A casa dos budas ditosos

A casa dos budas ditosos João Ubaldo Ribeiro




Resenhas - A Casa dos Budas Ditosos


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Eduardo 06/12/2009

livro delicioso. presente ideal para aquele seu amigo sexualmente reprimido ou aquela tia afogada em moralismo. haha
Marcos Fontes 04/04/2017minha estante
Hahaha, a titia da família tradicional brasileira.


Alê | @alexandrejjr 12/07/2020minha estante
Tudo na boa, Eduardo? Cara, não sentiu que a história definitivamente não era contada por uma mulher? Isso me incomodou bastante durante a leitura...


GArson.Mello 05/08/2020minha estante
Até hoje não sabemos se a personagem.tealmente existiu realmente ou foi inventada...


Alê | @alexandrejjr 06/08/2020minha estante
Gérson, recomendo duas entrevistas do João Ubaldo: a primeira é em texto que ele deu ao jornal Rascunho e a outra é em vídeo à TV Senado. Nas duas ele afirma que inventou a personagem feminina. O Ubaldo acabou com esse mistério antes de falecer. Abraço!


Eduardo 31/08/2020minha estante
desculpa a demora, alê! ando afastado daqui. esse comentário tem uns anos... sem dúvida, essa leitura precisa de uma revisão/leitura, e eu acredito que tenda a concordar com você, porque o leitor que sou tornou-se muito mais crítico com representatividade com o passar dos anos. Até acho muito possível um homem construir com verossimilhança o olhar feminino - como mulheres constroem homens também - mas nesse caso, acho a crítica bem válida.


Alê | @alexandrejjr 02/09/2020minha estante
Capaz, valeu pelo retorno, Eduardo!




Alê | @alexandrejjr 11/07/2020

A decepção não é lasciva

Começo este texto com dor no meu coração. Escrevo isso porque a decepção é uma sensação acachapante. E sim, eu me decepcionei com a “A casa dos budas ditosos”.

A imagem que eu tinha – e que continua irretocável - de João Ubaldo Ribeiro era a do escritor de “Viva o povo brasileiro”, essa obra-prima da nossa literatura e o melhor livro que este singelo leitor que vos escreve já leu. Sim, sei que a quantidade de livros que li até o momento é ínfima, porém esse detalhe é “outros quinhentos”. Portanto, a expectativa não poderia ser maior para essa leitura. Mas o resultado foi desastroso.

Salva-se muita pouca coisa neste livro. Vamos lá: o “estilo ubaldiano” está presente, com sua classe característica. Sim, também podemos afirmar que a luxúria é apresentada da primeira à última palavra. Além disso, destacam-se outros temas muito bem explorados na resenha já publicada pela Maria Antônia (do @litera.toando) aqui no Skoob, como a crítica a um endeusamento da virgindade feminina como espécie de prêmio para homens, boas sacadas sobre monogamia e, ainda que raspando em alguns pontos, uma abordagem sobre o machismo da nossa sociedade.

O que me incomodou durante a leitura se resume a uma questão: a falta de autenticidade da narradora. O leitor de primeira viagem em "mares ubaldianos" provavelmente não sabe, mas quem conhece um pouco do autor consegue pegar no texto pequenos deslizes e inverossimilhanças no discurso de João Ubaldo, quero dizer, CLB. Percebam: não estou cravando que mulheres não podem ser luxuriosas exatamente como a CLB, até porque isso seria de um machismo vergonhoso, mas preciso salientar que, como homem, eu via ali, no texto, a limitada imaginação masculina sobre uma mulher que passou por todas aquelas experiências. Posso estar errado, mas faltou uma estranheza à minha natureza do que eu lia, aquilo que eu não poderia idealizar numa mulher e que nunca saberei por ser homem. Isso me tirou constantemente da leitura, essa falta de novidade.

Por fim, devo dizer algumas coisinhas. A primeira é que este livro aborda questões que aterrorizam conservadores que defendem a “moral e os bons costumes”, portanto, leiam por sua conta e risco caso vocês integrem esse grupo. Segundo aviso: não comece João Ubaldo por este livro, escolha qualquer outro dele e, se estiver disposto, entre na viagem que “Viva o povo brasileiro” vai te proporcionar nas suas mais de 600 páginas. Meu último ponto é: Fernanda Torres assina o prefácio desta edição e encarnou CLB nos teatros em uma adaptação de sucesso, o que me deixou bem curioso para querer conferir como ela trabalhou o texto.

