/2024

Em São Bernardo conhecemos a história de Paulo Honório e sua constante busca por dinheiro. Ambicioso, o personagem vai da pobreza do trabalho rural à posse de terras, casando com Madalena e fazendo-a sofrer.
Particularmente, a obra não parece figurar entre os escritos mais interessantes e profundos de Graciliano Ramos, uma vez que a narrativa, repleta de diálogos enfadonhos, não parece trazer elementos psicológicos mais aprofundados. Ao contrário do que se fala a respeito da obra - de ser a história de um homem "simples" -, o que é perceptível é a vida de um homem ambicioso e que faz tudo que é possível para vencer, mostrando a ideia da esperteza (passar por cima dos outros) para crescer na vida. Na minha percepção, um livro que, de certa forma, deixa a desejar.
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Stefany 10/03/2024

Graci graci
Tem coisas que esse cara escreve que me faz perceber a grandiosidade da mente do ser humano. talvez não num geral, mas do graciliano com certeza. eu sempre tenho a tendencia a ler livros clássicos e sentir no fundo do meu coração que não estou entendendo nada, e esse nao foi diferente, ate pq ele tem uma coisinha cômica no meio que me pegava de surpresa e eu nao sabia se tinha lido certo ou nao, entao ficava voltando atras pra ver se era isso mesmo, mas não conseguia ter outra interpretação, entao fiquei o livro inteiro assim.
ate que eu parei de dar risada.
cara, que odio desse maluco. acho que foi a sensação mais perto que eu tive do que nos chamamos de dar chance pra feio e ele começar a te tratar como se fosse bonito, ou quando vc cai no papo daquele cara engracadinho e quando ve ja ta apaixonada. acho que esse livro me resume bem a frase de john green de a culpa é das estrelas (?) i fell in love like you fell asleep: slowly, and then all at once.
nao sei em qual momento que eu comecei a sentir que o livro era mto mais do que eu estava pensando, mas acho que foi o capitulo 19 (que meu professor maravilhoso luis bueno me avisou que era o meio do livro) e parece que eu acordei. tudo fazia sentido, as sensacoes eram mais fortes e quando eu dava uma risadinha eu parava e pensava Caramba. o que isso significa?? e quando ele começou a falar de uma monstruosidade na aparência dele mesmo, eu vi uma sensibilidade masculina em um personagem do campo que NUNCA tinha visto na vida. nada relacionado à fome, à sede ou à seca, mas simplesmente se sentir um monstro como pessoa a ponto de se ver como um. nunca, nunca pensei que seria Paulo Honório que me faria perceber esse lado dele. esse livro tem tantas coisas e como eu terminei hoje ainda acho que não consigo entender bem meus sentimentos mas, pra variar, é mais uma obra de arte do graciliano e meu deus como eu sou feliz por ler esse homem. foda!!!
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Sena 22/02/2024

Paulo Honório, coronel e dono da fazenda S. Bernardo resolve, aos 50 anos, escrever suas memórias numa confusão de presente e passado numa linguagem rústica de pessoa pouca afeita as palavras e livros. Numa época onde o fim do coronelismo estava perto do fim e às portas da revolução de 1930 somos lavados aos conflitos internos e psicológicos do narrador.
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spoiler visualizar
Gabriely Peixoto 21/02/2024minha estante
Eu amo Graciliano Ramos. Queria ler esse também


Rebeca 22/02/2024minha estante
esse é bom, recomendo!




JAQUELINE.ARGOLO 18/02/2024

Uma trajetória existencial
Ao ler a obra, fiquei pensando se foram os percalços da vida que transformaram Paulo Honório num homem frio e calculista; imagino que não - ou esse seria o destino da maioria dos homens.
O livro apresenta a sua narrativa biográfica, tendo como plano de fundo os reveses do Nordeste brasileiro do período. Nele, o narrador-personagem relembra a sua vida (da sua progressiva ascensão até a decadência) e sobre seu relacionamento com Madalena - permitindo ao personagem reflexão sobre seus erros.
Recomendo!
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Choquei.amo-te 17/02/2024

Leitura envolvente simples e fluída, o livro te agarra de um jeito surreal, o desenvolvimento da narrativa é mt bem construída e objetiva, vale a pena a leitura e nss, que personagem lazarento.
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thina.exe 12/02/2024

O clima árido do nordeste traduzido para uma vida
Li S. Bernardo sem expectativas. Apesar de conhecer o mérito do autor, não conhecia nada sobre esta obra e, tendo lido Angústia há apenas um ano, imaginei que o estilo de romance seria parecido. No entanto, estava errada.
Apesar da linguagem muito direta e seca de Graciliano, ele conseguiu passar com maestria a narrativa de um homem que vive no sertão nordestino, com toda a sua miséria econômica e o impacto que isso traria para sua personalidade.
Paulo Honório é um homem que, depois de crescer em uma realidade bruta e fria, tornou-se exatamente assim. Driblou a miséria entre ações moralmente certas e erradas e, agora, deseja possuir a fazenda de S. Bernardo, da qual foi empregado na juventude e, na idade adulta, tanto estima.
O cenário muda quando Madalena entra na vida do homem, o que o leva ao questionamento: tanta ambição e brutalidade levou, no fim, a algum lugar? Será que as posses materiais e o ego realmente importam?
Mais uma vez, é uma obra em que Graciliano Ramos retrata a decadência mental do ser humano, dessa vez, como se o protagonista decidisse escrever um livro sobre sua própria história.
Ótima obra, recomendo a leitura.
Arthur. Rocha 12/02/2024minha estante
Vou abraçar essa recomendação




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