Clara T 19/04/2023O grande MalEste livro foi enviado pelo finado clube O Prazer de Ler da editora L&PM. É um romance que descreve um período de tempo de aproximadamente 1 ano, de personagens por volta dos 6-7 anos que são 4 gerações da mesma família. Começa com uma criança dos dias atuais, Sol, um menino que tem autismo e que é superprotegido pela mãe em tempo integral. Um dos grandes dilemas é a decisão de remover uma marca de nascença que o menino tem e que o reconecta emocionalmente com o pai, a avó e a bisavó. Eles moram na Califórnia e são protestantes.
Quando tinha 6 anos, Randall, pai de Solomon, foi morar com os pais em Haifa, Israel. Estavam perseguindo informações a respeito da pesquisa da mãe. Randall precisou aprender hebraico para frequentar a escola e aprende muito mais sobre a história dos judeus no período que esteve lá do que o pai judeu quis ensinar até então.
Sadie, mãe de Randall, persegue a história de sua mãe para tentar entender um pouco mais sobre si. Durante a infância, suas inseguranças foram reforçadas pela criação rígida dos avós enquanto sua mãe está perseguindo sua carreira.
Erra, mãe de Sadie, na verdade chamada Krystyna, não fala muito sobre si. Sabe que viveu a infância na Alemanha, durante a guerra, mas depois foi parar no Canadá e se tornou uma cantora famosa.
A ordem de contar a história de trás para frente foi bem interessante. Trouxe elementos do futuro que depois se conectam com os fatos do passado. Aprendemos mais sobre a Sadie pelo ponto de vista de Randall, e sobre Erra pelo ponto de vista de Solomon. Mas quase desisti desta leitura. O livro todo está marcado por guerras, a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria, a Conquista da Palestina e a Guerra do Iraque... Em maior ou menor grau os personagens se envolvem nas disputas, ou estão em um dos lados. Mas esse não foi o maior problema. Para mim o pior foi o garoto, que eu quase estava torcendo para não sobreviver.
Enfim, as pessoas têm suas múltiplas versões e ninguém é perfeito, completamente bom ou completamente mau. Mas foi difícil aceitar a chatice dos personagens.