Peço desculpas ao falecido João Ubaldo, mas não rolou. Volto a te elogiar em outro livro ou quando criar coragem para falar de “Viva o povo brasileiro”, esse presente que me deste como leitor.
Manuella_3 12/07/2020minha estante
entendo, Alê... achei tua resenha tão lúcida e respeitosa, sem perder de vista o que interessa a quem te lê... já não tinha interesse nele mesmo, ? e agradeço pela sugestão de leitura.


Débora 12/07/2020minha estante
Senti algo parecido quando o li à época de seu lançamento pela Editora Objetiva, integrando a Coleção Plenos Pecados. Confesso que João Ubaldo, nessa obra, também me deixou extremamente decepcionada.


Alê | @alexandrejjr 12/07/2020minha estante
Obrigado por dedicar um tempinho a ler a maior resenha que eu fiz até agora - nem eu acreditei - por aqui, Manu. Débora, pois é, se pra mim já soou estranho, apenas consigo imaginar como deve ter sido para ti. Dessa coleção ainda pretendo ler o do Luis Fernando Verissimo e espero que tenha mais sorte com ele.


Manuella_3 12/07/2020minha estante
Oxe, tu escreves bem, Alê, eu gosto da tua opinião. E eu leio as resenhas de quem me influencia para futuras leituras. ?


Beatriz 15/07/2020minha estante
Nossa... perfeito. Fiquei com essa impressão o livro todo, de que a narrativa não era de uma mulher, e eu sou feminista com F maiúsculo kkkk ou seja, obviamente minha impressão não é pelo contexto, mas não colou mesmo não, senti a limitação do autor falando por ela o tempo inteiro e me decepcionei. Foi meu primeiro do João Ubaldo... ? mas vou seguir sua dica e ler outros!


Alê | @alexandrejjr 16/07/2020minha estante
Só posso imaginar a decepção, Beatriz. Agradeço por ter lido a resenha aqui e por dar mais uma chance ao João Ubaldo, porque esse livro não representa nem 5% do que é a literatura dele.


natália rocha 31/10/2021minha estante
bah, eu tinha um interesse imenso por esse livro ? agora desanimei


Alê | @alexandrejjr 31/10/2021minha estante
Nat, a escrita é muito boa, mas a voz narrativa realmente me incomodou. A maioria por aqui gostou. É aquilo, né: tem que ler pra saber!


Anthony Almeida 31/10/2021minha estante
Foi um livro encomendado, né? Foi uma coleção sobre os pecados capitais. Isso talvez tenha influenciado na qualidade do texto. No próximo Ubaldo, encara um de crônicas. Um brasileiro em Berlim pode te fazer várias risadas e se reencontrar com João Ubaldo.


Alê | @alexandrejjr 01/11/2021minha estante
Foi uma encomenda, sim (não que isso seja um problema, porque Balzac, Flaubert e Victor Hugo fizeram obras-primas encomendadas). Ubaldo é meu escritor favorito, Anthony! Espero ter esse livro dele sobre Berlim em breve.


JurúMontalvao 01/11/2021minha estante
acontece nas melhores estantes, Alexandre?


Douglas Finger 01/11/2021minha estante
?


Douglas Finger 01/11/2021minha estante
Estou lendo, ainda gostando!


Lu 01/11/2021minha estante
Eu gostei! Achei que o João Ubaldo Ribeiro fugiu do lugar-comum ao escolher uma senhora madura para ser sua personagem principal. O mais óbvio seria escolher um homem para relatar o pecado capital "Luxuria", haveria mais consistência de gênero ao dissociar sexo e amor. Mas o autor decidiu ser ousado. Ele disse que quando a C.LB. descobriu que ele escreveria um livro sobre o tema, lhe encaminhou suas memórias.
Em relação a inverossimilhanças da narradora, acho que as histórias descritas por ela podem ser reais ou apenas fantasias. Aliás, o interessante é justamente esta dúvida: será que são experiências reais da protagonista ou apenas seus desejos sexuais? Acho que o autor pode ter brincado com isto, deixado a dúvida.


Alê | @alexandrejjr 01/11/2021minha estante
Lu, sempre é bem-vindo um ponto de vista diferente. Bom, queria dizer, primeiramente, que concordo com o que tu dissesse, que o legal da história é não saber se as experiências foram reais ou não. Mas a minha implicância é com a voz narrativa, a voz que conduz a história. Eu não consegui sentir que eram as confissões de uma mulher luxuriosa, sabe? Me pareceu muito mais a idealização de um homem sobre uma mulher luxuriosa do que realmente uma mulher luxuriosa, saca? Sinto que tudo que está ali eu também imaginaria e tenho pra mim que uma mulher tem muito, mas muito mais criatividade quando o assunto é sexo. É isso. Me pareceu limitadora a voz, justamente porque eu acho que é claramente um homem imaginando todas aquelas experiências e não uma mulher, que seria um terreno muito mais desconhecido pra mim, que sou homem;

Douglas, é um livro bem escrito, afinal é João Ubaldo Ribeiro, que pra mim só é menor que Machado de Assis por essas terras. Mas minhas razões para a nota baixa seguem firmes!!


Lu 02/11/2021minha estante
Entendi seu ponto de vista, Alê. Não deixa deixa de ser uma personagem luxuriosa idealizada por um autor do sexo masculino. Mas para mim, isto não está evidente no texto, como está pra você. De qualquer forma, conforme você mencionou, é sempre bom conhecer outras opiniões sobre as obras. :)


Bia França 01/11/2023minha estante
Também me decepcionei. Folgo em saber que não sou só eu que pensei isso. E para além de notar que a narradora nem de longe meparece uma mulher, achei a personagem chata, repetitiva, narcisista.....




Nado 19/09/2020

Tapa na cara dos moralistas
Essa obra de João Ubaldo Ribeiro é um verdadeiro tapa na cara dos moralistas, ou falsos moralistas, que ditam regras com se estivessem salpicando orégano em uma pizza.
A história central não passaria de uma novela pornográfica se não fosse as inteligentes tiradas da personagem e as colocações pontuais do autor. A avaliação que eu dei pondera esses dois pontos.
É uma leitura que serve como um bom entretenimento, que escancara a sexualidade latente que há no íntimo de todo ser humano, até dos mais pudicos.
Recomendo a leitura +18.
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Bookster Pedro Pacifico 25/12/2023

A casa dos budas ditosos, de João Ubaldo Ribeiro
Luxúria. Foi a partir desse pecado capital que João Ubaldo Ribeiro escreveu uma de suas principais obras, que virou um clássico nacional da literatura erótica. Sem filtros e sem medo de impactar e causar incômodo no leitor, o autor dá vida às memórias de uma mulher misteriosa, que se denomina pelas siglas CLB.

E por trás de tantas descrições e fantasias sexuais, pode-se perceber uma mulher que não tem medo de ser livre para g0zar da forma que bem entender. É um chacoalhão em uma sociedade moralista e hipócrita. Mas até os mais “cabeça aberta” podem ser surpreendidos pelos relatos de CLB. Para mim, há momentos que foram difíceis de digerir.

E talvez se esse livro tivesse sido escrito hoje em dia, seria difícil fazer a leitura sem maiores críticas. Mas, tendo sido escrito no final do século passado, fica claro que a mentalidade por trás da construção das memórias eróticas de uma mulher é um reflexo daqueles tempos. Um homem pretender escrever sobre a libertação de uma mulher? Não seria uma visão distorcida, contaminada pelo imaginário masculino sobre o t3são da mulher?

O humor ácido e as críticas contidas na construção do texto foram, para mim, o ponto alto. São muitos os temas - polêmicos - que o autor aborda por meio de sua narradora. Fui com muitas expectativas e, por conta disso, talvez tenha me decepcionado um pouco. Achei interessante o conjunto da obra, mas não foi um livro que amei. Estou doido para assistir à adaptação da obra comandada por Fernanda Torres.

Nota 8/10

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Otávio - @vendavaldelivros 23/11/2021

“Quantas vidas se perderam, quantos destinos se estragaram, quantas tragédias não houve, quantos conventos não foram abarrotados desumanamente, por causa da honra de tantas e tantas infelizes?”

Acho normal quando as pessoas não gostam de um livro. Faz parte do processo e nenhuma obra agrada a todos. Ainda assim, acho as críticas a essa obra de João Ubaldo Ribeiro muitas vezes fruto do que ele quis despertar nos leitores. Incomodar algumas pessoas faz parte da experiência desse livro espetacular.

Lançado em 1999, A Casa dos Budas Ditosos faz parte da coleção Plenos Pecados da Editora Objetiva, que se configurava no seguinte projeto: Grandes autores brasileiros, cada um responsável por escrever um livro sobre um dos pecados capitais. Coube ao genial e incrível João Ubaldo Ribeiro escrever sobre a Luxúria.

O livro começa com João dizendo não ser ele o autor. Que, na verdade, recebeu a obra pronta, anonimamente após anunciarem que ele seria o responsável por escrever sobre a Luxúria. Uma mulher, sem nome, próxima dos 70 anos, narra então sua vida do ponto de vista de suas experiências sexuais.

E são muitas, desde muito cedo, narradas sem o menor pudor e com uma personalidade marcante. Ela não se preocupa em pintar de si mesma uma figura simpática ou admirável e fala de tudo, mesmo dos maiores absurdos, com total naturalidade. É óbvio para quem conhece algo da obra de João Ubaldo que o livro foi escrito por ele (algo que ele confessou depois de alguns anos). A ironia, o humor e a sagacidade do autor estão presentes e tornam o livro absolutamente divertido.

Sempre entendi a sexualidade como um dos pilares principais de compreensão do ser humano. E o que mais podemos ver em "A casa dos budas ditosos" é a sexualidade humana em uma de suas infinitas camadas. O que para muitos pode soar como extremo não deixa de ser uma possibilidade. João Ubaldo não cria algo impossível de existir e talvez seja isso o que tanto choca quem se aventura nesse livro, mas não entende que somos, afinal, seres complexos e com um universo próprio de desejos e vontades.
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ShirleyStortLeite 29/07/2022

Um hot clássico...
Não tem diálogo, é um depoimento de uma senhora contanto suas estripulias, danadinha ela rs.
No próprio livro vem dizendo que pode ser real ou não a história dela. Cabe ao leitor decidir.

Mas eu já decidi, pra mim é mais que real.
Ter essa ousadia e conhecimento do prazer é realmente uma das coisas que o ser humano deveria aprender, pq gente feliz não enche o saco kkkkkkkkkkkkkk.

Enfim, é pura sacanagem ?
Boa leitura!
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Gi 01/05/2011

Luxúria
Apesar do livro falar sobre as peripécias sexuais de uma baiana no século XX, no fim o livro nos transmite muito mais do que isto!

O livro retrata as hipocrisias e idiossincrasias (sempre atuais) do nosso dia-a-dia!
Surpreendi-me concordando com suas opiniões e rindo da sua falta de 'papas na língua'!
Recomendo a todos!
Recomendo até àqueles que sei que ficaram ultrajados. Que joguem no lixo depois de ler a segunda página. As expressões de indignação seriam impagáveis!
Silvio 24/08/2011minha estante
Sem comentários, mas estou de pleno acordo!




Checha 29/12/2010

Sexo, uma necessidade visceral.
Diz a lenda que após receber a encomenda de um livro sobre luxúria para a coleção Pecados Capitais, João Ubaldo Ribeiro recebeu em seu prédio um envelope com os manuscritos anônimos, que ele viria a editar e publicar.

Não dá pra saber se isso é realmente verdade ou não, e boa parte da graça em ler o livro está nisso. De fato, a linguagem não é muito familiar ao estilo do autor. Mas a narrativa é muito bem construída, e a narradora consegue prender muito bem a atenção.

Aliás, a história é a de uma senhora de quase 70 anos, em seus dias atuais portadora de um aneurisma, que conta as várias experiências sexuais que teve, desde criança. Percebe-se que é uma pessoa rica, de bons costumes, muitíssimo culta, principalmente pelos níveis de suas citações filosóficas e literárias.

Porém apesar desses fatos, é interessante a naturalidade e o despudor com que ela fala de suas experiências, nomeia órgãos, posições. E o quanto ela assume sem máscara alguma o seu gosto pela experimentação do sexo: incesto, orgias, menàges, diferentes tipos de pessoas, homossexualidade.

Eu particularmente me tornei muito fã desta heroína, porque vejo o sexo de uma forma como poucas pessoas vêem, sem pudor, sem amarras da sociedade. Achei brilhante as descrições das situações, e a forma totalmente não arrependida com que ela conta tudo. Aliás, nas palavras da própria, só se arrepende do que não foi feito.

Enfim, uma ótima leitura, nota 10. Leve, gostosa, tem alguns erros de português (segundo João Ubaldo Ribeiro, o texto original foi preservado ao seu máximo) totalmente perdoados pelo nível intelectual da narradora. Difícil não terminar um capítulo ou outro cheio de tesão, ou pelo menos, com a imaginação revirada. E um ótimo começo pra quem quer se livrar das amarras morais castradoras do prazer natural.

Termino esta resenha com um trecho do fim do livro, em que a narradora comenta sobre seus objetivos ao compilar sua experiência:
"Porque eu tenho a convicção de que a maior parte das mulheres e homens é como eu e pensa que não, cada um pensa que é único em suas maluquices. Não é, não, somos todos iguais. [...] Quero que as mulheres fiquem excitadas, se identifiquem comigo, queiram me comer e comer todo mundo que nunca se permitiriam saber que queriam comer, quero criar um clima de luxúria e sofreguidão".

Comigo a missão foi cumprida!!
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Sérgio Filho 02/05/2010

Sexo como libertação
Orgias, pederastia, lesbianismo, incesto, pedofilia e zoofilia. Essas práticas sexuais nada comuns vividas e ditadas a um jornalista por uma sexagenária terminal e publicadas pelo escritor baiano João Ubaldo Ribeiro compõem o enredo de A Casa dos Budas Ditosos.

Já no prefácio o escritor baiano deixa claro que essa narrativa “se trata de um relato verídico” “e que sua autora é uma mulher de 68 anos, nascida na Bahia e residente no Rio de Janeiro”. Uma burguesa apaixonada pela vida, uma intelectual que costuma citar com profunda sabedoria, num mix de gírias e eruditismos, do poeta latino Quinto Horácio Flaco ao filósofo francês Jean Paul Sartre.

Mesmo com descrições explícitas do ato sexual, abrindo mão de metáforas e lirismos, a obra não é mera pornografia ou apelo sexual com fins lucrativos, A Casa dos Budas Ditosos é boa literatura erótica e expõe cruelmente um lado do “homem-macho” e do “homem-fêmea” que a própria espécie se recusa a admitir que possua, escancarando a hipocrisia dos “politicamente corretos”.


Sem dúvida um romance que nos faz pensar ou repensar nossos conceitos sobre liberdade sexual
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Dandarah.Filgueira 23/01/2023

Curioso
É bem escrito, porém algumas opiniões e pensamentos da protagonista (sobre o feminismo, por exemplo) só poderiam ter saído da cabeça de um homem...
Raíssa 29/01/2023minha estante
O livro é de 98/99. Acredito que certas coisas progrediram de lá pra cá, não?


Dandarah.Filgueira 09/03/2023minha estante
Nessa época a teoria feminista já era bem consolidada, não faz tanto tempo assim, até porque há livros mais antigos do que esse e menos machistas. Ainda mais considerando que a ideia do autor era uma protagonista de mente aberta e "pra frentex", mas parece que só no que diz respeito às fantasias sexuais dos homens. Além disso, o discurso que ele utiliza para criticar o feminismo insinuando que são mulheres que não gostam de homens ou querem ser superior aos homens é coisa que se escuta hoje em dia sim.




Fabio Shiva 06/02/2012

A coleção “Plenos Pecados”, lançada pela editora Objetiva, nasceu de uma ideia interessante:
...sete escritores foram convidados a escrever um livro, cada um sobre um dos pecados capitais. Eu já havia lido o livro sobre a Ira: “Xadrez, Truco e Outras Guerras”, de José Roberto Torero, e gostei muitíssimo, tanto que guardei o livro para reler.

O livro sobre a Luxúria foi encomendado ao escritor mais indicado, na ausência de Jorge Amado: João Ubaldo Ribeiro. E assim nasceu “A Casa dos Budas Ditosos”, que o autor afirma não ter escrito, mas recebido de uma autora não identificada, que conta no livro a sua vida cheinha de luxúria.

Que é bem escrito, inegável. Muitos devem ter lido dando gargalhadas, outros podem ter ficado com tesão. Eu achei engraçado e tesudo no comecinho, depois foi ficando cada vez mais chato... só não parei de ler porque a letra é grande e o livro fininho.

O problema, em minha opinião, foi que Ubaldo quis defender tese, provar por A + B que a pessoa “normal” é a que curte transar com homem e com mulher, com os amigos e com os parentes, sempre que possível. Dificilmente livro querendo defender tese dá um bom romance, é a minha opinião. Não ajudou a leitura o fato de discordar da tese defendida: acho que a vida é bem mais que foder.

Digo isso sem o menor receio de ser considerado “careta”, como é tão martelado no livro. Acho que nos tempos atuais a transgressão e ousadia maior é afirmar que o sexo NÃO é a coisa mais importante da vida. Embora seja importante, sim, assim como comer, beber, urinar e defecar. Mas se não há nada além disso na vida, então a raça humana é perfeitamente dispensável, pois os animais já lidam muitíssimo bem com os instintos e necessidades fisiológicas.



Comunidade Resenhas Literárias

Aproveito para convidar todos a conhecerem a comunidade Resenhas Literárias, um espaço agradável para troca de ideias e experiências sobre livros:
.
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=36063717
*
http://www.comunidaderesenhasliterarias.blogspot.com/
*
http://www.facebook.com/groups/210356992365271/
Fabiklara 09/08/2014minha estante
Tive o mesmo problema com o livro, acho sempre pretencioso demais querer ditar normalidade em qualquer quesito. A personagem seria muito mais simpática se não fosse tão cheia da verdade.


Mariana Bellegarde 17/11/2016minha estante
Detestei essa mulher... uma falsa liberdade, falsa aceitação que só tentam disfarçar mais uma cagadora de regras como tantas outras pessoas que existem por aí... como uma única criatura pode afirmar o que todo mundo quer, o que todo mundo pensa, o que todo mundo sente ou gosta... é só mais uma cagadora de regras, tão radical quanto moralistas conservadores, mas no sentido contrário...


Kelli 06/03/2017minha estante
Até que enfim achei uma opinião parecida com a minha sobre o romance! Eu já estava até pensando que eu não havia entendido nada do conteúdo, e olha que eu quis muito este livro. Li até a última palavra esperando por algo que justificasse tudo aquilo, fiquei decepcionada.
Detalhe, li o livro sobre a gula ( O Clube dos Anjos) do Luis Fernando Veríssimo e o Mal Secreto ( sobre a inveja) do Zuenir Ventura, adorei ambos. Agora resta ler os outros livros da coleção.




Paulo 08/06/2023

Envelheceu mal
Trata-se de uma obra que trata sobre luxúria e compôs a coleção 7 pecados capitais. Creio que foi a menor obra desse autor já que tinha um potencial para ser mais criativo e, ao assumir a pele de uma mulher, abusa de passagens que podiam passar batido antes mas que hoje em dia pegam mal. E não estou sendo moralista nesse quesito, muito pelo contrário. Gostaria até de ouvir opiniões de mulheres sobre essa obra.
De qualquer forma, tem passagens em que o tom provocativo cai muito bem.
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Felippe Araujo 28/09/2021

A casa dos vidas ditosos
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Um leitura deliciosa para aqueles que não se prendem nas amarras do moralismo cultural.
João Ubaldo Ribeiro supostamente transcreveu um relado verídico de uma senhora de 68 anos que viveu sem pudores e tabus. Que soube aproveitar com excelência uma das melhores coisas da vida, o prazer. Narrado em primeira pessoa suas experiências despertaram em mim no mínimo curiosidades sobre suas experiências vividas em plenitude.
A autora misteriosa narra suas mais excitantes experiências em seus relacionamentos durante a vida. É uma leitura excitante, sem preconceitos e libertadora.
E libertação no sentido de se entregar aos seus desejos mais "pervertidos".
Depois de ler esse livro, você entende o verdadeiro significado de luxúria!
??????????
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Camila 29/12/2022

Já li esse livro três vezes... e cada vez que eu leio odeio mais a protagonista, mas ao mesmo tempo invejo a liberdade dela e aí me dá vontade de ir ler de novo.
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Felipe 13/11/2020

Uma ode à luxúria. Para todos aqueles que não se consideram puritanos, ou aqueles que tem estômago para ler sobre qualquer tipo de relação sexual.

"E as pessoas leem romances, biografias, confissões e memórias porque querem saber se as outras pessoas são como elas. Não somente por isso, mas muito por isso. Querem saber se aquilo de vergonhoso que sentem é também sentido por outros, querem olhar mesmo pelo buraco da fechadura e, quanto mais olham, mais precisam olhar, nunca estarão saciadas. Faz bem, é reconfortante. Porque eu tenho a convicção de que a maior parte das mulheres e homens é como eu e pensa que não, cada um pensa que é único em suas maluquices. Não é, não, somos todos iguais."
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